BONS EXEMPLOS DE SUCESSO E
CIDADANIA PARA O TURISMO EM FLORIANÓPOLIS – I
A imprensa, como veículo a
serviço da cidadania ativa, e efetiva, de Florianópolis, presta um bom serviço
à população da capital do estado de SC, ao homenagear, e reconhecer, como o fez
o Jornal NOTÍCIAS DO DIA, na edição de 15 de outubro de 2013, o esforço, o
empreendedorismo, e o sucesso alcançado pelo empresário Fernando Marcondes de
Mattos.
Fernando é o idealizador,
construtor e gestor do maior empreendimento turístico de nosso estado, o Costão
do Santinho Resort.
Fernando é como um prefeito de
sucesso, que administra uma cidade turística, construída por ele, que
contabiliza uma área de um milhão de metros quadrados, com 750 mil metros
quadrados de áreas verdes bem conservadas, 120 mil metros quadrados de área construída,
com um faturamento de 100 milhões de reais por ano, que oferece 900 quartos
hotelaria e hospedagem, num conjunto de 14 vilas e um hotel de nível
efetivamente internacional com cem quartos, recebe 100.000, isso mesmo, cem mil
hóspedes por ano, sendo 20.000, isso mesmo vinte mil estrangeiros, oferecendo
mais de 100 opções de lazer, com seis restaurantes de altíssimo nível, recebe e
atende 2.000, isso mesmo, dois mil eventos de elevado gabarito, nacional e
internacional, com 750 funcionários, chegando a 950 no verão.
Essa maravilhosa realidade, além
de tudo, está á inteira disposição de toda a população de Florianópolis, que lá
deveria dar uma chegada, uma passada, para ter elementos de comparação com o
tipo de gestão que lá se faz, e a gestão dos serviços públicos que a cidade
oferece para seus moradores permanentes, e para os mal atendidos, abandonados
sem água e energia elétrica, turistas, que para aqui ainda se dirigem, na
esperança de encontrar as “maravilhas” prometidas pela mídia, pela propaganda
enganosa, e por alguns pequenos empreendimentos, que querem se dizer de nível
internacional.
Fernando vai sediar, em sua “cidade
turística”, o encontro da FIFA, em fevereiro de 2014, para a realização do
Workshop das 32 seleções, que disputarão o campeonato, A COPA DO MUNDO, de
futebol, no Brasil.
Além disso, está construindo um
estádio, com campo oficial de futebol, para atender o eventual interesse de alguma
seleção, que deseje treinar no Costão do Santinho Resort.
Isso sim é investir em turismo de
alto nível, oferecer condições do mesmo nível que os turistas, ou esportistas,
estão acostumados a encontrar em vários outros países, que respeitam o turista
e sabem recebê-lo.
Fernando nada fez como alguns
maus empresários, que nem residem em Florianópolis, e que só passam por aqui na
temporada, para contar os trocados que auferem, ao explorar a beleza natural de
Florianópolis, construindo iniciativas de baixo nível, que cobram valores
elevados, e querem passar a ilusão para a população local, de que são parceiros
efetivos de nossa cidade.
Sujam a praia, ocupam espaços
públicos como se seus fossem, geram ruído para os vizinhos, e pouco investem,
gastando em propaganda, mas com pouca essência real.
O Costão do Santinho Resort pode
servir de referência para que se repense o que se pretende, e o que se quer,
efetivamente, que seja feito pela vontade e decisão política de nossa
população, comparando os serviços públicos que são oferecidos aos cidadãos,
durante todo o ano, o que se faz para que o turista seja bem recebido, sem
tumultuar a vida de quem aqui vive, e que mantém a cidade com seus impostos, e
qual o modelo de gestão que nossa cidadania espera e exige.
Afinal, quantas vezes ao ano
podemos constatar a presença da Guarda Municipal, nos bairros fora do centro da
cidade?
Há muitos anos que a prefeitura
municipal só oferece o serviço de coleta de lixo nos bairros, mas a varrição
das ruas não é feita com regularidade, e em alguns bairros, como Jurerê, não é
feita durante todo o ano.
Somente quando chega o mês de
novembro, ou início de dezembro, uma operação de faz-de-conta é promovida pela
Comcap, com a capina de meios fios, muito mal feita por sinal, e, às vezes, uma
pintura branca, muito mal aplicada, quando aplicada.
Qual o motivo da avenida
Beira-Mar ter equipes permanentes capinado os seus canteiros, cortando grama,
pintando meios fios, ocupando algumas dezenas de trabalhadores?
O turista que vem a Florianópolis
é atraído pelas praias, abandonadas o ano todo, e ainda no verão sem poder
contar com água e energia elétrica, ou pela Beira-Mar?
Nada contra aquela bela avenida,
este raciocínio é lançado só para que pare para pensar quais os motivos, e as
prioridades efetivas de nossa cidade, se nada é feito de forma eficiente,
efetiva, permanente, pelas praias, e bairros que as sustentam, com seu
moradores permanentes e impostos pagos, e bem pagos, mas que são usados para
manter uma cara estrutura central, de serviços que não chegam aos bairros.
Senão vejamos: a Guarda Municipal
um pesado custo para todos os moradores de Florianópolis, simplesmente não
atende a vários bairros de nossa cidade. A maioria do contingente não trabalha
24 horas por dia, e não presta serviço na maior parte dos bairros, que não
sejam os bairros bem centrais, ou em torno do centro de Florianópolis.
A segurança é deficiente, não são
feitas obras, mesmo pequenas, para organizar o trânsito e o tráfego de
veículos, nos bairros, mesmos aqueles que são considerados, ou que se
consideram, chiques.
Em Jurerê, à beira da SC-402 um
novo supermercado foi construído. Evidente a necessidade de implantação de uma
simples rotatória para evitar colisões, acidentes e mortes, pois o volume de
veículos, pesados e leves, aumentou, em muito, com o novo supermercado.
Caminhões de carga agora transitam e estacionam nas proximidades, manobrando de
forma potencialmente perigosa e arriscada. Cruzamentos e faixas de segurança
para pedestres, adequados e seguros, nem pensar. Os acostamentos dessa estrada
estadual estão sendo ocupados como estacionamento, sem qualquer intervenção dos
órgãos estaduais, que deveriam estar cuidando do sistema viário, dos órgãos
estaduais de segurança e do policiamento rodoviário, ou da PM.
Nada foi feito, nada está sendo
feito, nada foi planejado, nada está sendo executado!!!
Na área de segurança a situação é
uma piada.
Os moradores ligam para o 190
para reclamar alguma providência necessária, e não são bem atendidos, recebendo
a informação, quase sempre, de que a PM não dispõe de viaturas.
Não se vê policiamento ostensivo
durante o ano, muito menos na temporada. Não há a mínima sensação ou percepção
de segurança!
Os cidadãos que se cuidem, pois
deles a polícia, ou as polícias, não estão cuidando!
Agora mesmo, com a crise imensa e
extremamente desagradável, do corte de fornecimento de água e energia elétrica,
o cidadão mais uma vez foi abandonado pelas autoridades, estruturas e serviços
públicos, pois não foram oferecidas alternativas, tais como transportar e fornecer
água por caminhões, para os endereços dos moradores permanentes, que pagam suas
contas, todos os meses, de todos os anos, para a Casan.
E ainda os cidadãos não
conseguiram entender o grande mistério envolvido nessa questão: se não há água
na rede pública, de onde saiu a água que ofereceu fortunas aos donos dos
caminhões, ao cobrarem de 1.500,00 a 2.000,00 por viagem?
De onde era retirada a água que
os caminhões carregavam? Ela foi vistoriada por algum serviço de vigilância
sanitária? O valor cobrado era permitido pela Casan, concessionária contratada
legalmente pelo estado catarinense?
Os caminhões só atendem essa
finalidade, ou são utilizados para outros transportes de materiais ou elementos
potencialmente danosos à saúde humana?
Ou seja, mais uma vez o morador
permanente, pagador de impostos, que mantém com seu trabalho, seu dinheiro, seu
esforço, a estrutura de nossa cidade, foi abandonado, destratado, idiotizado,
por maus dirigentes públicos, municipais e estaduais, que contam com o
esquecimento para não serem mais cobrados por suas incompetências, e por sua
alienação em relação às suas obrigações, legais, éticas, e cidadãs.
Mas a proposta é que os cidadãos
de nossa Florianópolis comecem a pensar como um empreendimento privado, só como
uma referência, como uma comparação, como o Costão do Santinho, gerido por uma
equipe relativamente pequena, que não chega a mil pessoas, pode se consolidar
com essa competência, com essa seriedade e com esse respeito aos cidadãos que
lá vivem, ou que lá se hospedam, em eventos, em competições, ou na temporada de
verão.
Qual o modelo que, finalmente,
deveremos escolher, para que nossa cidade não venha a se transformar num
inferno para seus moradores e cidadãos, ou num desrespeitado e vulgarizado
destino turístico, de pessoas que nem sabem de nossa história, que não
respeitam os que aqui vivem, e que em vez de divisas e riqueza, nos deixarão
como legado, lixo nas praias, sujeira nas ruas, e um conceito indevido?
Se nada for feito por nós, pelos
cidadãos, daqui a pouco tudo será deixado de lado, nossa auto- estima, ofendida
e diminuída, ficará como uma frustração para nossa dor, e os políticos
começarão a se envolver com as eleições deste ano, com suas ambições de poder e,
no ano que vem, tudo voltará a cair sobre nossas cabeças, como uma morte
anunciada.
Os burocratas e tecnocratas
voltarão a seus escritórios com ar condicionado, assessores, motoristas, carros
de luxo para transportá-los, tudo pago com nossos impostos, e os “desagradáveis
momentos deste verão” serão tratados, mais uma vez, com a mesma insensibilidade
que o foram ao longo de 2013.
Vamos aproveitar a experiência que
a crise recente, deste início de 2014, nos deixou, para discutirmos nosso
destino, o padrão que desejamos, e o futuro com o qual sonhamos?
Vamos começar a exercer nossa
indignação, nossos direitos não atendidos, e nossa cidadania de forma ativa e
interativa?
Ou vamos esperar, de braços
cruzados, com olhos e ouvidos fechados, sem nada expressar, como os três macaquinhos
medrosos da tão conhecida figura de retórica, que as temporadas e os verões se
repitam, nesse diapasão de abandono e desrespeito, e que só nos reste abandonar
nossos sonhos, nossa dignidade, e ficar, como dizia Raul Seixas, “com a boca cheia de dentes,
vendo a vida passar e esperando a morte chegar”???
Nenhum comentário:
Postar um comentário