terça-feira, 25 de junho de 2013

BRASIL: O PODER CORRENDO ATRÁS DO TEMPO PERDIDO


 
CORRENDO ATRÁS DO TEMPO PERDIDO

É evidente a falta de sintonia dos três poderes da República com o povo brasileiro.
A linguagem do povo nas ruas, não deixa dúvidas. Tudo está muito claro.
O Palácio do Planalto, com a evidente distância que mantém da realidade brasileira, logo tentou marcar um gol de placa, avisando que estava tão de acordo com as reivindicações das ruas, que convocaria uma Constituinte. Uma Constituinte???
Logicamente, foi desaconselhado nessa direção, pois o Brasil ainda nem consolidou a Constituição de 1988 e o poder brasileiro fala, levianamente, em mais uma.
O Congresso Nacional, mais do que depressa, está colocando em votação, de forma atabalhoada, mas também para pressionar a Presidência da República, e já atopetou a pauta de votações, votando até a rejeição da famigerada PEC37.
O Presidente do STF, deu sua interpretação da situação, colocou panos quentes na trapalhada da Presidente da República, e lembrou que o Brasil tem uma história autoritária, na qual tudo tem sido feito de cima para baixo, ou seja do poder impondo direções e legislação para a sociedade.
O que mais chama a tenção é exatamente esse aspecto, o quanto o poder, com 3 sedes em Brasília, está completamente afastado da realidade diária da nação, assim como parece falar outro idioma.
Vendo as manifestações fica muito claro o conjunto de reivindicações dos que se manifestam: um ponto focal, inicial sobre a questão dos valores e baixa qualidade do transporte coletivo, e outros pontos fortíssimos, que foram sendo enunciados ao longo das manifestações.
Mas, no português que se fala na maioria do Brasil, é clara a relação dos principais tópicos levantados nas manifestações: transporte público, a rejeição da PEC37, mais verbas e prioridade para a saúde pública, para a educação, para a acessibilidade e mobilidade urbanas, menos gastos com obras gigantescas para as duas copas, mais dinheiro para as necessidades que a sociedade aponta, criminalização maior da corrupção, diminuição das enormes despesas governamentais (39 ministérios e 22.000 cargos comissionados), mais qualidade nos serviços públicos, como no caso do SUS, falta de estrutura de hospitais.
Dessa pauta de pedidos, a uma constituinte, como falou de imediato a Presidente, existe uma fossa abissal, legal, legislativa, e que não responde a nenhuma das reivindicações populares.
No final da noite, a Presidência da República já falava em um plebiscito para indicar uma reforma política, e não mais constitucional.
O que pode ser feito por PEC- proposta de emenda constitucional.
Um plebiscito, dependendo das questões que serão expostas para a sociedade brasileira se posicionar, deverá ter um bom prazo de preparação, e conscientização para os votantes, para evitar que seja
manipulado, ou que não fique claro para os eleitores o que se pretende.
É importante, fundamental, nesta fase pós passeatas e protestos, que o conjunto de demandas da sociedade seja respeitado e que na sua integralidade ele seja avaliado para receber as respostas necessárias.
Pois bem, como está muito claro que o poder ficou perdido com a inesperada abrangência, e profundidade, dos protestos, e que não entrou ainda na frequência adequada, convém que a sociedade se mantenha alerta, pois o processo de manipulação pode conduzir a soluções, que estejam mais próximas da zona de conforto do poder, do que aderente às demandas legítimas e pertinentes do povo brasileiro.
Como o preço da liberdade é a eterna vigilância, temos que nos manter bem alertas para que a multiplicidade de interlocutores, que hoje já apareceram, e a diversidade de interpretações, muitas delas completamente equivocadas, não ponha todo o esforço da sociedade a perder, ou a ficar esperando indefinidamente.
É importante, fundamental, nesta fase pós passeatas e protestos, que o conjunto de demandas da sociedade seja respeitado e que na sua integralidade ele seja avaliado para receber as respostas necessárias.
Pois bem, como está muito claro que o poder ficou perdido com a inesperada abrangência, e profundidade, dos protestos, e que não entrou ainda na frequência adequada, convém que a sociedade se mantenha alerta, pois o processo de manipulação pode conduzir a soluções que estejam mais próximas da zona de conforto do poder, do que aderente às demandas legítimas e pertinentes do povo brasileiro.
O que o Governo Federal tem que fazer, é ter muito cuidado para não abandonar as reivindicações genuínas, originais, que foram brandidas nas passeatas.
Qualquer bobeada governamental poderá jogar o Brasil numa crise muito grave, pois a massa que protestou, e o fez de forma pacífica e ordeira, pode se desesperançar, reagindo de forma muito mais contundente, e violenta, se resultados palpáveis, e imediatos, não forem concretizados.

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