O governo Bush, nos Estados Unidos, não só fez o caos das guerras desnecessárias, no Iraque e Afeganistão.
O grande blefe das armas de destruição em massa, na verdade, era uma grande mentira.
A grande arma de destruição em massa, como ficou provado, foram as roubalheiras de empresas, bancos e consultorias, que começaram com os escândalos da Enrom, e da sua auditoria feita pela Arthur Andersen, sócia no banditismo, e chefiada pelo mau caráter.
Além de comprometer recursos que o país não tinha, e que agora fazem muita falta para investimentos de retomada da economia americana, ainda desregulou o mercado financeiro.
A desregulação equivaleu a outras duas guerras, pois liberou a picaretagem dos "derivativos", contaminando todo o mundo.
A crise de 2011, que ora vivemos, é o rescaldo da de 2008, pois muitos bancos ficaram com grandes estoques de papéis podres, mas na ilusão de que os Estados Nacionais fossem socorrer os bancos especuladores.
Como as Nações não querem, e não podem, mais brincar de aviõezinhos, com os papéis que deixaram um trágico rastro de desemprego, falências e quebradeira geral, agora a história é outra.
É sabido que os conservadores americanos nunca apreciaram a União Européia, e a sua expressão econômica, pois a fortificação da UE representaria o fim da bipolaridade de poder mundial, pretendida por Eua e China.
A UE representa o terceiro prato da balança, na hora em que o PIB daquela região assume importante protagonismo mundial.
A desregulação, se ficasse adstrita a alguns bancos americanos seria reequilibrada por injeções do Governo.
Mas a derrota conservadora para Obama, trouxe o pesadelo para os intolerantes.
Além de uma Europa fortificada, surge um negro na presidência.
A Europa não se initmidou, fez o primeiro pacote Grego, o segundo, e ao mesmo tempo, está forçando uma regulação forte de bancos e mercados.
Mas, além de tudo isso, essas manifestações de 2008 e 2011, já começaram em 1989.
Não foi só o Muro de Berlin que caiu naquele ano.
Ruiu também o capitalismo de papel, o mercado paralelo do dinheiro sem lastro, e o olhar especulativo longe da produção.
O "Consenso de Washington" foi exatamente o grande convescote do enterro da especulação do lucro dos lucros.
Como os paises mais pobres, eufemisticamente chamados de emergentes, os brics, cumpriram à risca as recomendações ortodoxas dos países ricos, eles se salvaram da tormenta de 2008, justamente por acatar normas mais conservadoras, um pouco mais próximas da visão produtiva.
Enquanto os ricos usufruiam os fluxos de capital de suas aplicações produtivas em territórios subdesenvolvidos, eles se aventuravam na especulação de papéis, mercados .com, e aplicações de grande risco.
Os castelinhos de carta cairam, ficou provado que esse capitalismo vazio, sem base ouro ou garantias reais, nada mais é do que lixo tóxico não tratado.
Contaminou economias, fez crises mundiais e, ao mesmo tempo, deixou o aviso: desse jeito o mundo não resiste.
O teatro kabuki das máscaras venezianas dos especuladores foi à lona, ainda ameaça o mundo com uma nova quebradeira geral, mas o bom nisso tudo, é que os chefões do mundo rico levaram muitos sustos.
Eles sentiram o tsunami da irresponsabilidade invadir suas terras, pelos dutos bancários, e tiveram que tomar medidas drásticas.
Agora, necessitarão espremer miolos para recolocar o investimento produtivo no trilho correto, terão que apertar cintos para diminuir os privilégios que podiam oferecer a seus sortudos cidadãos, e o mundo todo começa a ficar mais verdadeiro.
A especulação será criminalizada, a produção venerada, e a realidade de mercado atrelada à criação de empregos, geração de impostos e consumo responsável.
É o fim dessa grande banca especulativa, e especuladora, em que se transformou o capitalismo desvirtuado, dos senhores do poder, que brincavam de governar o planeta, fazendo guerras e ganhando com a indústria bélica, e os war-shopping's.
O socialismo e o capitalismo foram duas linhas político-econômicas, que engessaram o globo no século XX, mas que por não oferecerem mais respostas aos seres humanos, se prestaram ao simplismo de suas doutrinas, e à miopia de suas soluções.
O mundo cresceu, evoluiu.
Está se dando conta que é múltiplo, complexo, e que não serão tiranetes de aldeia, nem pregadores moralistas, nem belicosos de araque, que resolverão as duas grandes linhas, que caracterizam o século XXI.
O terceiro milênio começa com uma compreensão mais exata de que o humanismo e o ambientalismo representam dois objetivos comuns, a toda a vida terrestre, que precisam ser implementados para gerar, e resgatar, a solidariedade, a vida e a preservação da vida.
É lógico que toda uma história de manipulação, e poder discricionário, não muda de uma hora para a outra.
Mas a violência das crises, e choques engendrados nas catacumbas dos ex-donos do mundo, é que está abreviando percursos, e apontando as soluções novas.
O paradoxo do poder é que está agilizando a mudança para um mundo melhor.
Onde a produção, o emprego, os impostos, os serviços estatais, o processo político, serão meio, e a felicidade humana, o grande fim, o grande propósito de futuro.
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