domingo, 18 de novembro de 2012

Economia e Política: China, Brasil, União Européia - Como Poderá Ser o Ano de 2013?


CHINA

Segunda maior economia do mundo. Maior compradora de títulos da dívida pública norteamericana. Portanto, financiadora da maior economia capitalista do mundo.
Fase de mudança de comando no governo central, depois de 10 anos.
A prioridade do novo governo é elevar a renda média, garantir trabalho e moradia para sua população de 1,3 bilhão de habitantes. Nos últimos 10 anos quadruplicou o PIB.
Seu crescimento de 7,5% em 2012, é muito mais do que os 10% que vinha crescendo nos últimos anos.
Território 70% desértico e árido.
Grande processo de urbanização vertical.
Grande demanda ambiental pelo processo acelerado de industrialização, que gera condições insalubres na maioria das grandes cidades. Concentra elevado número de fábricas que montam produtos para os grandes países industrializados e desenvolvidos. Oferece política de preços sobre trabalho humano subvalorizado em termos de mão-de-obra mundial.
Como será o novo mundo do século XXI, com essa gigantesca nação, e com a sua imensa necessidade de recursos, combustíveis, fontes de energia, insumos?
Forças armadas: + de 2 milhões de soldados, prioridade atual para a marinha. Qual a estratégia chinesa na barganha do comércio mundial, quando desejar controlar preços e valores da produção ocidental?
BRASIL                                            

Nos 8 anos do governo FHC (1995/2002)o Brasil estabilizou a moeda, criou uma nova, promoveu reformas e privatizações de sua infraestrutura.
Nos 8 anos seguintes do governo LILS (2003/2010), ocorreu aumento de renda média, o PIB teve incrementos significativos em função da liberação de crédito abundante ao consumidor, empréstimos consignados e muito devido ao processo chinês, que transformou aquele pais em grande comprador da produção brasileira.
Atualmente a China é o maior parceiro comercial do Brasil.
Em 2012 o crescimento do PIB deverá se situar em até 1,5%, bem abaixo da estimativa anterior.
As novas posturas chinesas indicam índice de crescimento modesto nas suas demandas de produtos brasileiros.
Para 2013 é estimado um crescimento do PIB de 3,5%, em função das crises argentina, americana, europeia e da diminuição do ritmo de crescimento chinês, pela nova cena econômica daquele país, que vai priorizar a renda interna, a moradia para seus habitantes, e por estarem China e Estados Unidos comprando 15% de seu consumo de petróleo na África, detentora de grande riqueza mineral, apesar de sua miséria extrema.
Esse conjunto de crises no panorama mundial, afetará o Brasil, que terá que equilibrar produção, demanda, crédito abundante e barato, consumo, para evitar geração de inflação.
O Brasil terá que priorizar inovação tecnológica para agregar valor a sua pauta de exportações, pois ainda é um grande produtor e exportador de “commodities”, títulos ligados a produtos primários, com pouca ou nenhuma agregação de valor por teconologia.
O processo educacional brasileiro ainda apresenta grandes lacunas e baixa qualidade.
O empreendedorismo ainda é pouco ou nada estimulado nas escolas. 
O país ostenta um índice de analfabetismo real sifnificativo, e um índice de analfabetismo funcional, que comprova as deficiências da escolaridade. Saber ler, mas não entender o sentido das palavras, ou a interpretação dos textos ainda é uma barreira para grande contingente, o que agrava o quadro da falta de formação adequada escolar.
Nas universidades o polo empresarial atrai grandes contingentes de jovens, influindo na natureza de cursos, nas grades curriculares, e na visão “fast-food” de novos cursos para atender as demandas objetivas de empresas. Esse processo empobrece a academia, com a perda de nível e de visão universal do conhecimento, e com a consequente banalização da educação, com evidente perda de padrão. Na área do direito, e da saúde, podem ser constatadas essas anomalias.
O processo de formação intelectual, e de competência e empreendedorismo, sofre redução, com o grande oferecimento anual de formandos com cada vez menor nível de saber.
Mas que aceitam menores salários.
Em 40 anos o Brasil duplicou sua população, gerou um processo de urbanização que chega aos 70% de seus habitantes, apresentando deficiências em infraestrutura e transportes, elementos essenciais para seu adequado desenvolvimento econômico.
O Estado brasileiro passa por mudança conceitual importante.
Com uma herança de cultura patrimonialista, de pouca valorização do trabalho, a visão autônoma, empreendedora, inovadora, ao longo do tempo, cedeu lugar aos conchavos e acertos políticos.
Muitos foram os escândalos de corrupção vistos pela população brasileira ao longo de sua história.
Esse aspecto forjou uma cultura de dependência de favores políticos e governamentais, desfigurando o papel de eleitores e eleitos.
A impunidade reinante estimulou essa postura de conveniências e conivências.
O governo da Presidente Dilma removeu 7 ministros por acusações de corrupção.
O Supremo Tribunal Federal está realizando o maior julgamento de sua história, processando grande número de acusados de terem montado quadrilha para roubar recursos públicos, corromper legisladores federais, para obter apoios congressuais para o governo ao qual serviam.
Essas atitudes estão mudando o paradigma existente, pelo qual corruptos não eram punidos, nem iam para a cadeia.
E, sem dúvida, gerará nova cultura na relação governo/governados, influindo na formação, e exercício de uma cidadania ativa, independente, mais autônoma, criando um novo processo de decisão sobre a vida dos cidadãos.
UE- UNIÃO EUROPÉIA

Desde os anos 1950 a Europa trabalha a unificação, para evitar novas guerras (as duas grandes guerras do século XX foram geradas em território europeu), para remover barreiras formais, burocráticas, culturais, históricas, religiosas, econômicas, financeiras, entre 25 países.
A UE consegue um grande avanço conceitual, ao implantar uma unidade territorial, politica, econômica, com a criação do parlamento europeu, do banco central europeu, e da moeda única, o euro.
Em 2008, minada pelos títulos “derivativos” de bancos norteamericanos, bancos europeus ficam com liquidez diminuída e encontram as economias governamentais com elevadas taxas de dívidas em relação ao PIB de vários países. Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, apresentam risco de não conseguirem renovar empréstimos bancários para manter compromissos governamentais. 
É criado o fundo europeu para apoio aos países endividados, com a participação do FMI, dirigido por uma francesa. O Banco Central Europeu passa a exigir medidas de contenção de gastos públicos, gerando grande onda de protestos contra a perda de ganhos e achatamentos salariais, com grande redução de benefícios sociais para a cidadania.
Espanha chega a atingir o índice de 40% de desemprego no segmento jovem da sua sociedade.
Os fluxos migratórios se intensificam pela perda de perspectivas de trabalho e renda.
A UE conseguiu avanço raro em economia ao criar moeda única, sem afetar a soberanias das nações membros.
A existência de um único banco central fragilizou o controle da moeda e de medidas governamentais de todos os países, que excederam suas capacidades e limites de gastos públicos e contração de dívidas.
A velocidade do processo da UE diminuiu com a crise de 2008, mas continua em novos patamares.
No ano de 2013 a economia europeia dependerá muito do tratamento dado ao abismo fiscal existente nos Estados Unidos.
A crise de 2008 já decorreu das bolhas imobiliárias e dos derivativos emuitidos por bancos americanos.
Agora, o desnível fiscal americano, enorme, grave, dramático, pode contaminar a Europa, novamente.

 

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