A Grécia está em crise, pesada, de ajustes, de apertar cintos, de cortar na própria carne.
É uma fase muito difícil.
A Europa se ajusta ao Euro, os países membros da UE repassam a lição de casa e fazem os necessários reapertos em suas estruturas para corrigir o que se passou por inexperiência de uma moeda única.
Mas todos sabem a importância da União Européia para o mundo.
A binariedade China/EUA só interessa a esses dois atores, e aos que disso se beneficiam.
O mundo necessita desse terceiro prato da balança, que é a UE.
O que chama a atenção na crise européia, e grega, é o assanhamento voraz dos especuladores em todo o mundo.
Sabe-se muito bem que foram os especuladores, banqueiros, e outros agentes financeiros menos escrupulosos, que geraram as recentes crises, que abalaram o mundo.
Veja-se o caso da GM, que em 2008 e 2009 pedia que o governo norte-americano lhe trocasse as fraldas, e logo depois esbanjava dinheiro público, do governo, dos contribuintes dos EUA, pagando grandes bônus a seus dirigentes. Onde estava a crise de poucos meses atrás?
Veja-se o caso dos bancos que quebraram, ou quase quebraram, graças aos movimentos especulativos e aos papéis podres que venderam a todo o mundo.
Tudo isso quer se esquecer muito rapidamente.
Com muito dinheiro de propaganda despejado nas mídias mundiais quer se colocar alguns países europeus como os culpados por uma crise que é do capitalismo, foi produzida pelos atores acima citados, mas não começou na Europa.
E a pobre Grécia é a bola da vez.
E a Europa, esses especuladores querem culpar por tudo.
Mas a verdade é que a Europa unida, bem regulada, com um banco central único, com uma moeda forte, começa a assustar os especuladores.
E eles reagem querendo classificar, através dos suspeitos diagnósticos das privadas agências de classificação de riscos(?)como situações periclitantes, as dos países só da Europa.
Mas onde estavam essas mesmas agências quando os EUA quebraram, quando os bancos dos EUA quebraram, e quando grandes grupos norte-americanos levaram o mundo à crise de 2008? Onde estavam quando os especuladores norte-americanos lançaram os "derivativos"?
Mas, agora, interessa desgarrar a Grécia da Europa Unida.
Agora interessa isolar a Grécia, para que ela saia do Euro e fique só, dependendo dos empréstimos dos grandes vampiros financeiros, para que seja transformada num novo paraíso fiscal, sem governo, sem autonomia, mas com a sensação de estar rica, grande prestadora de serviços financeiros.
A Grécia tem o perfil ideal para ser retirada da Europa Unida e ser transformada num paiseco artificial.
Território lindo, local ideal para turismo, economia pequena e fraca, e grandes negócios que podem ser feitos, com a sua infraestrutura, com as redes de hotéis, e outros grandes negócios, com os quais os especuladores gostam de glamurizar os locais que eles passam a dominar para hospedar seus caixa-dois, seus dinheiros escusos, vindo da sonegação, da desonestidade e do crime.
E a pobre Grécia tem o perfil ideal para sediar o novo paraíso fiscal, ainda mais nas barbas da velha Europa, que se atreveu a construir uma unificação, que tem tudo para começar um novo processo produtivo, e social.
Assim se possível for enviar uma mensagem para a Grécia, para aquela sociedade que sofre com tantos ajustes e tantas dificuldades, se poderia recomendar àquele povo, que contorne a crise, que reforce a UE com a sua presença, e que não deixe seu território ser transformado num enganoso campo de manobras do capitalismo especulativo mundial, que começa a ter poucas opções, graças às próprias crises geradas, pela grande sede de sangue, na forma de dinheiros alheios, que se acostumaram a sorver, e a absorver.
Pois se a Grécia se retira da UE não lhe restará outra opção do que emitir moeda, o velho dracma, inflacionar a sua economia, tomar enormes empréstimos, a juros nada regulados, nem transparentes, os quais terá que pagar com seu sangue, com sua história e com sua alienação como nação soberana e como berço da história mundial.
Os capitais financeiros especulativos se encarregarão de arrasar a Grécia, assim como os exércitos norte-americanos o fizeram no Iraque, quando apagaram do mapa aquela belíssima história, ilustrada com tantos monumentos e templos.
A "doutrina do choque" será usada sem tanques, sem canhões, sem soldados, mas com a pior das tropas de ocupação, e destruição, com as moedas podres, com os papéis micados, que os "fazedores de crises" gostam de usar para dominar países em crise, ou para produzir crises, onde seus interesses apontam.
Até que o mundo desperte!
Um comentário:
De fato uma verdadeira encenação onde o que sempre importa é o capital.
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