domingo, 18 de novembro de 2012
FLORIANÓPOLIS SITIADA: O MEDO E A PERDA DA TRANQUILIDADE
A ex-tranquila cidade de Florianópolis está com medo. Muito medo.
Nos últimos dias a cidade foi tomada por tiros disparados a esmo nas ruas, por transporte público incendiado, por execuções sumárias e vinganças.
Os habitantes estão sendo obrigados a se proteger de um agressor desconhecido, sem face, que nunca se sabe onde, nem como, irá atacar.
Motos, armas pesadas, pistolas exclusivas de uso militar, coquetéis molotov, são algumas das armas utilizadas para impor o terror.
A Polícia Militar, num esforço extra de suas tropas, que já se encontram no limite há muito tempo, faz o que pode para tentar garantir o retorno a paz.
Estranho é que sendo o transporte muncipal uma concessão da prefeitura, a Guarda Municipal, que tem autorização para portar armas, não tenha se apresentado para garantir a proteção dos passageiros de ônibus, muitos já incendiados pelos agressores.
A cidade precisa de uma resposta, de um esclarecimento.
Não se admite que ainda permaneça o silêncio das autoridades sobre identificação de culpados e responsáveis.
Qual o estopim para essa guerra movida contra a cidade?
O que pode ter causado uma ação tão violenta numa cidade de apenas 420.000 habitantes?
Por que São Paulo e Florianópolis?
Quais as conexões que determinaram os ataques contra a polícia do Governo do Estado de SP, e contra a polícia do Governo do Estado de SC, e a população de Florianópolis?
Fala-se em vinganças por tratamentos desumanos em presídios.
Fala-se em motivações políticas que teriam instigado essa ação terrorista.
Fala-se em tentativas para desestabilizar áreas tradicionalmente em mãos públicas, como saúde, educação e segurança, para justificar clamor popular e a consequente privatização desses serviços estatais.
O problema com uma crise dessas é que se as autoridades policiais não apresentarem transparência com o tratamento da questão, daqui a pouco os atacantes armados estarão "vendendo" proteção para os cidadãos, tal a sua impunidade e acobertamento.
Se o cidadão perceber que as forças policiais, por falta de priorização de suas necessidades, não estão conseguindo manter o bom padrão de proteção e segurança, poderá repetir o fenômeno já ocorrido em outras cidades, onde os bandidos oferecem e garantem "proteção" a quem lhes paga.
Esse absurdo surreal, que parece algo de pesadelos pode tornar-se realidade, passando a cidade a conviver com vários "territórios", os "chapa branca", vigiados e protegidos pela polícia oficial, e os "alternativos", guardados por bandidos, cultivados pela inoperância, incompetência, ou insensibilidade das autoridades pagas pelos impostos recolhidos por todos os cidadãos.
O futuro e o resgate da tranquilidade de Florianópolios estão nas mãos das autoridades.
Ou se tomam providência corretas, adequadas, e a devida prestação de contas para a população desta amedrontada e desorientada cidade, ou viveremos um estado de medo, insegurança e incerteza, permanente.
Não se estranhe se a violência aumentar por parte das pessoas que nunca imaginaram portar uma arma.
Mas pode se ter certeza que o número de armas para proteção pessoal tende a aumentar muito, pois ninguém ficará desprotegido, ou com essa sensação, dentro de suas casas, automóveis, se nada for apurado e se a polícia não demonstrar resultados proporcionais à ação que os "bandidos" promoveram
aterrorizando nossa Capital.
E depois que um processo desses se implanta em uma comunidade, muito difícil removê-lo, pois o apego à vida faz o ser humano exteriorizar seus instintos de sobrevivência.
Os quais, na maioria das vezes, se transformam em demonstrações de primitivismo e barbárie.
Não menores que as ações praticadas contra Florianópolis.
Que, hoje, é uma cidade sitiada, e amedrontada!
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