sexta-feira, 7 de junho de 2013

DE MÃOS DADAS



De mãos dadas tudo fica mais fácil, mais leve.
Dar-se as mãos não é, simplesmente, entrelaçar os dedos.
Dar-se as mãos é estar juntos, é ouvir as almas, é tentar ver a dor, mesmo que muda, a dúvida, o medo, a incerteza, a solidão, do outro.
Dar-se as mãos é ir ao encontro, sem esperar que alguém venha ao nosso.
Dar-se as mãos é resolver sem ser solicitado, é fazer sem receber pedido, é perceber o que o outro precisa, sem precisar ouvir as suas palavras, ou súplicas.
Dar-se as mãos é sentir a alma, perceber a angústia, apoiar sem esperar ser apoiado.
É construir momentos de alegria, mesmo quando a tendência é a dificuldade, e a tristeza.
Dar-se as mãos é fusão de almas, é o silêncio, que fala mais do que as palavras, é ação, que não se contenta só com a intenção.
Dar-se as mãos é agir juntos, construir o avanço, manter a esperança, colorir o cinzento, e iluminar o escuro.
Dar-se as mãos, é o gesto de um processo de amor, que começa na alma, nas almas, na sensibilidade.
Dar-se as mãos é estar juntos, mesmo quando as mãos estão afastadas.
Dar-se as mãos, por amor, é estar de mãos e almas entrelaçadas.
Sem fusão das almas, as mãos dadas são, simplesmente, mãos dadas.
Dar-se as mãos é caminhar juntos, é buscar outros horizontes, é superar limites, é procurar o novo, é sonhar com o impossível.
Dar-se as mãos é não se contentar com o presente, não ficar esperando a mudança.
Dar-se as mãos, por amor, é voar nos sonhos, mesmo que os pés tenham que ficar, sempre, firmes no chão.
(dezembro de 2006)

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