sexta-feira, 20 de outubro de 2017


LIDERANÇA
-MOTIVAÇÃO, RESILIÊNCIA, DESEMPENHO E AS CURVAS DE REAÇÃO EMOCIONAL-


Estamos no terceiro milênio, convivemos e desfrutamos de uma grande rede mundial de comunicação, informação, e processamento de grandes volumes de dados.
Nossa evolução tecnológica, muito acelerada, se deu nas três últimas décadas, quando grande parte dos países de nosso planeta implantou redes de micro ondas, de fibras óticas, satélites, cabos submarinos, tudo isso associado à miniaturização de chips e componentes eletrônicos e digitais.

Em 1965 os EUA lançaram o primeiro satélite com meios analógicos para comunicação cobrindo a Europa, parte da Ásia e a América do Norte.
Já existiam cabos submarinos de baixa capacidade, também analógicos, que muito já tinham ajudado nosso mundo no processo de comunicação, aproximação e comércio internacional.

Essa evolução técnica e tecnológica, aliada ao desenvolvimento científico das últimas cinco décadas, se junta à nova postura mundial, a partir de 1948, quando na ONU foi construída e aprovada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Esse documento é histórico, pois até então a grande maioria dos símbolos de liderança e chefia eram ícones de guerra, de força, de destruição e de morte.

Desde os primórdios de nossa civilização o ser humano hipervalorizou as armas, as armaduras, os escudos, o poder de destruição, como símbolos do poder, da hierarquia e da disciplina.
Até a segunda guerra mundial, de 1939 a 1945, os signos de chefe e líder eram predominantemente militares e ou de armas. É só lembrar alguns exemplos, desde Alexandre o Grande, até nosso Império e nossa Declaração da República, quando todas as proclamações, mesmo as progressistas, foram gritadas por vozes impositivas e tendo as espadas como elemento muito presente.

Sem deixar de lado todos os hinos nacionais, que quase em sua totalidade falam em guerras, projéteis, morte se necessário, trincheiras e o oferecimento da vida para manter a liberdade das nações.
Direitos Humanos, como código de conduta ainda encontra dificuldades em muitos países, onde outros códigos oferecem a submissão e a aceitação de castigos, que variam da dor física até a morte.
Mas, sem qualquer dúvida, uma nova era, uma onda de novas concepções de liderança passou a existir no mundo todo, graças ao reconhecimento de que as pessoas têm direitos vários, inclusive, e principalmente, à vida digna e a condições de trabalho sobre bases legais e civilizadas.

A construção do Conceito de Estado, nos séculos 16 e 17, as revoluções libertárias de poderes discricionários, os horrores das duas guerras mundiais do século XX, comprovaram cabalmente, para toda a humanidade, que códigos e elencos legais, iguais para todos, constituem essencial marco civilizatório, que em muito ajudou a alterar os conceitos de relações sociais, econômicas e políticas.
O processo de liderança passou a ser reconhecido, nas empresas e nas áreas públicas e governamentais, como um avanço prioritário nas equipes de trabalho.

Além da importância da liderança nos processos humanos de trabalho, outros conceitos evoluíram e passaram a ser valorizados, nessas décadas de elevada tecnologia, pois ocorreu o reconhecimento das pessoas como peças básicas nas relações corporativas e com o mercado.
A resiliência, uma definição da área de engenharia em relação à condição de certos materiais retornarem a seus formatos e alinhamentos originais, depois de submetidos a um esforço mecânico ou térmico, foi incorporada ao elenco humano de habilidades relacionais, de forma a estimular baixo estresse emocional e elevado potencial de resultados.

Mas o processo de liderança evoluiu muito nos últimos 20 anos, graças ao amadurecimento de um conjunto de concepções evoluídas, aprofundando a construção de perfis laborais, emocionais, relacionais, sociais, na direção de um novo estereótipo de chefia com competência para ser líder.
Os verdadeiros líderes desenvolvem, desde as suas famílias nucleares, sensibilidades e percepções, que envolvem saber ouvir, observar, sentir, as diversas características individuais para que se possa conduzir grupos e equipes, no conjunto, com equilíbrio nesses dois níveis.

O processo de motivação, e a palavra já deixa isso bem claro, passa pela elaboração de conjuntos de motivos para que as pessoas sejam envolvidas em atividades, individuais ou coletivas, de maneira a produzir resultados melhores e mais abrangentes, com baixo desgaste e elevada resiliência.
Assim, as pessoas podem se dedicar a jornadas diárias de trabalho, sem voltar para suas vidas familiar e social, com grandes reservas de violência e agressividade.

É muito comum ouvir-se piadas e formas jocosas de se referir a ambientes de trabalho opressivos e sem acolhimento dos empregados ou funcionários, quando se contam histórias de chutar o gato, o cachorro, brigar com a esposa, marido, filhos, como forma de relatar o desajuste funcional e operativo, no tocante a espaços profissionais.
Pessoas são compostas de vários níveis de sensibilidade e emocionalidade, e descobrir esses perfis e seus potenciais, se constitui em atribuição básica, primeira, de uma figura de líder.

Todo ser humano é composto de parte visceral, parte emocional, e parte racional.
Além disso, todos temos uma dimensão objetiva e outra subjetiva, na qual ficam armazenadas memórias afetivas, desde a tenra infância, e na qual se encontram as bases de nossas avaliações e opiniões.
Se somos ameaçados, ou colocados em situações inseguras, somos levados a reagir, a lutar ou fugir.
A luta envolve nossos instintos de sobrevivência, passando por nosso nível visceral, que pode nos conduzir a reações pouco lúcidas e longe da racionalidade.

Ao mesmo tempo os hormônios de estresse são liberados por nosso cérebro, que coloca aditivos químicos em nosso corpo para que possamos suportar agressões ou ameaças.
Esses hormônios podem ter a característica de nos tornar vigilantes e de prontidão para a ação física e reação, mas nos intoxicam, afetando todos os nossos índices de estado emocional e orgânico equilibrado.
A permanente atitude, em ambientes de estresse forte e renovado, podem conduzir as pessoas a uma série de doenças e desfuncionalidades, que podem comprometer o desempenho no trabalho, e gerar uma grande gama de incapacidades laborais e sociais.

Cada perfil humano tem uma forma de reagir a ensinamentos e aprendizados, dependendo de sua sensação de pertencimento e protagonismo.
O líder positivo tem que dispor de boa capacidade de observação, de análise facial e corporal, para antecipar ao máximo uma boa leitura dos perfis dos membros de sua equipe, visando recolher o melhor em colaboração e desempenho de seus liderados.
Pessoas possuem formas de comportamentos muito diversas, tendo cada uma um conjunto de curvas de reação emocional, elemento essencial para ser “lido” pelo líder.

Em processos iniciais de recrutamento, seleção, treinamento e capacitação, é muito importante a participação do líder.
Tanto para definir perfis desejados para os cargos e funções, como para a desinibição e convívio futuro da equipe.
As curvas de reação emocional podem ser observadas e captadas em entrevistas individuais e em exercícios grupais, tendo características dos condicionamentos e formações familiares, escolares e sociais.

Existem perfis que reagem com maior expansão nas curvas de rejeição ou imposição, na fase de treinamento. Curvas muito expandidas, tanto positivas quanto negativas, dependendo de sua intensidade, podem gerar processos de comportamentos equivocados ou reativos.
É importante sempre observar o grau de esforço ou distorção, a que membros das equipes estão sendo submetidos, para que o gasto das energias afetivas e emocionais, de adaptação, seja minimizado, e que o resultado da absorção do aprendizado seja eficaz e que ofereça a sensação de segurança e acolhimento.

Para esse desempenho as lideranças também precisam ser bem treinadas, para que sejam bons representantes da cúpula dirigente das empresas e corporações, junto às equipes das organizações.
Um bom processo de capacitação e motivação de lideranças passa pelo profundo conhecimento dos conceitos que criaram a organização, com um bom aprendizado e conscientização da cultura corporativa.

Líderes bem treinados e conscientes produzirão empregados lúcidos e colaborativos, identificados com a produtividade, evolução e inovação.
Líderes precisam ter bem claros, três conceitos essenciais para quem vai dirigir pessoas:
-Clareza de Objetivos
-Senso de Oportunidade

-Economia de Recursos


Um comentário:

Unknown disse...

Muito bom esse texto!Sempre que desenvolvemos algum trabalho em equipe, mais especificamente a Feira de Artesanato de Ratones, sempre procuramos focar no acolhimento. É uma expressão que deve estar sempre "na pauta do dia"! Pessoas bem tratadas crescem em afeto e, consequentemente, desenvolvem um bom Projeto de Vida.

Erica