domingo, 29 de outubro de 2017

GEOPOLÍTICA MUNDIAL: DIVISÃO DA ESPANHA, RISCO DE UMA NOVA GUERRA CIVIL?


Na primeira metade do século XX, a Espanha foi palco de uma guera civil, que durou três anos, ceifou a vida de centenas de milhares de habitantes daquela nação, por forte influência e uso político de suas lideranças nacionais, pelo processo do nazifascismo, que se implantava na Europa, com veleidades de tomar e dominar todo o mundo.

A estratégica posição da Espanha, com duas frentes marítimas, mediterrânea e atlântica, aguçou a cobiça militarista de Mussolini e Hitler, que passaram a apoiar o golpe franquista, declarado a partir do norte da África, pelo general Franco.

A Espanha, uma republica democrática, tinha passado por eleições, não reconhecidas pelo movimento militar franquista, que estava sendo apoiado e pressionado a derrubar a democracia espanhola, para criar um atalho marítimo para os anseios expansionistas de Hitler, que desejava chegar às Américas, pelo mar, com o uso de sua frota de navios e submarinos.

Durante três anos os republicanos resistiram às ofensivas das tropas de Franco, mas o reforço de contingentes militares italianos e alemães, além de aviação e envio de tanques, foi definidor na guerra civil espanhola, com a derrota da república e com a implantação de uma ditadura cruel e cruenta de Franco, por mais de quatro décadas.

Para desgosto nazista, Hitler não conseguiu utilizar o território espanhol, como base de lançamentos de ofensivas contra a América, pois a destruição da Espanha  foi tão grande e o número de mortos tão expressivo, que não houve condição militar para a posição geopolítica conquistada pela força.

Agora, em 2017, começa a ocorrer movimento forte, contundente, pela separação de parte do território espanhol.
Recentemente a Inglaterra comandou esforço para sair da UE-União Europeia, e conseguiu aprovar essa saída, o famoso Brexit, mas viveu processo análogo ao de Hitler, na guerra civil espanhola.

O movimento político inglês, disparado pelas pretensões de poder e hegemonia partidária da primeira ministra May, encontrou forte reação escocesa, quase pondo a perder o plebiscito disparado. A maioria pretendida quase foi perdida e o poder por pouco não se esvaiu por entre seus dedos.

O embate foi tão forte, que uma nova situação politica e partidária se implantou na Inglaterra, fragilizando o grande poder que se pretendia com o Brexit.

Esses movimentos separatistas visam fragilizar a UE, pois esse bloco se transformou num grande movimento democrático, com controle social, e que pode inibir velhos instintos homogênicos, que podem sonhar com a reedição de velhos impérios e novas conquistas territoriais.

O mundo humano vive em movimentos pendulares, com amnésias históricas, edições de verdade para criar versões deglutíveis pelas sociedades de muitos países, sem esquecer que as ânsias de dominação cultural, econômica, e territorial, podem estar ressurgindo neste século XXI, quando se pensava que as pessoas estariam satisfeitas em ver e conhecer o mundo todo, sem sair de casa, por meios de suas bugigangas digitais, pelas quais nosso planeta ficou pequeno e visualizável, em qualquer latitude ou longitude.

Só se olvidam os lobos vestidos de dóceis e civilizados carneirinhos, que as mesmas bugigangas que podem iludir as gerações que desfrutam do painel mundial em suas diversas residências, que esses mesmos aparelhinhos são cúmplices eletrônicos da verdade e da informação instantânea, dois fatores inexistentes nas turbulentas décadas de 1930 e 1940, quando ditadores sanguinolentos tentaram dividir e dominar o mundo, usando a mentira e a manipulação.












Nenhum comentário: