Agosto de 2015.
O Brasil está encerrando um velho
e ultrapassado ciclo político e governamental, com as dores de uma crise
política, que desaguou numa grave situação econômica, por experiências
desastradas nos últimos 12 anos.
Apesar do governo do PT, que aí
está desde 2003 ter prometido em sua “Carta aos Brasileiros”, uma gestão
afinada com a nova economia mundial, de mercado e finanças vigilantes, a
prática caudilhesca de seu primeiro presidente, Lula, e a sequência desastrada
de sua sucessora Dilma, com seus personalismos agudos e comportamentos
populistas e demagógicos, jogaram o Brasil na situação atual.
Neste mês de agosto de 2015 o
mundo olha o Brasil com apreensão, e ontem, dia 11, uma agência de
classificação de risco rebaixou o Brasil, aproximando-o da zona de pânico, que
pode chegar em alguns meses, caso o governo insista em não cortar despesas, mas
apertar a sociedade com medidas restritivas, que já geraram retração no
consumo, aumento de juros, perda de muitos postos de trabalho numa grande onda
de desemprego, e um encarecimento geral de preços.
Tudo o que a candidata Dilma
dissera em sua campanha, de alguns meses atrás, que o Brasil nunca passaria o
que está passando, se ela fosse reeleita. Foi e aí está a situação econômica sem
as máscaras e pedaladas enganosas e despistadoras, que os governos usaram nos últimos
mandatos, na contabilidade pública e no mascaramento da grave situação real,
que agora se abate sobre o Brasil.
Ou seja, tudo com a velha política
brasileira, herdeira da embromadora corte portuguesa, que sempre procurava
passar a visão de uma nação maravilhosa, um gigante adormecido, de ambiente
rico e inesgotável.
Apesar de alguns relatórios
oficiais, ufanos e sem credibilidade, a queima da Mata Amazônica nunca foi tão
abrangente, o desmatamento avança sem qualquer limite colocado pelo governo
federal, a água está ficando escassa, em muitas cidades brasileiras,
racionamento do líquido já é realidade, a energia elétrica, que Dilma baixara o
preço, de forma discricionária e demagógica, para preparar sua reeleição, agora
sobe mensalmente, em níveis inéditos, apesar da desastrada intervenção
presidencial sobre o sistema elétrico, para tentar esconder sua inépcia e
despreparo.
Mas tudo fruto da postura velha e
superada, de agentes políticos que se diziam “progressistas”, de “esquerda”,
que visavam o bem comum, e outras lorotas mais, já tão desgastadas pelos velhos
politiqueiros, que sempre se aproveitaram da ingenuidade política da sociedade,
para assalta-la e vilipendia-la, sem qualquer consideração, ou compromisso
ético.
Os casos mais conhecidos nestes
governos desde 2003, de assalto aos cofres públicos, foram o mensalão,
apelidado assim por seu delator o deputado Roberto Jeferson, que entregou o
esquema montado no Palácio do Planalto, e com gestão na Casa Civil da presidência
do governo Lula, e que foi financiado por dinheiros do povo brasileiro, por
meio do atual fugitivo da justiça brasileira, Pizzollatto, que fraudou
documento de seu irmão morto para se refugiar na Itália, condenado que foi por
tribunais brasileiros.
Mas a reprodução dos velhos
costumes e hábitos arraigados na superficial camada legislativa e executiva dos
governos nacionais, não conseguiu estancar diante do processo no STF, que durou
um cinematográfico ano de duração, com lances inéditos de um Joaquim Barbosa “chicoteando”
seus acomodados colegas, com postura e palavras duras, para que se postassem à
altura de fazer parte da suprema corte da nação.
E nem bem terminado o primeiro
ato dessa ópera bufa da corrupção sistematizada pelos governos ditos esquerdistas
e progressistas, e nova situação dantesca, gigantesca, de corrupção aguda e
profunda abala nosso combalido Brasil.
A Petrobras, a joia da coroa
brasileira, uma empresa sólida, segura, riquíssima, com bom conceito no mundo
inteiro, construído desde o ano de 1953, no governo de Getúlio Vargas, foi
assaltada de forma tão violenta, vil, organizada, que está frágil e sua dívida
supera sua receita em 5 anos, ou seja, se a Petrobras não pagar nenhuma conta,
salários, compras, aluguéis, investimentos, ela levará 5 anos aplicando toda a
sua receita para pagar os quase 1 trilhão de dívidas deixadas pelos sangue-sugas
do governo, e seus asseclas privados.
E esse é o Brasil entregue pelo
novo/velho partido político PT, junto com seu “condomínio partidário
congressual”. Esse partido foi criado numa manobra do Gal. Golbery do Couto e
Silva, chefe da casa civil de Geisel, o penúltimo general presidente do regime
militar, que durou de 1964 a 1985, para que o trabalhismo, uma doutrina
ideológica, democrática e gerada em teses de vários países que a experimentaram,
a Inglaterra ainda tem um partido trabalhista, não viesse a cair nas mãos de
Leonel Brizola, grande liderança brasileira, que tinha tudo para dirigir o PTB,
que foi extinto por ato institucional autoritário, e que a partir de 1979/80,
tinha tudo para ser recriado no Brasil.
O gaúcho Pasqualini foi um de
seus propugnadores e pensadores, que ajudou na concepção de conceitos e
programas.
O regime militar manobrou,
apoiando Lula e a filha de Getúlio, Alzira Vargas, aceitando o novo registro do
PTB em seu nome, preterindo Brizola, e registrando o PT, como um partido de
trabalhadores, para esvaziar a liderança natural do ex-governador gaúcho sobre
as correntes efetivamente trabalhistas históricas.
Essa manobra dos militares tinha
por objetivo dividir e enfraquecer as oposições, tendo conseguido relativo
sucesso, pelo menos no segmento do trabalho.
A recriação do PTB com controle
de Alzira, e a criação de um partido de trabalhadores, o PT de Lula, ajudou na
dispersão de uma corrente histórica, no Brasil, pois ocorreu a divisão dos
trabalhistas.
Conseguiu e o Brizola teve que
criar o PDT, mas com grande perda de militantes e uma confusão de siglas, que,
depois de 16 anos de regime militar, já tinha deixado de motivar memórias e
sentimentos sobre o processo partidário, que foi erradicado pelos militares com
a criação de um bi-partidarismo artificial e autoritário.
E assim, depois desse pequeno
retrospecto, voltamos ao ano de 2015, primeiro de uma gestão prevista para mais
4 anos de Dilma Rousseff do PT na presidência do Brasil.
Este ano ficará marcado na
história brasileira como o início de um novo ciclo na vida da sociedade.
Desde 1889 o Brasil tenta
implantar a sua República, que já passou por experiências parciais e capengas
em seus 126 anos.
A crise, que se arrasta desde
2005, com a descoberta, investigação, e condenação de vários atores da cena
política patrocinada por um “condomínio partidário” pós-2003, desemboca, agora
em 2015, em novas investigações, tendo a Petrobras como agente “financiador” do
novo achaque às finanças públicas.
Uma década de crise política, mas
estampada nas páginas policiais, fizeram a sociedade brasileira meditar sobre
seu sistema político, sobre suas praticas de gestão governamental, e sobre a
postura dos cidadãos, e eleitores, diante de toda essa massa de informação,
ainda não bem digerida por todos.
Os conceitos de República, já
muito antigos no mundo, oferecem a noção de igualdade de todos diante de tudo,
com as garantias de proteção dos hipo-suficientes diante dos hiper-suficientes.
Essa noção de justiça social, que
seria implantada e mantida por um Estado justo e igualitário, nunca foi
transformada em realidade cabal em nosso Brasil, pois os vícios da corte portuguesa
por mais de quatro séculos plantaram suas raízes culturais nesta sociedade
sub-tropical e pouco afeita aos regulamentos coletivos, desde que atendidos favores
pessoais e de interesses nem sempre nobres.
Basta ver o processo de projeção
de vontades pessoais e individuais sobre as necessidades coletivas da sociedade
brasileira.
Se somarmos o tempo que o Brasil
viveu em regime democrático, constataremos que nos 126 anos republicanos,
oficiais, tivemos algo em torno de 50 anos de respeito à lei e à Constituição
Federal, e um conjunto de aventuras, e tentativas autoritárias, que somam muito
mais.
Não é possível analisar a
sociedade brasileira somente por suas manifestações do século XX em diante, sem
que façamos um mergulho em nossa história, desde o descobrimento oficial, em
1.500.
Descobrimento “oficial” na
manipulação portuguesa da corte daquela época, pois seis anos antes, em 1494, o
acordo de Tordesilhas já havia sido assinado entre Portugal e Espanha dividindo
o Brasil em duas partes entre aqueles dois impérios.
Que descobrimento foi esse, que 6
anos atrás já tinha ocorrido um acordo internacional sobre seus limites? Como
portugueses e espanhóis dividiram um mapa do Brasil que só iriam descobrir anos
depois?
E assim começou a manipulação, a
gestão da história e do conhecimento sobre o Brasil, o que comprova que a
história sempre foi contada pelos vendedores, nas contendas mundiais.
E assim nasceu “O Mito Brasil”,
embalado nas versões portuguesas imperiais, que foram implantadas até 1989, ano
em que a República foi proclamada nesta nação sub-tropical.
A SEGUIR: O MITO BRASIL E A CIDADANIA DO SÉCULO XXI
HISTÓRIA – CULTURA – CRENÇAS – MITOS – CIDADANIA - DOMINAÇÃO – PODER
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