quarta-feira, 19 de agosto de 2015

BRASIL: AJUSTE FISCAL?



O Brasil passa por crise econômica derivada da ação governamental com repercussões políticas. Muito foi gasto nos governos dos últimos 13 anos, dirigindo dinheiros públicos para programas assistencialistas de fundo populista.

A máquina governamental foi ampliada pra 39 ministérios, com nomeação de 24.000 cargos comissionados. Desde janeiro de 2015 o Brasil passa por um arrocho em uma série de direitos dos trabalhadores com notórios resultados negativos sobre a renda familiar.

A Constituição Federal de 1988 foi elaborada sobre a reconquista dos direitos individuais, que haviam sido afetados pelos procedimentos dirigidos nos 21 anos de regime militar.
Muito do que se conquistou nesse avanço agora está sendo perdido por uma equivocada gestão política e econômica.

O primeiro governo Lula foi marcado por um legado deixado pelo governo anterior, que estabilizara a moeda, removendo o fator inflacionária da vida das pessoas no Brasil.
Além disso a situação desenvolvimentista da China, como grande compradora de matérias primárias de nosso país, e vitalidade das economias argentina e americana, deram ao Brasil excepcionais condições de caixa e superávit, mesmo tendo o novo governo aumentado em muito as despesas públicas.

A crise de 2008, a partir do sistema bancário americano, jogou suas franjas sobre o mundo todo, mas por aqui o movimento inercial garantiu uma certa tranquilidade aos 2 governos Lula, que não perdeu tempo e lançou pirotécnicos programas para formar uma imagem paternalista de suas gestões, mas já começando o processo de maquiagem das contas públicas federais.

A sucessora Dilma, com muito menos inteligência emocional, desprovida de capacidade mediadora, imprimiu um governo  que deu continuidade aos gastos anteriores mas já sem as mesmas condições de caixa, pois a crise americana e europeia restringiram a bonança financeira, com a qual Lula cumpriu seus 8 anos de governo, querendo projetar-se como um governante popular e bem aceito, apesar de todo o processo de desgaste de imagem, que o processo do mensalão lhe trouxe, pois muitas figuras de proa de sua gestão foram denunciados, processados e condenados.

Lula referiu-se à crise não com um tsunami econômico, mas sim como uma marolinha. A “marolinha” já tinha atingido o Brasil, mas Lula e seu partido PT desencadearam campanhas publicitárias enaltecendo a
figura dele, como um novo “pai dos pobres”.
A bomba inercial estourou no colo de sua sucessora, que não querendo admitir a perda da situação privilegiada herdada por Lula, quis, também, passar para a história como “a mãe do PAC”, uma grande campanha publicitária realizada para lançar seu nome à presidência, embalada pelo período altamente manipulado por Lula.

Dilma conseguiu a reeleição suprimindo a verdade sobre a grave situação em que o Brasil já se encontrava desde 2008, mas que tinha sido muito bem maquiada por Lula e seu ministro Mantega, que acatou toda a supressão da verdade sobre as contas governamentais, com uma operação de escamoteamento de dados reais.

Em janeiro de 2015, apenas 60 dias após os violentos e difamatórios debates que ela dirigiu a seus oponentes, principalmente contra Marina Silva e Aécio Neves, a máscara caiu e a realidade negativa se abateu sobre o Brasil, com inflação, aumento de juros, cortes de benefícios trabalhistas, restrição do crédito, encarecimento do custo de vida, e uma enxurrada de propostas legislativas, encaminhadas às duas Casas do Congresso Nacional.

Tudo o que Dilma 60 dias antes acusava seus dois opositores nas eleições de 2014, ela o fez em pouquíssimo tempo, aplicando uma política recessiva e inflacionária.
Mais uma vez os grandes bancos e grandes empreiteiras foram privilegiadas, com aumento da taxa de juros e outros mecanismos, que jogaram o país numa recessão com indicadores trágicos e riscos de perda do grau de investimento.

Não bastasse todo o estupor da sociedade brasileira diante das medidas, que Dilma alegava serem responsabilidade de outros candidatos, o governo reeleito continua usando dinheiro público, para financiar a indústria automobilística, com financiamentos baratos, abaixo dos valores cobrados de todos os cidadãos, alocando 5 bilhões, isso mesmo, 5 bilhões de reais, para que as montadoras não demitam trabalhadores.

Quem garantirá isso, e quem fiscalizará?

Além disso, colocar dinheiro de impostos, dos contribuintes, numa indústria que não baixou um real em seus preços de automóveis, é incentivar o mau capitalismo, pois industrias privadas passam a ser financiadas com o dinheiro dos cidadãos, quando deveriam como em todo o mundo, baixar preços para liquidar estoques de carros, e investir em produtividade e inovação.

Assim como Dilma nomeou um novo ministro da Fazenda, bem aceito pelo mercado, ela retira as condições desse ministro, por querer, de forma populista, continuar iludindo a sociedade brasileira.
Contudo, seus baixíssimos índices de aceitação, beirando os inéditos 8%, estão lhe sinalizando um aprofundamento da crise, agora com a retirada de suas condições mínimas de governabilidade.

Além da economia, Dilma passou às mãos de seu vice-presidente, do PMDB, a gestão política de seu segundo governo, tal a magnitude da situação política adversa.

Até quando o Brasil resistirá a tudo isso?




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