quarta-feira, 9 de novembro de 2016

PLANEJAMENTO PESSOAL


Os sonhos são a fonte dos nossos planejamentos pessoais.
Desde crianças sonhamos com base nas histórias que nos contam, nos relatos de familiares, amigos, parentes.

Filmes e livros também formam nosso estoque para motivar sonhos e caminhadas futuras.
Crianças formam e estruturam suas memórias até os 4/5 anos, e após essa fase correlacionam as informações e vão, progressivamente, ingressando em fases mais objetivas e pragmáticas, até a maturidade, quando seus planos passam a ser cotejados pelas variáveis circunstanciais e contextuais.

Os contextos são como círculos de espelhos, que nos cercam em todas as etapas de nossas vidas, refletindo as influências pessoais e culturais, que incidem sobre nossas jornadas.
Por sermos seres contextuais e culturais, nossas existências são sempre marcadas pelos ambientes que frequentamos, pelas escolas, pelas casas que visitamos, pelos trabalhos que executamos, pelos convívios em geral.

Ambientes são fortes influências sobre nossas existências, pois interagimos, mesmo que subjetivamente, com visões, crenças, e
toda a gama de perfis de consciências.
Nosso campo da consciência vai sendo ampliado e enriquecido nessas interações, fazendo com que nossas vontades e decisões sejam, na verdade, um grande somatório de explicitações individuais e coletivas.
Somos a compactação de enorme quantidade de informações, conceitos, convívios, incrementados pelas tecnologias informacionais, digitais, que cobrem nosso mundo atual, e que há mais de vinte anos nos oferecem as mais variadas vitrines de linhas de comportamento, de pensamento, de opinião, de crenças, de opiniões.

Nossas posturas e atitudes pessoais são fruto, portanto, dos contextos e dessa enorme lupa, dessa gigantesca lente, que a estrutura tecnológica nos abre as portas diuturnamente.
Escolhas e decisões pessoais precisam de momentos de reflexão,
para que nossas consciências possam se manifestar e nos mostrar o que podem ser nossas ansiedades mais recônditas, íntimas, e pessoais.

Planejar é projetar sonhos, necessidades, sensações, percepções, que possam ser transformados em realidades, para que nossa instância de felicidade possa ser mantida com um caráter permanente, e agregação de novas realizações.
A felicidade é um processo que pode e deve ser vivido e experimentado de forma permanente, em toda nossa caminhada, e não somente em um ponto, em uma chegada, em uma vitória triunfal.
Em jogos, com tempos exatos e medidos, os resultados podem ser obtidos até o ultimo minuto de contagem.
Em nossas vidas, como somos seres mutantes e em constante evolução, a felicidade, recomenda-se, que seja vivenciada em todas as etapas, podendo ser dia, semana, meses, ou anos.
O que não devemos é ficar numa expectativa, planejando sonhos de felicidade, quando temos plena consciência de que mudamos e que nossa visão de felicidade se altera a cada passo evolutivo.

Planejar nossa vida precisa de disposição para a renovação e mudança, pois a unica certeza que a vida nos fornece é que não temos a mínima ideia de quanto nossa existência vai durar e com quantas etapas de mudança nossa vida vai nos surpreender.

Danilo Aronovich Cunha
Instituto Farfalla de Desenvolvimento Humano

Palestra: Planejamento Pessoal

Data: 17 de novembro 2016
Horário: 19 horas
Local: ACATE - Ao lado da Floricultura Primavera - SC 401
Florianópolis
Promoção: Instituto Farfalla de Desenvolvimento Humano
Inscrições e informações: contato@farfalladh.com.br
ou nisandra@farfalladh.com.br




quinta-feira, 13 de outubro de 2016

HERDEIROS DA UTOPIA


Desde a Revolução Industrial a sociedade humana se debate para interpretar e entender as questões decorrentes de fato histórico tão significativo.
Depois de longo período colonial/rural, o mundo deu saltos enormes na direção da criação do conceito de escala. 

Escala industrial, que aplicada de forma direta e pragmática nos trouxe grandes números de produção e distribuição de produtos.
Mas também nos presenteou com o acelerado extrativismo, que, hoje, exaure a terra sobre a qual vivemos.

Escala de consumo desenfreado, fútil, e desnecessário, que permite a pessoas de alma vazia encherem seus armários com produtos nem sempre necessários ao corpo, mas essenciais para preencher as lacunas do espírito.

Escala urbana que nos migrou para as cidades, nas quais encontramos brilho, informação, convívio, mas onde também se vê muita desigualdade e baixa solidariedade.
Ainda não conseguimos bem compreender os conceitos de capital e trabalho, que resultaram de uma simplificadora interpretação do processo industrial e urbano, e condicionou o mundo a uma binaridade entre capitalismo e socialismo durante o século XX.

Grandes pensadores, contemporâneos dessa dicotomia, como Freud, Marcuse, Adorno, Bobbio, e muitos outros, se lidos e bem decodificados poderiam ter expandido as consciências das sociedades e lideranças da primeira metade do século passado, propiciando que a humanidade pudesse alcança patamares mais avançados.

Duas grandes guerras, a criação da ONU no lugar da falida Liga das Nações, grande avanço técnico/científico, a rede mundial telemática digital, a mundialização econômica, trouxeram cenários e visões do que o ser humano poderia ter e dispor, em termos de soluções pacíficas ou de encaminhamentos bélicos.

Até o hoje o mundo optou por não mais ter guerras mundiais, mas os conflitos regionais, étnicos, religiosos, alimentados por largo fornecimento de armas e material de destruição em massa continuam fervilhando em todo o globo.

Uma sexta parte da humanidade passa fome, enquanto nas sociedades abastadas mais de 40% dos alimentos produzidos são simplesmente jogados na lixeira.
Uma simplista e pequena visão histórica ainda insiste em manter uma divisão ideológica e conceitual como se termos como esquerda e direita pudessem explicar todo o espectro sócio político, sócio econômico e sócio cultural, que a sociologia estuda permanentemente.

Essa apreciação muito parcial, e diminuta, de uma história longa e pouco estudada, pretende condenar o terceiro milênio e este século XXI a uma continuidade manipulada e dirigida, que só serviu na construção e adoração de falsas lideranças, tais como, Mussolini, Hitler, Stalin, que não passaram de totalitários e sanguinários, simples eliminadores de seus adversários de ideias.

Nova frente de prospecção de inovadoras premissas para a sociedade do futuro, imediato e a médio e longo prazos, se abre com a realidade atual, quando podemos ver, ler, acompanhar, perceber, compreender, tudo o que se passa em torno de nosso globo, podendo processar, separar, ordenar, todos os novos conceitos, que poderão abrir a percepção para uma nova expansão da consciência coletiva.

Sem qualquer dúvida já sabemos que nada se poderá fazer, daqui por diante, sem que se promova a vida e sua preservação.
Além das estruturas de saúde dos diversos países em todo o mundo, dispositivos para redistribuição de alimentos e medicamentos, serão prerrogativa básica.
Quando mais de um bilhão de seres perambulam em busca de abrigo, alimento, acolhimento e amor, com certeza, não haverá paz duradoura.

As pressões advindas desse enorme contingente de abandonados sempre serão combustível fresco para os larápios que comerciam com as demandas da vida, colocando armamentos e química de destruição, no lugar de casas, hospitais, alimentos, medicamentos, que custam muito menos dos que armas, mas que não constroem nem garantem poder.

Em todos os continentes aparecem nuvens carregadas e preocupantes, quando se insiste em voltar à separação burra e limitada entre esquerda e direita, com manifestações de racismo, intolerância política e social, que tentam recriar condições superadas e insensatas, para que novos tiranetes de aldeia possam exercer suas frustrações pessoais por meio de enfeixar muito poder em suas mãos.

Pessoas que foram amputadas em suas estruturas emocionais e afetivas, por diversos motivos, tendem a buscar compensações, em vez de cura, para seus males existenciais, psicológicos, comportamentais, por meio da violência desbragada, da afirmação pura e simples, por meio da mentira e da ocultação de verdades universais.

Esse tem sido o perfil de todos que bradam por violência, por vulgaridade, por breguice, e por soluções pobres e limitadoras, para tentar canalizar as frustrações de milhões de seres humanos infelizes e injustiçados.

Essas duas metades, limitadas em sua formulação e análise só continuarão contribuindo para apequenar uma mundo muito mais amplo e complexo, que poderá se explicar pelo uso de lentes tais como mais sensibilidade, mais conhecimento, mais ciência, mais educação, mais pesquisa.

Direita e esquerda são rótulos da mesma busca de poder, de mais poder, em todos os níveis.
Para que o mundo possa desenvolver novos mecanismos de compreensão e análise de suas mazelas e eventuais soluções, necessário e essencial serão movimentos de pacificação das diferenças e da injustiça.

Caso contrario teremos o binário quadro simplista e arrogante, de explicações para justificar quem vive da miséria e de seus desdobramentos, e quem ostenta racionalidade.

Ambas as partes continuam desonestas e incitando seguidores pouco preparados e que nada estudam ou aprofundam, simplesmente para justificar suas vidas cômodas e abastadas, mas que nada fizeram, fazem ou farão para melhorar nossa vida na face desta Mãe Terra, que aguarda um pequeno retorno de dedicação e cuidados, em troca de toda a vida e possibilidades, que foram presenteadas aos humanos.

A utopia se explica até o momento em que o conhecimento desnuda verdades e substitui a ignorância, e quem atrás dela se esconde para se omitir.




quinta-feira, 6 de outubro de 2016

SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO - HISTÓRICO E DESDOBRAMENTOS ÉTICOS, LEGAIS, SOCIOLÓGICOS E POLÍTICOS



Desde Gutenberg que a sociedade planetária começou a ter uma maior oportunidade de se informar e passar a conhecer comportamentos e fenômenos de toda a ordem, produzidos em qualquer parte de nosso mundo.

As grandes navegações levaram e impulsionaram o ser humano a desenvolver dispositivos e equipamentos, cognitivos, comportamentais, técnicos, e tecnológicos, visando a ampliação dos campos de conhecimento.

A revolução industrial forçou a humanidade a forjar o conceito de escala, definição que foi fundamental para se chegar aos modelos sociais hoje existentes.

A industrialização trouxe como uma de suas consequências o processo de urbanização, uma vez que tornou urgente a concentração de mão de obra e de consumo, para alimentar e justificar a produção industrial com capacidade para oferecer resposta a um consumo de bens e serviços, antes atendido de forma direta pelas relações feudais e localizada em burgos, formas rudimentares de ocupação do solo, de produção de alimentos e vestimentas, mas restrito às propriedades e proprietários de vastas extensões de terra.

O processo informacional trouxe possibilidades de informação mais atualizada e de qualidade mais confiável, diante das grandes demandas.
O avanço rápido e acelerado da implantação de meios de informação de massa trouxe a implantação de jornais, de emissoras de rádio e das novas possibilidades de equipamentos de difusão de imagem e som, conjugados.

Em 1962 o mundo assistiu o lançamento do primeiro satélite de comunicação, o Telstar, realizado pelos EUA, ligando aquele país ao continente europeu.

Já naquela época os rudimentos de redes de tecnologia da informação, ainda analógicas, já se constituíam na base cientifica e técnica do que hoje pode ser chamada a sociedade global da comunicação e informação, em estado digital.

O mundo passou a conhecer a instantaneidade no campo da informação, o que revolucionou meios de comunicação, uma vez que as ondas curtas de emissoras de rádio começaram a ser substituídas por transmissões com propagação sobre ondas portadoras mais eficazes e confiáveis.
Macluhan, cientista social dos anos 60, lançou a premonitória frase: “um dia todos terão os seus quinze minutos de fama”, já antevendo a conexão abrangente e profunda, entre todos os meios de uma rede mundial.

A década de 70 presenteou o mundo com efeitos sobre a vida produtiva, econômica, social, cultural e política, com os primeiros efeitos gerados por imagens dinâmicas ao vivo, on-line, em real time, tomando-se como exemplo a transmissão ao vivo, imagem e som, da guerra do Vietnam, gerando efeitos dramáticos sobre a vida da sociedade norte-americana, apressando o final daquele conflito, quando os corpos despedaçados e queimados por bombas e napalm, começaram a ser vistos, como se nos EUA estivessem.

Os meios instantâneos mostraram as tabelas com as mortes de 60.000 soldados norte-americanos e de 2.700.000 vietnamitas, apresentando aquele genocídio ao mundo.
Dai para a frente o ciclo de inovação, técnicas e tecnologias, deu enormes saltos, diminuindo cada vez mais os interstícios entre etapas, chegando hoje aos surpreendentes 24 meses entre secções de desenvolvimento, implantação e disseminação de meios cada vez mais portáveis, mais diminutos e mais eficazes.

Os campos enunciados pela sociologia, o sócio político, o sócio econômico, e o sócio cultural foram todos influenciados pela diversificação de meios, que tanto serviram para atender demandas, desejos, impulsos e decisões humanas, como para aferi-las e medi-las, tornando instantâneas as atividades de coleta e processamento de totais numéricos para tabelar, decodificar, e entender os novos comportamentos e seus impactos sobre governança pública, empresarial e corporativa, ajudando na construção de novos conceitos como sustentabilidade.

Governos e governantes, empresários e empreendedores, suas medidas, produtos, efeitos e resultados, se encontram atualmente como efeito do processo de informação de massa, uma vez que os comportamentos de consumidores, trabalhadores, eleitores se transformaram em matéria determinante e determinística sobre o poder, tanto público quanto privado.

As previsões de Macluhan se realizam à velocidade de captação do olhar, do ouvido, e da percepção de uma população global de 7 bilhões de seres, cada vez mais informados, mas nem por isso menos angustiados por suas dúvidas não respondidas, nem por suas demandas cada vez mais crescentes.
A complexidade em rede, com elevadas velocidades e baixíssimos tempos de resposta, já permitem que os processos produtivos sejam fiscalizados diretamente pelos consumidores, jogando-lhes às vistas o danoso efeito da poluição em grande escala, sobre terras, água e ar.

A enorme quantidade de insumos, produtos e embalagens, com materiais não degradáveis ou recicláveis, mostra que a tecnologia social, sem qualquer dúvida, será o próximo patamar, para que o consumo consciente passe a condicionar a sobrevivência do planeta e a racionalização dos fatores de produção.

O humanismo e o ambientalismo serão as duas linhas ideológicas que substituirão capitalismo e socialismo, predominantes, e dominadoras, durante o século XX.
A polarização política dominante no século passado foi decorrente de interpretações simplificadoras sobre os impactos da revolução industrial, encerrando as análises sobre seus efeitos e decorrências, de toda ordem, como se as expressões capital e trabalho pudessem abranger e explicar toda a origem e futuro da humanidade.

Nada mais do que instrumentos de dominação e poder sobre as massas humanas, que se concentravam nas cidades e instalações industriais e comerciais do início do século XX.
O mundo foi bi-polarizado por essas duas estreitas dimensões conceituais, ambas ruindo, ao vivo e a cores, nos ano de 1989, no qual a história se encarregou de derrubar o Muro de Berlim e de forçar a realização do evento chamado Consenso de Washington, fatos que comprovaram a falência das bitoladas visões anteriores, que binarizaram as escolhas e opções, como se a subjetividade humana pudesse ser aprisionada e contida em dois quadrinhos de resposta “múltipla”.

A nova sociedade produz tão rapidamente seus saltos quânticos, uma vez que apresentam nano informações e introduzem e reconhecem o ser humano como espectador e observador dos processos, que a visão holística começa a se dar conta de que a informação veloz e renovada, em flashes, tanto pode oferecer conforte de escolha, como permite possibilidades de invasão dos espaços pessoais, familiares, íntimos, e reservados.

As questões éticas, morais, legais, passaram a ser preocupantes quando Edward Snowden, empregado de uma corporação de tecnologia da informação, fugiu dos EUA denunciando a espionagem em escala mundial promovida pelos serviços de segurança daquele país.

Declarações de governantes foram emitidas, posições políticas duras foram enunciadas, mas nada mais se fez do que constar que a informação pelos mesmos meios que entra na vida das pessoas, pode permitir sua visualização, ou audição, por instâncias não percebidas como possíveis, e existentes em aparelhos celulares, em notebooks, em desktops, em aplicativos, em diversas linguagens digitais, mesmo que sub-repticiamente.

Assim como a humanidade se chocou com a visão das mortes nas guerras estúpidas, do lixo excessivo gerado pelo consumo desvairado, que o processo agudamente extrativista submeteu a terra, agora se percebe que o conforto de acessar e difundir informação a partir do nível individual, pessoal, em igual velocidade abre e disponibiliza portas e janelas virtuais, sem qualquer cadeado, tranca ou chaves, possíveis de guardar a intimidade dos seres humanos diante da gula por poder, e por dominação de comportamentos, que visam unicamente, mais poder político, econômico e cultural.

O conceito de sustentabilidade passa a ocupar bocas que enunciam uma nova etapa, mesmo sem saber do que trata esse conceito.
Ignacy Sach, grande sociólogo da crença desenvolvimentista equilibrada, definiu o processo sustentável como aquele que prioriza a vida humana, e sua preservação (o meio ambiente), tendo os níveis econômico e politico como suportes do primeiro.

Disse ele:
“Processos sustentáveis são aqueles que permitam priorizar a vida e sua preservação, apoiados pelos processos econômico e politico, desde que nessa ordem”.
Sachs ainda afirmou:
“Não podemos permitir que as prioridades, puramente economicistas, e de poder, determinem para os seres humanos o que aconteceu com os cavalos na revolução industrial.

Muito se fala de reciclagem e reeducação das pessoas diante dos novos processos industriais e tecnológicos de produção, mas como estariam os cavalos que puxavam carroças e outros transportes, se ainda hoje estivessem esperando serem retreinados e reciclados para novas funções?”
“Portanto esta é a pirâmide sustentável:
1-A vida e sua preservação, como prioridade primeira e maior.
2-Os processos econômico, e político com suporte à primeira prioridade”.

Para encerrar, Yoneji Masuda, grande estudioso da sociedade da informação, cientista social japonês, deixa bem claro em seu livro de 1981, intitulado “Sociedade da Informação” que a sociedade humana terá que estudar e compreender a extensão e a profundidade de todas as transformações que a tecnologia acarretará, capacitando-se amplamente, para evitar que seja dominada por máquinas.

Estas, por sua vez, dominadas por mentes instrumentalizadas com competências técnicas e tecnológicas, voltadas unicamente para o lucro vulgar e o poder sem limites.

Viver será sempre o desafio entre a ânsia de liberdade comportamental, conceitual, dos seres humanos, confrontado pela tendência ao exercício do poder de uma pessoa sobre seus semelhantes.

Isso sempre encerrará o afastamento de escrúpulos e dos padrões éticos, subjetividades humanas, mas que se tornarão essenciais para continuar determinando a livre escolha de pensa, agir, viver, diante das novas e imensas possibilidades de dominar informação, conhecimento e comportamento.



quarta-feira, 28 de setembro de 2016

BRASIL: CRISE E RENOVAÇÃO


O Brasil vive grande e profunda crise.
Crise econômica advinda de outra moral, ética.
No próximo domingo, dia 02 de outubro, todo o país estará com seu destino em suas mãos.
Serão eleitos os políticos mais importantes para atender nossas demandas e melhorar nossa qualidade de vida.

Afinal, todos vivemos em cidades, ninguém mora em uma escola estadual, ou numa estrada federal.
O município é a sede de nossas vidas, de nossas famílias, de nosso trabalho, de nosso lazer.
Escolher bem os políticos, prefeitos e vereadores, que nos próximos 4 anos regerão nossas vidas, talvez seja a escolha mais importante.

Quanto mais próximo da cidadania mais fácil de controlar as ações do poder e suas funções.
Vamos fazer um pacto ético nesta eleição municipal?

Vamos combinar que não vale mais aceitar e se deixar iludir por picaretas, ladrões e bandidos?
Ilusionistas e discursistas já mostraram que só servem para sessões circenses, mas na vida real transformam dinheiro público em riqueza privada, e se deslumbram com o poder e recursos bilionários públicos, pois pobres de espírito, que são, não deixam suas almas pequenas tranquilas, quando próximos do poder e de dinheiro alheio.

Nossa escola da vida, que passa por nossos olhos todos os dias, tem nos mostrado o que corruptos e malfeitores fizeram com o poder que o povo lhes deu.
Roubaram desviaram traíram a confiança dos eleitores, só beneficiaram seu bando, suas famílias, seus grupos de assaltantes.

E o Brasil? Ficou mal, muito mal, com perda de milhões de empregos, com inflação alta, com rombos em fundos de pensão de trabalhadores, com rombos em empresas estatais, em obras de todo o tipo, em ministérios, roubaram até de aposentados...

Mas sempre é tempo de recomeçar.
Quando a verdade salta aos olhos, só não a vemos se não quisermos.
E a realidade está nos ofertando avassalador número de informações, de notícias, de dados, de números, que nos atestam que mais de 40 ladrões assaltaram nosso Brasil, com um grande chefe, que só não se chama Ali Babá...

Assim, nesta primavera ventosa e transportadora da mudança, que nos oferece tanta beleza, com lindas flores e céu azul, vamos pegar carona e insuflar as necessárias alternâncias, e
alterações, que a lei nos oferece, de graça?

Quem sabe, assim como já houve tantas primaveras políticas em outras nações, poderemos festejar uma Primavera de Brasil, inovando e mudando, para que tenhamos um futuro digno e promissor?
Com a vantagem de que não serão necessários mortíferos tiros, nem ruidosas manifestações.

Apenas o silencioso e individual voto, que pode produzir grande hecatombes políticas, para o bem e para a evolução desta terra.




quinta-feira, 25 de agosto de 2016

RYAN LOCHTE, O NADADOR NORTE-AMERICANO, QUE OPTOU PELA MENTIRA


A festa da Olimpíada do Rio de Janeiro/2016 foi um evento brilhante.
Sob todos os aspectos o sucesso foi alcançado, com um grande número de atletas de 2016 países prestigiando as competições.

O Brasil conseguiu obter uma boa colocação, que poderia ter sido melhor, mas que já provou à sociedade brasileira ser necessário um investimento bem maior, e o estabelecimento de uma prioridade mais acentuada.

Tudo funcionou bem, ocorreu uma grande e bonita confraternização mundial na Cidade Maravilhosa, tendo a festa de abertura autenticado a competência artística dos responsáveis pelo grande show que foi presenciado por mais de 3 bilhões de pessoas graças aos meios de comunicação on-line.

O Estados Unidos-USA, enviaram uma grande comitiva, dentro da qual se destacaram muitos atletas, o que sempre serve de motivação para que os novos neles se espelhem para evoluir e melhorar as suas marcas.

Um certo nadador americano, Ryan Lochte, além de se apresentar nas raias aquáticas, foi protagonista de um espetáculo bizarro, que se espalhou pelo mundo.

Num primeiro momento as mentiras do platinado nadador ameaçaram manchar o Brasil como país de falta de polícia e de lei.

Após ser desmentido pelos próprios colegas, em depoimentos à polícia e à justiça do Rio de Janeiro, o multicolorido nadador, já com outra tonalidade de cabelo, querendo se fazer passar por abatido arrependimento, deu entrevistas apresentando pedidos de desculpas pelo que teria feito de errado.

A versão masculina da boneca Barbie, que também oferece trocas constantes de cores de cabelo, deixou bem claro que é uma pessoa sem qualquer resquício ético, pois continuou mentindo sobre ter tido uma arma apontada para a sua cabeça, tentando aproveitar-se da permanente luta que as autoridades do Rio enfrentam contra a violência e a marginalidade armada.

Tentou o microcéfalo Ryan Lochte utilizar um estereótipo racista contra o Brasil, para fugir da bebedeira gigantesca na qual afundou, bem como do vandalismo realizado contra as instalações de um posto de gasolina, no qual urinou no chão e arrebentou uma placa de 
sinalização.

Felizmente tudo foi esclarecido, Ryan Lochte está reduzido à sua real dimensão, ou seja a de um mentecapto que pensou ludibriar toda a mídia mundial, e a sociedade americana já se encarregou de verbalizar a verdade sobre o Barbie das piscinas.

O imbecil perdeu vários patrocinadores e será objeto de escárnio e desprezo em seu próprio país, vivenciando um inferno terrestre, com o adeus a vários milhões de dólares.

O blonde nadador talvez tenha sofrido uma drástica diminuição de suas capacidades cerebrais por excesso d'água e cloro sobre seus parcos neurônios, ou ainda uma destruição química por excesso de corantes capilares.

Seja o que for, a pseudo crise criada pelo energúmeno já se dissipou e ainda trouxe um bom resultado para o Brasil, no mundo.

Muitos que ignoravam a estrutura que a Justiça do Rio havia implantado naquela cidade, de um Juizado Especial para Grandes Eventos, passaram a uma atitude de respeito com os esforços para minimizar tumultos.

Fosse em seu país de origem, estaria o falso loiro na cadeia até agora, e tendo que pagar elevada quantia como fiança.

Adeus Ryan Lochte e não apareça tão cedo no Brasil, o povo desta nação pode ser ludibriado por alguns espertalhões, nacionais e estrangeiros, mas essa carinha de palhaço não será esquecida tão logo, e alguns cariocas mais exaltados poderão querer lhe aplicar algumas palmadas, aliás, muito merecidas.














UMA NOVA ETAPA DE BRASIL


A recente realização da Olimpíada/2016 no Rio de Janeiro, além de comprovar que em nosso país podem ser realizados eventos bem organizados, bonitos e sem grandes problemas, ainda serviu de motivação para que a sociedade brasileira vivesse momentos de alegria, descontração, convívio com
pessoas de outros países, e com grande reconhecimento por quem foi ao Rio para assistir as competições.

Depois de alguns anos de muita ansiedade pela descoberta de verdadeiras redes organizadas para roubar recursos públicos, ainda constatamos que a situação econômica do país foi colocada em patamares preocupantes.

Esse mosaico de frustrações e sensação de manipulação colocou o Brasil diante de uma generalizada sensação de perda de autoestima, com repercussões nas relações pessoais.

Para tentar minimizar os efeitos na opinião pública, foi deflagrado um movimento de ressentimentos e acusações, como se as pessoas de determinadas opiniões fossem mal intencionadas ou dirigidas por ideologias erradas, como se houvesse o monopólio da razão, e este fosse privativo de
uma parte da múltipla sociedade brasileira.

Felizmente o convívio amplo com várias realidades de outras nações, durante mais de vinte dias na Olimpíada, atestou que podemos experimentar o sentimento de orgulho nacional, que não esteja ligado a algum esquema de poder, ou partido político.

Todo fechamento conceitual de países e sociedades, ao longo da história, só serviu para a implantação de regimes espúrios, em várias épocas e situações, que somente conduziram para sistemas ditatoriais, comumente revestidos de salvadores da pátria, ou necessários ao enfrentamento de algum "grande inimigo da nação"(vide Hitler, Galtieri, Mussolini).

Felizmente teremos neste ano de 2016, além da boa oxigenada que foi permitida pelo evento no Rio de Janeiro, as eleições 
municipais, que poderão oferecer ao Brasil um belo e forte momento de renovação política, ainda mais que se dará nas cidades, onde todas as pessoas vivem, espaços nos quais as esferas de poder municipal se situam bem próximos da cidadania e dos eleitores, propiciando o exercício democrático, com o imediato controle sobre os eleitos e suas realizações.

Democracia é um voto a cada cidadão, mas também requer que se pratique o acompanhamento da gestão, tanto executiva quanto legislativa.

Dessa forma, além do processo de renovação de ânimos e esperanças trazido por este mês de agosto, ele só será o mês do desgosto, se não soubermos aproveitar as oportunidades de renovação e avanço, que a história está nos oferecendo.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

ESTUPRO E CORRUPÇÃO


Duas barbaridades que marcharam juntas em seu crescimento vertiginoso, no Brasil.
Enquanto as mulheres são "coisificadas" num processo de brutalidade e desrespeito, o dinheiro de impostos foi sendo roubado sem qualquer pejo ou pudor.

A falta de pudor marcha em paralelo à falta de respeito por seres humanos, que são cruelmente usados como atestado de primarismo, covardia, canalhice, e baixa masculinidade.
Ambas as situações decorrem de uma matriz torpe, que usa o direito alheio para satisfazer seus baixos sentimentos.

A sociedade masculina/medieval, que ainda vigora em diversos níveis da vida brasileira, além de torná-la brega e atrasada, ainda comete crimes absurdos, apoderando-se de sentimentos, corpos e recursos, que não lhes pertencem.

Seres que perpetram essas barbaridades são desprovidos de quaisquer posturas éticas ou humanas, restando somente seus cérebros répteis, os estágios mais atrasados e primatas, que comandam seus instintos e ações.

Roubar a felicidade, a tranquilidade, afrontar a individualidade, agredir a intimidade, de uma ou de muitas mulheres, com o estupro, é o atestado, a prova cabal, do canalha completo, acabado, sem qualquer resquício de humanidade ou alteridade.

Além de tudo pouco masculinos são, pouco machos provam ser, e nenhuma hombridade portam, os que agridem mulheres, seja da forma que for, no local que for, por qualquer motivo, que seja.
Homens de verdade são seres humanos, da mesma forma como as mulheres o são. E educados, desde pequenos, para dividir esta vida com mulheres, nossas outras metades, que nos oferecem suas delicadezas, suavidades, bons exemplos, e muito amor.

Mulheres não podem ser agredidas ou estupradas, pois quem isso faz estará agredindo e estuprando a vida, o sentido de viver, pois as mulheres são a vida, vida que os homens podem ajudar a conceber, mas que as mulheres a viabilizam e embalam nos nove meses essenciais para que o amor se transforme num novo ser humano, que será homem ou mulher, abençoado, portanto, por todos os Deuses, como símbolo da continuidade da vida que nos foi dada.

Essa benção que ainda não conseguimos entender, a vida com a qual caminhamos toda uma existência, é negada pela violência e crueldade, contra ela cometidas.
Precisamos nos unir, reunir, gritar, protestar, não aceitar, esses processos de rapinagem de vida e de recursos que camadas atrasadas deste Brasil, ainda pouco varonil, (pois muito covardes são os que cometem o estupro e a corrupção, mas sempre tentando se esconder e não assumir o que fazem), que insistem em não evoluir, para poder ter poder sobre as pessoas, nem que para isso precisem roubá-las e ou estuprá-las. 

Mas precisamos começar, dentro de nossas casas, de nossas famílias, de nossas amizades, de nossos grupos de relacionamentos, uma grande cruzada pelo resgate dos valores humanistas, de respeito próprio e alheio, para que nossos homenzinhos e homenzarrões sejam seres respeitadores das mulheres e da vida que elas representam.

Que nossas crianças não sejam sexualizadas indevidamente, como se um gênero pudesse ter direitos sobre o outro, dando-se a possibilidade de dispor sobre seus sonhos, esperanças, sensibilidade, afeto e desenvolvimento.

Precisamos revalorar e revalorizar o amor, com valores éticos, morais, humanos e humanizantes, pois cidadania e igualdade ainda são as melhores vacinas contra o estupro da usurpação, que é a corrupção, e contra a usurpação da vida e o desrespeito com ela, que é o estupro.




quinta-feira, 19 de maio de 2016

O TAMANHO DO ESTADO BRASILEIRO



Nem gigantesco, balofo e caro, nem mínimo e distante das demandas humanas e sociais, legítimas e pertinentes.
O Estado brasileiro tem que ter o tamanho necessário.

Necessário para se transformar num grande conjunto de órgãos e providências, que tenha como finalidade "a ordenação da conduta humana", com ética e respeito pela cidadania.
Com a quebra de caixa das estruturas públicas, que se verifica no Brasil, começa um processo de tomada de consciência sobre as funções e atribuições, que devem fazer parte das obrigações estatais e governamentais.

É importante que se defina a diferença entre estado e governo.
Todos os governos fazem parte do estado. Nem tudo que é estado, faz parte de governos.
Estado é o conjunto de estruturas permanentes, necessárias ao funcionamento das instituições essenciais para a sociedade, para a nação e para as pessoas que habitam o país.

Justiça, constituição, judiciário, legislativo, saúde, educação, segurança interna e de fronteiras, acessibilidade, mobilidade, direitos humanos, proteção ao estado de direito, são alguns exemplos de grupos de conceitos e operações, que caracterizam o estado.
Governos são as estruturas transitórias, e eletivas, do estado, que existem para operar tudo que os cidadãos definem e necessitam para suas vidas, direitos e deveres, e padrões civilizatórios definidos pela cultura de uma nação.

Diz-se que o estado é um conceito, uma virtualidade, criada pela evolução humana, para que se tenha um conjunto de obrigações e direitos, de forma a que se construam e mantenham espaços coletivos iguais para todos, e garantias de que nos espaços pessoais e de escolhas individuais se possa exercitar crenças e iniciativas protegidas pelo direito de livre pensar e agir, sem que se interfira na vida e definições dos outros seres, que têm os mesmos direitos às suas subjetividades e emoções.

Essa forma, que é um grande passo evolutivo na história humana, garante que as pessoas, mesmo com todas as suas diferenças e opções, tenham asseguradas as suas possibilidades de exercer o fruto de seus sentimentos e afetos, sem impedir que todos o façam, com a mesma liberdade, cada um em seus espaços privados ou públicos, dentro das regras gerais construídas e contidas nos elencos legais e constitucionais.

Estado é como um grande, enorme, condomínio, no qual os espaços comuns são regidos pelas convenções condominiais, comuns a todos os moradores, enquanto garante que no interior dos terrenos, ou moradias, cada família, ou conjunto de pessoas, viva como melhor lhe aprouver, ou escolher.
Dessa forma o estado precisa ter uma dimensão adequada à suas funções, evitando entrar em áreas que não lhe são típicas, mas também atuando em espaços físicos e conceituais, de forma a evitar, ou minimizar conflitos ou a prevalência da força, reservando para si o monopólio da violência, devidamente prevista no conjunto de leis.

Esse aspecto é fundamental nas sociedades contemporâneas. As forças policiais e armadas, devidamente definidas e autorizadas pelas constituições construídas e consensadas por meio de eleições democráticas e livres, têm que ser proporcionais às demandas de manutenção da ordem, fator expressivo nas democracias, para não permitir que os hiper-suficientes possam subjugar os hipo-suficientes.

Direitos humanos são dimensões claras e precisas, definidas e escritas e contidas em regulamentos acessíveis e iguais para todos, que visam manter o nível de avanço civilizatório, sem que sejam possíveis arroubos de supressão de direitos dos menos capazes, ou dos que disponham de menor força física, ou econômica.

O estado é um mediador permanente dos conflitos humanos, que encontram suas origens nas capacidades de formular conceitos e crenças, atinentes à natureza humana, diversa e formadora de mosaicos heterogêneos.

Por essas e muitas outras definições, que formam as sociedades e nações, as estruturas estatais não podem se agigantar e tornar caras e incompetentes, perdendo suas funções ou derivando para ações de usurpação de direitos e recursos gerados e produzidos pelos cidadãos nacionais.
Mas, também, não podem ser pequenas, ou inexpressivas, a ponto de permitir a omissão do cumprimento de suas obrigações e deveres, pois um estado omisso, ou sem meios, poderá representar rupturas ou desfuncionalidades sociais, que conduzam grandes contingentes humanos de volta à barbárie, ou à prevalência do mais forte.

Por isso propugnamos pelo estado necessário, que deve ser elástico o suficiente para se adaptar às necessidades da sociedade a que serve, como garantidor das condições básicas para o desenvolvimento, com justiça, igualdade, e sempre respeitando as crenças e posturas individuais, que não conflitem com os direitos de todos.

E que garanta o desenvolvimento econômico pujante e integrado, para que a sociedade possa manter um nível de vida proporcional às suas ansiedades e sonhos de realização.


quarta-feira, 11 de maio de 2016

A CRISE DO BRASIL, O IMPEACHMENT, E O FUTURO


O Brasil vive mais uma crise.
Crise múltipla, pois atinge os segmentos da economia, da política, da cidadania.
Não é simplesmente uma crise a mais, é, talvez, uma das maiores já vividas, por sua amplitude, em nossa história.
As crises não devem ser temidas, pois elas sempre nos trazem desafios e transformações.
O aspecto negativo é quando os mesmos erros e comportamentos se repetem, mostrando que as pessoas, ou sociedades, pouco estão aprendendo.
O Brasil não pode mais ficar à mercê de uma classe política completamente descomprometida com a sociedade, à qual deveria estar representando e servindo.
O aspecto negativo da corte portuguesa foi ter se mantido distante das aspirações e sonhos da sociedade colonizada e dominada, mantendo-se como um enclave em território brasileiro, que geriu um processo de extrativismo e dependência, sem atentar para as demandas legítimas, que se acumularam em quase quatrocentos anos de anexação.
Brasília é uma cidade criada no governo Juscelino Kubitshcek de Oliveira, com a intenção de interiorizar o desenvolvimento brasileiro, levando a nova capital para o interior.
Atualmente nossa capital, pelo processo político centralizado e dissociado da realidade nacional, reproduz a corte portuguesa, pois a realidade daquela cidade nada tem a ver com restante do Brasil.
A estrutura de facilidades e confortos, montada nos anos 60 para atrair e compensar a ida de governantes e legisladores naquela época se transformou numa excrescência financeira, política, econômica e moral.
A média salarial dos órgãos de governo central são simplesmente incoerentes, com os padrões do resto do Brasil.
Distorções gigantescas foram sendo criadas, e mantidas, em orçamentos inchados e bilionários, para atender mordomias e vassalagens, só servindo aos seus detentores, mas completamente distantes da sociedade e cidadania, às quais deveriam servir e prestar boa qualidade de serviços públicos.
No nível da representação política, essa centralização, além da irrealidade galopante, gritante, incubou sentimentos de impunidade e desapego, pela distância, dificuldade em controlar, e a tremenda facilidade em cooptar, que o poder central desenvolveu, descaracterizando partidos, linhas ideológicas, programas, demandas sociais, legitimidade ou pertinência.
Hoje o sistema hibrido, e apodrecido da política nacional, que se reproduz nas instâncias estaduais e municipais, gerou um organismo estranho e exótico às necessidades brasileiras, transformando o exercício democrático num único momento eleitoral, e o tempo restante num festival de negociatas, num grande carrossel de compra e vendas de consciências e passes, como se num imenso leilão de almas tivesse se transformado aquilo que deveria ser a gestão, política de dirigentes, de uma nação que busca grandeza e superação.
O momento atual nada mais é do que a vitrine escancarada do completo abandono das teses e doutrinas político/ideológicas, em troca de dinheiro, favores pessoais e familiares, enriquecimento ilícito, e muito cinismo e podridão.
Sem entrar em detalhes temporais, momentâneos, ou momentosos, é fácil perceber que nosso país não pode continuar nessa toada, pois estaremos nos condenado a ser uma sociedade marginalizada no mundo, por falta de autoestima, por falta de respeito, por falta de construirmos um limite mínimo de ética e respeito.
Não temos vocação para fundo de quintal de uma humanidade que tenta encontrar avanço e desenvolvimento, parâmetros mínimos de respeito e consideração, solidariedade e construção conjunta.
O Brasil chegou a um limiar histórico importante e definitivo.
Ou optamos por um processo sério e honesto, em nossas escolhas pelo voto, ou estaremos aceitando a corrupção completa de nosso futuro, a destruição de todos os nossos sonhos de justiça, igualdade, e decência.
Este é um ano de eleições municipais.
Em 2018 teremos eleições presidenciais, para governadores, deputados federais e senadores.
Em 24 meses teremos em nossas mãos o próximo passo fundamental de nossa caminhada e do legado que vamos deixar para nossos descendentes.
Temos tudo para reconstruir a relação política com nossos representantes, desde que tenhamos a coragem necessária para varrer da cena pública aqueles que prometeram e enganaram, que disseram e não cumpriram, e todos os que não se comportaram à altura dos cargos para os quais nossos votos os levaram.
Vamos usar a força que a democracia propicia com um voto a cada cidadão.
Agora é o momento. Ou fazemos a grande escolha, ou exercitamos a oportunidade de opção, ou corremos o risco de nos transformar em párias de um mundo que não para para socorrer países que não têm respeito próprio.

Em nossas mãos, talvez, a derradeira chance histórica de darmos o salto necessário!

sexta-feira, 8 de abril de 2016

DIGNIDADE



Essa, finalmente, uma das palavras que mais enfeixa os conceitos necessários para entender as manifestações em nosso Brasil.
O Brasil era tido como um país pacato, acomodado, com uma sociedade cordata e alienada, que a tudo aceitava, em contraste com outros países, nos quais as reivindicações sempre foram mais agudas e presentes.

Que bom! Deixamos de ser uma nação de “preguiçosos”, que a tudo recebia com indolência e com a mitificada e negativa “cordialidade” brasileira.

Cordialidade que vem da palavra “cordis”, que quer dizer coração. O mito Brasil de um povo bonzinho e acomodado só serviu aos interesses de controle comportamental e do conhecimento, pelos colonizadores, que nos condicionaram entre a violência cruel e a falsa carícia, dada sobre a cabeça dos obedientes ou subservientes.

As grandes questões de disputas e enfrentamentos de diferenças, sempre foram esmagadas pelo poder central, de maneira exemplar e de forma a não deixar dúvidas.

Assim foi Canudos, Contestado, Inconfidência Mineira, a Revolta da Armada de 1893, e tantas outras tentativas de modificação das relações entre o poder e os brasileiros.
Na nossa linda Ilha de Anhatomirim muitos florianopolitanos ilustres foram convidados a comparecer para “depor”. 
Foram fuzilados ou enforcados para que todos soubessem que não se deveria, jamais, contestar ou enfrentar o podersão.

E nosso país ficou esquecido, desrespeitado, abandonado, por seus próprios governos e classe política.
Uma nação que foi por muito tempo ao sabor dos grandes interesses, puramente financeiros, de alguns agentes políticos e grupos empresariais, bancos e empresas.
Um grande país encarado, somente, como um grande bando de consumidores e pagadores de impostos, sem um projeto de nação.

É o estado-corte, que mesmo sem a presença dos dominadores portugueses, mantém em Brasília uma réplica da sede de poder sem fim.
Uma sociedade desrespeitada em seus direitos essenciais, que precisava mendigar alguns trocados para ter um mínimo de saúde, de educação, de segurança, e infraestrutura.

A insensibilidade da camada, que é composta pelos partidos políticos, pelos dirigentes e pelos próprios políticos, pelos governos em geral, e pelos demais órgãos públicos, que têm recebido vantagens pecuniárias indevidas e antiéticas, para colocar mais dinheiro nos bolsos de quem já recebe elevados salários, completamente diferentes dos ganhos dos trabalhadores brasileiros, ainda mostra que gostaria de preservar privilégios e ganhos fáceis.

Muito mais do que ganham, e merecem, as categorias de professores, profissionais da saúde, e da segurança, justamente os servidores, que ajudam a construir o futuro e que cuidam da nação!
As manifestações populares, legítimas e pertinentes, representam o pé na porta dessa frieza, dessa proteção blindada com que se cercam os que vivem bem, com recursos que não são seus, e que nem ajudaram a produzir.

Os ventos da mudança estão chegando ao Brasil.
Não somente os ventos, mas os conceitos, os valores e as crenças, de que nosso Brasil só será uma Nação Digna, com letras maiúsculas, quando recolocar como prioridades os valores éticos e morais, e a devida meritocracia, como objetivos permanentes, mesmo.

Para sempre!!!


quinta-feira, 17 de março de 2016

ATAQUES À IMPRENSA NO BRASIL


ATAQUES À IMPRENSA

Nada pior, nada mais destrutivo, para a democracia, que ataques perpetrados contra a liberdade de cobertura, ação e informação, dos meios e veículos de imprensa.
Órgãos da imprensa brasileira foram ameaçados, repórteres agredidos, sedes pichadas, equipamentos quebrados e danificados.

Quem participa de ações de destruição, de tentativas de intimidação ou de ameaças aos meios de imprensa, se identifica com as piores fases, as mais violentas, do avanço dos regimes fascista, na Itália de Mussolini, e nazista na Alemanha de Hitler.

Ambos conseguiram, em seus regimes de medo e perseguição, algum sucesso durante poucos anos. Mas ambos, Hitler e Mussolini, foram os responsáveis pela brutal destruição daqueles dois países, na segunda guerra mundial.
Nenhuma sociedade, que se pretenda democrática, pode consentir, aceitar, concordar, endossar, qualquer que seja a natureza, atos contra a liberdade da imprensa.

Em todas as nações desenvolvidas, política, econômica, e culturalmente, a imprensa tem sua ação sempre protegida pela lei e pelas forças de segurança.
Tolerar ações intimidatórias, como as ocorridas recentemente, sem as devidas prisões dos agressores, e posterior condenação por enquadramento legal, pode começar a contaminar o Brasil com o vírus da tirania, da prepotência, da intolerância, que sempre acaba destruindo a democracia, e o ordenamento legal.

Quem praticar esse terror contra a imprensa, e se sentir muito à vontade por ausência de condenação social, legal, ou por atitudes condescendentes de autoridades policiais, pode se exceder na impunidade.
Assim foi com a sociedade italiana, quando os ataques dos camisas-pardas fascistas de Mussolini começaram a espancar e perseguir as pessoas que não aceitavam o fanatismo daquele tirano insano.

Também na Alemanha de Hitler, a sociedade tolerou ataques às lojas de judeus, ao comércio e fábricas dos que não se alinhavam com o nazismo incipiente, transformando a Alemanha, aquele berço de cultura e artes, num enorme campo de concentração, onde foram mortos, exterminados, muitos milhões de seres humanos, por serem, simplesmente, discordantes do nazismo em marcha.

Naquelas duas nações a violência, além de outros símbolos brandidos em passeatas e manifestações, e a morte, foram transformadas em ícones da força, da brutalidade, para impor o medo, para fazer reinar o silêncio, para calar a todos que se insurgissem contra a dominação de seus países por quadrilhas organizadas, de pessoas sem qualquer escrúpulo, que tinham, na crueldade, e no sofrimento imposto a seus adversários, toda a sua razão de ser e de existir.

Todos sabemos onde desaguou esse tipo de ação. O mundo foi paralisado pela guerra, mais de 60 milhões de pessoas foram mortas, sociedades inteiras sofreram enormes destruições.
Como bom covarde, e o são todos os que se escondem atrás de milícias, da ameaça, da violência e da morte, Hitler não enfrentou um único tiro, nunca esteve numa trincheira e se suicidou com sua amante, num bunker em Berlim, antes de encarar a rendição aos exércitos russos.

Mussolini e sua amante, Clara Petacci, foram fuzilados pelos Partisans da Itália, sendo pendurados de cabeça para baixo.
Nosso Brasil, depois de uma longa história de muitas contradições, reafirma sua vocação democrática pelo processo eleitoral, e pelo respeito às instituições republicanas e democráticas.
A democracia brasileira se encaminha para a sua maturidade, com a grande reafirmação do calendário eleitoral livre e soberano, que se realizará neste ano de 2016.

A Presidente da República, do alto de sua autoridade formal, tem que exigir a mais plana e plena apuração dos fatos, e a punição de todos os envolvidos.
Para que fique, de forma exemplar, marcada a posição de nosso Brasil, completa e frontalmente contrária a qualquer tentativa de intimidação dos meios de informação, e de livre manifestação da sociedade brasileira.

Presidentes passam e a nação permanece. Mas das ações adequadas e responsáveis das lideranças eleitas em processos democráticos é que dependem os processos de construção de uma nação.


E o Brasil necessita, com urgência, definir seu Projeto de Nação para reafirmar seu compromisso com a edificação de uma sociedade que privilegie a meritocracia, a inovação, e a construção de seu futuro.






quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

RÉQUIEM PARA ROGER, O CICLISTA ASSASSINADO POR UM BÊBADO



Afinal quem era Róger, esse ciclista que morreu em sua bicicleta, assassinado por um bêbado em seu automóvel?

Róger era uma cidadão honesto, um trabalhador intelectual, que colocava seu conhecimento especializado na área de comunicação para melhorar a interação entre pessoas.
Era um homem simples e feliz, que gostava de receber amigos em churrascos e pequenas festas para seu circulo de amizades.

Foi um marido apaixonado por sua Karin, que tiveram Sofia, fruto de seu amor e de sua parceria integral, pois além da vida de família, trabalhavam e produziam juntos, em um sonho profissional, que gerava bons resultados e, não à toa, se chamava Fábrica de Comunicação.

As corridas, as maratonas, o pedalar sua bike, eram continuidades naturais de uma pessoa que prezava a saúde e acreditava numa cidade mais humanizada e coerente com a propaganda que de Floripa se faz, de um local com qualidade de vida.

Vida que ele perdeu aos 49 anos de uma existência abreviada precocemente, não por doença ou por outras causas, a não ser por ter sido traído em seus sonhos, pela brutalidade contumaz, pela egocêntrica moléstia do álcool e das drogas, que assola nossas casas, nossos clubes, nossas empresas, nossos convívios, e nossas ruas, dominadas por ectoplasmas em busca da felicidade imediata, que uma garrafa pode dar, ou pelo enganoso brilho que as drogas fornecem, nas antessalas da morte, do suicídio e do assassinato.

Róger nos deixou justamente nesta fase do ano entre Natal e Ano Novo, quando as pessoas normais gostam de se abraçar, de confraternizar, de viver as alegrias genuínas dos convívios afetivos e amistosos, de celebrar as boas e honestas conquistas do ano que finda, numa fase em que as famílias festejam os avanços e as melhorias, construídas e conquistadas.

Róger se foi para seu descanso eterno, para seu repouso permanente, para além de uma fronteira invisível e tênue, como é o limite entre a vida e a morte.
Todos os que o amavam, respeitavam, admiravam, valorizavam seu convívio, enalteciam seus bons exemplos, ficam mais sós e tristes, tomados por uma nostalgia infinita, por um olhar perdido, que reflete a dúvida existencial: por que morrem as pessoas boas, quais as razões de uma morte como a de Róger, que era um bom, um cara bacana, um ser do bem, que apenas queria se exercitar e respirar um ar saudável e apreciar as belezas desta Ilha?

Não entendemos nem aceitamos os desígnios de sua morte. Róger nos foi surrupiado por mãos assassinas, por um alienado bêbado e drogado, que usou seu carro como uma arma mortífera, dirigindo por uma estrada estadual, que deveria estar protegida e segura, por presença de efetivos governamentais, ausentes, insuficientes e desaparelhados.

Róger não pode ser simplesmente mais uma bicicleta fantasma, uma bike pintada de branco, pendurada em um poste nas proximidades de onde foi morto.
Que sua estúpida execução, que sua ausência injustificada, que sua morte precoce e despropositada seja sempre lembrada por todos.

Que não deixemos cair em esquecimento essa tragédia. Tragédia causada pelo autor de sua morte, mas também por omissão de governantes, por conveniência de obras mal feitas e sem a mínima preocupação com a segurança de quem por elas transita.

Se estradas podem ser bem construídas e sinalizadas, quais os motivos de algumas estarem abandonadas, sem os equipamentos e sinalizações necessárias, como a SC-401, a rodovia estadual de maior tráfego em SC, mas que, desde a sua “duplicação” nunca devidamente terminada ou dentro de parâmetros técnicos aceitáveis, ainda aguarda uma atenção do Governo do Estado, que já fez obras posteriores melhores e mais bem configuradas, mas que continua tratando essa via como um eixo viário de segunda categoria?


Não esquecer de Roger e de sua morte trágica, por causas eminentemente estúpidas, é uma obrigação da cidadania desta capital e deste estado, que tem obrigação de cobrar de forma contundente e permanente, mais respeito à vida e melhores condições a quem trafega pelas estradas públicas e de todos.