segunda-feira, 5 de novembro de 2012

FLORIANÓPOLIS, SANTA CATARINA: OS GRAVES RISCOS DA AUSÊNCIA DE PLANEJAMENTO



Os alertas do Prof. Elson, que foi candidato a prefeito em Florianópolis, fazem pensar sobre o planejamento do futuro de nossa Capital.
O Prefeito eleito, Cesar Souza, se manifestou contrário ao grande volume de novas construções, sem qualquer planejamento.
Agora, se ouve falar que uma grande rede de hotéis deseja se instalar em Florianópolis, justamente por dois fatores: a localização central, e o acesso por mar.
Dois aspectos ainda sem aproveitamento para a cidade e seus habitantes.
Aceso por mar, não temos, e a centralidade se transformou numa grande dificuldade, pela dificuldade de acesso, falta de ruas, de ciclovias, e de gestão urbana adequada.
A cidade sente o resultado do grande crescimento do número de veículos, e de habitantes, o que tem trazido grandes congestionamentos, e estresse, para quem aqui vive.
A retomada do Plano Diretor Participativo, pela Prefeitura Municipal, em conjunto com os moradores, conforme enuncia o Prefeito eleito, parece ser a mais sensata atitude, antes que se autorize, ou libere, qualquer grande projeto, que venha a colaborar com a degradação dos índices de qualidade de vida.
O empreendimento onde a rede hoteleira em questão demonstra interesse, ficaria bem na frente da Residência Oficial do Governador do Estado.
Por ali ocorrem, várias vezes ao dia, diariamente, grandes congestionamentos, que os moradores permanentes precisam enfrentar para poder trabalhar, buscar filhos em escolas, ir ao hospital, circular enfim. 
Interessante que alguns gestores públicos falam com extrema facilidade em oferecer privilégios para instalar investimentos de fora de nossa cidade, que nunca colaboraram com um centavo de IPTU, ISS, ou mesmo com algum tipo de participação em planos diretores.
Esses mesmos gestores públicos nunca foram vistos, ou ouvidos, oferecendo algum tipo de estímulo para instalar um parque verde, que venha a motivar mais a relação do morador com a natureza, ou uma concha acústica, à beira-mar, para concertos e espetáculos.
Florianópolis já experimenta grave falta de mobilidade com uma frequência preocupante, que obriga os moradores a se envolverem com as medidas que serão tomadas para melhorar a conexão Ilha-Continente, e otimizar a circulação de pessoas e veículos, e a desenhar qual o futuro modelo de cidade que desejamos.
O modelo de crescimento aleatório que foi experimentado por Florianópolis, pode conduzir a cidade para desenhos urbanos, que venham a reproduzir padrões de falta de solidariedade e de generosidade.
Outras cidades, que passam por ondas de violência ciclicas, deixaram a aleatoriedade puramente econômica determinar seus crescimentos.
Vamos pensar, debater e participar da construção do futuro de nossa cidade?
Nosso futuro não depende de um fluxo turístico avassalador, nem de investimentos aleatórios, que só visem localização privilegiada e lucros.
Nosso futuro precisa ser devidamente planejado para que tenhamos alegria em viver nesta cidade, sem o medo constante de colhermos os piores resultados em exclusão social, segregação humana, e a consequente violência, que hoje domina cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.
Basta lermos os jornais, vermos os noticiários de trelevisão, para podermos aquilatar os baixíssimos niveis de qualidade de vida, que a miséria e a acumulação exagerada de riqueza podem produzir.
E depois do ciclo da exclusão, miséria, falta de trabalho digno, marginalização, revolta, violência, se instala, não será com pistolas, metralhadoras, carros blindados, e mortes, muitas mortes, que retornaremos ao que já fomos, e perdemos.
Por pura ganância, por ignorância, por deslumbramento, e por alienação da realidade.
Podemos até desprezar a realidade, e as diversas oportunidades  de agir sobre ela.
Mas as duras realidades nos atingem, nos atropelam, mesmo que tentemos ignorá-las.
Os capitais, investimentos, lucros, via de regra pertencem a pessoas, e grupos, que não vivem o cotidiano da cidade.
Assim, quando as crises se instalam, da mesma forma que vieram atrás de benefícios, estímulos fiscais e patrimoniais, se afastam, mudam, para outros lugares "mais atrativos", deixando uma herança, na maioria das vezes caótica,  sobre o que um dia foi uma esperança.
 
 
 
 

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