segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dom Jose de Cervantes, un Español en Brasil


 

A TVE, Tv Española, tem um programa muito interessante, chamado Españoles por El Mundo. Mostra cidadãos espanhóis em diversos países, sua atividades, suas conexões familiares e culturais com a terra natal, e os locais onde vivem. E nós, aqui em Santa Catarina, temos um espanhol, que tem muito orgulho de sua dupla condição, e que vive com muita dignidade o nome trazido da Espanha do Rei Juan Carlos e da Rainha Sophia.
José Marquez de Cervantes é um cidadão espanhol, que reside no Brasil. Reside e produz. Pois José não é de ficar parado, ainda mais com o sangue da inquietude ibérica, que carrega em seu dna.

José atua na área imobiliária e vem se dedicando a outras atividades nas alturas. Não, José não é piloto, nem pretende ser. José comprou terras na linda cidade serrana de Urubici, em Santa Catarina, onde está se transformando em produtor de “vino de las nieves”, ou seja, já planta uva e está colhendo belos vinhos.
Além disso, José investe no ramo gastronômico e prepara, em ambiente aconchegante, dentro da sua vinícola, um restaurante tematizado por suas origens. É o Bistrô do Castelo, onde se poderá conhecer uma cozinha que oferecerá maravilhas, com insumos orgânicos plantados em suas terras altas, e irrigados com a melhor das águas frias, onde nascem trutas, que correm sobre pedras limpas, graças às condições existentes, quase nas nuvens.

José, o amigo Zeca Marques, ou poderia ser o Pepe Cervantes, pois esse é o diminutivo para seu nome em espanhol, também tem outra paixão, lá nas alturas frias, de onde, em dias ensolarados, e transparentes, se pode avistar o mar aqui no litoral, a menos de 50 km em linha reta.

Essa é a magia de Santa Catarina, em menor distância do que ir de uma ponta a outra da Ilha de Florianópolis, podemos sair do mar e chegar na neve. E lá José está criando cavalos, sua nova paixão serrana, que também é motivada por sua descendência de um país que tem os Pirineus nevados, e ainda oferece duas frentes marítimas, para o Mediterrâneo e para o Atlântico.
E José vai homenagear seu ancestral. O grande escritor Miguel de Cervantes, com obras de arte produzidas por um outro Cervantes, seu irmão do Paraná, artista plástico sensível, que honra a sua origem também espanhola, ao seguir a arte que Salvador Dali imortalizou com seus relógios derretidos, e outras maravilhas da pintura, e da escultura.

Falando em Cervantes, seu nome completo era Miguel de Cervantes Saavedra, nasceu em Alcalá de Henares, em 29 de setembro de 1547, tendo falecido em 22 de abril de 1616. Romancista, dramaturgo e poeta. Sua obra-prima Dom Quixote foi considerado o primeiro romance moderno e é um clássico da literatura ocidental. Dom Quixote tem muitos simbolismos, e a figura dos moinhos de vento poderiam representar a opressão e a tirania, contra as quais o espírito indômito e libertário de Cervantes se colocava.
E Cervantes tinha a capacidade de gerar frases, que viraram ditados populares, ao longo do tempo.
“Amor e desejo são coisas diferentes. Nem tudo o que se ama se deseja e nem tudo o que se deseja se ama”.
“Faz parte da natureza das mulheres desprezar quem as ama e amar quem as detesta”.
“A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas”.
“A verdade alivia mais do que magoa. E estará sempre acima de qualquer falsidade como o óleo sobre a água”.

E assim, Jose Marquez, o Zeca Marques, o Jose de Cervantes, compõem a mesma pessoa, que tem várias dimensões. E todos esses “Zés” “são” nosso amigo, vive em Florianópolis e começa a subir os “Pirineus” catarinenses, a procura de sua origem, por bons vinhos, alimentos frescos, cavalos chucros, que sempre lhe trarão as felizes recordações de sua terra natal e das lutas hispânicas, por liberdade e por novos limites.
Bom para nós, que herdaremos todas essas maravilhas, que se fundem em Zeca Marques e que por ele são disponibilizadas em Urubici, que não divide a França e Espanha, mas que oferece a beleza da neve, as visadas das alturas, e a liberdade decantada por Miguel de Cervantes, seu ilustre parente espanhol.

Um comentário:

Ana Maria Schall Gazzola disse...

Muito bom!!! Parabéns pelo belo texto e boas informações!