quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

OS NOVOS SINÔNIMOS E A PANTAGRUÉLICA FESTA COM DINHEIROS PÚBLICOS NO BRASIL


Choca a forma alienada e fria com que se procura reduzir o impacto de que ainda existem muitas pessoas passando fome, no Brasil. 
"Insegurança alimentar" é um eufemismo, quase cínico, para a fome. 
Essa é a forma que órgãos oficiais do governo brasileiro tratam a fome, a falta de alimento, de quase 20 milhões de brasileiros.
Enquanto alguns milhões passam por "insegurança alimentar", outros nadam na segurança dos aumentos gerais de salários, vantagens, e benefícios, que o andar de cima se autoconcedeu, por ocasião deste Natal, que se não é justo, é muito bem-vindo para todos que usam o poder em benefício próprio. 
Afinal, um salário de R$ 30.000,00 para pessoas que ainda recebem casa, comida, telefone, e outras mordomias, não está mal, não é mesmo? 
Nada como um país no qual existem dois, mas que um só abarca o dinheiro disponível e se fornece bons natais, aniversários, anos novos, e a permanente e feliz despreocupação de compras de presentes, de viagens, ou seja, de tudo que custa dinheiro, mas que para os bem pagos, nada afeta. 
Afinal, o país da fome não pode fazer passeatas, não pode escrever cartas para jornais, não pode fazer protestos, pois a barriga ronca mais que suas vozes roucas de fome. Agora, se alguém lhe pedir dinheiro para comer, convença-o de que ele está só numa situação de insegurança alimentar, ou seja, não sabe se terá a próxima refeição, o que não é nada assim tão trágico para todas essas pessoas, que, afinal, já podem ter tido alguma refeição anterior no dia. 
E assim caminha esta bem concebida colônia portuguesa, que ainda não despertou e convive com mensalões milionários, com a corrupção que se abateu sobre a Petrobras e outras estruturas nacionais. 
Não há dinheiro para saúde, para pagar salários dignos e merecidos para professores, para policiais civis e militares, mas para carros caríssimos, com ar condicionado, para luxuosos apartamentos funcionais, para residências oficiais nunca falta qualquer tipo de grana. 
Maria Antonieta, a inconsciente rainha francesa, em sua insânia e distância da realidade também mandava o povo francês, daquela época, "comer brioches" para acalmar a "insegurança alimentar" que a corte francesa entendia como algo natural. Coitadinha, acabou perdendo a vazia cabecinha numa guilhotina suja e enferrujada, operada pelos portadores de "insegurança alimentar". 
Quantas cabeças ainda terão que rolar para que nosso Brasil tenha uma categoria de novos políticos e gestores públicos, que façam jus a tudo o que a nação já lhes oferece, e que comecem a prestar bons serviços para a população, que os mantém com seus minguados salários, pagando elevados impostos???


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