No momento, as fusões da Perdigão com Sadia, que resultou na BRF- Brasil Foods, passa no CADE e coloca os órgãos de proteção do consumidor em alerta.
Quando houve a fusão das cervejarias, criando-se uma multinacional brasileira com mais de 70% da produção daquele líquido, ocorreu breve momento de efusividade no Brasil, pelo porte atingido por uma corporação nacional.
Logo depois ela foi transferida para controle belga, passando a multinacional para a gestão de um grupo daquele país.
Recentemente o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour, de controle francês, sondaram o BNDES para apoiar a composição das duas organizações.
Ambas privadas e buscando o recurso do BNDES, que é público.
A Presidenta Dilma mandou colocar pé no freio e o BNDES se retirou das negociações.
Nesses casos de fusão, em que resulta grande parcela do mercado nas mãos de poucos, ou um só fabricante, o receio é que as empresas se transformem em monopolistas, praticamente, passando a controlar consumo, preços e oferta de produtos.
Nesses casos o mercado passa a consumir o que lhe é oferecido, sem qualquer poder de intervenção, pelo gigantesco porte de quem deveria estar disputando o mercado, em igualdade de condições.
Pão de Açúcar e Carrefour, como tantas outras redes de supermercados, passam a produzir alimentos e outros gêneros, havendo o risco de esses produtos, pela escala que têm, passarem a esmagar os produtores concorrentes, pelo menor porte desproporcional.
Só como peça de ficção, imagine-se uma fusão entre duas gigantescas redes de supermercados, comprando alimentos de um quase monopólio privado de uma empresa produtora de variadísimas linhas de alimentos, como ficaria o consumidor brasileiro, diante desse gigantismo, que poderia manipular preços e fornecimento.
A Professora Lúcia Helena Salgado expressou suas apreensões diante da aprovação do CADE à operação da BRF, demonstrando preocupação com a possivel perda de competitividade de outras empresas do segmento alimentício.
Também a preocupa a condição do consumidor num Brasil em que já se sofre grande dificuldade de controlar a correta ação mercadológica, e de fornecimento e preços.
Um comentário:
verdade danilo. essas mega-operações societárias, a pretexto de criarem empresas com "musculatura" suficiente no mercado internacional, acabam por geram mono ou oligopólios que pouca ou nenhuma vantagem trazem para o mercado interno, seja para o consumidor, que fica com menor leque de opções, ou para os trabalhadores, que têm seu (já fraco) poder de negociação diminuído ainda mais ante a um super-empregador.
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