A vida urbana, com o acesso a muitas facilidades ergonômicas, de lazer, e outros confortos, caracteriza o nosso presente.
No mundo todo o ser humano procura viver em cidades, grandes centros iluminados, movimentados e bem abastecidos.
Fora alguns países que mantêm grandes desníveis sociais, com flagrantes injustiças e concentração de renda, os maiores centros urbanos passaram a oferecer muita comodidade física, acesso ao conhecimento, abundante tecnologia, e fartura de alimentação.
A concentração humana, normalmente, se dá pela busca de trabalho, igualmente concentrado, que obriga as pessoas a uma vida padronizada, com os horários destinados às atividades profissionais sendo preponderantes sobre os convívios, principalmente os familiares.
Esse fator gerou um afastamento geracional, que está sendo preenchido por atividades extra-classe para crianças e adolescentes, que acabam convivendo mais com terceiros, do que com seus pais e demais parentes.
Nas empresas, e organizações, a competição exacerbada, a busca permanente da realização material, a aplicação de muito tempo em aperfeiçoamento técnico e profissional, coloca os adultos, pais e mães, em condições estressantes, que lhes retiram muito da disponibilidade que gostariam de poder oferecer a seus filhos.
Os poucos momentos disponíveis, via de regra nos finais de semana, criam intensa concorrência, entre a aguda necessidade de reposição das forças físicas e psíquicas, com a saudade dos filhos, e a vontade de com eles conviver.
Ambas as situações relatadas se constituem em fatores estressores da vida familiar, e profissional, contribuindo para a formação dos "buracos" e "bolhas" na alma, que permitem posturas e comportamentos ansiosos, que podem levar a perda da estabilidade, com tempos dilatados para o retorno à ponderação.
O desenvolvimento da resiliência, como uma competência relacional, e comportamental, é uma ferramenta para estimular o mais rápido retorno aos eixos de equilíbrio, emocional, afetivo, e vivencial.
Os contextos familiares, e profissionais, pelo menos a curto prazo, não devem se alterar.
Por isso, a iniciativa de escolas, empresas e organizações, e entidades sem fim lucrativo, como associações de moradores, condomínios, clubes de serviço, e outras, de estimular programas de reforço da resiliência, podem muito colaborar com uma maior estabilidade emocional, dos convívios na sociedade.
E, portanto, com a melhoria da qualidade de vida, da sociedade como um todo.
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