sábado, 11 de maio de 2013

COMISSÃO DA VERDADE - A GRANDE MENTIRA DESNUDADA - 1a. parte




O Brasil dos anos 1960 vivia uma redescoberta, um renascimento cultural, comportamental, artístico, comportamental.
Sob a Presidência de Juscelino Kubitschek de Oliveira, a nova capital federal, Brasília, foi construída e o Brasil da Bossa Nova pulsava com as suas novas melodias, a alegria e a irreverência presentes em todas as atividades.
O Brasil doas anos 1960 apresentava uma grande plêiade de boas cabeças, em todas as áreas, que enriqueciam nossa sociedade com muita criatividade, e coragem, em todos os campos de atividade humana.
Música, pintura, canto, cinema, teatro, engenharia, economia, esportes, enfim, o Brasil, além dos canteiros de obras de Brasília, que terminava sua construção, tinha se transformado num imenso laboratório sócio-político-econômico de experimentação de novas visões da vida, desenvolvidas sob o grande sorriso de JK, e o afrouxamento de tensões políticas e militares, que a direita conservadora tinha tentado assacar contra a democracia.
O Brasil sorria com a sua visão, e consciência, de país continental, mas que sentia a irmandade entre todos os seus habitantes, índios, negros, descendentes de europeus, pois todos, invariavelmente, aqui se encontravam em um denominador comum chamado alegria, solidariedade e baixas tensões.
O Brasil sonhava seu futuro, mas sobre a consciência de sua história, de seu passado, de sua dominação pelo império português, e da solidariedade, e generosidade, que seu povo desenvolveu ao longo de quase cinco séculos, de pouca democracia.
A autocrítica intelectual, demonstrada nas salas de aula, no teatro, no cinema, fazia com que a identidade brasileira se afirmasse sobre laços fortes, conscientes, entre todas as etnias que formavam a Nação, e reconhecendo que o respeito mútuo, que a tolerância entre os diferentes, que o idioma único acentuava, se constituía no catalisador, que gerava a grande liga entre visões verticais e horizontais.
Nosso país experimentava, com muita alegria, a soltura de seus governos democráticos, de sua imensa capacidade criativa, uma era de avanços intelectuais e de desenvolvimento social e econômico inovadora, uma vez que aqui se aplicavam as novas teses da inteligência brasileira, desenvolvidas a partir de nossas raízes, de nosso aprendizado histórico, de nossas próprias conclusões sobre o que era brasilidade, efetivamente.
Esse modelo inovador gerou uma liberdade criativa, que deu ao Brasil grandes nomes em todas as áreas do conhecimento, fazendo com que nossa Nação alcançasse posto de destaque no Continente Sul Americano, que ainda se debatia nas contradições de sua origens, que misturavam o poder militar, o eclesiástico, e países muitos desiguais, em seu interior, devido às castas formadas pelos donos do campo e da agricultura, por baixo desenvolvimento urbano, e por atrasos educacionais advindos da concentração de renda.
Com exceção de Uruguai, que era chamado da Suíça Americana, e da Argentina, que tinha um desenvolvimento intelectual vigoroso, originário em sua história cultural e os laços com a Europa, a América do Sul era um continente de injustiças e casuísmos autoritários.
No Brasil nem tudo foram maravilhas, já se tinha experimentado muitas tentativas de golpes, de quarteladas, de gestos armados, mas o governo de JK, seguido por eleições livres e sucessão tranquila, criava um quadro de esperança, de liberdade, de avanço, e de sonho pela nova sociedade que nascia de forma bem brasileira, ou seja, valorizando nossa integração étnica, nossa natureza abundante, e um processo de retomada do desenvolvimento, alicerçado sobre a vontade nacional consciente do processo de edificação de uma nação jovem, mas com uma consciência própria e com valores culturais autênticos.

Mas a geopolítica mundial, num mundo bipartido pelos dois polos de poder, a Rússia e os Estados Unidos, fornecia um pano de fundo de golpes militares urdidos e planejados nas duas matrizes antagônicas.
De nosso lado, os Estados Unidos de John Kennedy, democrata no sorriso, mas conservador e autoritário em suas práticas de governo e poder, desde a revolução cubana, que havia desmontado a rede de cassinos, caça-níqueis, prostituição, e prazer, que empresas americanas exploravam em Cuba,
vinha panejando uma ação sobre o Brasil, tendo em vista suas potencialidades econômicas, e seu peso específico, como possível modelo irradiador para toda a América Latina.
Desde o final dos anos 1959, na CIA, no Pentágono, nas representações "diplomáticas", se planejava uma ação forte, violenta, militar, para garantir que o Brasil, com sua sociedade simpática, e carismática, pudesse servir de exemplo para eventuais guinadas à esquerda.
Grandemente influenciado pela França, com sua tradição de igualdade, fraternidade e solidariedade, apesar das manchas históricas recentes daquela Nação, no Vietnam e Argélia, o Brasil absorvia a criação literária, politica, universitária, que a França gerava, criando um modelo alternativo ao modelão pesado imposto pelos americanos, do binômio Coca-Cola e fast-food, que era usado para dominação cosmética dos menos desenvolvidos.
Após o Governo JK, e a eleição e posse de Jânio Quadros, o Brasil viveu uma instabilidade folclórica, não fossem trágicos os seus resultados, quando Jânio, aos 10 meses de governo, renunciou e gerou uma crise na sucessão.
O Vice-Presidente eleito, João Belchior Goulart, estava em viagem internacional, representando oficialmente o Brasil em visita formal à China.
Naquele 1961 já se sentiu uma grande pressão arquitetada a partir de Washington, quando grupos de militares tentaram impedir que o Vice-Presidente assumisse, de acordo com a lei, o lugar deixado pelo presidente renunciante.
Hoje se sabe que, inclusive, os militares golpistas tinham planos de abater o avião presidencial, matando o vice-presidente, para que ele não assumisse a Presidência da República, dentro do que previa a Constituição Brasileira.



















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