quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A REAPROXIMAÇÃO ENTRE ESTADOS UNIDOS E CUBA


Em 1963, depois de prometer que caso fosse reeleito faria o restabelecimento das relações diplomáticas com CUBA, o presidente norte-americano John Kennedy foi assassinado, em Dallas, por tiros dados em sua cabeça.
Agora, neste final de 2014, o presidente americano Barack Obama, toma a iniciativa e parte para a retomada das relações entre os dois países, promovendo uma situação que se pensava inimaginável.
Com as bênçãos do Papa Francisco, esse grande exemplo de liderança servidora, os dois governantes, Raul Castro e Obama, mantiveram conversações e, em poucos meses, anunciam a instalação de embaixadas, nos dois países.
O momento global é extremamente propício para essa nova situação.
A geopolítica mundial pode mudar significativamente, com a jogada da OPEP, comandada pela Arábia Saudita, que jogou o preço do barril de petróleo em valores abaixo dos 60 dólares, para inviabilizar a pesquisa e desenvolvimento de novas fontes de energia renovável.
CUBA é um enorme celeiro para desenvolvimento de novas fontes de energia, alternativas ao petróleo.
O que não lhe faltam são grandes extensões com sol e vento, para produzir muita energia eólica e solar.
Também tem um território propício para o plantio e a produção de etanol, que pode transformar CUBA em grande produtor de combustível não poluente, de fonte renovável.
O turismo pode absorver os grandes capitais mundiais, pois a grande extensão de praias, o clima reinante, e a beleza natural, transformarão CUBA num dos principais destinos turísticos mundiais.
Um país que tem uma saúde básica excelente, uma educação para todos, e que, com isso, pode muito rapidamente formar grandes contingentes nas novas tecnologias, oferecendo trabalhadores qualificados para todos os tipos de empresas e linhas de produção.
A indústria automobilística deve, muito rapidamente, instalar fábricas e montadoras em CUBA, pois lá inexistem automóveis modernos, além dos poucos usados pelos órgãos de governo.
O transporte público pode se beneficiar de todos os avanços e implantar uma moderna e não poluente frota de soluções, diversificando entre transportes de massa, por via terrestre, por meio náutico, e com uma malha de modernos trens rápidos, e limpos, atravessando o país, em todas as direções.
Além dos problemas políticos, afinal o ocidente está acostumado a conviver com ditaduras comunistas, familiares, personalistas, desde que sejam capitalistas, a relação econômica deve se acelerar muito, pois CUBA tem tudo para se transformar na “nova China caribenha”.
Para os capitais ocidentais, que estavam acanhados pela falta de novas oportunidades, nada melhor do que esse raro filé de oportunidades, que a reintrodução de CUBA oferece.
Os cubanos é que terão que ficar atentos, para que não se transformem em descartáveis e marginalizados, nesse novo processo político e econômico, numa fase histórica, na qual ideologias e linhas políticas são altamente relativizadas frente aos enormes interesses financeiros, de um mundo que se preocupa muito menos com a ética e o respeito aos direitos humanos, enaltecendo rendas per capita, lucros, rentabilidades em bolsas de valores, e bons balanços empresariais, mesmo que maquiados.
E assim caminha a humanidade, neste terceiro milênio dos Deuses, que de forma pragmática e objetiva, consegue superar meio século de provocações imbecis, condicionamentos políticos e comportamentais ferrenhos, tudo em função das novas amizades coloridas entre inimigos tão radicais, de tempos ainda bem recentes.
E agora, como ficarão os inconsistentes governos da Venezuela e de outros nanicos latino-americanos, que justificavam suas medíocres gestões com o “imperialismo americano”?
O fim do mito cubano tende a afogar essas pirotécnicas administrações medíocres e midiáticas, pois o que valerá agora são as grandes potencialidades econômicas e financeiras oferecidas por CUBA, aos grandes irmãos norte-americanos e europeus, que, afinal, não são tão maus assim.
E a Venezuela, com seu barateado petróleo, poderá ter que amargar uma situação mais vexatória ainda, do que a falta de papel higiênico, para limpar seus mal elaborados discursos antiquados e manipuladores.
E a América, como um todo, viverá um período de mais calma, pois o “grande foco exportador de revoluções” poderá se transformar no grande amigo e parceiro fornecedor de ótimas oportunidades e aplicação do “sujo dinheiro yanque”, que financiava golpes de direita e a retirada de presidentes eleitos, do poder.
Como o mundo já poderia ter alcançado patamares bem mais civilizados e de colaboração multilateral, não fossem as superadas linhas de poder e dominação, que impregnaram a humanidade durante todo o século XX.

A foice e o martelo, o tio Sam com seu dedo apontado, as barbas de Guevara e as ações da CIA, só atrasaram a roda da histórica, contida por visões, que nunca conseguiram entender ou explicar a revolução industrial dos séculos 18 e 19, e a relação entre capital e trabalho, mas que estão se rendendo à revolução da informação do século XXI.

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