LIDERANÇA
-MOTIVAÇÃO, RESILIÊNCIA, DESEMPENHO
E AS CURVAS DE REAÇÃO EMOCIONAL-
Estamos no terceiro milênio,
convivemos e desfrutamos de uma grande rede mundial de comunicação, informação,
e processamento de grandes volumes de dados.
Nossa evolução tecnológica, muito
acelerada, se deu nas três últimas décadas, quando grande parte dos países de
nosso planeta implantou redes de micro ondas, de fibras óticas, satélites,
cabos submarinos, tudo isso associado à miniaturização de chips e componentes
eletrônicos e digitais.
Em 1965 os EUA lançaram o
primeiro satélite com meios analógicos para comunicação cobrindo a Europa,
parte da Ásia e a América do Norte.
Já existiam cabos submarinos de
baixa capacidade, também analógicos, que muito já tinham ajudado nosso mundo no
processo de comunicação, aproximação e comércio internacional.
Essa evolução técnica e
tecnológica, aliada ao desenvolvimento científico das últimas cinco décadas, se
junta à nova postura mundial, a partir de 1948, quando na ONU foi construída e
aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Esse documento é histórico, pois
até então a grande maioria dos símbolos de liderança e chefia eram ícones de
guerra, de força, de destruição e de morte.
Desde os primórdios de nossa
civilização o ser humano hipervalorizou as armas, as armaduras, os escudos, o
poder de destruição, como símbolos do poder, da hierarquia e da disciplina.
Até a segunda guerra mundial, de
1939 a 1945, os signos de chefe e líder eram predominantemente militares e ou
de armas. É só lembrar alguns exemplos, desde Alexandre o Grande, até nosso
Império e nossa Declaração da República, quando todas as proclamações, mesmo as
progressistas, foram gritadas por vozes impositivas e tendo as espadas como
elemento muito presente.
Sem deixar de lado todos os hinos
nacionais, que quase em sua totalidade falam em guerras, projéteis, morte se
necessário, trincheiras e o oferecimento da vida para manter a liberdade das
nações.
Direitos Humanos, como código de
conduta ainda encontra dificuldades em muitos países, onde outros códigos oferecem
a submissão e a aceitação de castigos, que variam da dor física até a morte.
Mas, sem qualquer dúvida, uma
nova era, uma onda de novas concepções de liderança passou a existir no mundo
todo, graças ao reconhecimento de que as pessoas têm direitos vários, inclusive,
e principalmente, à vida digna e a condições de trabalho sobre bases legais e
civilizadas.
A construção do Conceito de
Estado, nos séculos 16 e 17, as revoluções libertárias de poderes
discricionários, os horrores das duas guerras mundiais do século XX,
comprovaram cabalmente, para toda a humanidade, que códigos e elencos legais,
iguais para todos, constituem essencial marco civilizatório, que em muito
ajudou a alterar os conceitos de relações sociais, econômicas e políticas.
O processo de liderança passou a
ser reconhecido, nas empresas e nas áreas públicas e governamentais, como um
avanço prioritário nas equipes de trabalho.
Além da importância da liderança
nos processos humanos de trabalho, outros conceitos evoluíram e passaram a ser valorizados,
nessas décadas de elevada tecnologia, pois ocorreu o reconhecimento das pessoas
como peças básicas nas relações corporativas e com o mercado.
A resiliência, uma definição da
área de engenharia em relação à condição de certos materiais retornarem a seus
formatos e alinhamentos originais, depois de submetidos a um esforço mecânico
ou térmico, foi incorporada ao elenco humano de habilidades relacionais, de forma
a estimular baixo estresse emocional e elevado potencial de resultados.
Mas o processo de liderança
evoluiu muito nos últimos 20 anos, graças ao amadurecimento de um conjunto de
concepções evoluídas, aprofundando a construção de perfis laborais, emocionais,
relacionais, sociais, na direção de um novo estereótipo de chefia com
competência para ser líder.
Os verdadeiros líderes
desenvolvem, desde as suas famílias nucleares, sensibilidades e percepções, que
envolvem saber ouvir, observar, sentir, as diversas características individuais
para que se possa conduzir grupos e equipes, no conjunto, com equilíbrio nesses
dois níveis.
O processo de motivação, e a
palavra já deixa isso bem claro, passa pela elaboração de conjuntos de motivos
para que as pessoas sejam envolvidas em atividades, individuais ou coletivas,
de maneira a produzir resultados melhores e mais abrangentes, com baixo
desgaste e elevada resiliência.
Assim, as pessoas podem se dedicar
a jornadas diárias de trabalho, sem voltar para suas vidas familiar e social,
com grandes reservas de violência e agressividade.
É muito comum ouvir-se piadas e
formas jocosas de se referir a ambientes de trabalho opressivos e sem acolhimento
dos empregados ou funcionários, quando se contam histórias de chutar o gato, o
cachorro, brigar com a esposa, marido, filhos, como forma de relatar o
desajuste funcional e operativo, no tocante a espaços profissionais.
Pessoas são compostas de vários
níveis de sensibilidade e emocionalidade, e descobrir esses perfis e seus
potenciais, se constitui em atribuição básica, primeira, de uma figura de líder.
Todo ser humano é composto de
parte visceral, parte emocional, e parte racional.
Além disso, todos temos uma
dimensão objetiva e outra subjetiva, na qual ficam armazenadas memórias afetivas,
desde a tenra infância, e na qual se encontram as bases de nossas avaliações e
opiniões.
Se somos ameaçados, ou colocados
em situações inseguras, somos levados a reagir, a lutar ou fugir.
A luta envolve nossos instintos
de sobrevivência, passando por nosso nível visceral, que pode nos conduzir a
reações pouco lúcidas e longe da racionalidade.
Ao mesmo tempo os hormônios de
estresse são liberados por nosso cérebro, que coloca aditivos químicos em nosso
corpo para que possamos suportar agressões ou ameaças.
Esses hormônios podem ter a
característica de nos tornar vigilantes e de prontidão para a ação física e
reação, mas nos intoxicam, afetando todos os nossos índices de estado emocional
e orgânico equilibrado.
A permanente atitude, em
ambientes de estresse forte e renovado, podem conduzir as pessoas a uma série
de doenças e desfuncionalidades, que podem comprometer o desempenho no
trabalho, e gerar uma grande gama de incapacidades laborais e sociais.
Cada perfil humano tem uma forma
de reagir a ensinamentos e aprendizados, dependendo de sua sensação de
pertencimento e protagonismo.
O líder positivo tem que dispor
de boa capacidade de observação, de análise facial e corporal, para antecipar
ao máximo uma boa leitura dos perfis dos membros de sua equipe, visando
recolher o melhor em colaboração e desempenho de seus liderados.
Pessoas possuem formas de
comportamentos muito diversas, tendo cada uma um conjunto de curvas de reação
emocional, elemento essencial para ser “lido” pelo líder.
Em processos iniciais de
recrutamento, seleção, treinamento e capacitação, é muito importante a
participação do líder.
Tanto para definir perfis desejados
para os cargos e funções, como para a desinibição e convívio futuro da equipe.
As curvas de reação emocional podem
ser observadas e captadas em entrevistas individuais e em exercícios grupais,
tendo características dos condicionamentos e formações familiares, escolares e
sociais.
Existem perfis que reagem com
maior expansão nas curvas de rejeição ou imposição, na fase de treinamento.
Curvas muito expandidas, tanto positivas quanto negativas, dependendo de sua
intensidade, podem gerar processos de comportamentos equivocados ou reativos.
É importante sempre observar o
grau de esforço ou distorção, a que membros das equipes estão sendo submetidos,
para que o gasto das energias afetivas e emocionais, de adaptação, seja
minimizado, e que o resultado da absorção do aprendizado seja eficaz e que
ofereça a sensação de segurança e acolhimento.
Para esse desempenho as
lideranças também precisam ser bem treinadas, para que sejam bons
representantes da cúpula dirigente das empresas e corporações, junto às equipes
das organizações.
Um bom processo de capacitação e
motivação de lideranças passa pelo profundo conhecimento dos conceitos que
criaram a organização, com um bom aprendizado e conscientização da cultura
corporativa.
Líderes bem treinados e conscientes
produzirão empregados lúcidos e colaborativos, identificados com a
produtividade, evolução e inovação.
Líderes precisam ter bem claros,
três conceitos essenciais para quem vai dirigir pessoas:
-Clareza de Objetivos
-Senso de Oportunidade
-Economia de Recursos
Um comentário:
Muito bom esse texto!Sempre que desenvolvemos algum trabalho em equipe, mais especificamente a Feira de Artesanato de Ratones, sempre procuramos focar no acolhimento. É uma expressão que deve estar sempre "na pauta do dia"! Pessoas bem tratadas crescem em afeto e, consequentemente, desenvolvem um bom Projeto de Vida.
Erica
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