sábado, 27 de agosto de 2011

SUBJETIVIDADES, LABIRINTOS E SAÍDAS

Pessoas são especialistas em olhar seus labirintos internos, projetarem suas sombras e medos decorrentes, e construirem grandes miragens geradoras de angústias.
Somos os únicos seres vivos que possuem consciência reflexiva, sabemos que sabemos, sabemos que podemos, portanto podemos poque sabemos.
E assim, nesse rocambole existencial, nessa espiral, que tanto pode ser positiva quanto negativa, nos enredamos, nos amordaçamos, nos algemamos aos terríveis sentimentos que nosso "psicopata" interior cria e alimenta.
Somos seres dúbios, pois temos uma objetividade e, no mínimo, uma subjetividade, que nos dá a oportunidade de alimentarmos dúvidas sobre tudo e todos, mesmo objetivamente estando cercados de certezas.
E assim, vamos interpretando e reinterpretando as diversas realidades, contextos e pessoas que nos cercam.
Quando observamos os animais vemos com alegria, que eles, se estiverem bem cuidados e alimentados, ficarão contemplativos, adormecidos, lânguidos e tranquilos.
Plantas, árvores, flores, são lindos elementos naturais, que se receberem sol, luz, calor, água, ficam exuberantes, nos oferecem sombra e beleza, e não precisam ir à terapia.
Então vemos a tremenda solidão em que vivemos.
Estamos sempre cercados de pessoas, de fotos, de imagens, de sons, de alimentos maravilhosos, de meios de comunicação, mas estamos sempre solitários, com nossas impressões subjetivas, com nossos sofrimentos emocionais, com nossas carências, verdadeiras manchas lunares, mas onde se escondem muitos e mais dragões do que aquele da distante lua.
Nossa dubiedade é um fator importante de relativização e análise, de ponderação e busca de equilíbrio.
Mas não podemos deixar que ela se transforme na eterna dúvida, na gigantesca pergunta, na permanente ansiedade.
Muitas vezes pensamos que o mundo é um grande purgatório, uma diáspora permanente, quando nossa potente cabecinha é que não para de alimentar pequenas e grandes neuroses, insignificantes afastamentos da noção de realidade, mas que, no conjunto, parecem estar nos jogando na demência, na loucura.
Façamos como os seres vivos que tanto amamos.
Vamos nos regozijar com os bons alimentos que ingerimos, vamos tomar sol e relaxar na natureza, apreciar os belos entardeceres, os amanheceres, as chuvas.
Podemos abraçar mais a quem amamos, beijar mais as amigas e os amigos que temos, lembrar de todos os que estão distantes.
Na dúvida, podemos visitar hospitais, levar donativos para lares assistenciais, ajudar moradores de rua, confortar menores abandonados, levar artigos de higiene básica no presídio feminino.
Logo, logo estaremos nos sentindo curados de nossas ansiedades e dramas profundos, pois a realidade nos mostrará o caminho real, e não ficaremos tentados a voltar aos labirintos de ficção, que nossas incompletudes nos legaram.
Meditar, observar os processos naturais, olhar a linha do horizonte, via de regra, nos acalmam, apontando rumos positivos e desafios a vencer.
A felicidade é o grande objetivo e meta a buscar e alcançar.
E a felicidade se alimenta de simplicidade.

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