E que tenham um ótimo ano novo!
Que vivam seus bons sentimentos, que troquem abraços com seus entes queridos, com seus amigos, e que destinem um pouco da energia afetiva para abraçar desconhecidos, para que possam ajudar os necessitados, e que se disponham a dividir um pouco de alimentos com quem não os têm. Tudo bem, façamos de conta que este é um momento mágico, que todos acreditam em tudo, e que é possível sonhar.
Afinal, sonhar é bom, estimula realizações, motiva esperanças, e ajuda na busca de soluções, mesmo as aparentemente mais difíceis.
Consenti em me deixar levar pelo momento, concordei em embarcar nesse trenó de sonhos, aceitei sonhar sem censuras, sem limitações, e, até, com um pouco de soltura existencial, para que o já conhecido não funcione como uma barreira à imaginação.
Afinal, apesar de já termos vivido, e caminhado, um bom pedaço, quem sabe se ao permitir a imaginação sem limites venhamos e perceber novas situações, outras possibilidades e mais cores novas, nessas rotinas humanas, que tendem a ficar descoloridas, cinzentas, ou mesmo tristes e sem renovação.
Após essa reflexão, pouco trabalhosa, e muito permissiva, não foi difícil criar uma listinha de justas pretensões, de igualitárias aspirações e de muitas elaborações. Note-se que a palavra "aspirações", neste momento, se escrita separadamente, "as pirações"(pequenas ou grandes loucuras), pudesse refletir melhor nosso estado de espírito nesta fase.
Afinal, nossas “pirações” podem nos ajudar a novas criações, com menos impossibilidades, e limitações. Começo a minha lista com a leitura dos jornais dos últimos dias.
O final do mundo foi noticiado, pessoas construíram casas especiais para se proteger, e uma grande gama de previsões não foi realizada. Por isso meu primeiro pedido é para que essa previsão Maia se realizasse, sem a destruição material e humana, mas com a mudança de todas as crenças e costumes existentes.
Queria que não houvesse mais diferenças, e que todos os seres fossem iguais, em direitos e obrigações, em possibilidades e realizações.
Também gostaria de pedir aos Deuses, que o governo mundial dos bancos fosse extinto, mas que o dinheiro fosse guardado em cooperativas, para que todas as pessoas tivessem sua moeda de troca disponível, sem a especulação e desvios, que as grossas paredes bancárias levam alguns banqueiros a executar.
Que bancos não mais prestassem serviços de lavagem de dinheiro ao crime organizado, e que as taxas não fossem mais manipuladas somente em benefício das maldosas grossas paredes dos bancos.
Assim, muitos bilhões já pagos, ao longo de 2012, em multas a governos, por desvios e crimes gerais, pudessem ser aplicados para aplacar fome, curar doenças, educar crianças, e remunerar trabalho digno.
Falando em bancos, me lembrei dos celulares, que não é mais permitido usá-los dentro das agências das grossas paredes bancárias.
Aparelhos destinados a permitir a comunicação pessoal, foram transformados em conjuntos tecnológicos complexos, que mais funcionam para outras finalidades, mas comunicar não comunicam, pois suas interrupções e falhas somam mais tempo do que o destinado a outras operações mais rentáveis, para as empresas operadoras, que cobram sempre mais do que se usou e muito menos do que elas imaginam merecer.
Meu pedido é que os celulares deixem de funcionar somente dentro dos presídios, e voltassem a funcionar, nos valores prometidos pelas operadoras, e bem, sem as limitações posteriormente colocadas.
Tivemos eleições em nosso país.
Mas tivemos, também, julgamentos por muitos e graves crimes de corrupção.
Sempre a mesma coisa: os corruptos dizendo-se inocentes, e que nada sabiam, as provas mostrando o contrário, e os contribuintes sonhando com as punições.
Afinal, tudo feito com o dinheiro roubado dos pagadores de impostos, nós, que nunca fomos chamados a opinar se podiam pagar viagens internacionais para as suas namoradas, ou se podiam implantar cabelos postiços, com o nosso sagrado dinheiro de cada dia.
Assim, outro pedido meu é que seja proscrita a corrupção, mas em todos os níveis.
Dessa forma o dinheiro poderá seguir seu destino necessário, e ser aplicado em educação, em saúde, em segurança, em transporte e acessibilidade.
Ah, e que sejam proibidas festas, inaugurações, exposições, obras, desbundes, breguices e deslumbramentos, com nosso rico dinheirinho dos impostos, ainda mais agora que muitos novos chegam ao poder, e podem querer imitar os que saíram, para a cadeia, ostracismo ou esquecimento.
Cada final de ano, como o que vivemos, sempre traz de volta o comércio, as compras, as grandes listas de presentes, a angústia do consumo.
Mas também voltam as dúvidas com as dívidas, fáceis de fazer e esquecer, difíceis de resolver.
E nessa toada, continuamos esburacando a terra, tirando as últimas reservas que sobram, tirando tudo que é possível tirar, como se possível fosse aos 7 bilhões de gentes do mundo agradar.
Duas coisas mais gostaria de colocar em minha lista.
O "comércio justo" e o "consumo responsável".
Calma, sei que essas palavras, justo e responsável, não são mais muito usadas, e mesmo seu sentido causa alguma estranheza, nesta fase de "salve-se quem puder" e "viva quem tiver".
Afinal, existe algo chamado natureza e meio ambiente, que é de onde veio a nossa vida, e que precisa ter alguma atenção, para que possamos continuar existindo.
Nossa linda vida nas cidades nos fez esquecer de onde viemos.
Apartamentos, ruas asfaltadas, muito poste e poucas árvores, até o mar queremos aterrar.
O mundo se aquece, sem esfria, falta água, sobram tempestades.
Como vivemos a era do prazer, da satisfação individual, e só vemos a desgraça dos outros, por televisão, acreditamos aqui nunca poder chegar.
Eu seu, eu sei, que lista de presentes é para ser colorida, inocente, bonitinha, mas sem essas “pirações”.
Outras podem, mas essas só incomodam, só cortam o barato.
Mas como fazer para a felicidade durar os 12 meses de 2013, para que ela se estenda a todas as pessoas, para que os sonhos possam ser realidade?
Quem sabe agora, que o mundo não terminou em 21 de dezembro de 2012, sobre um pouco de tempo para que as listinhas de sonhos possam ser atendidas?
Afinal, além dos votos, em eleições e de boas festas, o que sobra para que as pessoas possam sonhar realizar em seus sonhos?
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