quarta-feira, 9 de julho de 2014

CIDADANIA - O BRASIL PERDE UM GRANDE CIDADÃO DEMOCRÁTICO



Ontem a derrota do time brasileiro para o alemão, na copa 
do mundo, que ocorre no Brasil, não foi a maior perda que 
tivemos.
Morreu PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO, advogado paulista, 
grande idealista e defensor das lutas democráticas, que 
não foram nem são poucas no Brasil.
O falecimento de Plínio é uma lacuna irreparável num país 
que continua sendo, como definiu Osvaldo Aranha, na 
década de 1930, um grande "deserto de homens e ideias".
Plínio era deputado federal do PDC-Partido Democrata 
Cristão, quando foi cassado pela ditadura militar implantada 
com o golpe em 1964.
Foi para o exílio no Chile, depois para os Estados Unidos, 

onde cursou  mestrado na Universidade de Cornell.
Em seu retorno ao Brasil, poucos anos depois, filiou-se ao 

PT, partido no qual acreditava pudesse se reencontrar com 
as teses democráticas, que defendia. Isso foi em 1981.
Em 2005, depois de muitas lutas e escaramuças, Plínio 

desfiliou-se do PT, justamente pelo grande escândalo do 
mensalão, quando constatou, como disse na época, "os 
grandes desvios ideológicos causados pela simples busca 
pelo poder, por mais poder".
Foi para o PSOL, partido no qual chegou a ser candidato a 

Presidente da República, tendo ficado na quarta colocação, 
na eleição de 2010.
Plínio sempre defendeu as teses Republicanas, pelas quais 

é compromisso construir sociedade e estado, cidadania e 
governo, efetivamente honestos e que defendam as 
demandas legítimas e pertinentes dos cidadãos.
Defendia a atuação democrática das 3 instâncias de poder, 
desde que com real comprometimento com a democracia.
Preocupava Plínio a grande expansão do poder executivo 

no Brasil, com uma atuação exorbitante e desrespeitadora 
dos seus limites, e das atuações democráticas dos poderes 
Judiciário e Legislativo.
Sempre criticou as recaídas autoritárias, inclusive a de Lula 
em seus 2 mandatos, quando abandonou a postura 
democrática, promovendo um projeto de simples permanência 
no poder.
Viveu o suficiente para assistir a condenação do processo 
do mensalão, pela sociedade brasileira, e pelo STF, com a 
tristeza de constatar a perda das esperanças colocadas no PT, 
mas com a perspectiva da retomada de uma justiça igualitária, 
em nossa sociedade.
O Brasil, já tão carente de lideranças, e governantes, com 
compromissos democráticos, terá grande dificuldade em encontrar 
substituto à altura da lisura e da atitude honesta e defensora dos 
compromissos Republicanos e Democráticos, como foi o grande 
cidadão Plínio de Arruda Sampaio.



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