terça-feira, 13 de novembro de 2012

MORTES, EXECUÇÕES, ASSASSINATOS, CHACINAS: O QUE ESTÁ OCORRENDO COM A VIDA NO BRASIL?



Todos os dias assistimos, chocados, aterrorizados, a um festival de notificações de mortes, e mais mortes, pelos diversos meios de imprensa no Brasil.
Locutores e apresentadores, talvez para preservar seu equilíbrio emocional, já começam a tratar fria e burocraticamente dessas noticias.
É um espanto!
Diariamente, pela manhã, ouvimos o tenebroso relato das mortes da noite anterior.
Rajadas de balas, muitos mortos, a polícia informando que está investigando, corpos perfurados, sangrando, são mostrados em fotos e telas de tv, como se um grande açougue humano estivesse sendo demonstrado.
Essa contabilidade necrológica, esse mapa da violência, essa brutalidade contra a vida. essa crueldade diária, está deixando o povo brasileiro assustado, amedrontado, inseguro, sem rumo, sem saber a quem recorrer.
Delegacias são metralhadas, ônibus incendiados, policiais declaram que estão com medo, as rondas são diminuidas no periodo da noite, viaturas policiais, que deveriam estar circulando para proteger os cidadãos, são colocadas atravessadas, para proteger as instalações policiais.
Mas o que ocorre?
Quando o povo brasileiro vai saber a verdade sobre esse misterioso processo, que começa a nos equiparar com a guerra civil na Siria?
Afinal, se forem contadas todas as mortes, todos os homicidios, veremos que a nossa guerra civil já está instalada, e que os adversários não são de tribos diferentes, nem de religiões conflitantes, mas cidadãos que optaram por eliminar seus semelhantes, por desejos e motivos inconfessáveis.
Qual a cidade no mundo que está com os indices de homicidios iguais aos de São Paulo?
Estamos lidando com numeros apavorantes, de 300 mortos, 400 mortos, mensais, com uma naturalidade impressionante, uma frieza surpreendente, uma facilidade que choca.
Afinal não era o Brasil o país do "homem cordial"?
Do carnaval, da alegria, do futebol, das praias, e da generosidade?
Onde estão os valores humanistas tão decantados em nossa música, literatura, cinema e teatro?
A vida já não representa algo essencial a ser preservado em nosso país?
O que pode ser mais essencial, mais valorizado do que o valor da vida humana?
Será que a alienação, a falta de solidariedade de nossa sociedade atual, faz com que sejamos como avestruzes, que enterram a cabeça para não ver a realidade?
Estamos os cidadãos brasileiros aceitando essa monstruosidade com frieza e naturalidade?
Teremos chegado ao fundo do poço em sensibilidade e percepção da realidade?
Ou fomos o gigante adormecido, que está despertando e estamos descobrindo que esse gigante, na verdade, era um grande e sanguinário bandido, feitiço enterrado em nossa colonização, que representa o espirito real de nossa sociedade?
Afinal, o fruto não cai longe da árvore.
Seremos esse fruto assassino de uma árvore de intransigência e violência desmedida, plantada pelos mesmos colonizadores, que chacinaram índios, escravizaram os negros, e drenaram as riquezas deste solo pouco varonil, servil, que não está superando seu passado e, por isso mesmo, reproduzindo o que lhe deixaram?









 

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