quarta-feira, 19 de agosto de 2015

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA


O processo educacional é uma ação complementar entre família e escola.
Educação é amor, exemplos e limites.
De pais, mães, professoras, educadores, sociedade, e escolas.
O uso de tecnologias digitais da informação pelas crianças, tanto nas residências, como nos ambientes escolares, tende a se revestir de características preocupantes.

Atualmente, o estágio da tecnologia da informação é muito avançado e sofisticado e tem grande capacidade de aglutinação e síntese, com enorme volume de informação.
Ninguém permite que uma criança almoce, faça seus deveres de casa, ou frequente a escola, levando um rádio portátil, uma televisão e um jornal, com grande variedade de sons, imagens, mensagens, pois o aluno sofreria um desastroso processo de dispersão, por vários motivos.

É impossível para uma criança em fase de formação cerebral e mental, conseguir absorver muita informação sonora, visual, escrita, de forma simultânea.
Os dispositivos celulares, tablets, e outros, são exatamente isso, como se fosse possível dar a uma criança um pequeno dispositivo eletrônico, que reunisse todos os estágios e meios informacionais citados.

Os riscos de desenvolvimento de hábitos nocivos e deformadores de seu comportamento e atitudes se potencializam quando a onda eletrônica se projeta sobre cabecinhas imaturas, que deveriam estar brincando e interagindo entre si, para que pudessem acessar a realidade por meio do brincar.
Usar a tecnologia dentro de uma padrão didático e pedagógico, que esteja incluído num programa educacional bem planejado, é necessário e faz parte do modo de colocar a criança em sintonia com o mundo no qual ela se desenvolve.

Mas permitir o atropelamento de seu desenvolvimento, da consolidação da sua sensibilidade e consciência, com o uso indiscriminado de tecnologias que invadam seu aparato biológico, com sensores, microfones, telas, etc, pode colocar em risco toda uma geração que, pela primeira vez na história, será plenamente formatada por tecnologias intensivas.
Pais, mães e professores e educadoras, têm a nobre missão de formar novos seres humanos, com condições plenas de cidadania, direitos e deveres.

A sociedade democrática se sustenta, e aprimora, pelo grau de participação de seus cidadãos, que devem ser desenvolvidos por métodos científicos, pesquisados e comprovados, mas sem a intensividade nociva de um uso lucrativo e pernicioso das propagandas subliminares e subjetivas embutidas nos corpos dos estudantes em tenra idade.
A abrangência e profundidade com que agem os meios para estimular consumo intensivo, podem comprometer o discernimento desses seres formados com babás eletrônicas e cuidadoras eletro eletrônicas, virtuais e digitais.

O Projeto Friends For Life, desenvolvido pela Psicóloga Paula Barret, na Austrália, justamente está reunindo a comunidade escolar, alunos, pais e professores, para enfrentar um elevado nível de suicídio infanto-juvenil, naquele país, pois lá foi constatado que a perda da resiliência se dá devido à tristeza da não realização de sentido exacerbados para consumo de bens e comportamentos inoculados até os 14 anos, por uma estrutura unidirecional, que empurra e injeta ansiedade.

O programa citado foi reconhecido pela OMS e está em desenvolvimento há 20 anos.
Mas seu sucesso ocorre por famílias, educadores e professoras, escolas, terem retomado seu papel no desenvolvimento das pessoas.
Sem isso as perdas de vidas podem crescer exponencialmente, comprometendo o futuro das atuais gerações de pequenos, por omissão e deslumbramento, até comodismo, dos adultos.


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