quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Final de ano, Natal, ano novo e Dignidade com Solidariedade



Independendo das crenças individuais e das linhas religiosas, todos os seres humanos estão vivendo o limiar de um novo ano. As celebrações individuais, familiares, coletivas e sociais, em sua maioria, levam em conta a superação de um período e o surgimento de um novo. 2008 foi um ano em que tivemos crises, guerras, fome, injustiça, inundações, tsunamis, furacões, desabamentos, epidemias, avanços científicos, descobertas importantes, aumento da destruição ambiental, novos alimentos transgênicos, queimadas na floresta amazônica, fuzilamentos, saques, roubos, corrupção, muita corrupção, luta pelo poder, e para mais poder. Ou seja, tudo que vem comprovar que o ser humano é um ser vivo, que percorre o globo terrestre , a procura de um sentido para a vida. Somos todos dotados de uma característica única entre os seres vivos. Somos os únicos que sabemos que sabemos, que temos consciência de que temos consciência. Essa consciência reflexiva nos dá capacidades intelectuais importantes. Somos os únicos seres vivos que podemos mudar as condições objetivas à nossa volta. Somos os únicos seres vivos que podemos desenvolver artefatos que nos disponibilizam uma força inversamente proporcional ao nosso tamanho.
Somos capazes de enviar outros seres humanos para viagens espaciais, para construir estações extraterrestres, para enviar sondas intergaláticas para investigar o cosmo. Desenvolvemos uma tecnologia abundante e abrangente, que associada à universalização de meios de transmissão, nos coloca on-line e real-time com todas as realidades mundiais.
Mesmo assim, desconhecemos nossos vizinhos de condomínio, não sabemos como é a vida de quem cuida de nosso alimento, de quem arruma nossas camas e casa, de quem recolhe nosso lixo ou de quem nos dá segurança. Não sabemos quem são os professores de nossos filhos, não sabemos nem como estão nossos filhos, seja em sua infância com as babás eletrônicas, em sua adolescência com as fragilidades dessa fase ou em sua vida adulta com a necessidade de construir um futuro, num mercado com pouquíssimos novos empregos e com salários aviltados para os jovens. Conseguimos construir casas que duram duzentos anos e não sabemos como encarar nossas existências, muito menores. Somos seis bilhões de gafanhotos predadores, assaltando e dizimando tudo que a Mãe Terra nos oferece e não sabemos o que fazer quando a natureza, agredida, desprezada, destruída e abandonada, nos mostra suas vísceras, implorando atenção, pedindo um pouco de paz. Talvez este período em que estamos, dezembro de 2008, pudesse ser utilizado, por todos, para uma grande reflexão. Um pouco de contemplação do quadro mundial nos apontará alguns caminhos.
A observação da situação nacional poderá nos fornecer elementos de uma análise para que tracemos os planos para 2009 e 2010. Nossas realidades, regionais e locais, são excelentes para aguçar nossas sensibilidades e aprofundar exames sobre nosso futuro em nossas cidades. Quando preenchemos cartões de final de ano, desejando tudo de melhor para todos, sempre usamos palavras bonitas, que refletem as melhores intenções de nossas almas, abarrotadas de bons sentimentos. Olhando os diversos níveis de informação, que nos chegam, por todos os meios multimídia existentes, percebemos que duas palavras, das mais usadas nessas situações, refletem, talvez, o que os humanos mais necessitam: solidariedade e dignidade. A qualidade de vida desse ser vivo errante, que procura, freneticamente, um sentido para viver, pode receber significativa agregação de qualidade se as duas palavras se transformarem em balizas para suas ações nos próximos anos. Que todos possam alcançar estágios de felicidade, com dignidade e solidariedade.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Danilo Cunha Seminário Unisul Virtual















Publicado em 05/12/2008 às 03:58.
Seminário virtual provoca para fazer refletir
Seminário realizado pela UnisulVirtual na quarta-feira, ao fazer uma análise de fatos recentes, lança questões instigantes


Crises, estado, governo, genocidios, responsabilidade ambiental, guerras, poder e outras palavras semelhantes permearam todo o seminário “A governabilidade em tempo de crise: sociedade, Estado, governança e mediação”, realizado na quarta-feira à noite (dia 3 de dezembro) pela UnisulVirtual e que teve como palestrante o consultor e educador social Danilo Cunha.

A palestra e as intervenções dos professores presentes foram bastante instigantes. Também a participação dos alunos, que enviaram um grande número de perguntas, foi nesse mesmo tom, contribuindo para que o seminário, ao fazer uma rápida análise do momento atual, tanto do ponto de vista político como econômico e ambiental, fornecesse subsídios para muitas reflexões.

Os participantes citaram fatos e números de um mundo em que a ONU, o grande parlamento criado para a união de todas as nações, não consegue impedir que um de seus membros, os Estados Unidos, ataque países como o Afeganistão e o Iraque, por exemplo. Ao mesmo tempo, provocou o palestrante, a FIFA (a federação internacional do futebol) consegue uma soberania sobre todas as nações e agrega mais países do que a ONU.

Danilo fez um rápido histórico sobre o papel do Estado em diversas épocas, desde sua criação, para estabelecer padrões e ordenações de condutas, até a situação atual, com os chamados estados transacionais - organismos multilaterais como a Comunidade Européia, a ONU e outros blocos de interesses comuns. Para ele, há o Estado formal, um segundo Estado paralelo constituído pelo mundo do crime e ainda um terceiro Estado – “na verdade, um conjunto de interesses apátridas, transacionais, sem rosto e sem CNPJ, que atua nos espaços de fragilidade dos Estados oficiais nacionais, ditando regras e absorvendo recursos”.
O que ele pergunta é como fica a governança democrática dessas nações, nas quais os seus cidadãos não são consultados sobre operações de salvamento de ações duvidosas – quando o Estado socorre bancos privados com grandes somas, socializando prejuízos e nunca dividindo os lucros.
O professor Itamar Bevilaqua lembrou que a crise econômica atual está sendo comparada à maior das crises já registradas no mundo, a de 1929 – mas com uma diferença. “Em 29, 80% da população vivia em áreas rurais, hoje esses números se inverteram, o que significa que estas pessoas que vivem nas cidades não precisam apenas de um trabalho, mas de um emprego”.

A uma pergunta de um aluno, que lembrou que a massa de desempregados da Alemanha na década de 30, que chegou a mais de 40% da população, fez surgir Hitler, Danilo foi incisivo: “E Bush, o presidente dos Estados Unidos, o que é? Porque ninguém ainda o comparou a Hitler? O que ele fez no Afeganistão e no Iraque não está longe do que o líder alemão fez”.

Danilo Cunha lembrou que a crise atual já vinha sendo anunciada há uns quatro ou cinco anos, quando começaram a ocorrer alguns grandes escândalos econômicos nos Estados Unidos. Agora, foi “mundializada”. Ele alertou para o fato de que o mundo todo não importe outra artimanha dos norte-americanos: para amenizar as estatísticas de mortos de seus soldados no Iraque e no Afeganistão, o governo dos Estados Unidos contrata soldados de uma empresa privada de segurança.

O coordenador do curso de Contabilidade, Nélio Herzmann, fez mais uma provocação: novamente está havendo um inchaço de arrecadação no Brasil, mas mesmo assim, como sempre, nunca sobra dinheiro para aplicar onde é necessário.

Para o palestrante, apesar de todas as novas tecnologias que permitem uma maior transparência dos governos, ainda há muitos segredos, o que gera a impunidade. E ele acrescentou: “Recentes reajustes salariais vão adicionar à folha de pagamento do governo a soma de R$ 9 bilhões para o pagamento do funcionalismo. E para Santa Catarina, que está passando por uma de suas maiores tragédias, há diversos impedimentos para que as pessoas atingidas retirem seu FGTS”.

O seminário foi uma promoção conjunta dos cursos de Filosofia, Administração Pública, Ciências Contábeis, Gestão da Segurança Pública e Gestão Financeira da UnisulVirtual e teve a participação de seus coordenadores – Marciel Cataneo, Onei Dutra, Nélio Herzmann, Itamar Bevilagua e Adriano Cunha. Palestrantes e professores estavam no estúdio da UnisulVirtual e puderam ser assistidos por todos os alunos, via internet.

Aproveitando o fato de que a audiência formada pelos alunos abrange praticamente todas as regiões, o professor Itamar agradeceu ao país que se mostrou tão prontamente solidário no atendimento e socorro às vítimas das chuvas em todo o Vale do Itajaí.Leia a íntegra da palestra e veja o vídeo do seminário na página da UnisulVirtual (a partir do dia 5)

NA FOTO ACIMA: ITAMAR BEVILAQUA, DANILO CUNHA E MARCIEL CATANEO

sábado, 6 de dezembro de 2008

Morte no Vale - A alienação e o futuro

Estive visitando Blumenau, depois de toda a cobertura que vi e li na imprensa de SC, e pude avaliar os impactos humanos que essa tragédia, das águas e da terra, causou.
Para lá chegar, vamos passando por Itajai, Ilhota, Gaspar. Estradas quebradas, casas destruídas, árvores arrancadas, campos enferrujados pela terra vermelha e seca.
Vi uma cidade embarrada, empoeirada, e pessoas, muitas pessoas. Todos tentando recomeçar, retomar suas vidas, reencontrar a normalidade, voltar a viver esse início de dezembro, com o qual o vale do Itajai sempre nos presenteou com seus enfeites de Natal, com suas decorações tão festivas e acolhedoras.
As enchentes sempre foram enfrentadas com coragem e muita disposição física de reação dos moradores. O capricho das casas, a limpeza das ruas, a simpatia das lojas foram elementos de beleza típica com que os visitantes eram recebidos. Agora, desta vez, algo estava muito diferente.
Eram as mortes, as muitas mortes. As mortes de muitas pessoas, as mortes de muitas árvores, as mortes de muitos sonhos e esperanças. Vi pessoas andando pelas ruas como se fossem zumbis.
Olhares fixos, alguns assustados, outros distantes, mas em todos a dor. A dor do que passou, a dor do medo, a dor da crueldade da situação.
Falei com pessoas que tudo perderam, mas que ainda mostravam dignidade e vontade de reação. Mas as pessoas que , além do todo material, ainda perderam seus amores, seus filhos, seus pais, seus maridos, suas esposas têm, e terão, enorme dificuldade para voltar.
Não só para os seus locais, muitos deles enterrados para sempre, sob as camadas de um barro, que um dia foi sua plantação, seu quintal, sua vida e seu futuro. Eles mostram a enorme distância, o abismo imenso, que terão de percorrer para voltar à sua normalidade.
Seus olhos injetados, sua aparente passividade, demonstra, denuncia, o desespero, a solidão da dor, a incomunicabilidade, a impossibilidade de expressar a ajuda humana de que precisam.
Eles podem receber novas moradias, novas roupas, novas bicicletas e novas cozinhas.
Mas onde encontrarão seus seres amados, com os quais dividiam seus dias, suas noites, suas alegrias e preocupações. Com quem falarão, ao final do dia, para perguntar se aprenderam as lições, se o dia de trabalho foi bom, se a namorada estava bem, se a gravidez está tranquila? De quem sentirão o perfume, para quem farão seus almoços e jantas, para quem trarão flores e presentes?
Esse vazio, essa imensa tristeza do nada, o buraco na alma, é que comove, que desespera, que aponta para um fim, que mostra a grande imobilidade diante da morte, da separação definitiva, da viagem sem volta. Os olhos das pessoas que tudo perderam, que perderam seus sentidos de vida, são as maiores fossas abissais jamais vistas.
Eles mostram, como projeções hipnóticas, para que todos possamos assistir, os ultimos momentos daquelas vidas que foram arrancadas, às vezes das mãos que tentatavam segurá-las, tentavam em vão salvá-las da torrente, da onda imensa, da lava de barro e água que as levou e soterrou.
Seus olhos mostram o espasmo, a estupefação, a impotência, diante da tragédia inesperada, frente à dantesca e avassaladora força de uma natureza alterada, imprevisível, desequilibrada e incontida.
E diante desses olhos, desses vazios, dessas dores ambulantes, dessas vidas sem esperança, o que nos resta, o que ainda podemos fazer? Que gesto executar, que palavra usar, que ação empreender? O apoio, a acolhida, o medicamento, o alimento, o abrigo ainda podemos suprir.
Mas e a alma, seus peitos vazios de amor, suas mãos crispadas por um sentimento que talvez, nunca consigam, nunca possam expressar, como podemos ajudar? Talvez, para muitos, o restante de suas existências se transforme num eterno lembrar, num sempre sonhar, com os dias que já não voltarão.
E nós, que assistimos a tragédia da destruição, de nossos lares seguros, o que poderemos fazer? Nós, que agora vemos o desespero das perdas, a dor das mortes de seus queridos, como podemos ajudar? Poderemos ir lá abraçá-los, ouvi-los, contemplá-los, dar-lhes carinho, um carinho que jamais se aproximará daquele que recebiam dos seres que perderam.
E, além dessa ajuda, temporária, passageira, uma verdadeira muleta humana e existencial, uma temporária tala de afeto para tentar recuperar essa fratura em suas almas, o que podemos fazer de mais duradouro, de mais permanente, não para recuperar seus amores, suas pessoas queridas, que foram levadas, arrancadas de suas vidas, pois essas não voltarão.
O que podemos fazer por outras vidas, por outras crianças, enfim, por nós mesmos? Se a tudo fomos condenados a assistir, se a essa tragédia fomos obrigados a aceitar, como um filme de horror, pronto e acabado, resultado de um roteiro de autor desconhecido, os próximos capítulos podem depender de nossa atuação. Podemos exercer uma crítica sobre o que vimos, sobre o que ocorreu.
Se não há um único autor da novela, viva e real, de terror que assistimos, podemos assumir, como num imenso e caricato reality show, a nossa co-autoria, a nossa cumplicidade, mesmo não desejada e consciente, nessas mortes, nessas separações, em tanta destruição. Somos cidadãos do mundo, de tudo sabemos, a tudo assistimos, estamos sempre atualizados. A tecnologia da informação está em nossas casas, em nossos quartos, em tudo.
Como então esse filme foi feito, montado e editado? De tudo sabíamos, com tudo concordamos, que "soma" tomamos, (parodiando Aldous Huxley em seu genial Admirável Mundo Novo), para nos anestesiarmos e permitirmos que o ambiente fosse agredido, que a natureza fosse alterada, que os rios secassem, que o desequilíbrio se instalasse?
Erramos! Erramos muito! Temos que reconhecer. Aos mortos devemos, aos sobreviventes nos obrigamos, aos novos temos que prometer, que tudo faremos, que nos transformaremos e que mudaremos o que foi o terreno fértil da destruição. O terreno da alienação da cidadania, o terreno do desprezo pelo berço da nossa vida, o terreno da insensibilidade, do egoismo, da frieza de quem se acha resolvido, em seus projetos mesquinhos e individuais e que abandonou o mundo nas mãos dos interesseiros, dos imediatistas.
Abandonamos o mundo nas mãos dos que dizem construir, mas destróem para lucrar.
Abandonamos o mundo nas mãos dos que emitem papéis sem valor, dos que criam alimento com o desmatamento, dos que queimam o verde e destroem o ar. Se agora sabemos, se agora vemos o resultado, tão próximo, da nossa preguiça, da nossa acomodação, como podemos reagir? Ainda há tempo? ainda é possivel?
Temos, talvez, algumas poucas oportunidades ao nosso alcance.
Existem pessoas que lutam, que se engajam, que propugnam novas ações pela vida. Pessoas que não se entregaram ao comodismo e que não se conformamser a vida um eterno consumir. Essas pessoas estão por todos os lugares. Precisam de mais pessoas para mudar essa verdadeira crônica da morte anunciada de nosso ambiente de vida. O que elas propõem é pouco, fácil, acessível, está em nossa mãos, nas mãos de todos. Vamos nos juntar, vamos somar nossas forças, vamos exigir nossos direitos, vamos respeitar os que já morreram e pelos quais nada fizemos.
Vamos fazer com que respeitem a natureza, vamos pedir tempo, muito tempo, para que se examinem leis, projetos, decretos, todos feitos com nosso nome, com nosso voto. Vamos recolher nossas procurações, vamos direto ao ponto, sem representantes, dizer, bradar que queremos respeito com o ar, cuidado
com a água, preservação para o todo. Vamos pedir tempo para pensar o que nossa terra precisa, o que nosso
solo requer, o que nossos rios clamam. Nossa vida deles depende. Se queremos viver não os podemos esquecer, ou abandonar nas mãos de quem não sabe o que fazer.
Ou que não tem a devida cosnciência.



quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O TERCEIRO ESTADO

-A sociedade contemporânea, a questão da soberania diante das novas relações de poder
-A governabilidade em tempo de crise
-Sociedade, estado, governança e mediação

-Roteiro de palestra apresentada aos alunos de Educação à Distância da Unisul, em 03.12.2008

OS CONCEITOS E A DISCUSSÃO SOBRE O ESTADO E SUAS FUNÇÕES, JÁ OCORREM DESDE A GRÉCIA ANTIGA. MUITAS FORAM AS DOUTRINAS ELABORADAS E AS FORMAS DE TESTÁ-LAS. DESDE AS CIDADES-ESTADO, DAS ASSEMBLÉIAS PARTICIPATIVAS E DELIBERATIVAS, O SER HUMANO BUSCA FORMAS DE ORDENAÇÃO E ORGANIZAÇÃO COLETIVAS.

CONTUDO, O CONCEITO DE ESTADO, PRÓXIMO DAQUILO QUE TEMOS HOJE, VEM DOS SÉCULOS 16 E 17, QUANDO GRANDES MUDANÇAS POLÍTICAS, ECONOMICAS E CONCEITUAIS, VOLTARAM A ENVOLVER AS SOCIEDADES, NA DISCUSSÃO DE COMO ORGANIZAR OS ESPAÇOS COLETIVOS, OS DIREITOS E OS DEVERES DE TODOS.

A SOCIEDADE HUMANA EVOLUIU DA FASE TRIBAL PRIMÁRIA, PARA A ORGANIZAÇÃO DA AGRICULTURA, PARA OS GOVERNOS FEUDAIS,
PARA OS REIS E, FINALMENTE, DOS REIS PARA AS LEIS.

ENTRE 1600 E 1700, A EXPERIÊNCIA DO PRIMEIRO ORÇAMENTO PÚBLICO, PARA LIMITAR O PODER DOS REIS NO USO DO DINHEIRO DOS IMPOSTOS, A URBANIZAÇÃO DECORRENTE DOS AVANÇOS INDUSTRIAIS, MUDARAM A PERCEPÇÃO DE LIMITES PARA O PODER.

A EVOLUÇÃO DA SOCIEDADE HUMANA, SAINDO DA DISPERSÃO DO CAMPO E INDO PARA A CONCENTRAÇÃO DAS CIDADES E EMPRESAS MUDOU RADICALMENTRE OS PROCESSOS DE PRODUÇÃO, AFASTOU O SER HUMANO DA VISÃO DO TODO E ALTEROU DEFINITIVAMENTE AS FORMAS DE RELACIONAMENTO, OBSERVAÇÃO E DELIBARAÇÃO COLETIVAS.

PODEMOS AFIRMAR QUE O ORÇAMENTO PÚBLICO COMO LEI, E A FIGURA DO ESTADO, COMO ORDENADOR DA CONDUTA HUMANA, FORAM OS MAIORES E MAIS SIGNIFICATIVOS PACTOS ÉTICOS JÁ CONSTRUIDOS.

O SER HUMANO, RECONHECENDO SUA SUBJETIVIDADE E A DIFICULDADE EM DEFINIR CONCEITOS QUE SIVAM PARA TODOS, CRIA E DESENVOLVE PACTOS E REGULAMENTOS, AOS QUAIS ADERE, CONSCIENTEMENTE, PARA RESPEITAR A “VONTADE DE TODOS” E NÃO SÓ A VONTADE DE ALGUNS.

ESSA É, TALVEZ, A PRINCIPAL QUESTÃO A SER DISCUTIDA COMO A FUNÇÃO DO ESTADO. SEU CONCEITO É UMA VIRTUALIDADE, É UMA CRIAÇÃO HUMANA. O ESTADO FOI CRIADO PARA SERVIR AO SER HUMANO, AOS CIDADÃOS E NÃO PARA SERVIR-SE DELES.

A NECESSIDADE DOS SERES HUMANOS DE CRIAR PADRÕES, CONCEITOS E PACTOS E A ELES ADERIR PARA GERAR ORDENAÇÃO DE SUAS CONDUTAS, NÃO SE BASTA EM CRIAR ESTADOS NACIONAIS.

CRIA-SE TAMBÉM OS “ESTADOS” TRANSNACIONAIS. ORGANISMOS BI-LATERAIS E MULTI-LATERAIS, COM FUNÇÕES ORDENADORAS EM DIFERENTES NÍVEIS, TAIS COMO A EXTINTA LIGA DAS NAÇÕES E A ONU, ATUALMENTE.

HOJE TEMOS OS BLOCOS ECONÔMICOS E OS TRATADOS DE COOPERAÇÃO, REGIONAIS E MUNDIAIS, QUE INICIAM UMA NOVA ETAPA NESSES CONCEITOS.

SEMPRE QUE FALAMOS EM ESTADO, A QUESTÃO DA SOBERANIA VEM À TONA. A FIGURA DE ESTADO SEMPRE SE CONFUNDIU COM TERRITÓRIO, AUTONOMIA E INDEPENDÊNCIA.

A FLEXIBILIZAÇÃO DESSAS CONCEPÇÕES, EM ALGUNS CASOS, TEM DEMONSTRADO QUE A EVOLUÇÃO CONCEITUAL JÁ ENCONTRA BASES REAIS PARA SER TESTADA.

A UNIÃO EUROPÉIA TEM SURPREENDIDO O MUNDO COM UMA ASSOCIAÇÃO DE VÁRIOS PAISES INDEPENDENTES, QUE MANTENDO SUAS SOBERANIAS E IDENTIDADES CULTURAIS, CONSTRÓI UMA FIGURA NOVA DE ESTADO TRANSNACIONAL, COM MOEDA ÚNICA, COM PARLAMENTO COMUM, QUEBRANDO ALGUNS TABÚS, PRINCIPALMENTE NO TOCANTE À INTEGRAÇAÕ COMPLETA NOS NÍVEIS POLÍTICO E ECONÔMICO.

É INTERESSANTE LEMBRAR QUE OS ESTADOS INDEPENDENTES EUROPEUS FORAM OS PRINCIPAIS CRIADORES DO CONCEITO DE ESTADO COLONIALISTA, QUE DOMINOU GRANDES TERRITÓRIOS TRANSNACIONAIS, USURPANDO-LHES , PORÉM, A INDEPENDÊNCIA E A SOBERANIA.

ISSO NOS MOSTRA COMO OS CONCEITOS MUDAM, EVOLUEM E PRECISAM SER REVISADOS, REESTUDADOS E RECOMPACTUADOS.

AS RELAÇÕES DE PODER DENTRO DOS ESTADOS NACIONAIS NEM SEMPRE GUARDAM SIMETRIA COM AS RELAÇÕES DE PODER ENTRE ESTADOS SOBERANOS E INDEPENDENTES.

UM EXEMPLO DISSO É O REGIME CAPITALISTA NORTE-AMERICANO, QUE MANTÉM UM CERCO ECONOMICO A CUBA, POR MAIS DE 40 ANOS, ALEGANDO O DESRESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS, PELO REGIME COMUNISTA DA ILHA.

ESSE MESMO ESTADO AMERICANO MANTÉM CORDIAIS E INTENSAS RELAÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS COM A CHINA, PAÍS QUE ATÉ AJUDA A FINANCIAR O DEFICIT AMERICANO E, NO QUAL, TEMOS UM ESTADO COMUNISTA, CENTRALIZADO, SOBRE UMA PLANTA ECONOMICA CAPITALISTA E PARTICIPANTE DA CHAMADA GLOBALIZAÇÃO.

OUTROS EXEMPLOS SÃO OS ACORDOS BI OU MULTI-LATERAIS, EM DIVERSOS NÍVEIS. MUITOS ESTADOS INDEPENDENTES REALIZAM ACORDOS MILITARES, ECONOMICOS, TECNOLÓGICOS, ABRINDO E COMPARTILHANDO SEGREDOS ESTRATÉGICOS, SEM PERDER A SUA SOBERANIA, MAS MANTENDO UMA RELAÇÃO DE PODER DIFERENTE DAQUELA QUE MANTÉM COM SEUS CIDADÃOS. MUITOS DOS ASSUNTOS RESERVADOS, QUE SÃO COMPARTILHADOS ENTRE ESTADOS, NÃO SÃO ABERTOS OU REVELADOS AOS CIDADÃOS DESSES MESMOS ESTADOS NACIONAIS.

A QUESTÃO ENERGÉTICA E DE RESERVAS ESTRATÉGICAS NOS REMETE PARA OUTRA DISCUSSÃO ORIGINAL. QUASE TODOS OS PAISES QUE DETÊM GRANDES JAZIDAS DE ENERGIAS E MATERIAIS ESTRATÉGIOS, SÃO NAÇÕES POBRES, COM GRANDES DESNÍVEIS SOCIAIS E INJUSTA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA.

AS RELAÇÕES DE PODER DESSAS NAÇÕES COM OS ESTADOS DESENVOLVIDOS É UM TERRENO MINADO POR AÇÕES ENCOBERTAS, INTERESSES ESCUSOS E INFLUÊNCIAS POUCO RECOMENDÁVEIS, QUANDO NÃO É USADO O RECURSO DA VIOLÊNCIA EXPLÍCITA, DA OCUPAÇÃO MILITAR E DA GUERRA ABERTA, MESMO NÃO DECLARADA.

UM EXEMPLO ATUAL É O CONGO. PAÍS COM ENORMES JAZIDAS DE METAIS NOBRES E RAROS, QUE PARTICIPAM DA CONSTRUÇÃO DE AERONAVES, FOGUETES E MÍSSEIS, TEM SIDO ABASTECIDO DE ARMAS POR AQUELES PAISES MAIS RICOS DO MUNDO, QUE PRECISAM DAQUELES MATERIAIS RAROS. EM TROCA, OS ESTADOS PARTICIPANTES DA ONU VOTARAM E APROVARAM A IDA DE 10.000 SOLDADOS DE CAPACETES AZUIS, PARA NÃO PERMITIR AS LUTAS TRIBAIS E ÉTNICAS E O GENOCÍDIO.

A GUERRA CONTINUA, AS EMPRESAS QUE EXPLORAM AS RESERVAS LÁ OPERAM NORMALMENTE, O FORNECIMENTO DE ARMAS SEGUE SEU FLUXO CRIMINOSO E RELAÇÕES MULTI-LATERAIS, ENTRE ESTADOS SOBERANOS MANTÉM UMA NAÇÃO NA BARBÁRIE, NO ATRASO E SEM ACESSO A TODOS OS AVANÇOS QUE OS ESTADOS DEMOCRÁTICOS POSSUEM.

AI SURGE OUTRA QUESTÃO. A RELAÇÃO ESTADO/DEMOCRACIA/CONTROLE SOCIAL. NOS ANOS 70, VÁRIOS ESTUDOS FORAM ELABORADOS PARA AQUILATAR O QUE SERIA UMA DAS LINHAS DO FUTURO DO MUNDO: O GOVERNO DAS CORPORAÇÕES.

OLHANDO OS ESTADOS NACIONAIS SOBERANOS COMO VERTICALIDADES CONSTRUIDAS SOBRE TERRITÓRIOS E NAÇÕES AUTÔNOMOS, PERCEBEMOS ALGUMAS TRANSVERSALIDADES.

OS INTERESSES ECONÔMICOS, POLITICOS, MILITARES E TECNOLÓGICOS, SÃO ALGUMAS DESSAS LINHAS QUE, DEPENDENDO DA CORRELAÇÃO DE FORÇAS EXISTENTE, INTERFEREM MAIS EM DIFERENTES INTENSIDADES NO DESTINO DOS ESTADOS DEPENDENTES OU MENOS DESENVOLVIDOS.

QUANDO NO FINAL DA DÉCADA DE 80, A INTITULADA GLOBALIZAÇÃO FOI PROPUGNADA PELO CONSENSO DE WASHINGTON E APLICADA NOS LABORATÓRIOS INGLES E AMERICANO, SUA EXPANSÃO PARA E SOBRE OS PAISES DEPENDENTES, DEU-SE DE FORMA COMPLETAMENTE DIFERENTE DO QUE NOS DOIS PAISES MENTORES.

O EXCEDENTE DE CAPITAIS FINANCEIROS ADVINDOS DA PRODUTIVIDADE DAS ECONOMIAS MAIS RICAS BUSCAVA NOVAS VIAS DE APLICAÇÃO RENTÁVEL. OS PAISES MAIS EMPOBRECIDOS, MUITOS DELES SAINDO DE CRISES LONGAS E DESGASTANTES, POLITICAS, MILITARES E INSTITUCIONAIS, FORAM LEVADOS A PRIVATIZAR SUAS INFRAESTRUTURAS, COMO CONDIÇÃO DE INGRESSAR NUMA NOVA ORDEM MUNDIAL, ONDE AS EXIGÊNCIAS PRINCIPAIS ERAM: ECONOMIAS ABERTAS, ESTADO MÍNIMO, RECEPÇÃO DOS CAPITAIS ESTRANGEIROS E LIBERDADE PARA O MERCADO.

ESSE MESMO PACOTE CUNHOU O TERMO TERCEIRO SETOR, DELEGANDO PARA A SOCIEDADE CIVIL A MISSÃO DE DESENVOLVER SOLUÇÕES PARA AQUELA MANCHA AMORFA DEIXADA COMO SOBRA DE UM ESTADO MÍNIMO E DE UM MERCADO FOCADO EM LUCROS E GANHOS MAXIMIZADOS.

VEJA-SE AI, UM NOVO CONCEITO DE ESTADO. AS TRANSVERSALIDADES EXÓGENAS AGINDO SOBRE QUESTÕES INTERNAS, DOUTRINÁRIAS E IDEOLÓGICAS, DO QUE SERIA A SOBERANIA DAS NAÇÕES.

O ESTADO MÍNIMO, NOS PAISES DEPENDENTES, ERA CONFRONTADO COM O CONCEITO DE ESTADO NECESSÁRIO, NOS PAISES DESENVOLVIDOS.

A SOCIEDADE CIVIL, SEM CONDIÇÕES DE ESCALA E ABRANGÊNCIA PARA RESOLVER OS PROBELMAS SOCIAIS, ECONÔMICOS E POLÍTICOS RECEBE UMA MISSÃO, ILUSÓRIA E FRUSTRANTE, DE ELABORAR UMA SOCIEDADE JUSTA E IGUALITÁRIA.

AO MESMO TEMPO, PROCESSOS INTENSOS DE COOPTAÇÃO E DESVIO DE OBJETIVOS, JOGAM AS ORGANIZAÇÕES, CRIADAS PARA UM FIM NOBRE, NA MÃO DE PROCESSOS CORRUPTOS E CORRUPTORES, SURGINDO MUITO DINHEIRO ESTATAL, O MESMO QUE NÃO ERA UTILIZADO NOS ORÇAMENTOS PÚBLICOS, DO ESTADO FORMAL, PARA CUMPRIR AS SUAS PRERROGATIVAS LEGAIS.

UM ESTADO MINIMIZADO, ENFRAQUECIDO, COM GRANDE DOSE DE INTERVENÇÃO EXTERNA, UMA CIDADANIA ENTREGUE A UM TERCEIRO SETOR INCIPIENTE E DESESTRUTURADO, FORMA O QUADRO IDEAL PARA A AÇÃO PREDADORA E ESPECULATIVA DE UM MERCADO POUCO REGULADO E AMPARADO POR GROSSAS VERBAS PÚBLICAS.

ESSE QUADRO CHEGA AO ANO DE 2008 COM A GRAVE CRISE DOS MERCADOS PAPELEIROS, NÃO OS RECICLADORES, MAS AQUELES ESPECULADORES QUE EMITIRAM PAPÉIS SEM LASTRO, GRANHARAM ENORMES LUCROS E, QUANDO QUEBRARAM EM SUA PRÁTICA EXPECULATIVA, RECORRERAM AOS ESTADOS NACIONAIS, ALEGANDO RISCOS SISTÊMICOS E OBTIVERAM A COBERTURA, MAIS UMA VEZ, ESTATAL.

AGORA NOS DEFRONTAMOS COM UM OUTRO CONSENSO DE MERCADO. O ESTADO MÍNIMO ANTERIOR TEM QUE VOLTAR A UMA AÇÃO ABRANGENTE E PROTETORA E ESTATIZAR PREJUIZOS, ADQUIRIR PAPÉIS PODRES, COMPRAR EMPRESAS QUEBRADAS.

E TUDO FEITO A TOQUE DE CAIXA.

ESSA NOVA ESTATIZAÇÃO FINANCEIRA NÃO CONSULTOU OS CIDADÃOS DOS ESTADOS SOBERANOS, NÃO PEDIU LICENÇA POR ACORDOS BI OU MULTI-LATERAIS, MAS INVADIU PAISES, SE APROPRIOU DE RESERVAS NACIONAIS, TUDO A TÍTULO DE NÃO PERMITIR UMA QUEBRADEIRA EM SÉRIE DE BANCOS E EMPRESAS PRIVADAS.

E AI SURGE A FIGURA DE UM TERCEIRO ESTADO.
TEMOS O ESTADO FORMAL, CONSTRUIDO E MANTIDO PELOS HABITANTES DAS NAÇÕES SOBERANAS, UM SEGUNDO ESTADO, PARALELO, DO CRIME, DO TRÁFICO DE ARMAS, DROGAS E SERES HUMANOS E O NASCIMENTO DE UM "TERCEIRO ESTADO", NA VERDADE UM CONJUNTO DE INTERESSES APÁTRIDAS, TRANSNACIONAIS, SEM ROSTO, SEM CNPJ OU QUALQUER POSSIBILIDADE DE IDENTIFICAÇÃO POSITIVA, MAS QUE ATUA NOS ESPAÇOS DE FRAGILIDADE DOS ESTADOS OFICIAIS NACIONAIS, DITANDO REGRAS E ABSORVENDO RECURSOS ESSENCIAIS AO DESENVOLVIMENTO DAS SOCIEDADES.

A EXISTÊNCIA DOS SEGUNDO E TERCEIRO ESTADO SÓ FOI POSSÍVEL GRAÇAS A ALGUNS FATORES LIGADOS ÀS RELAÇÕES DE PODER INTERNAS E A PRESSÕES EXÓGENAS.

HISTÓRICAMENTE, O ESTADO FORMAL MANTEVE-SE AFASTADO DE ALGUMAS QUESTÕES SÓCIO ECONÔMICAS, QUE GERARAM SÉRIAS CONSEQUÊNCIAS: O INCHAÇO NÃO REGULADO DAS CIDADES, O APARECIMENTO DAS PERIFERIAS EMPOBRECIDAS, DEVIDO A ÊXODOS E MIGRAÇÕES INTERNAS, EM BUSCA DE TRABALHO E DIGNIDADE, PELOS EXCLUIDOS.

ASSIM, O ESTADO FORMAL, AO NÃO OCUPAR OS ESPAÇOS QUE LHE SÃO ATRIBUIDOS PELA SOCIEDADE, FICA PRESSIONADO ENTRE OS OUTROS "DOIS ESTADOS". ENQUANTO O ESTADO PARALELO DO CRIME AGE NAS CAMADAS MENOS FAVORECIDAS E ABANDONADAS PELO ESTADO FORMAL, OCUPANDO ESPAÇOS E PRESTANDO SERVIÇOS INFORMAIS E IRREGULARES, O "ESTADO PARALELO DAS FINANÇAS" AGE NAS CAMADAS MAIS ABASTADAS DA SOCIEDADE, NAS INSTÂNCIAS DE PODER, NOS NÍVEIS ELEVADOS DOS GOVERNOS E LEGISLATIVOS.

E COMO FICA A GOVERNANÇA DEMOCRÁTICA DESSAS NAÇÕES, NAS QUAIS OS SEUS CIDADÃOS NÃO SÃO CONSULTADOS SOBRE AS OPERAÇÕES DE SALVAMENTO DE AÇÕES DUVIDOSAS?

COMO FICA O ESTABELECIMENTO DE PRIORIDADES DOS GOVERNOS NACIONAIS DIANTE DO COMPROMETIMENTO URGENTE DE GRANDES SOMAS NÃO PREVISTAS?

E O CONTROLE SOCIAL E O PACTO ÉTICO QUE FUNDAMENTOU O CONCEITO DE ESTADO?

QUAL O PODER DE MEDIAÇÃO ENTRE ENTES DOS ESTADOS NACIONAIS, QUANDO SUAS AÇÕES FORAM ESTIPULADAS PELAS TRANSVERSALIDADES EXTERNAS?

ESTAS E MAIS OUTRAS QUESTÕES SÃO ALGUMAS DE UMA PAUTA PARA O NOSSO DEBATE DE HOJE.:

-A ESCALA DE PRODUÇÃO E DE CONSUMO

-A GERAÇÃO DE LIXO PÓS-INDUSTRIAL E PÓS-CONSUMO

-O MEIO AMBIENTE

-AS MIGRAÇÕES E A RACIALIZAÇÃO DAS SOCIEDADES (PROCESSO RACISTA E XENÓFOBO EUROPEU X ELEIÇÃO DE UM NEGRO NOS EUA)

-OS DIREITOS HUMANOS

-ENERGIAS ALTERNATIVAS

-PROCESSOS DE URBANIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DO SOLO

-A SOBERANIA DOS ESTADOS NACIONAIS, SUAS PRIORIDADES DIANTE DE UMA GOVERNANÇA MULTI-LATERAL MUNDIAL: A ATUAÇÃO DA ONU E DE OUTRAS ORGANIZAÇÕES TRANSNACIONAIS

-UMA CURIOSIDADE: POR QUE O “ESTADO” ONU É MENOR E MENOS REPRESENTATIVO QUE O “ESTADO” FIFA?

SUGESTÕES DE LEITURAS:

SUPRANACIONALIDADE NAS RELAÇÕES DE ESTADOS
FERNANDO DE MAGALHÃES FURLAN

GOVERNO DOS RISCOS
MARCELO DIAS VARELLA-org

COLAPSO
JARED DIAMOND


Danilo Cunha
www.danilocunha.blogspot.com

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Cuidando bem do seu cérebro

-Conselhos para Ficar Bem
-Da Profa. Suzana Herculano-Houzel
-Bióloga e Doutora em Neurociências


1-Cuidar bem da sua saúde física – o cérebro precisa do corpo

2-Identificar e cultivar os seus prazeres – eles são a base do bem-estar

3-Ouvir as suas emoções – elas são imprescindíveis para as boas decisões

4-Sorrir e buscar a felicidade – ela torna o corpo mais saudável

5-Saber a diferença entre tristeza e depressão – para respeitar a primeira e tratar a segunda.

6-Tirar proveito do estresse agudo – é surpreendente, mas ele tem efeitos benéficos

7-Lidar com a ansiedade – em doses saudáveis, ela é uma bênção

8-Fazer as pazes com os remédios – às vezes os medicamentos são realmente necessários

9-Combater o estresse crônico – um vilão causador de muitos males físicos e mentais

10-Exercitar-se regularmente – isso pode funcionar como um “elixir da juventude”

11-Dormir bem e bastante – descubra a importância das sonecas para o cérebro

12-Cultivar os relacionamentos – o isolamento é um fator intenso de estresse social

Caminhos neurais

-A Qualidade dos Pensamentos e Atitudes-

Como diz o Terapeuta de Familia, André Schelling, a qualidade de nossas vidas, depende da qualidade de nossos pensamentos e de nossas atitudes. Os pensamentos vão construindo caminhos neurais, os quais po-
dem ser deterministicos, se muito rígidos ou repetitivos. Reavaliar atitudes, repensar hábitos, revisar conceitos, evitar os pré-conceitos, não adotar os estereótipos, pode nos ajudar a prevenir o uso de princípios muito rígidos, que tendem a se tornar camisas-de-força comportamentais. As atitudes, as expressões faciais, já está comprovado cientificamente, determinam algumas reações internas e podem influir sobre nossas emoções. Assim como manter uma atitude positiva e sorridente ajuda em nossos processos internos, nossa exterioridade influi muito sobre as pessoas que nos vêm e observam. A música é um verdadeiro "detergente" neural e seu uso frequente estimula processos criativos e positivos. A dança associada à musica potencializa processos benéficos à saude fisica, mental e emocional. O amor, a solidariedade, a ternura, o carinho, e a suavidade podem aumentar, multiplicar os aspectos agradáveis da vida. Por isso, começar o dia, a semana, o mes. o novo ano, com sorrisos, abraços, calma e muita alegria pode ajudar a nós e às pessoas próximas. Isso, numa reação geral resultará, sem dúvida, em um mundo melhor, com pessoas felizes, serenas e amigas.
Com muitos carinhos e muitos e grandes abraços