O Brasil passa por crise
econômica derivada da ação governamental com repercussões políticas. Muito foi
gasto nos governos dos últimos 13 anos, dirigindo dinheiros públicos para
programas assistencialistas de fundo populista.
A máquina governamental foi
ampliada pra 39 ministérios, com nomeação de 24.000 cargos comissionados. Desde
janeiro de 2015 o Brasil passa por um arrocho em uma série de direitos dos
trabalhadores com notórios resultados negativos sobre a renda familiar.
A Constituição Federal de 1988
foi elaborada sobre a reconquista dos direitos individuais, que haviam sido
afetados pelos procedimentos dirigidos nos 21 anos de regime militar.
Muito do que se conquistou nesse
avanço agora está sendo perdido por uma equivocada gestão política e econômica.
O primeiro governo Lula foi
marcado por um legado deixado pelo governo anterior, que estabilizara a moeda,
removendo o fator inflacionária da vida das pessoas no Brasil.
Além disso a situação desenvolvimentista
da China, como grande compradora de matérias primárias de nosso país, e vitalidade
das economias argentina e americana, deram ao Brasil excepcionais condições de
caixa e superávit, mesmo tendo o novo governo aumentado em muito as despesas
públicas.
A crise de 2008, a partir do
sistema bancário americano, jogou suas franjas sobre o mundo todo, mas por aqui
o movimento inercial garantiu uma certa tranquilidade aos 2 governos Lula, que
não perdeu tempo e lançou pirotécnicos programas para formar uma imagem
paternalista de suas gestões, mas já começando o processo de maquiagem das
contas públicas federais.
A sucessora Dilma, com muito
menos inteligência emocional, desprovida de capacidade mediadora, imprimiu um
governo que deu continuidade aos gastos anteriores
mas já sem as mesmas condições de caixa, pois a crise americana e europeia restringiram
a bonança financeira, com a qual Lula cumpriu seus 8 anos de governo, querendo
projetar-se como um governante popular e bem aceito, apesar de todo o processo
de desgaste de imagem, que o processo do mensalão lhe trouxe, pois muitas
figuras de proa de sua gestão foram denunciados, processados e condenados.
Lula referiu-se à crise não com
um tsunami econômico, mas sim como uma marolinha. A “marolinha” já tinha
atingido o Brasil, mas Lula e seu partido PT desencadearam campanhas
publicitárias enaltecendo a
figura dele, como um novo “pai
dos pobres”.
A bomba inercial estourou no colo
de sua sucessora, que não querendo admitir a perda da situação privilegiada
herdada por Lula, quis, também, passar para a história como “a mãe do PAC”, uma
grande campanha publicitária realizada para lançar seu nome à presidência,
embalada pelo período altamente manipulado por Lula.
Dilma conseguiu a reeleição
suprimindo a verdade sobre a grave situação em que o Brasil já se encontrava
desde 2008, mas que tinha sido muito bem maquiada por Lula e seu ministro
Mantega, que acatou toda a supressão da verdade sobre as contas governamentais,
com uma operação de escamoteamento de dados reais.
Em janeiro de 2015, apenas 60 dias
após os violentos e difamatórios debates que ela dirigiu a seus oponentes,
principalmente contra Marina Silva e Aécio Neves, a máscara caiu e a realidade
negativa se abateu sobre o Brasil, com inflação, aumento de juros, cortes de
benefícios trabalhistas, restrição do crédito, encarecimento do custo de vida,
e uma enxurrada de propostas legislativas, encaminhadas às duas Casas do
Congresso Nacional.
Tudo o que Dilma 60 dias antes
acusava seus dois opositores nas eleições de 2014, ela o fez em pouquíssimo tempo,
aplicando uma política recessiva e inflacionária.
Mais uma vez os grandes bancos e
grandes empreiteiras foram privilegiadas, com aumento da taxa de juros e outros
mecanismos, que jogaram o país numa recessão com indicadores trágicos e riscos
de perda do grau de investimento.
Não bastasse todo o estupor da
sociedade brasileira diante das medidas, que Dilma alegava serem
responsabilidade de outros candidatos, o governo reeleito continua usando
dinheiro público, para financiar a indústria automobilística, com
financiamentos baratos, abaixo dos valores cobrados de todos os cidadãos, alocando
5 bilhões, isso mesmo, 5 bilhões de reais, para que as montadoras não demitam
trabalhadores.
Quem garantirá isso, e quem
fiscalizará?
Além disso, colocar dinheiro de
impostos, dos contribuintes, numa indústria que não baixou um real em seus
preços de automóveis, é incentivar o mau capitalismo, pois industrias privadas
passam a ser financiadas com o dinheiro dos cidadãos, quando deveriam como em
todo o mundo, baixar preços para liquidar estoques de carros, e investir em produtividade
e inovação.
Assim como Dilma nomeou um novo
ministro da Fazenda, bem aceito pelo mercado, ela retira as condições desse
ministro, por querer, de forma populista, continuar iludindo a sociedade
brasileira.
Contudo, seus baixíssimos índices
de aceitação, beirando os inéditos 8%, estão lhe sinalizando um aprofundamento
da crise, agora com a retirada de suas condições mínimas de governabilidade.
Além da economia, Dilma passou às
mãos de seu vice-presidente, do PMDB, a gestão política de seu segundo governo,
tal a magnitude da situação política adversa.
Até quando o Brasil resistirá a
tudo isso?
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