terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

FLORIANÓPOLIS MERECE DIVULGAÇÃO MELHOR!

FLORIPA MERECE DIVULGAÇÃO MELHOR!

Jornal editado em Florianópolis circula, hoje, com caderno para divulgação turística da cidade, no qual oferece informações sobre hospedagem, alimentação, praias, infraestrutura, e enaltece a qualidade de serviços, como consta em texto, em três idiomas, na primeira contracapa.
Sob as chamadas de capa, onde consta a frase “Bem Vindo a Floripa”, em espanhol e inglês, além de uma bela foto de um recanto de praia, com canoa de pesca, um anúncio de rodapé que ocupa ¼ da página, onde, também em três idiomas, é oferecido o serviço de um “Club”, onde se lê “la mejor Floripa noche”.
No interior, além de várias páginas com o objetivo do caderno, as duas centrais trazem um mapa da Ilha, onde a lagoa da Conceição aparece duas vezes. Uma na Lagoa, e outra ao sul da Ilha. Seria a Lagoa do Peri?
Outro detalhe é que na parte da Ilha referente às Baías Sul e Norte, nenhuma das praias, ou localidades, é nominada, ou destacada.
Como se o Ribeirão da Ilha não oferecesse grandes atrativos, como local e como gastronomia, com seus restaurantes à beira-mar.
Santo Antônio de Lisboa é um ilustre ausente, também, além de Sambaqui e Cacupé, com todas as suas atrações, de toda a ordem.
Ao finalizar a leitura, nos deparamos com a última capa, com anúncio de página inteira, onde o “Club” anunciante do rodapé da capa assume a totalidade do espaço.
Floripa, do encontro técnico da Fifa, da cultura açoriana riquíssima, da pesca, da maricultura, dos campeonatos, e campeões, de iatismo e remo, de riqueza ambiental, com várias áreas protegidas por legislação federal, estadual e municipal, de universidades conhecidas em nível nacional, e internacional, casa do tenista Guga, do polo de cinema, terra de mulheres respeitadas por seu saber, suas iniciativas políticas, como a nobre primeira deputada negra Antonieta de Barros, pelas artistas que aqui temos, como Lena Costa, e tantas outras, que brilham no cenário nacional e internacional, saúda os visitantes com uma frase em letras vermelhas, grandes, onde se lê “striptease”, sobre um conjunto de 5 mulheres, de costas, com bumbuns em destaque, e abaixo as frase em três línguas, “el mejor club de striptease em Florianópolis”...
O efeito de ler tal anúncio foi como o de uma máquina do tempo.
Somos levados à Havana dos anos 50, de Fulgêncio Batista, ditador cubano, que foi derrubado do poder pela revolução liderada por Fidel Castro, cidade que funcionava como um grande prostíbulo para os norte-americanos, e alguns outros estrangeiros endinheirados, que para lá viajavam para se embebedar, viajar por suas praias, e fazer outras “viagens”.
Batista mantinha “out-doors” em Miami e outros centros americanos, onde os glúteos de cubanas escravizadas pela prostituição eram divulgados de forma servil e abjeta, como se a identidade daquele país fosse restrito a isso.
E tudo acabava em rumba, muito álcool, e desconhecimento e descaso pela cultura local.
Não teremos outras formas de viabilizar encartes em jornais para divulgar nossas belezas naturais, nossas características culturais, nossa gente, nosso cinema, enfim, tudo o que de bom e variado podemos oferecer para atrair turismo de bom nível intelectual e cultural?

Afinal estamos em 2014, o mundo evoluiu bastante, já superamos uma série de comportamentos primários e predatórios, e vamos continuar nos vendendo, anunciando, como local primário, atrasado, onde vigorariam atrativos dúbios e discutíveis?


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