quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

ELIANE

Homenagem à minha irmã Eliane, falecida em 20.12.2007


A vida humana é como uma folha de papel.
Leve, solta e frágil.
A qualquer momento ela pode ser levada pelo sopro da eternidade.
A existência é o que fica registrado na folha.
Nossa amada Eliane preencheu todos os espaços.
Ela teceu redes humanas, unindo seus pontos pela generosidade e solidariedade.
Com humildade, simplicidade e anonimato apoiou pessoas, ajudou entidades, viabilizou vidas.
Não teve filhos, mas foi mãe de muitos.
De tudo que teve, nada guardou para si.
Tinha sensibilidade para perceber diferenças e destacar individualidades.
Entendia crianças e estimulava seus sonhos.
Convivia com jovens e apoiava suas jornadas.
Repetindo Mário Quintana:

" ela era branca como a neve,

mas tinha a alma furta-cor "


Danilo Cunha - em 26.12.2007

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

NATAL 2007

SEMEAR



A vida é uma constante semeadura.

Temos que semear sempre . A única certeza que podemos ter, entre

tantas dúvidas que a vida nos oferece, é que precisamos semear e

semear .

Só colheremos se semearmos, porém nem sempre que semearmos

iremos colher.

Temos que semear o amor, a solidariedade, a igualdade, a justiça,

a inclusão, a paz, a oportunidade, o respeito, a lealdade, a humil-

dade, a simplicidade.

Que todos nós tenhamos sempre a oportunidade de semear !

Que o próximo ano seja um período fértil para que possamos semear

a esperança e a felicidade e que elas frutifiquem e possam ser colhidas

por todas as pessoas .

Com amor

Danilo Cunha e Família
Dezembro de 2007

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Mensagem para o Escritor Amilcar Neves

Crônica e livros - em 07.11.2007

Prezado amigo Amilcar

Li tua crônica de hoje no DC e te parabenizo por ela.
Como dizes, temos formas muito baratas e eficazes de promover a literatura de SC.
Quando estive à frente da Embratel em SC, além de lançar o Espaço Cultural, como forma de apoiar e estimular as manifestações artìsticas de nossa gente, desenvolvemos o programa "O Livro na Escola".
Como as editoras acumulavam muitos volumes de bons livros de autores catarinenses, nosso projeto visava exatamente aquilo que relatas em teu texto: adquirir vários exemplares a preços baixos, distribuí-los gratuitamente nas escolas e bibliotecas municipais levando, posteriormente, o autor para encontros com os alunos e professores e debates com a comunidade escolar.
Lamentavelmente, esse programa, assim como todos os outros na área social que tinhamos implantado ( O Mocotó-Net (uma brincadeira de palavras), que visava capacitar crianças e adolescentes para a informática e internet, O Mocotó-Cor, que contava com o apoio de arquitetos e dsigners, iria colorir e pintar as casas do morro, pelas crianças da comunidade,criando um arcoiris urbano, visando a beleza da inclusão e a inclusão da beleza, teria apoio das lojas de venda de tintas, e vários outros pensados há mais de 10 anos..) foram descontinuados pelos investidores, após o processo de privatização. É uma pena, pois não utilizávamos verbas públicas, tudo que fizemos foi suportado por pequenas verbas sócio-culturais próprias da empresa, nossa equipe cultural não tinha mais do que cinco pessoas (dedicadas, sonhadoras e muito esforçadas) e conseguimos erigir vários programas em todo o estado.
É lamentável constatar que logo após a privatização todas as atividades que te relatei foram desativadas.
Nosso centro de treinamento, que recebia pessoas de todo o Brasil, o Espaço Cultural, que tanto promoveu nossos
artistas, bem como as coleções de fotos e as obras adquiridas de artistas locais foram desmontados e os espaços estão
vazios, frios e tristes.
Que pena ! Nossa atualidade tão bruta, tão agressiva, tão violenta, as pessoas necessitando tanto de paz, de convívio, de delicadeza e do romantismo que a arte nos propicia e nos damos ao luxo de descontinuar espaços de observação e suavidade.
Essa, talvez, seja a grande característica da atividade artística, a de podermos transgredir sem agredir, sem violentar, sem desrespeitar, pois o espaço de criação é onde podemos jogar toda a nossa subjetividade, nossos sonhos, nossas concepções e no qual obteremos a contemplação, a aceitação ou não, a concordância ou a negação de nossas idéias, mas , jamais, geraremos a morte, a anulação física do outro, a morte de um semelhante ou a prevalência da força.
Talvez esse fosse o novo filme necessário em nossa sociedade.
Não uma "Tropa de elite" para reprimir os pobres, miseráveis,periféricos e apartados dos confortos dessa sociedade fria e estúpida que está surgindo e destruindo nossas cidades e nosso ambiente natural, mas uma "Tropa para a elite", um movimento que assuma a função de levar sensibilidade e respeito pela alteridade, noção de solidariedade e preservação da vida.
Não há dúvida que tua mensagem de hoje me despertou recordações e sensibilidades, mas reparto contigo este momento atual que reúne dor e a esperança de que possamos retomar nossa caminhada humanista e que consigamos incitar novas levas de dirigentes, públicos e privados, que não só pensem, ou por não conseguirem pensar, em suas próprias visceras, ou com elas, e que um novo renascimento nos brinde com a suavidade da música, a profundiade da pintura, a mundialidade da escrita e o romantismo de todas as formas de pensar o sonho de um mundo melhor.

Com carinho e admiração

Danilo Cunha

domingo, 4 de novembro de 2007

Desirée, que tinha 28 anos

Desirée, mãe, advogada, patrulheira, morreu hoje ...

Desirée deu sua vida, para tentar salvar outra vida, que já não tinha mais vida ...

Desirée perdeu sua vida, por causa de outra vida, que continua vivendo...

sem consciência da vida que tem ...

Desirée, mãe, heroína, deixa uma pequena vida ...

Desirée, mãe, exemplo de vida para as vidas que ficam ...




( Homenagem à jovem mãe Desirée, policial da PRF, que morreu em acidente ao capotar viatura de serviço, tentando salvar criança, que já estava morta. Ao dirigir-se ao hospital seu veículo saiu da estrada quando ia ultrapassar moto, cujo condutor não lhe deu passagem, mesmo com a sirene ligada . Desirée deixou órfã uma menina.)

Projeto " Escola para a Cidadania Ativa ", uma idéia para 2008

-Controle social e solidariedade-


A Escola se destinará à preparação, à capacitação de pessoas que pretendam exercer sua cidadania plena, em uma sociedade democrática e na qual a ética seja uma linha de respeito pelos espaços privados e coletivos.
Temos como objetivo o compromisso radical com o respeito aos direitos humanos e com a democracia participativa, que resgata a participação direta, necessária e essencial na construção do desenvolvimento local sustentável.
A valorização do conhecimento e da ampla discussão, com debate,que será estimulado em todas as aulas, visa reconhecer e trabalhar a gestão de conflitos como ferramenta de desenvolvimento humano e social.
O conflito é inerente à natureza e evolução humanas e precisa ser visto com naturalidade.
A visão de mundo, e de país ,é um componente da programação temática que leva o aluno por uma viagem de reconhecimento dessas realidades, para que ele se posicione e reposicione diante das molduras macroexistenciais de sua vida e de seu tempo.
Mas o ponto mais importante, mais forte, mais focado, é a realidade do local, da vida diária das pessoas, para que todos possamos ter consciência do que pode e deve ser mudado e melhorado, para construir mais qualidade de vida.
Associando o conceito de democracia participativa ao já consagrado conceito de democracia representativa, queremos colaborar na retomada da construção do local, da cidade atual, com todas as sua relações com o mundo, mas com prioridade para a sensibilidade de perceber nossa rua, nossos vizinhos e como podemos construir as novas redes sociais de colaboração e solidariedade.
Outro aspecto fundamental na programação da Escola de Cidadania Ativa, é a análise sobre as instâncias de poder e sua profunda dissecação, para demonstrar à sociedade que todos os poderes, públicos e ou privados , devem servir ao avanço social.
O poder, em todas as dimensões, precisa ser visto e assimilado pela sociedade e suas lideranças, como uma alavanca para as mudanças, como um degrau de transformações positivas, que visem o bem comum, coerentes com a visão republicana da transparência, da impessoalidade e da construção de espaços coletivos pelo convívio e crescimento.
Se tivéssemos que resumir a Missão da nossa Escola, poderiamos dizer que ela se constitui em compromisso permanente com o respeito ao ordenamento legal pactuado com a sociedade, à existência do Estado necessário e democrático, mediador e ordenador da conduta de pessoas e instituições, com a participação humana acatada e respeitada, num ecosistema preservado como fonte de vida e de manutenção da vida, em constante evolução.

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

O Nobel da Paz e o senhor da guerra

O Nobel da Paz e o senhor da guerra

Al Gore foi vice-presidente dos Estados Unidos, quando da eleição e reeleição de Bill Clinton.
Candidatou-se como adversário de George Bush e foi derrotado por esquemas de poder até hoje não devidamente elucidados.
Eleitores foram inabilitados para o voto, uma diferença numérica que garantia sua eleição foi negada pelas instâncias judiciais e seu oponente republicano foi levado à Casa Branca para dois períodos à frente da maior economia mundial e da maior máquina de guerra que nossa história já teve.
Al Gore dedicou seu tempo, sua experiência e suas esperanças para uma atividade essencial em nosso momento presente: a questão do aquecimento global.
Graças a seu trabalho a atitude de descaso dos Estados Unidos com o tratado de Kyoto veio à tona e o mundo descobriu, horrorizado,que a glamurosa vida americana e o american way of life, estavam colaborando de forma pouco alegre e colorida para a destruição do equilibrio ambiental mundial.
Suas pesquisas foram transformadas em palestras, que viraram filme e que se transformou em sucesso de bilheteria . Além disso, foi premiado com um Oscar e recebeu consagração
global ao receber o Prêmio Nobel da Paz, juntamente com um Comitê da Onu para o clima.
Como estará a opinião pública norte americana reagindo com a inevitável comparação que a atual situação lhes permite cotejar?
De um lado pesquisa, informação, conscientização e propostas. De outro,confrontos,guerras,ocupações, tensão, gastos estratosféricos com material bélico, quase 4.000 mortes de jovens americanos e a incerteza quanto ao final da guerra, como um pesadelo que traz de volta os fantasmas do Vietnam..
Com certeza, se houvesse um prêmio mundial para a guerra, sua taça estaria reservada para o senhor Bush e sua equipe de mistificadores e mercadores de destruição e negócios decorrentes.
Alguém consegue lembrar quais as justificativas que o senhor da guerra e seus asseclas elencaram para justificar a violência? Alguém consegue lembrar que uma das tantas acusações, além da mentira das armas químicas e de destruição em massa, era que o regime Iraquiano vinha atacando os Curdos, uma etnia que tinha sua base territorial junto à fronteira com a Turquia ?
Pois bem, nos últimos dias a imprensa internacional tem noticiado que os Estados Unidos vão apoiar uma ação armada da Turquia, justamente sabem contra quem ? exatamente contra os Curdos !!!
A sociedade americana já deve ter chegado às suas conclusões sobre quais as posições políticas e eleitorais que irá seguir nas próximas eleições .
O mundo, com certeza, deverá continuar preferindo as verdades inconvenientes de Al Gore às mentiras muito convenientes do senhor da guerra.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Mulher - por um mundo melhor

em 19.06.2002.



Amo todas as mulheres através das mulheres que amo.
Minha mulher, minha filha, minha mãe , minhas irmãs e minhas amigas.
Por conhecê-las muito bem , por admirá-las por serem o que são e por serem
mulheres, são o que todas as mulheres são.

Penso que é chegado o tempo de se escrever uma nova história
da evolução humana.

-A Deusa Natura, encantada com a criação de tanta beleza no mundo que
nascia, criou um ser especial para proteger e manter as árvores, os pássaros
os rios , os lagos, os mares , as montanhas, dando-lhe o nome Mulher.
Olhando os elementos criados, deu-lhe a profundidade do mar, a suavidade
da brisa, a leveza dos pássaros, a resistência das árvores, a paz dos lagos e a
grandeza das montanhas.

O Deus Sol, que até então reinava para tudo, enciumado com tanto acerto
da Deusa Natura, decidiu com ela concorrer e criou outro ser para tentar
continuar sendo o Rei absoluto.

Na pressa de se aproximar da outra criação gerou várias imperfeições e, até
hoje, a criatura corre sem parar, vive se comparando
com a Mulher, pensa que sua força é superior e não entende a relação
entre eles.

Houve tempo em que a Deusa Natura orientou a criatura Mulher para que
se aproximasse do filho do Deus Sol, para que ele compreendesse que
juntos poderiam construir a vida feliz no novo mundo e que ela estava
disposta a lhe passar sua história e experiência .

O Homem,orgulhoso como o grande Pai Sol nada ouviu, nada aceitou
e vociferou:

-Vou fazer o mundo melhor, mais inteligente, mais produtivo e vencerá
nele quem for mais perspicaz, mais sagaz, mais esperto, mais rápido e
mais forte.

Fez as guerras, destruiu a natureza, gerou a tristeza,a ambição desmedida,
criou a injustiça, a lei do mais forte, desprezou a inteligência e a ternura
e implantou a solidão.

Agora, o mundo retorna para a mão da Mulher para tentar melhorá-lo,
resgatando os aspectos que a Deusa Natura concedeu à sua criatura.

Surge,também, um movimento entre os homens, que querem, juntos com
a mulher, reconstruir o mundo, as relações entre eles e o futuro feliz
das novas gerações.
Esse movimento lançou o seguinte manifesto:

-POR QUE QUERO SER MULHER

CANSEI

Cansei da brutalidade
Quero a sensibilidade
Cansei do egoísmo
Quero a solidariedade
Cansei da solidão
Preciso do convívio
Cansei da violência
Necessito a tolerância
Cansei da imposição
Preciso da interação
Cansei da mentira
Quero a verdade
Cansei do poder
Preciso do ser
Cansei da dor
Quero o amor
Cansei da morte
Quero a vida

CHEGA

Chega de guerra
Precisamos da paz
Chega de ódio
Precisamos de ternura
Chega de agressão
Queremos carinho
Chega de distância
Queremos o abraço
Chega de ordens
Queremos orientação
Chega da pressa
Queremos tempo
Chega de imediatismo
Precisamos sabedoria
Chega de medo
Queremos apoio
Chega do presente
Queremos sonhar
Chega de passado
Precisamos de futuro
Chega de corpo
Urge a alma

PARA VOCÊS

A vocês mulheres, seres especiais,

que nos deram a vida e nos oferecem o futuro

A vocês mulheres, que nos passam sabedoria, com carinho e tolerância

A vocês mulheres, que nos permitem o amor

A vocês mulheres, que nos tiram o medo e nos fazem sonhar

A vocês mulheres, que nos protegem com ternura

A vocês mulheres, que nos ensinam pelo exemplo

A vocês mulheres, que nos lideram pela competência

A vocês mulheres, seres múltiplos de um corpo só e de várias jornadas
num único tempo

A vocês mulheres a nossa homenagem,
o nosso reconhecimento, nosso segredo e nosso pedido:

Queremos ser mulher !

Nos ensinem a ser mulher

Queremos nosso lado mulher

Porque queremos a vida

Porque queremos o sonho

Porque precisamos do amor

Porque precisamos de um mundo Melhor,

queremos um mundo MULHER !

(Dedicado às Mulheres e aos Homens que querem um Mundo Melhor

Futuro da Cidade

Convite Para 2035

A Diretoria do Lagoa Iate Clube , tem a honra de convidar todos os sócios e familiares , para a grande festa de 66 anos de nosso LIC, que será realizada em 17 de maio de 2035.
Acharam estranho o convite ? Pensam que a Diretoria enlouqueceu ou que o Presidente Capella pretende se
eternizar como dirigente do clube? Não. Nenhuma dessas opções é procedente.Na verdade o que queremos com essa provocação é fazer um exercício de futurologia, para tentar antever como estará nossa cidade e sua qualidade de vida e como nosso Lic pode influir no desenvolvimento de Florianópolis ou ser atingido por ele.
Em 1969 , quando o Clube foi fundado, nossa cidade era bastante tranqüila,não se conhecia a palavra poluição, degradação ambiental era coisa de Cubatão(SP), e especulação imobiliária era um mal que atingia o Rio de Janeiro.
Poucos anos depois, nossa cidade começou a sofrer uma invasão silenciosa , nos afastaram do mar , demoliram oMiramar (um dos maiores símbolos da Florianópolis tranquila) e projetaram prédios de 25 andares no aterro da via expressa sul. Nosso parque do aterro , projetado por Burle Marx para o convívio e a recreação dos habitantes da cidade, foi transformado em estacionamento de ônibus, estação de esgotos , feira , construções outras , que criaram um verdadeiro muro entre o florianopolitano e seu mar ,que ele sempre tanto amou. O crescimento aleatório , nem sempre comandado por interesses legítimos e necessários à nossa cidade , tem gerado agressões ao nosso modo de vida e mutilações em nossa paisagem , que assustam e colocam em risco nossa identidade e nossa
imagem. Em 2035, se mantidas as taxas atuais de crescimento, a grande Florianópolis estará com uma população de mais de um milhão de habitantes . Exatamente !!! Estaremos do tamanho do que hoje são Porto Alegre ou Curitiba e maiores do que é Campinas,pois o processo de conurbação é real e crescente. Quando olhamos esses dados frios, nos assustamos e verificamos que , em pouco tempo poderemos perder nossa paz , nossa qualidade de vida e nos separarmos de nossas boas tradições, manifestações culturais e modo de viver. Quando olhamos esses dados frios, vemos que corremos o risco de nos tornar estranhos em nossa própria terra e de , talvez, termos que mudar para outra cidade mais amena e mais segura, como fizeram muitos dos que para aqui vieram nos últimos anos. Em 1969, a Lagoa da Conceição, nosso mais precioso patrimônio, tão importante para o Lic ,que ele só existe porque existe uma Lagoa, era uma área preservada,limpa, tranqüila e motivo de orgulho para nossos cidadãos. Cantada e homenageada por nosso poeta inesquecível, na musica que se transformou num verdadeiro hino para Florianópolis, a Lagoa tem sofrido muito com a expansão e ocupação desordenadas e desproporcionais. Temos uma população de 36.000 pessoas e uma estrutura de tratamento de esgotos
para somente 4.000 habitantes. Seu uso por embarcações motorizadas de alta velocidade, além de colocar em
risco a vida dos banhistas, afeta seu equilíbrio químico e biológico de forma preocupante. Festejamos 33 anos de vida e temos a obrigação de projetar nosso futuro para , no
mínimo, mais 33 anos. Como estaremos nós em 2035 ? Como estará a cidade em que vivemos ? Como estará a Lagoa da Conceição ? Como estará o LIC ? É importante refletirmos sobre qual herança deixaremos para nossos filhos e netos.
O futuro já começou e o hoje já é parte do amanhã. Pensamos que todos os sócios , além de acompanhar a vida administrativa do clube, têm obrigação moral e cidadã de fiscalizar o desenvolvimento de sua cidade. O corpo associativo do Lic, é uma parcela significativa da população de Florianópolis. Se todos nós mantivermos uma atitude vigilante e consciente, dificilmente sofreremos grandes e irreversíveis mutações. Queremos , em maio de 2035, poder enviar um convite que se iniciaria assim:

-“Temos o prazer de convidar VS e família para que venha festejar os 66 anos do nosso Lic , junto às margens da Lagoa da Conceição, neste que foi escolhido como o símbolo de preservação ambiental e paisagístico , entre todos os
clubes do Brasil. Festejaremos, também, o tombamento pela ONU, da Lagoa da Conceição como patrimônio cultural e ambiental da humanidade.”- Não gostaríamos, e cremos que nenhum de vocês concordaria , com uma situação que nos obrigasse a enviar o seguinte convite em 2035:

-“Convidamos VS e familia para os festejos dos 66 anos do Centro de Lazer
Programado( ex LIC). Teremos dois bailes nos dia 16 e 17 , para que todos os sócios possam vir,uma vez que o rodízio de automóveis, por placas pares e ímpares, deve ser cumprido à risca, tendo em vista os elevados índices de poluição atmosférica verificados nos últimos dias. O heliporto construído na cobertura do 32 andar poderá ser utilizado, desde
que reservado ou programado, previamente. Haverá telões interativos em todos os ambientes, de forma que os que não puderem vir, poderão apreciar e participar de forma virtual, através das redes
de altíssima velocidade. Os andares reservados ao tênis e futebol, poderão ser utilizados como alojamento pelos presentes, caso ocorra toque de recolher em função das ganguesque ocupam as vias públicas durante a madrugada.
Não haverá falta de espaço para estacionamento,pois a área aterrada da ex Lagoa da Conceição, permitirá receber alguns milhares de veículos......” -
É, sem dúvida, uma antevisão sufocante e aterradora!!! O passado nos trouxe até hoje , 17 de maio de 2002. O que estamos fazendo no presente para que a primeira opção seja a nossa realidade em 2035 ?
Esta reflexão é para convidar a todos os sócios e pessoas que apreciam o tipo de vida que aqui temos, para que se unam e comecem , neste momento, a desenhar as determinantes que construirão nosso futuro, bem como que se engajem na manutenção e sobrevivência de nosso LIC como símbolo de uma vida saudável e de um ambiente solidário , no qual os seres humanos possam realizar seus sonhos junto a uma natureza respeitada e abundante, numa cidade que mantenha sua dignidade e a de seus cidadãos. Queremos homenagear nossa Rainha que nos representou no último ano, saudar a nova Rainha que nos guiará no próximo período e propor a todos os presentes, que as escolhamos como símbolos da renovação e do futuro bonito e saudável que vamos construir em nossa Florianópolis como herança que deixaremos para as gerações futuras. Que nosso Lagoa Iate Clube possa festejar , em 2035 , sua condição do melhor,
mais bonito e saudável clube do Brasil , às margens da única Lagoa da Conceição que o mundo conhece e reconhece.
Muito obrigado e parabéns pelo futuro que todos nós estamos começando a construir neste momento.

Danilo Aronovich Cunha
-Vice Presidente do Lagoa Iate Clube -Em maio de 2002.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Danilo Cunha : uma apresentação detalhada

Danilo Aronovich Cunha

Palestrante e Consultor
-Desenvolvimento Humano e Gestão

-Experiência :
-Gestão de empresas e entidades da área de tecnologia :
Presidente da Empresa Sapiens Parque S.A – 2004/2005
Presidente do CIASC-Centro de Informática e Automação de SC- 1987/1990
Gerente Geral da Embratel de SC – 1996/1998
Diretor da SUCESU-SC Sociedade de Usuários de Informática e Telecomunicações/SC – 1984/1988

-Gestão Pública :
Secretário de Estado-Chefe da Casa Civil – 2003/2004
Secretário de Estado de Coordenação Geral e Planejamento – 1990/1991
Coodenador de Planejamento da AGRECO-ASSOC. DOS AGRICULTORES ECOLÓGICOS DA SERRA GERAL 1991-2008
Presidente da Comissão Estadual de Informática-Coinf – 1987/1991
Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE/SC (Ceag) – 1990/1991
Oresidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento de Emergências Ambientais e Desastres Naturais do Estado de SC – 2003/2004
Secretário de Governo da Prefeitura Municipal de Florianópolis- 2007

-Gestão Associativa :
Diretor Financeiro da Acif-Associação Comercial e Industrial de Florianópolis – 1999/2001
Membro do Conselho Superior da ACIF – 1996/2002

-Desenvolvimento :
Gerente Geral do Escritório das Nações Unidas ONU/PNUD em SC –2004/2006
Consultor da ONU/PNUD para o Projeto Meu Lugar-Descentralização – 2004/2005/2006

-Educação :
Educador e Dirigente da Escola de Governo e Cidadania-UDESC/ALESC – 1996/2007
Educador e Fundador da Escola Permanente de Formação Política-Fundação Ulysses Guimarães de SC – 1999/2004
Educador e Fundador da Escola de Cidadania de Biguaçu –Ciclo de Palestras para Lideranças Comunitárias - 2001
Membro Efetivo Eleito para Elaboração do Novo Plano Estadual de Educação de SC – 1984
Palestrante em Seminários sobre Política, Política Partidária e Políticas Públicas- 2006/2007

-Cultura :
Fundador e Gestor do Espaço Cultural Embratel – 1996/1998
Membro do Conselho Estadual de Cultura-2003/2004


-Homenagens recebidas :
-Medalha do Mérito Cultural CRUZ E SOUSA, por apoio à Produção Cultural- Outorgada pelo Conselho Estadual de Cultura-CEC, no ano de 1998
-Medalha de Honra ao Mérito do Município de Santa Rosa de Lima, por apoio aos projetos culturais e econômicos e realização da Primeira Festa Típica-Gemusefest- 1991
-Medalha de Honra ao Mérito do Município de Santa Rosa de Lima- 2000
-Placa de Homenagem da Prefeitura Municipal de São Bonifácio, por apoio à pavimentação da Rua da Criança
-Placa de Reconhecimento e Homenagem dos Procuradores e Funcionários da Procuradoria Geral junto ao Tribunal de Contas de Santa Catarina
-Placa Prêmio “Liderança Destacada em Atividades de Segurança Empresarial" da Embratel
-Placa de Homenagem e Reconhecimento por 20 anos de serviços prestados à Embratel
-Placa de Reconhecimento e Gratidão por 29 anos de serviços prestados à Embratel no Rio Grande do Sul e Santa Catarina
-Placa de Homenagem como Paraninfo da Turma 1998 de Formandos da Escola e Cidadania-UDESC/ALESC
-Homenagem da ACIASC-Associação dos Funcionários do Centro de Informática e Automação de Santa Catarina pelos três anos de Gestão na Presidência
-Medalha de Homenagem da Organização dos Jogos Abertos de Santa Catarina
-Título de Sócio Benemérito da APAE de Santa Catarina, por apoio às atividades de assistência e inclusão social
-Título de Sócio Honorário do PX Clube de Santa Catarina, por apoio às atividades de salvamento e resgates em situações de emergência
-Título de Honra ao Mérito “ Cidadão Amigo de União do Oeste “ concedido pelo Município de União do Oeste,
-Homenagem da União das Associações de Moradores de Biguaçu-UAMB, por apoio à implantação de Escola de Formação de Cidadania-Ciclo de Palestras em Políticas Públicas e Cidadania
-Medalha de Amigo da Polícia Militar de Santa Catarina-PMSC, por atividades de apoio e desenvolvimento de informatização e modernização dos Centros de Atendimento-COPOM
-Medalha de Membro Honorário da Força Aérea Brasileira-FAB, recebida como membro da ABAF- Associação Dos Amigos da Base Aérea de Florianópolis

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Plano Diretor Participativo- A Cidade de todos e para todos

Uma cidade é fruto de uma intencionalidade coletiva. Sua história determina uma cultura, que gera uma identidade e que leva a um conjunto de vocações. Pactos coletivos são construídos pelos cidadãos ao longo de suas vidas, gerando um conjunto de valores e objetivos comuns, que se refletem sobre a parte fisica e funcional das cidades. Os pactos podem ser explícitos ou tácitos e refletem, nas obras e espaços coletivos, as construções e elaborações teórico-práticas da coletividade. Nossa capital teve suas primeiras definições formuladas pela corte portuguesa, emanadas diretamente de Portugal, com preocupações primordialmente militares e de ocupação de território. Um conjunto de individualidades determinaram a centralidade do núcleo urbano, sem demarcação coletiva ou setorização da cidade. A atividade comercial, o mercado público, a alfândega, a localização das entidades ligadas ao poder central e seus equivalentes locais foram determinantes de um crescimento aleatório, comandado por interesses difusos. Esse modelo seguiu o padrão da nação brasileira, que teve seus primórdios de estado formulados verticalmente, de cima para baixo, pela corte portuguesa. O Estado Nacional foi implantado apesar de uma sociedade que nele pudesse existir e que não chegou a se manifestar sobre a sua conformação. Esse modelo foi fruto de uma história autoritária e centralizadora, que ainda produz seus frutos no Brasil atual, quando constatamos a concentrada e superada pirâmide arrecadatória, que coloca no governo federal a maior parte dos impostos pagos pelos cidadãos, quando as cidades é que precisariam contar com os recursos financeiros para melhorar a vida das pessoas. Essa dissociação entre o processo político e administrativo e a sociedade civil levou a uma concentração de poder nas mãos do estado brasileiro, gerando uma atitude de adesão aos governos em detrimento da escolha, que caracteriza a cidadania autônoma e independente. Em Florianópolis constatamos a grande distância entre o que teria sido o primeiro plano diretor, enviado de Portugal em 1748 para ser aplicado aqui sob o ponto de vista militar e do poder administrativo daquele país, e a construção da ponte Hercílio Luz-década de 1920- primeira expressão de uma demanda coletiva da cidadania da capital, que necessitava de integração com o continente. De lá para cá vários foram os planos e planejamentos urbanos, todos seguindo a visão tecnocrática de governos ou instâncias governamentais, mas todos com a completa distância e omissão em relação à participação e deliberação coletivas. Atualmente estamos vivenciando o primeiro plano diretor, efetivamente, participativo de nossa história. O PDP tem a virtude de estar conscientizando e capacitando toda a cidadania para estimulá-la a ser parte de sua construção , por meio de um processo transparente
e motivador. Todas as entidades associativas e representativas podem e devem se apropriar das informações e do conhecimento que os seminários e eventos de discussão e capacitação estão disponibilizando para os cidadãos. O comando do Ipuf na pessoa do Dr. Ildo Rosa se envolve pessoalmente na cordenação das atividades, dialogando numa linguagem franca e direta, dando um exemplo de atuação democrática e construtiva. A Prefeitura Municipal está sendo parceira da cidadania ao oferecer um elenco de eventos, em todas as comunidades, que visam enriquecer as deliberações sobre a cidade do futuro, garantindo que as pessoas transformem em projetos e realidade os seus sonhos mais acalentados de uma cidade feliz, na qual se possa garantir a qualidade de vida e uma perspectiva decente e digna para as próximas gerações. Essa ação é essencial para o futuro, mas para isso a participação de todos tem que ser verdadeira e intensa. Os cidadãos devem abandonar o conformismo de aguardar que as determinações sobre a expansão e crescimento de sua cidade continuem partindo da câmara municipal ou somente de estudos técnicos de escalões tecno-burocráticos da prefeitura. Nossa atualidade demonstra que a ação de interesses privados pontuais e focados em ganhos pessoais e empresariais não ajuda a cidade a se qualificar nem aproveita toda a potencialidade de uma região beneficiada pela beleza natural e rica em patrimônio ambiental. A deliberação coletiva deve partir das associações de moradores e de todos os habitantes, agregando etapa forte e definida de uma democracia participativa ao processo representativo que tivemos até aqui. Todas as sociedades tidas hoje como desenvolvidas e que apresentam excelentes resultados econômicos e índices avançados de qualidade de vida mostram pirâmides sociais, arrecadatórias e de participação bem diferentes das nossas. Elas demonstram que a democracia precisa de estado e que estado moderno e pujante é feito pela participação e pelo controle social, que determinam economias fortes, empreendedoras e reguladas pela cidadania. E esses dois elementos, hoje, podem ser exercidos e devem ser praticados pela população de Florianópolis. O momento é de participação e construção. Nosso futuro como cidade, com meio ambiente preservado e saudável depende de nós e da capacidade que tivermos em formular, definir e construir a cidade do futuro, a cidade de nossos sonhos. Uma cidade de todos e para todos.

terça-feira, 5 de junho de 2007

Dia Mundial do Meio Ambiente - Reflita e faça refletir

-Sustentabilidade-
-a vida e a preservação da vida-


Pela primeira vez na história da humanidade o ser humano corre o risco de desaparecimento da raça humana , causado por ele mesmo. Um sistema industrial/produtivo voraz e pouco comprometido com a preservação de nossa cidade Terra , nos coloca diante de um dramático dilema.
Ou mudamos a rota de nosso modelo extrativista intensivo ou teremos que enfrentar
ameaçadoras situações de catástrofes na natureza , geradas por um consumo exacerbado e predatório.No mundo todo assistimos a várias tentativas de organizações e de pessoas , que um pouco mais sensibilizadas por seu conhecimento e consciência sobre o tema, promovem eventos,palestras e filmes , com o firme propósito de acordar sociedades e governantes. O aspecto aquecimento global é uma expressão que a todos tem assustado , pois deixou de ser uma simples ameaça de cientistas e ambientalistas para se constituir em tragédias que não poupam vidas ou patrimônios . Alagamentos , deslizamentos , soterramentos , enchentes , ventos em velocidades muito acima de comportamentos registrados , grandes montanhas de gelo se desprendendo de suas formações , calores atípicos , frios muito rigorosos estão em nossos meios de comunicação , demonstrando que chegamos a uma situação limite , a qual imaginávamos para daqui a muitos anos. Esse panorama mundial , lamentavelmente , recebe grande contribuição brasileira. Nossas emissões de gases veiculares e industriais ainda nos colocam em um patamar tímido na geração de calor, nem por isso menos perigoso. Temos , porém , um fator que nos eleva à uma posição pouco privilegiada entre os cinco maiores causadores do efeito estufa . Estamos queimando , estamos devastando pelo fogo , estamos assistindo um dos maiores crimes ambientais que se poderia imaginar . Estamos como espectadores passivos , como agentes coniventes , como testemunhas cúmplices e silenciosas da destruição da nossa AMAZÔNIA. Essa região maravilhosa , que ainda nem conseguimos decifrar em toda a sua extensão e possibilidades , sofre uma ação contumaz , sistemática , continuada de dizimação de um ambiente que está sendo, simplesmente , colocado como insumo , tratado como ingrediente de ganhos e lucros. Ganhos e lucros que não serão suficientes para estancar toda a ordem de destruição que virá e socializará a desgraça e a morte , atingindo a todos , indiscriminadamente. Além da destruição desse patrimônio estratégico , o Brasil ainda terá que encarar e conviver com o efeito prático , além do absurdo ambiental , que será absorver um êxodo dos 20 milhões de brasileiros que vivem e produzem na região amazônica . Hoje nosso país já se debate com um enorme cerco às grandes cidades , formado pelas periferias empobrecidas e excluídas , frutos de um modelo desigual e injusto. Mas o que mais espanta , o que assusta , o que choca aos cidadãos , é a total banalização e a pouca , ou nenhuma , prioridade que esse assunto tão grave e imediato tem merecido dos nossos governantes e legisladores , em todos os níveis. Lideranças empresariais pouco pesquisam sobre opções urgentes e o “mercado” continua
com sua marcha célere para o precipício que a história nos oferecerá como prêmio a tanta
loucura . Vemos planos de governo , pronunciamentos e promessas de obras , mais recursos sendo alocados neste modelo de desenvolvimento , sem qualquer preocupação evidente daquelas autoridades para ações alternativas e emergenciais .Até parece que estamos vivendo em outro mundo e que o colapso advindo das reações da natureza ao aquecimento mundial não atingirá o Brasil ou que estamos protegidos ,de forma mágica , das conseqüências do desequilíbrio ambiental global. Cada vez se ouve falar mais da “flexibilização” da legislação ambiental , como se fosse possível continuar com um processo de destruição , que poderá vir a representar a nossa extinção . E a situação não está restrita somente ao incêndio da AMAZÔNIA . A questão do lixo e dos dejetos , principalmente urbanos , não tem merecido a devida atenção. Lixões são criados para afastar o olhar dos urbanos do lixo que geram e não tratam. Periferias empobrecidas das cidades se converteram nos “lixões” humanos ,degradando as condições de vida dessas pessoas,retirando a dignidade mínima para viver , gerando o
surgimento das “manchas” de miséria nos mapas urbanos. Novas construções são liberadas , áreas de preservação ocupadas, aterradas e pavimentadas desrespeitando aspectos primários legais e éticos e ocasionando um processo de ocupação territorial pela especulação imobiliária , destruindo paisagens , retirando o verde , nada fazendo para mitigar os impactos destrutivos e, muitas das vezes, irreversíveis. Os esgotos são lançados nos rios, córregos e mares, como se esses cursos e mananciais de água tivessem propriedades depuradoras e fossem devolver as águas imundas e contaminadas, que recebem, de forma límpida para sua reutilização. Grandes massas de venenos matam peixes e todo o tipo de vida aquática , permitindo antever como ficarão nossos corpos em decomposição quando milhões de seres humanos forem atingidos por cataclismas , sem qualquer possibilidade de intervenção , salvação ou mesmo de um enterro digno .
A forma aqui exposta até pode parecer trágica e alarmista .
Mas não é .
É a mais pura verdade.
Temos que sair de nosso trilho suicida , de nossa acomodação alienada , de nossa alienação
acomodada.
O que fazer ? é possível uma mudança ? como participar desse processo como cidadãos que
clamam por suas vidas , suas famílias , pelo futuro da humanidade e desta maravilhosa aventura humana da civilização ?
Hoje a tecnologia nos ajuda . Ela está disponível em nossas casas , em nossos trabalhos ,
em nosso lazer , em tudo , enfim.
Todos os dirigentes empresariais, suas organizações de classe , seus representantes políticos
estão na mídia , tem endereço eletrônico , fax e telefone.
Nossos governantes e legisladores tem suas atividades cobertas por redes públicas e fechadas de rádio e tv , seus gabinetes podem ser acessados pela rede de computadores e
seus nomes e identificações estão ao alcance de todos os cidadãos que com eles quiserem
se comunicar.
Agora é a hora. Não é só no momento da eleição que a comunicação tem que ser interativa.
Faça as suas reclamações . Reclame pela vida , sua , de seus filhos , de seu futuro , de sua
espécie.
Exija medidas inovadores e que preservem nosso meio ambiente.
Não aceite a resposta flácida , a postergação do problema ou a continuidade do que estamos assistindo. Agora a luta é por nossa vida.
Mande e.mail, envie fax, telefone, puxe seus representantes pelo braço e diga-lhes o que pensa . Fale de seus medos, de tudo que você está vendo na televisão , nos jornais do Brasil e de todo o mundo.
Faça um esforço , saia do comodismo , abandone o receio de incomodar as “autoridades” .
É melhor “se incomodar” um pouco agora , é melhor trabalhar um pouco mais nas causas
coletivas , nas questões públicas e de todos .
Caso continuemos nessa rota , caso nada façamos para mudar nosso rumos , a única questão
coletiva que nos restará tratar será a morte e a extinção de nossa sociedade.
Temos uma esperança , mas envolve mudança .
A Terra já nos deu tanto e nos permitiu chegar ao nível onde estamos .
Hoje temos ciência , conhecimento , tecnologia que nos permitem mudar para melhor .
O que não temos mais é tempo . Esse está se esgotando e o pouco que sobra deve ser
empregado a favor da vida , a favor da manutenção da vida.
Faça valer seu direito mais básico , mais elementar , o direito de viver.


Danilo Cunha

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Blog, essa nova mídia em experimentação

Prezados leitores

Este é um espaço novo e em fase de implantação. Sua leitura me honra, sua análise é necessária, sua avaliação muito bem-vinda. Este Blog mostra vários textos e para acessar os mais antigos clique no ícone postagens mais antigas. Ficarei muito feliz em receber suas sugestões pelo e.mail : danilocunha@terra.com.br . Leia, participe, colabore, critique e ajude a melhorar. Sua participação é essencial .
Muito obrigado !

Danilo Cunha

Reciclando a participação

maio/2007
Uma proposta de desenvolvimento participativo


-Proposta para a formação de Território de Desenvolvimento na região compreendida entre o Rio Ratones e a Igreja de São Francisco de Paula
-Proposta de criação de uma Agência de Desenvolvimento para a Região compreendida por Jurerê, Praia do Forte e Daniela.
-Proposta de Compromisso Ético que todas as entidades comunitárias da região de Jurerê,Praia do Forte e Daniela adotem como base para construir um projeto de desenvolvimento integrado.


Discutir, enriquecer, ampliar, aprofundar, ajudar a divulgar entre os seus moradores, proprie-tários, filiados e representados e, após o processo de aprovação, implantá-lo em toda a região abrangida pelas Associações que representam.
Todos os participantes concordam e recomendam aos demais moradores, que o conceito da
região visa preservar e desenvolver, de forma ética e sustentável, nossa comunidade situada dentro de uma cidade e região que devem ser preservadas primordialmente em seu meio am-biente, suas riquezas naturais, como a água e a orla marítima, margens de rios e córregos, ruas, alamedas, vegetação, paisagem e todos os demais elementos do patrimônio natural.
Entende-se como desenvolvimento sustentável o conjunto de agregações, transformações e
atividades que produzam melhorias na qualidade de vida das populações da região de Jurerê, Praia do Forte e Daniela como um todo, agregando valor qualitativo ao conjunto de bens naturais sobre o qual nos encontramos e permitindo atividades de natureza econômica, não poluidoras, privilegiando a geração de trabalho e renda nas comunidades . Elaboração e participação do e no Plano Diretor Participativo,de forma coletiva e defendendo os princípios de qualidade de vida construídos no coletivo das entidades de participação comunitária. Participar de todas as ações que venham a exigir da Câmara de Vereadores da Capital a regulamentação e implantação, em Florianópolis, do Estatuto das Cidades para gerar avanço qualitativo em novas medidas de proteção à cidadania, como a inovação dos estudos de impacto de vizinhança. Que não se permita destruir o meio-ambiente e que ajudem a preservá-lo. Que façam cumprir rigorosamente as leis ambientais, a legislação urbana municipal estadual e federal . Que respeitem a vocação histórica e natural da região no tocante ao turismo,à pesca artesanal, à vida tranqüila e sem qualquer fon-te de poluição ambiental, sonora, visual . Que todas as obras, públicas ou privadas, sejam fiscali-zadas por toda a comunidade e em todas as áreas da região de Jurerê,Praia do Forte e Daniela. Que as associações comunitárias, em conjunto ou isoladamente, controlem e fiscalizem as atividades e competências de responsabilidade do poder público, exigindo que cumpra o seu papel de ordenador coletivo e defesa da cidadania. A região de Jurerê, Forte e Daniela é carac-terizada por sua vocação residencial, turística e serviços e tem várias atividades conexas e decorrentes, como a hotelaria, pousadas, restaurantes, comércio e lazer as quais merecem toda a atenção das associações comunitárias e moradores, para conciliar as atividades comerciais, sem permitir que se agrida, atrofie ou prejudique o padrão de qualidade de vida e convivência esta-belecido pelos moradores e suas associações comunitárias. Um ponto importante a destacar , é o compromisso de todos os moradores e entidades comunitárias da região com os princípios de preservação da área e de seu conceito, região de atividades limpas e preservação, livre de iniciativas e eventos que possam colocar em risco a qualidade de vida e a tranqüilidade de seus moradores. Esse conceito incorpora uma ação ética coerente , que deverá nortear todas as atividades das entidades comunitárias da região, não permitindo empreendimentos e ações que concorram e/ou possam diminuir ou destruir o modelo. Mesmo que algum procedimento , por qualquer motivo , não esteja explícito nos regulamentos ou neste pacto ético e que o mesmo possa vir a causar danos ou qualquer tipo de agressão, desestabilização ou desequilíbrio ao mo-delo/conceito da região e cidade onde se situa , o mesmo será considerado irregular e em desa-cordo com a natureza desta região. .


Região,território e desenvolvimento – alguns conceitos

O processo de desenvolvimento legítimo é resultado do respeito à formação histórica, cultural e ambiental da região.A evolução(história, cultura, identidade, vocação) é a base para a construção ou para a retomada de um ciclo legítimo de desenvolvimento. Desenvolver é transformar sonhos em realidade, atendendo as limitações e as características ambientais e humanas e visando um estado geral de felicidade das pessoas. O desenvolvimento adequado de uma região e a criação de um território de desenvolvimento, que atenda as aspirações das redes humanas que operam na região, será melhor e mais bem concebido se planejado e executado dentro de um modelo misto que reúna instrumentos de representação e participação. A região de Jurerê, Praia do Forte e Daniela compreende as praias de Jurerê Tradicional, Jurerê Internacional, Loteamento Praia do Forte, Praia do Forte e Praia de Daniela.O conceito de região engloba todo o patrimônio natural. A região é entendida para fins de desenvolvimento como a área compreendida entre o rio Ratones, ao sul, e a Igreja de São Francisco de Paula, ao norte. Desenvolvimento é o estágio em que todos os moradores da região se beneficiam dos avanços construídos e das conquistas auferidas na melhoria das condições ambientais. Desenvolvimento está diretamente ligado ao conceito de bem-estar da população, de cumprimento por todos do conjunto de leis e do respeito à história, cultura e vocação da região. Nossa região tem uma história, que gerou uma cultura, que gerou uma identidade, que gerou uma vocação. Desenvolvimento é potencializar a vocação local, agregando qualidade aos elementos históricos herdados.Desenvolvimento está ligado às pessoas que habitam uma região. Região desenvolvida diz respeito ao nível geral de felicidade das pessoas. Desenvolvimento se constrói sobre a história, cultura, identidade e vocação da região. Desenvolvimento é o conjunto de estágios de melhoria da qualidade de vida e as transformações decorrentes. Entende-se por território o conjunto de redes formadas entre as pessoas, suas iniciativas, atividades desenvolvidas, resultados alcançados e a apropriação dos resultados econômicos para realimentar o processo de desenvolvimento comprometido com a região e sua história. Forma território uma história comum, metas consensuais de desenvolvi-mento, construção coletiva de conceitos, participação na discussão e destino da região. Forma território a identidade entre os agentes que nele vivem e atuam, em todos os níveis: humano, cultural, ambiental, político e econômico. Os interesses e motivações pessoais, individuais são de foro íntimo, reservados e protegidos do coletivo, pois são construídos pelas crenças e valores de cada família. O território se configura quando existem objetivos comuns, metas construídas solidariamente, ação permanente de interação (comunicação + informação + participação) entre pessoas e entidades de representação coletiva, agentes econômicos e políticos. Região = aspectos físicos, legais, patrimoniais, humanos e materiais bem configurados. A região se vislumbra num mapa, se entende num desenho. É a parte física de um processo territorial . Região são os limites físicos, os rios, as ruas, etc. Território = aspectos históricos, culturais que identificam pessoas, objetivos comuns e apropriação de resultados de forma coletiva. São as várias dimensões que as pessoas constroem sobre uma região, a partir de suas identidades e vocações.O território englo-ba as riquezas e criações humanas tangíveis e intangíveis.Todo o território está sobre uma re- gião . Nem toda a região forma um território. Território é o solo, a região, as potencialidades, o modelo de desenvolvimento adotado. É a identidade descoberta e expandida sobre o respeito pela história, identidade, cultura e a vocação da região física.

Proposta :

1) Discussão pelo grupo de representantes das entidades comunitárias de moradores e associa- tivas com representação na região Jurerê, Praia do Forte e Daniela
2) Formação de grupo, com representantes de todas as entidades, para elaboração de Projeto de Desenvolvimento Conjunto
3) O Projeto de Desenvolvimento Conjunto da Região de Jurerê, Praia do Forte e Daniela deverá abranger todos os aspectos necessários para servir de base ao Plano Diretor Participativo e da participação junto ao Forum Permanente de Associações Comunitárias da Bacia do Rio Ratones.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Victor Márcio Konder-um homem de todos os tempos

Tive a honra de ser seu aluno, seu companheiro de diretoria da Escola de Governo e Cidadania,da qual ele foi um dos fundadores em SC, e a alegria de com ele conviver, como cidadão e intelectual que foi. Instigante, lúcido leitor da realidade, pragmático apreciador do painel social.Irreverente, cético quanto a arroubos políticos salvadores, suave demolidor de eventuais novos messias, questionador de verdades prontas e acabadas . Professor Victor, como era cha-mado, nos passou o gosto pela análise das conjunturas, o respeito pela dúvida investigativa, a maturidade da experiência e a jovialidade da descoberta.Foi um cidadão do mundo, acompanhou as grandes lutas ideológicas, viveu intensamente seu Brasil, deixou sua contribuição em vários níveis de governo, foi atuante no poder, jornalista militante e profícuo Educador. Victor Marcio Konder foi, antes de mais nada e acima de tudo, um ativo cidadão do século XX, que entrou no terceiro milênio para nos deixar um exemplo de simplicidade e grandeza, de tolerância e positividade, de sonho e esperança. Por tudo isso, por toda sua vida , por todo o legado que nos deixou, Victor Marcio Konder foi um homem de todos os tempos .

Danilo Aronovich Cunha

Inteligência




Inteligência e quociente intelectual-QI
O conceito de QI- quociente intelectual foi desenvolvido pelo Psicólogo francês ALFRED BINET, em 1900 .Se constituía em um conjunto de aferições de raciocínio, rapidez e resultados, avaliados por conceitos e parâmetros daquela época .Após a primeira guerra mundial (1914/1918), vários estudiosos americanos se dedicaram a ampliar o conceito de QI e seu uso, tendo os métodos
desenvolvidos sido aplicados em mais de um milhão de soldados americanos, para avaliar competências. Hoje, o conceito de QI é altamente relativo, pois se reconhece que questões familiares, ancestralidade, contexto, estímulo, volume de informações,meio-ambiente,tecnologia, vocações podem determinar padrões de comportamento da inteligência.

Inteligência
Capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos que sejam valorizados em um ou mais ambientes culturais ou comunitários . Faculdade de aprender ou apreender, compreender, perceber, que envolve: intelecto, intelectualidade ,capacidade, agudeza, perspicáci , destreza, habilidade

Inteligência artificial
Ramo da Ciência da computação dedicada a resolver processos computacionais que reproduzam capacidades ou conhecimentos peculiares ao ser humano, como: inferências lógicas, linguagem natural, reconhecimento de padrões.

Inteligência – serviços de
Uso do conceito de inteligência aplicado a atividades de espionagem, contra-espionagem, informação e contra-informação

Inteligência emocionalConceito baseado nas capacidades descritas como inteligência inter-pessoal e intra-pessoal , que definem competências de compreender outras pessoas, de interagir com grupos e pessoas, de realizar inferências, empatias, de operar com naturalidade e aceitação de sentimentos próprios e alheios . Pessoas que tenham uma abrangente e madura visão de si, poderão ter essa visão das outras, facilitando trabalhos, estudos, realização pessoal e atingimento de objetivos individuais e/ou grupais . A inteligência emocional trabalha com o conceito de estímulo, entendendo que as emoções são campos tão ou mais importantes que a racionalidade e a lógica matemática. A introdução do conceito de visão e reconhecimento holístico do ser humano, trouxe a discussão das várias dimensões das pessoas, sendo essas dimensões articuladas no espaço físico, emocional e espiritual dos seres . Outro aspecto importante da inteligência emocional é a questão da inclusão das pessoas nos processos, sejam eles quais forem .Todo ser humano tem necessidade intrínseca de ser conhecido, mas, principalmente, de ser reconhecido .Esses conceitos de inclusão e de reconhecimento são fundamentais para que se compreenda a dimensão emocional da inteligência . Um ponto pouco estudado e admitido é o conjunto de reações e elementos químicos, elétricos, hormonais e emocionais, que agem sobre os neurônios quando os conhecimentos, emoções , choques etc, são processados em nosso organismo .A inteligência é uma construção feita sobre vários elementos e é multi-facetada.A inteligência é distribuída pelo corpo, o que nos dá sensibilidade, paladar, audição, visão etc. A inteligência é função das dimensões intelectuais, culturais e contextuais .Os conceitos de inteligência dependem de época, lugar e cultura .Aspectos tecnológicos e informacionais influem e determinam tipos de desenvolvimento de inteligência O conceito de inteligência se confunde com os conceitos de habilidade, competência, capacidade, criatividade, domínio, estímulo, conhecimento, cultura .As questões ambientais influenciam no desenvolvimento da inteligência .A inteligência tem várias dimensões: -inteligência lingüística – capacidade dos poetas e escritores, jornalistas etc. -inteligência lógico-matemática – capacidade para cálculos, projetos exatos, -inteligência espacial – capacidade de formar modelos mentais de um mundo espacial, abstração, pré-visão de volumes e distribuição (projetos de decoracão e arquitetônicos) -inteligência musical – musicos, artistas, dançarinos, sapateadores etc. -inteligência corporal-cinestésica – usar corpo inteiro para realizar trabalhos como atletas, dançarinos, artistas etc.-inteligência interpessoal – compreender outras pessoas, aspirações, realizar coisas com elas, reconhecer a alteridade( o outro)-inteligência intrapessoal – capacidade de se reconhecer, se ver por inteiro e usar essa capacidade para operar com o meio e com os outros .

domingo, 13 de maio de 2007

Lagoa da Conceição

LAGOA DA CONCEIÇÃO
Setembro 2001.


A Lagoa da Conceição deixou de ser, simplesmente, o nome de um bairro .
Passou a ser o símbolo de um modo de vida, de uma região da cidade, de uma escolha, de um padrão .
A Lagoa é o resgate do bem-viver, do contato com a natureza, do convívio solidário e da beleza com qualidade .
A Lagoa é um lugar de sonho, que viabiliza sonhos de lugares imaginados por quem aqui decidiu viver .
O nativo tem orgulho, o migrante adoração, o turista saudade, o morador paixão !

LAGOA

Lagoa do peixe, do pirão, da canoa e da renda

Lagoa da Barra, da Mole, da Galheta e da Joaquina

Lagoa do Canto, da Costa, do Centrinho .

Lagoa do surfe, das pranchas e dos ventos

Lagoa das velas, das dunas e recantos

Lagoa da arte, do doce, do café e do sonho

Lagoa do passeio, amor e anseio

Lagoa da paixão

Lagoa da Conceição !

Olhar histórico e reconciliação

Nossa construção histórica foi autoritária e centralizada, advinda do colonialismo e de um “estado-corte” que se implantou no Brasil, independente da existência de uma sociedade, de forma vertical, unidirecional.
Esse “estado-corte” produz adeptos e efeitos até hoje, bastando olhar as formas pouco sensíveis de governar que, via de regra, se notam na atualidade.
Fala-se com muita facilidade na violência e no narcotráfico, como se esses fenomenos da contravenção ocorressem espontaneamente.
Na verdade é a violência do excluido uma reação à ação de violência da injustiça social, da corrupção, da impunidade de colarinho branco.
O narcotráfico é uma conseqüência do narcoconsumo.
Fala-se com medo e preconceito das favelas e periferias urbanas .
O processo de favelização é uma conseqüência de uma sociedade desigual e excludente, que aceita o conceito da exclusão social, desde suas origens escravagistas.
O individualismo exacerbado nos embota a sensibilidade para compreender a sociedade como um todo e permite que nosso país ostente a deplorável cifra de milhões de pessoas em condição de miséria.
A ganância alienada e alienante, o desrespeito com a natureza permite que nosso território, nossas costas e nossas cidades sofram violentas agressões e destruições ambientais, como se o concreto pudesse substituir nossos mananciais, nossos rios,nossa água, nosso ar e nossos sonhos de nação.
Urge uma mudança, urge uma nova atitude, urge uma nova postura e urge um novo conceito para nossa sociedade.
É fundamental a elaboração, a construção de um pacto. Que envolva uma atitude responsável e solidária e que permita um grande movimento nacional de reconciliação. Um Pacto que contenha um Projeto de Nação para a sociedade Brasileira.
Uma visão estratégica que passe a valorizar o grande capital multiracial, multireligioso e
multicultural que construimos no Brasil. Um Projeto de Nação que valorize nossas riquezas naturais, nossas fontes de energias alternativas e nossas reservas . Precisamos reconciliar :
o ser humano consigo mesmo, o alfabetizado com o analfabeto, o homem com a mulher, o branco com o negro e o índio, quem tem com quem nada tem, o ser humano com a natureza, o jovem com o velho, o livre com o preso .
Para isso, precisamos reolhar nosso semelhante, reconhecer nossosirmãos que sofrem, nos re-ligarmos ao todo e nos reconciliarmos com a vida.
Precisamos criar a nova cidadania desse novo tempo que precisa surgir.
De Carlos Drummond de Andrade , citamos :
...”entre a raiz e o fruto, há um tempo...”
E interpretamos:
a raiz é a base, são os conceitos, as construções e elaborações humanas, raiz é a crença, a ancestralidade, a história, os valores, a herança, a cultura, o substrato. O fruto é o resultado, a colheita do que plantamos, a gratificação da semeadura. O fruto é a mudança alcançada, o futuro sonhado, o sonho construído. O tempo é o processo, o transcurso, o caminho, a espera,o conflito,o aprendizado, a maturidade. O tempo são os filhos, as escolhas, os rumos, as eleições , todas as opções de vida . O conjunto raiz, fruto e tempo é a vida . A vida é processo integrado, interativo, conflitivo, evolutivo e continuado. Não existe vida isolada . A vida depende de outras vidas . O ser humano é vida portanto ele se potencializa e se desenvolve no coletivo.
O coletivo é o espaço de todos e para todos .


Danilo Cunha- 2002

Condomínio Brasil

CONDOMÍNIO BRASIL 2005




Problemas de gente, de gente demais
Dinheiro demais, sentimento de menos
De menos amor, demais dor, muito clamor




Clamor de vida, pela vida, por mais vida
Vida melhor, com amor, sem dor
Dor, só se for da morte, pela falta de sorte
Mas não pela lei do mais forte


Gente da rua
Gente na rua
Gente de rua


Gente com casa
Gente com rua
Gente com casa na rua
Gente com a rua como casa


Esta é a história de um Zé da rua
Que na verdade é a história de muitos
Zés de rua de milhares de Zés
Sem nenhuma casa, e
com muita rua

Condomínio Brasil

CONDOMÍNIO BRASIL danilo cunha- setembro 2005




Bom dia, Zé !
Zé é apelido de amigo, diminutivo carinhoso de um brasileiro orgulhoso.
Seu nome é José dos Passos, senhor José dos Passos como exigiu ser chamado depois que fez trinta e festejou com sua turma.
O Zé é daqui, manezinho dos bons, freqüentava o Ponto Chic e quase recebeu o título de Senador, lá do Senadinho.
Muita gente importante lhe pagou café, com muitos dialogava, com vários teve amizade, fazia uma boa graxa e até tinta botava.
Ele mora aqui, trabalha fora e volta à noite.
Ele acorda cedo, sempre pelas cinco e meia ou seis horas.
Sabem como é, muita luz, muito movimento, barulho de carros, vozes, limpeza da cidade etc.
Ele dorme neste prédio. É abrigado, não pega chuva e a segurança lhe oferece um pouco de
tranqüilidade.
Os moradores dos apartamentos lhe dão comida, algumas roupas e até mesmo cobertor.
Só não gostam que ele permaneça aqui na frente, durante o dia, pois o edifício é novo,muito chique e só para o jardim, tem um cuidador.
Toma seu café naquele bar para cujo proprietário Zé presta serviços, fazendo manutenção na área de transportes (lava seu carro).
Claro que nem todo mundo gosta do Zé . Sua presença muitas vezes incomoda os que o vêem e ele vê aqueles que o incomodam . O pior mesmo para o Zé, que é uma pessoa comunicativa, é notar que muitos não o vêem.
Mas o Zé é um ser produtivo .
Não pede esmola, ganha seu dinheiro do trabalho e tem orgulho do que faz.
Êle trabalha, e trabalha bem, é organizado e, dependendo do dia, consegue juntar muito
mais material que seus colegas de trabalho.
A indústria da reciclagem está valorizada, os preços pelo quilo do cartão, do plástico e do
alumínio são crescentes e os ganhos estão melhorando.
Quem sabe um dia o Zé terá reservas para comprar uma casa melhor ?
A sociedade até está reconhecendo que esse trabalho está ajudando na beleza das cidades,
na limpeza das ruas e no sustento das famílias.
A sorte do Zé é que ele não tem família para sustentar, filho na escola para pagar, imposto
para incomodar, nem mesmo carnê da previdência para saldar.
Mas, também, não tem família para amar, mulher para falar, roupa para lavar ou vizinhos
para trocar.
O trabalho pesa, o calor aumenta, a fome bate.
É hora de parar e almoçar .
Ele pára, pensa e escolhe onde comer .
Da última vez a comida estava saborosa, havia boa quantidade, tinha até sobremesa.
Zé vai ao restaurante .
A fila está grande, a espera também .
Zé se conforma, esse é o preço de comer bem !
A fila anda, chega sua vez, pega a bandeja, os talheres .
Copo e prato são enchidos, a mesa escolhida, senta-se .
O sabor é bom, lembra da sua infância, do cheiro da cozinha de sua mãe .
Lembra também da Maria, a sua Maria, na verdade a sua ex-Maria.
O Zé já teve esposa, sim senhor !
E que esposa !
Linda, companheira, prendada e faceira .
Mas com a bebida concorreu e para a bebida perdeu .
E o Zé com a bebida ficou e na solidão morou .
Todas as tardes o Zé tenta novas oportunidades . Procura novos materiais para reciclar e novos ganhos tentar.
As embalagens estão maiores, as vendas aumentaram, mais e mais material para faturar.
Anda muito, nem sempre encontra o que procura, pára, descansa um pouco,continua a busca e pára de novo.
Anda por lojas de rua, entra em shopping center, vai a super-mercados, vê muita gente, gente bonita, gente perfumada, gente bem penteada .
Gente apressada, gente resolvida, gente acompanhada, gente solitária.
Olha as moças, mas elas não o vêem . Nota as suas roupas, seus saltos-altos, seus cintos largos, suas barriguinhas de fora.
Vê os homens compenetrados, apurados, bem alimentados, com ternos bem cortados para seus ventres dilatados .
A barriga lhe dói .
A barriga avisa que chega o entardecer.
Precisa de novo comer .
O corpo cansou, os músculos doem, os pés inchados .
A cabeça pesa , a tensão pressiona , precisa descansar .
Ah, uma boa happy-hour, um bom “ scotch “ com os amigos, uma boa janta com a patroa.
Zé pára, procura nos bolsos, encontra trocados, decide beber.
Um aperitivo, afinal, não vai fazer mal.
O estresse precisa amainar, não é fácil na vida pensar, ele precisa relaxar .
Zé entra num bar, pede a bebida que sorve devagar.
Começa a pensar que ainda precisa andar .
Para sua casa êle quer voltar .
Como é bom no seu cantinho pensar.
Que conforto na sua cama se esticar .
Que alegria deitar e sonhar .
E o Zé sonha.
Sonha com seu pai, obreiro também, que ele amava e gostava de ver jogar.
Era ponta-esquerda, certeiro e preciso como quando sentava tijolos .
Obreiro como ele, que um dia pisou errado , errou o passo , caiu do andaime e morreu no chão.
Morreu na construção daquele prédio maravilhoso que construiu com suas mãos , com seu suor , com sua esperança.
Sonha com sua mãe, caprichosa, lavava e passava as roupas das madames e das famílias.
Sua mãe que cozinhava tão bem, que ajudava nos deveres daquilo que entendia, daquilo que conseguia entender.
Sonha com seus irmãos, irmãs, todos juntos brincando, jogando bola, soltando pipa, correndo, pulando cercas, roubando frutas.
Sonha com as namoradas, as paqueras e surge Maria.
A sua Maria, a mulher da sua vida, vida que trocou e não melhorou .
Mas continua sonhando com Maria, o amor da sua vida .
E sonha mais.
Sonha com Maria, numa casa, na casa deles, com sala, quarto, cozinha, jardim e um berço.
E Zé enxerga em seu sonho seu filho, o filho que queria ter com Maria, a família que queria formar .
E Zé acorda e vai de novo trabalhar, pois seu dia está para começar e não há mais tempo para sonhar .


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Homenagem
Em homenagem a todos os Josés que dormem sob os céus , que sonham com uma vida melhor , que sonham com uma casa , onde possam abrigar sua família e viver seu amor.
O Zé do texto é baseado nos tantos Zés que moram nas ruas , que ainda não se entregaram à indignidade , ao crime ou à transgressão .
Tantos são os Zés , que muitos de nós temos dificuldade em vê-los ,em notá-los , em
compreendê-los .
O texto homenageia os Zés , que só precisam um pouquinho de apoio,de atenção , para se sentirem incluídos ou resgatados .

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Ruas sem nome, casas sem número

Cinza , o morro cobre a cidade verde

Verde , a cidade abandona o morro que foi verde

Cidade verde , cidade rica

Morro cinza ,
morro preto ,
morro pobre

Nas avenidas , nomes ilustres
Nos becos , os apelidos

Nas avenidas , os números
Nos becos a vaguidão

Nas avenidas as obras
Nos becos , o mutirão

Nas avenidas ,as galerias
Nos becos a céu aberto

Nas avenidas , a grama
Nos becos , o lixo

Nas avenidas as flores
Nos becos , os tiros

Nas avenidas , o consumo
No morro , o insumo

Nas avenidas , a morte
Nos becos , a esperança


Na avenida , o inferno
No morro , o céu
No céu , o morro .


Danilo Cunha


(homenagem ao Padre Vilson Groh,a Irmã Eduvirgem e aos educadores do Morro do Mocotó)

Responsabilidade Social

-Impactos e possibilidades de atuação
-A empresa pós-seculo XX

Uma empresa é uma unidade social produtiva.
Ela utiliza insumos, capitais financeiros e intelectuais , gera produtos e serviços que são consumidos por seu público cliente.
A empresa está inserida em um meio, em sua produção e na fase de consumo, que recebe seus impactos, tanto positivos quantos negativos.
A área de impacto da ação das empresas não é restrita, somente, ao seu ambiente físico de atuação.
A questão ambiental, natural e humana, e as decorrências dos processos utilizados reper-cutem além dos muros e dos processos internos.
Peguemos dois aspectos pouco estudados, ainda:
o lixo pós-industrial e o lixo pós-consumo.
Nos processos de transformação, mesmo que sem efluentes químicos ou tóxicos, as sobras são em volume significativo.
Após o consumo, os materiais de embalagens intermediárias e finais estão gerando novas figuras urbanas, além dos prédios em profusão.
Os montes de cartões, caixas, plásticos, fitas adesivas etc, são a prova de que algo novo precisa ser analisado devidamente.
Insumos intelectuais e inteligência são fornecidos por pessoas para as empresas.
A atualização e reciclagem desses insumos são requeridos pelos processos industriais ou de serviços e impactam diretamente os sistemas educacionais.
A inovação tecnológica impacta pessoas e postos de trabalho, ocasionando novas figuras legais e formas de relações contratuais de mão-de-obra.
A terceirização, em suas diversas formas, muda a visão de trabalho e emprego e cria novas situações de empregados-empresa e de fornecedores de mão-de-obra,especializada ou não.
A sociedade muda por evolução humana, por novas descobertas científicas, por questões ambientais etc.
Mas a mudança que mais impactos tem gerado desde a revolução industrial é a questão do trabalho aliada a urbanização.
O deslocamento de grandes contingentes humanos da agricultura para a vida urbana em função da industrialização afastou as pessoas de um processo produtivo altamente partici-pativo com visão do todo, para a execução de tarefas atomizadas e sem visão do todo.
Atualmente os empregados, os com-trabalho,os desempregados,os sem-trabalho,os consu-midores,os sem-consumo,os incluídos e os excluídos, são resultados de impactos gerados na relação de acesso aos benefícios do desenvolvimento e dos padrões sociais e valores humanos construídos no caldeirão capitalista.

Como o capitalismo no Brasil decorre de uma relação bastante incestuosa com valores e favores públicos, comportamento construído e herdado da corte portuguesa e da implantação de um estado que se instalou de cima para baixo, existindo ou não uma sociedade ou uma nação, temos, hoje, ainda, muito compadrio na relação entre estado/governo/capital privado, gerando distorções na cidadania e na função social de muitas empresas, dirigentes, investidores e cidadãos.
A herança das capitanias hereditárias, os quase quatrocentos anos de escravidão e pouca dignificação do trabalho, o desestimulo ao empreendedorismo privado, a promiscuidade entre público e privado e a dificuldade de separar o coletivo do interesse individual, causou o aparecimento de atitudes paternalistas e pontuais na ação social das empresas.
Por muito tempo confundiu-se assistencialismo e caridade com atuação social
A responsabilidade social era nublada pela visão de doações, da construção de algumas creches e quadras de esporte.
Com o aparecimento de teses sérias e comprometidas com a sociedade real e de algumas estruturas honestas e intelectualmente comprometidas com ética e justiça social, comporta-mentos foram sendo influenciados e atitudes novas surgiram.
Responsabilidade social não é demagogia, é uma visão real de promover a justiça social, a inclusão pelo trabalho e pela educação e a preservação ambiental.
Essa nova visão tem permitido, nos últimos anos, nova realidade na concepção de atuação das empresas e sua responsabilidade com o que ocorre além de suas atividades eminente-mente corporativas.
Responsabilidade social se refere ao “sócio” como um todo.
Os campos sócio-cultural, sócio-econômico e sócio-político devem ser o foco de atividades sérias e comprometidas com a sociedade como um todo e não somente com os mercados.
Empresas são organismos vivos que interagem com pessoas, fornecedores,investidores, consumidores, ambientes, governos etc.
Suas responsabilidades sociais se estendem a todos esses campos.
O ser humano tem várias dimensões que se articulam em um único corpo: ele é, ao mesmo tempo, consumidor, contribuinte, trabalhador, pai, mãe, filho, filha, eleitor etc. e atender ou esperar a manifestação de uma ou somente algumas dessas dimensões gera o esquartejamento dos seus sentimentos, podendo comprometer sua auto-estima,sua participação social, sua performance como ser produtivo e sua alienação na sociedade.
A responsabilidade social é fator inerente a existência e desenvolvimento de empresas sérias e competentes e a ação nesses campos é um fator crítico de sucesso para seus produtos e serviços.
Os cuidados com o meio-ambiente, a atenção aos trabalhadores e suas famílias, o entorno das suas instalações, a educação e reciclagem de sua equipe, a educação ambiental,a separa-ção e classificação de seu lixo,o tratamento adequado da água e seu uso racional,a coleta de água da chuva, o uso de energias alternativas, a prevenção a atividades potencialmente poluidoras são exemplos que já podemos constar em muitas empresas catarinenses , o que demonstra que lucro e boa aceitação social podem conviver e não somente devido a propaganda enganosa ou de fachada.
Em nosso estado temos empresas que, em paralelo a sua racionalidade empresarial e ganho de significativos lucros, defendem a natureza, constroem parques de preservação,incluem seus trabalhadores em programas de educação e reciclagem e participam ativamente dos campos político e institucional,oferecendo opções de desenvolvimento humano compatíveis com a natureza democrática . Todas as sociedades tidas hoje como desenvolvidas ou de “primeiro mundo” apresentam forte legislação ambiental, regimes democráticos com amplo controle social, estado regulador e exercendo seu poder de polícia e partes significativas dos lucros e receitas das empresas comprometidas com o desenvolvimento social por meio de ações complementares e solidárias com as pessoas.

Danilo Cunha

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Sustentabilidade

Danilo Cunha
Fev/2007
-Sustentabilidade-
-a vida e a preservação da vida-


Pela primeira vez na história da humanidade o ser humano corre o risco de desaparecimento da raça humana , causado por ele mesmo.
Um sistema industrial/produtivo voraz e pouco comprometido com a preservação de nossa cidade Terra , nos coloca diante de um dramático dilema.
Ou mudamos a rota de nosso modelo extrativista intensivo ou teremos que enfrentar ameaçadoras situações de catástrofes na natureza , geradas por um consumo exacerbado e predatório. No mundo todo assistimos a várias tentativas de organizações e de pessoas , que um pouco mais sensibilizadas por seu conhecimento e consciência sobre o tema, promovem eventos, palestras e filmes , com o firme propósito de acordar sociedades e governantes.
O aspecto aquecimento global é uma expressão que a todos tem assustado , pois deixou de ser uma simples ameaça de cientistas e ambientalistas para se constituir em tragédias que não poupam vidas ou patrimônios .
Alagamentos , deslizamentos , soterramentos , enchentes , ventos em velocidades muito acima de comportamentos registrados , grandes montanhas de gelo se desprendendo de suas formações , calores atípicos , frios muito rigorosos estão em nossos meios de comunicação , demonstrando que chegamos a uma situação limite , a qual imaginávamos para daqui a muitos anos.
Esse panorama mundial , lamentavelmente , recebe grande contribuição brasileira.
Nossas emissões de gases veiculares e industriais ainda nos colocam em um patamar tímido na geração de calor, nem por isso menos perigoso.
Temos , porém , um fator que nos eleva à uma posição pouco privilegiada entre os cinco maiores causadores do efeito estufa .
Estamos queimando , estamos devastando pelo fogo , estamos assistindo um dos maiores crimes ambientais que se poderia imaginar .
Estamos como espectadores passivos , como agentes coniventes , como testemunhas cúmplices e silenciosas da destruição da nossa AMAZÔNIA.
Essa região maravilhosa , que ainda nem conseguimos decifrar em toda a sua extensão e possibilidades , sofre uma ação contumaz , sistemática , continuada de dizimação de um ambiente que está sendo, simplesmente , colocado como insumo , tratado como ingrediente de ganhos e lucros.
Ganhos e lucros que não serão suficientes para estancar toda a ordem de destruição que virá e socializará a desgraça e a morte , atingindo a todos , indiscriminadamente.
Além da destruição desse patrimônio estratégico , o Brasil ainda terá que encarar e conviver com o efeito prático , além do absurdo ambiental , que será absorver um êxodo dos 20 milhões de brasileiros que vivem e produzem na região amazônica .
Hoje nosso país já se debate com um enorme cerco às grandes cidades , formado pelas periferias empobrecidas e excluídas , frutos de um modelo desigual e injusto.
Mas o que mais espanta , o que assusta , o que choca aos cidadãos , é a total banalização e a pouca , ou nenhuma , prioridade que esse assunto tão grave e imediato tem merecido dos nossos governantes e legisladores , em todos os níveis.
Lideranças empresariais pouco pesquisam sobre opções urgentes e o “mercado” continua com sua marcha célere para o precipício que a história nos oferecerá como prêmio a tanta loucura .
Vemos planos de governo , pronunciamentos e promessas de obras , mais recursos sendo alocados neste modelo de desenvolvimento , sem qualquer preocupação evidente daquelas autoridades para ações alternativas e emergenciais .
Até parece que estamos vivendo em outro mundo e que o colapso advindo das reações da natureza ao aquecimento mundial não atingirá o Brasil ou que estamos protegidos, de forma mágica , das conseqüências do desequilíbrio ambiental global.
Cada vez se ouve falar mais da “flexibilização” da legislação ambiental , como se fosse
possível continuar com um processo de destruição , que poderá vir a representar a nossa extinção .
E a situação não está restrita somente ao incêndio da AMAZÔNIA .
A questão do lixo e dos dejetos , principalmente urbanos , não tem merecido a devida atenção.
Lixões são criados para afastar o olhar dos urbanos do lixo que geram e não tratam.
Periferias empobrecidas das cidades se converteram nos “lixões” humanos ,degradando as condições de vida dessas pessoas,retirando-lhe a dignidade mínima para viver , gerando o surgimento das “manchas” de miséria nos mapas urbanos.
Novas construções são liberadas , áreas de preservação ocupadas, aterradas e pavimentadas desrespeitando aspectos primários legais e éticos e ocasionando um processo de ocupação territorial pela especulação imobiliária , destruindo paisagens , retirando o verde , nada fazendo para mitigar os impactos destrutivos e,muitas das vezes, irreversíveis.
Os esgotos são lançados nos rios , córregos e mares , como se esses cursos e mananciais de água tivessem .propriedades depuradoras e fossem devolver as águas imundas e contaminadas que recebem, de forma límpida para sua reutilização.
Grandes massas de venenos matam peixes e todo o tipo de vida aquática , permitindo-nos antever como ficarão nossos corpos em decomposição quando milhões de seres humanos forem atingidos por cataclismas , sem qualquer possibilidade de intervenção , salvação ou mesmo de um enterro digno .
A forma aqui exposta até pode parecer trágica e alarmista .
Mas não é .
É a mais pura verdade.
Temos que sair de nosso trilho suicida , de nossa acomodação alienada , de nossa alienação acomodada.
O que fazer ? é possível uma mudança ? como participar desse processo como cidadãos que clamam por suas vidas , suas famílias , pelo futuro da humanidade e desta maravilhosa aventura humana da civilização ?
Hoje a tecnologia nos ajuda . Ela está disponível em nossas casas , em nossos trabalhos , em nosso lazer , em tudo , enfim.
Todos os dirigentes empresariais, suas organizações de classe , seus representantes políticos estão na mídia , tem endereço eletrônico , fax e telefone.
Nossos governantes e legisladores tem suas atividades cobertas por redes públicas e fechadas de rádio e tv , seus gabinetes podem ser acessados pela rede de computadores e seus nomes e identificações estão ao alcance de todos os cidadãos que com eles quiserem se comunicar.
Agora é a hora. Não é só no momento da eleição que a comunicação tem que ser interativa.
Faça as suas reclamações . Reclame pela vida , sua , de seus filhos , de seu futuro , de sua espécie..
Exija medidas inovadores e que preservem nosso meio ambiente.
Não aceite a resposta flácida , a postergação do problema ou a continuidade do que estamos assistindo. Agora a luta é por nossa vida
Mande e.mail , envie fax , telefone , puxe seus representantes pelo braço e diga-lhes o que pensa . Fale de seus medos , de tudo que você está vendo na televisão , nos jornais do Brasil e de todo o mundo.
Faça um esforço , saia do comodismo , abandone o receio de incomodar as “autoridades” .
É melhor “se incomodar” um pouco agora , é melhor trabalhar um pouco mais nas causas coletivas , nas questões públicas e de todos .
Caso continuemos nessa rota , caso nada façamos para mudar nosso rumos , a única questão coletiva que nos restará tratar será a morte e a extinção de nossa sociedade.
Temos uma esperança , mas envolve mudança .
A Terra já nos deu tanto e nos permitiu chegar ao nível onde estamos .
Hoje temos ciência , conhecimento , tecnologia que nos permitem mudar para melhor .
O que não temos mais é tempo . Esse está se esgotando e o pouco que sobra deve ser
empregado a favor da vida , a favor da manutenção da vida.
Faça valer seu direito mais básico , mais elementar , o direito de viver.

Danilo Cunha