(Sonhos, Projetos, e Realização.
Coragem de Inovar ou a Acomodação de Repetir?)
O que é a vida?
É estudar, trabalhar, criar filhos, fazer compras, crescer, envelhecer, adoecer e morrer?
Essa talvez seja uma das formas de encarar a vida.
Uma rotina de repetições, de igualdades, de poucas mudanças, de poucas inovações.
Essa é uma forma de ver, de encarar a vida, uma forma sem dúvida medíocre, que fica na média.
É uma forma herdada e que continua a nos ser imposta por um sistema sócio-econômico-político-familiar, que nos oferece maneiras repetitivas de exercer a existência humana, desprezando a inovação, criatividade, novas tentativas, novas formas de ver a vida, de desenvolver idéias e de testar novos comportamentos.
De ousar viver.
Dessa maneira, vamos ficando com medo de tentar, de inovar, mesmo que saibamos que
podemos fazer melhor e ampliar as sensações de alegria, felicidade e realização pessoal.
Recebemos um trilho, seguimos esse trilho, reclamamos do trilho, mas continuamos no trilho, mesmo quando nada vemos em seu final, a não ser o final.
Ou seja, nosso conformismo, nossa necessidade de ter “segurança,” de um sistema que nada nos dá, pois tudo nós é que conquistamos e construímos com nosso suor e dedicação.
Esse “sistema” é um conjunto de normas, de regras tácitas, não formais, não escritas, mas que a maioria das pessoas segue, como se houvesse prêmios a receber, como se a obediência fosse ser recompensada com muita riqueza, com abundante e permanente felicidade, com tranqüilidade em relação ao futuro.
Como vemos o mundo, qual a idéia de futuro que temos, como nos vemos e nos entendemos, diante desse mundão pronto, pré-definido, acabado, que nossos empregos fixos e mal pagos nos prometem?
Que uso fazemos, de nossos estudos, de nosso aprendizado, de nossa evolução e maturidade?
Estudamos, nos formamos, nos especializamos, nos pós-graduamos e mesmo assim a necessidade do trilho é muito forte, procuramos estruturas prontas, chefes, salários fixos no fim do mês.
Mesmo que isso nos custe correr muito, ter pouco tempo para amar nossas pessoas e famílias, mesmo que isso nos permita só ter um pouco de tempo para cuidar de nossos netos, já que dos filhos outros cuidaram, e amaram, por nossa total falta de tempo.
De que adianta ter, um dia, muito tempo para ficar com nossas pessoas amadas, se elas não têm mais tempo para nós?
Se a infância dos filhos passou, se os parentes mais velhos já faleceram, se os contextos mudaram e o tempo livre será dedicado à solidão coletiva com outros que também perderam o trem da vida?
De que adianta um dia ter mais dinheiro, muito dinheiro talvez, se nossos filhos não terão mais as idades para brincar conosco, para rir de nossas palhaçadas, para se alegrar com nossos presentes e surpresas?
Mesmo que isso comprometa nossa saúde, nossa alimentação, nossa paz e nossa alegria.
O trabalho é um meio, uma expressão da nossa disponibilidade, de nossos talentos, de nossas capacidades.
Um meio de exercitar o que gostamos, da forma que gostamos.
Por que então aceitar que em nome do trabalho, do reconhecimento, de uma riqueza que nunca chega, de um ganho sempre prometido e nunca alcançado, fiquemos atrelados a atividades que nada nos agregam, que gastam todo nosso tempo disponível e que nos levam à doença, à crônica saudade de nós mesmos, à nostalgia do tempo em que tínhamos tempo?
Onde fica nosso prazer de viver, de gozar a vida, de gargalhar de alegrias simples e diárias, de deixar o tempo correr entre nossas brincadeiras, com nossos amigos e familiares?
Onde está nosso prazer de fazer o que gostamos, da forma que queremos e da maneira que sabemos fazer?
Perdemos esse jogo, esquecemos como jogá-lo, ou simplesmente nos acomodamos na pseudo-segurança que o trilho nos oferece, que a rotina nos assegura, que a mediocridade nos impõe?
Esse desafio de aceitar pensar na qualidade de nossas vidas, nos sonhos que criamos e alimentamos, e de aceitar lançar objetivos reais, próximos daquilo que é nossa vontade atingir, é que move nossas entranhas, nos faz criar, inovar e lançar mão de capacidades que desenvolvemos e estão guardadas dentro de todos nós.
Para trazê-las ao nível consciente, para fazê-las emergir, para torná-las nossas companhias de todos os dias, precisamos de uma tomada de posição muito clara, decisiva.
A primeiro passo é visualizar nossos sonhos.
Entendê-los bem, compreender sua amplitude, sua profundidade, sua significância e o grau de urgência que temos em relação a eles.
Depois de conseguirmos definir quais os sonhos que queremos efetivamente construir, alcançar, precisamos desenhar nosso projeto para transformá-los em realidade.
Clareza de objetivos, senso de oportunidade e economia de recursos são condições essenciais.
Tempos envolvidos, recursos necessários, caminho crítico a seguir, mudanças a implementar, elementos envolvidos na implantação e continuidade do projeto, são algumas das peças que servirão de alicerce para a sua elaboração.
Outro ponto fundamental é o elenco ético, e conceitual, que servirá de parâmetro e baliza para o desenvolvimento, considerando as crenças pessoais.
Bons projetos são aqueles coerentes com os princípios emanados por quem os concebeu e que vai implementá-los.
Mas para deslanchar projetos é necessária uma atitude diferenciada, uma qualidade de comando, uma característica de percepção diferenciada.
E aí é que entra a necessidade de um perfil de liderança para a mudança.
A liderança começa em nós, em nossa individualidade.
Se conseguirmos nos liderar em nossos processos próprios, estaremos prontos então para poder exercer liderança com outros e para outros.
Liderança é uma atuação de viabilização, de fazer acontecer, de aproximar competição e cooperação, de novos conceitos organizacionais, que visem satisfação de sonhos e projetos, e a distribuição eqüitativa dos seus resultados, entre todos que participarem em sua consecução.
Liderança é uma atitude, e uma capacidade, de discernir e separar conceitos que possam impedir um projeto de ser realizado e que opere os resultados para que o poder não se consolide de forma conservadora, ortodoxa, prejudicando participantes e separando pessoas de forma injusta atendendo uma segmentação de funções que reproduza velhos e superados princípios.
A postura de líder, antes de se posicionar, eventualmente, como “chefe”, deve contemplar a orientação, a capacitação, a integração e a aceitação do eventual grupo e de seus membros.
Líder entende sua atuação como um permanente diálogo e como uma interação constante entre liderança e liderados.
O relacionamento líder/liderados é uma conexão intensa, pois um não funciona sem os outros.
O líder pode comandar, chefiar, se for necessário.
O simples chefe imposto, colocado pelo poder, nunca chegará a ser líder.
O verdadeiro líder é um viabilizador, um aproximador de pessoas e resultados.
O verdadeiro líder é como um maestro de orquestra.
Ele não necessita saber tocar todos os instrumentos.
O Maestro/Líder tem como função primordial tornar claro para todos os músicos da orquestra a partitura geral, gerando harmonia entre os executantes, e beleza melodiosa para quem escuta.
Ele oferece clareza de objetivos quando ensina, treina e capacita os músicos para a atuação integrada, coletiva, grupal.
Desenvolve o senso de oportunidade, quando estimula a coordenação, a sintonia, e a sincronia entre todos.
E atinge a economia de recursos, quando estimula a objetividade, a redução dos tempos dos ensaios, e a eficácia da orquestra com menor consumo de tempo.
2 comentários:
Querido amigo. VISITEI SEU BLOG. Dificil dizer qual o melhor artigo. Reintero o comentário de meu mano. Realmente amigo tens "palavras muito sábias" e le-las só nos deixa maus cultos e com certeza mais felizes e confiantes na humanidade.GRANDE ABRAÇO. ADRIANAGUILLAMELAU
Excelente texto! Trabalhar com afinco, sem deixar o que mais importa na vida passar...
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