quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

FEB 70 ANOS: A VITÓRIA CONTRA A CORRUPÇÃO NO E DO PODER


Recentemente foram comemorados os 70 anos da tomada de Monte Castelo, na Itália. 
A FEB-Força Expedicionária Brasileira, organizada para lutar contra o nazi-fascismo, marcou sua presença na segunda guerra mundial (1939/1945), ao lutar contra os exércitos italiano e alemão, que tentavam garantir a continuidade do expansionismo do chamado Eixo, um pacto firmado entre o Japão, atrasado e militarista, a Itália fascista de Mussolini, e a Alemanha nazista de Hitler.
Esse acordo visava, simplesmente, uma associação para dominar e controlar o mundo todo. Várias vertentes políticas, e autoritárias, se juntaram para tomar de assalto toda a humanidade, e colocá-la a serviço de seus corrompidos princípios de poder.
A intervenção das forças armadas dos aliados, e foram muitos os países que se juntaram para combater o mal, interrompeu a caminhada tranquila, dos que ameaçavam dominar as principais potências livres e democráticas, ou qualquer outra, que não concordasse com a existência de “uma raça superior”, como propunha Hitler, em sua manipulada teoria, desqualificada, sem qualquer base ou comprovação minimamente científica, mas que serviu de base para amealhar os apoios do 80 milhões de habitantes, da sociedade Alemã, que ainda amargava o ressentimento, e a vergonha, da derrota na primeira guerra mundial (1914/1918).
Todos os países, que fossem discordantes das teses daqueles tiranos, os quais já tinham mentido para seus povos, e escravizado as suas próprias sociedades, pela força e pelo terror, se transformaram em alvos dos ataques.
Dominados por uma visão nitidamente megalomaníaca, que começou com o nazismo na Alemanha, se espalhou com o apoio da Itália do tirano Mussolini, e se consolidou com o conservadorismo militarista Japonês, o nazi-fascismo começou sua caminhada de terror, e destruição, inicialmente pela Europa.
A geopolítica desenhada por Hitler, porém, previa expansões para regiões estratégicas, desde que permitissem sua sonhada expansão para o leste, onde pretendia tomar o rico território, em alimentos e petróleo, da União Soviética, de surpresa, e a oeste, com a anexação da Espanha, onde contou com o inestimável apoio do general golpista Franco, que iniciou, do norte africano, um golpe contra a República Espanhola.
Ao analisar o mapa da região, percebe-se claramente a importância que o território espanhol oferecia aos sonhos mundiais do ditador Hitler.
A Espanha, com suas frentes marítimas, a do Atlântico e a do Mediterrâneo, seriam excelentes pontos para desencadear a dominação do norte da África, e a operação rumo à América.
Com a vitória militar do exército golpista de Franco, veio junto uma derrota política e estratégica para o Eixo. A Espanha, apesar da derrota republicana contra o golpe, ficou muito afetada e destruída pela guerra civil, na qual morreram quase um milhão de espanhóis, sem a mínima condição de se transformar num grande pátio de manobras dos nazistas, para chegar ao continente americano, via oceano Atlântico, ou Mediterrâneo para alcançar o petróleo e outras riquezas guardadas em subsolo norte-africano.
A situação na Espanha fez com que Hitler voltasse seus aviões e canhões em direção à Inglaterra, pois ali seria o ponto alternativo para chegar às Américas, continente onde já contava com vários governos populistas e demagógicos, simpatizantes da causa nazista.
Em nosso Brasil, Getúlio Vargas namorava há algum tempo com a doce imagem que os nazistas emanavam para incautos totalitários, que sonhavam com muito poder, com cada vez mais poder, tal a inebriante sensação, que sentiam nessa posição.
Nosso ditador, em pleno Estado Novo, a ditadura que Vargas implantou no Brasil a partir de 1937, já tinha condecorado o Ministro das Relações exteriores de Hitler, o marechal Von Ribbentrop, e entregara a esposa do líder comunista Luiz Carlos Prestes, Olga Benário, aos nazistas, para ser morta em campo de concentração na Alemanha.
Seu chefe de polícia política, que torturava e matava inimigos e adversários do governo de Getúlio, o frio Filinto Muller, já tinha frequentado cursos ministrados pela Gestapo e pela SS, unidades nazistas, criadas pelo tirano alemão, como milícias paralelas às forças armadas regulares, e que visavam implantar o terror, a perseguição e a morte de quem se opusesse.
Esses cursos trouxeram para nosso Brasil as técnicas de tortura, e eliminação, que já eram aplicadas em judeus, e nos alemães, que não aceitassem o poder nazista.
A Casa de Detenção, e a Ilha Grande, ambas no Rio de Janeiro, foram transformadas em depósitos de adversários políticos do Estado Novo de Getúlio, onde se torturava e matava, sem qualquer controle social, pois a nação brasileira estava amordaçada pelo sorridente, e populista Vargas. E pelo controle total da imprensa livre, que era realizado pelo DIP-Depto. de Imprensa e Propaganda, inspirado nas práticas nazistas de Goebbels, que tinha implantado igual iniciativa, na Alemanha, para que Hitler não fosse criticado, ou denunciado, em suas práticas criminosas, e corruptas. Goebbels, o ministro da propaganda alemão afirmava, com o maior cinismo, que uma mentira repetida muitas vezes, acaba sendo aceita como uma verdade.
Verdades e mentiras que acabaram com o nazismo, mas que, em contrapartida, destruíram a Alemanha, que um dia fora um berço de arte, cultura, e filosofia.
Na Argentina, o General Peron, se mantinha “neutro” para não entrar na guerra contra o nazi-fascismo, pois muito ouro, dos saques promovidos por Hitler, contra os bancos centrais europeus, dos países ocupados, era trazido por submarinos, e depositados nas simpáticas mãos peronistas, a ponto de aquele país sul-americano ter conseguido ostentar um dos maiores lastros-ouro do mundo, ao final da segunda grande guerra, em 1945.
Além de Peron, outros presidentes e “líderes” sul-americanos ficaram com um olho em Hitler, pois se ele vencesse a frente europeia, e a russa, seria muito bem recebido nas tropicais repúblicas de bananas. Bolívia, Chile, foram alguns países onde nazistas se refugiaram e criaram verdadeiras colônias neonazistas, com muitos recursos roubados, e armamentos, trazidos da Europa. No Brasil, ainda nos anos 1970 e 1980, muitos foram os nazistas capturados, e que se encontravam trabalhando como “técnicos” de muitas empresas, que na Alemanha nazista já tinham reunido muito lucro, advindo do trabalho escravo, de judeus e de outros prisioneiros, que Hitler colocava à disposição de grandes empresas, desde que colaborassem com seus esforços de expansão, e dominação.
Essa, talvez, a maior marca, a inextinguível posição política, democrática e libertária, forjada pelas Forças Armadas Brasileiras, que estruturaram a FEB, e foram para a guerra, para ajudar a derrotar a quem já sonhava com as terras ultramarinas, e que já imaginava “uma nova Alemanha dos mil anos...”
Mesmo não adestrados em terras frias e nevadas, com armamentos superados, os Pracinhas brasileiros ofereceram forte demonstração de compreensão do momento mundial, dos riscos que a Democracia corria, em todo o mundo, e deram o melhor de si, com garra e determinação, desmantelando posição estratégica na Itália, ajudando a libertar aquele país, o que influiu muito na derrota hitlerista.
Muitos deixaram seu sangue naquele território distante, quase quinhentos militares brasileiros deram suas vidas para defender a Democracia, na segunda guerra mundial, e muitos lá ficaram e fizeram suas vidas familiares, em solo italiano.
Ricos são os relatos, que contam como os brasileiros enfrentaram qualquer espécie de adversidade, vencendo os inimigos naturais, lutando contra incompletudes materiais e carências de toda a ordem, cumprindo a missão que lhes foi atribuída.
Tomaram as posições defendidas por alemães e italianos, em região com grande desvantagem topográfica, pois lutaram numa planície, contra objetivos situados em elevações fortificadas, de onde eram despejadas inimagináveis quantidades de morteiros, explosivos, além de uma área completamente minada por dispositivos sensíveis ao simples pisar.
Além dessa memorável epopeia militar, a FEB teve um papel mundial essencial para ajudar a fragilizar, e derrotar, a criminosa associação montada entre os três países, que se propunham a jogar toda a humanidade nas trevas, no atraso e na dominação pela força.
A FEB foi um dos corpos militares, reunidos de muitos países, que não permitiram que o processo de corrupção de costumes, de elencos legais, de pactos coletivos saudáveis, pudesse formar um poder global.
Hitler e Mussolini, com o apoio do quase medieval Japão daquela época, promoveram vigorosos processos de corrupção, que visavam reunir muita riqueza e recursos financeiros, que foram usados para formar uma podre casta de poder, que pretendia permanecer no comando do mundo.
A corrupção desencadeada pelo nazi-fascismo, foi exatamente o que se lê em dicionários, como definição dessa palavra.
Corrupção quer dizer apodrecimento, desmoronamento, deturpação, ou seja, o processo de deterioração de uma sociedade, pelo poder da mentira, da ocultação, da manipulação, da repetição acelerada de saques contra os recursos públicos de uma nação, para usá-los em benefício próprio.
Se o poder corrupto, violento, ameaçador, destruidor, do nazi-fascismo, tivesse vencido a segunda guerra mundial do século XX, hoje, muito provavelmente, muito pouco restaria do que é o mundo livre e democrático.
Nunca se pode afirmar, em história, de que certos fatos não voltarão a ocorrer. Permanentemente forças obscuras tentam assumir mais poder, pela força, pela morte, pelo roubo, ao redor de nosso mundo.
O meio ambiente é desrespeitado, destruído, colocando em risco a preservação da vida.
Mas, felizmente, as forças da luz, da paz, do avanço, conseguem manter o predomínio da verdade, da civilização, da construção do futuro.
Aqui no Brasil, que enfrenta forte onda de corrupção, é necessário que a população permaneça alerta, pois como se viu na história recente, o processo de apodrecimento de uma nação pode estar encobrindo apetites golpistas, que podem querer chegar e se eternizar, no poder.
Esse filme já passou várias vezes, em diferentes épocas, em fases históricas distintas, e, felizmente, os finais já são sobejamente conhecidos.
Depois de muita morte, perseguição dos diferentes, destruição das instituições democráticas, os inimigos da Democracia têm sido aniquilados, seus regimes destruídos, muitos deles executados ou suicidados.
Mas o preço pago pelos países que tiveram seus destinos alterados por esses sicários, que só pretendem o botim do dinheiro da sociedade, para saciar seus sonhos de grandeza e riqueza, ilimitados, sempre foi alto demais.
Dessa forma, para homenagear a nossa heroica FEB, que foi lutar pela defesa e preservação da Democracia, em inóspitas terras italianas, talvez devêssemos criar uma “atitude FEB”, para simbolizar a nossa luta atual contra a corrupção, contra o desmantelamento das instituições da nossa sociedade, que não desejamos, jamais, ver conduzida, e reduzida, ao atraso e a barbárie, do que já foi, um dia, o espúrio regime nazi-fascista.



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