Publicado em 05/12/2008 às 03:58.
Seminário virtual provoca para fazer refletir
Seminário realizado pela UnisulVirtual na quarta-feira, ao fazer uma análise de fatos recentes, lança questões instigantes
Crises, estado, governo, genocidios, responsabilidade ambiental, guerras, poder e outras palavras semelhantes permearam todo o seminário “A governabilidade em tempo de crise: sociedade, Estado, governança e mediação”, realizado na quarta-feira à noite (dia 3 de dezembro) pela UnisulVirtual e que teve como palestrante o consultor e educador social Danilo Cunha.
A palestra e as intervenções dos professores presentes foram bastante instigantes. Também a participação dos alunos, que enviaram um grande número de perguntas, foi nesse mesmo tom, contribuindo para que o seminário, ao fazer uma rápida análise do momento atual, tanto do ponto de vista político como econômico e ambiental, fornecesse subsídios para muitas reflexões.
Os participantes citaram fatos e números de um mundo em que a ONU, o grande parlamento criado para a união de todas as nações, não consegue impedir que um de seus membros, os Estados Unidos, ataque países como o Afeganistão e o Iraque, por exemplo. Ao mesmo tempo, provocou o palestrante, a FIFA (a federação internacional do futebol) consegue uma soberania sobre todas as nações e agrega mais países do que a ONU.
Danilo fez um rápido histórico sobre o papel do Estado em diversas épocas, desde sua criação, para estabelecer padrões e ordenações de condutas, até a situação atual, com os chamados estados transacionais - organismos multilaterais como a Comunidade Européia, a ONU e outros blocos de interesses comuns. Para ele, há o Estado formal, um segundo Estado paralelo constituído pelo mundo do crime e ainda um terceiro Estado – “na verdade, um conjunto de interesses apátridas, transacionais, sem rosto e sem CNPJ, que atua nos espaços de fragilidade dos Estados oficiais nacionais, ditando regras e absorvendo recursos”.
O que ele pergunta é como fica a governança democrática dessas nações, nas quais os seus cidadãos não são consultados sobre operações de salvamento de ações duvidosas – quando o Estado socorre bancos privados com grandes somas, socializando prejuízos e nunca dividindo os lucros.
O professor Itamar Bevilaqua lembrou que a crise econômica atual está sendo comparada à maior das crises já registradas no mundo, a de 1929 – mas com uma diferença. “Em 29, 80% da população vivia em áreas rurais, hoje esses números se inverteram, o que significa que estas pessoas que vivem nas cidades não precisam apenas de um trabalho, mas de um emprego”.
A uma pergunta de um aluno, que lembrou que a massa de desempregados da Alemanha na década de 30, que chegou a mais de 40% da população, fez surgir Hitler, Danilo foi incisivo: “E Bush, o presidente dos Estados Unidos, o que é? Porque ninguém ainda o comparou a Hitler? O que ele fez no Afeganistão e no Iraque não está longe do que o líder alemão fez”.
Danilo Cunha lembrou que a crise atual já vinha sendo anunciada há uns quatro ou cinco anos, quando começaram a ocorrer alguns grandes escândalos econômicos nos Estados Unidos. Agora, foi “mundializada”. Ele alertou para o fato de que o mundo todo não importe outra artimanha dos norte-americanos: para amenizar as estatísticas de mortos de seus soldados no Iraque e no Afeganistão, o governo dos Estados Unidos contrata soldados de uma empresa privada de segurança.
O coordenador do curso de Contabilidade, Nélio Herzmann, fez mais uma provocação: novamente está havendo um inchaço de arrecadação no Brasil, mas mesmo assim, como sempre, nunca sobra dinheiro para aplicar onde é necessário.
Para o palestrante, apesar de todas as novas tecnologias que permitem uma maior transparência dos governos, ainda há muitos segredos, o que gera a impunidade. E ele acrescentou: “Recentes reajustes salariais vão adicionar à folha de pagamento do governo a soma de R$ 9 bilhões para o pagamento do funcionalismo. E para Santa Catarina, que está passando por uma de suas maiores tragédias, há diversos impedimentos para que as pessoas atingidas retirem seu FGTS”.
O seminário foi uma promoção conjunta dos cursos de Filosofia, Administração Pública, Ciências Contábeis, Gestão da Segurança Pública e Gestão Financeira da UnisulVirtual e teve a participação de seus coordenadores – Marciel Cataneo, Onei Dutra, Nélio Herzmann, Itamar Bevilagua e Adriano Cunha. Palestrantes e professores estavam no estúdio da UnisulVirtual e puderam ser assistidos por todos os alunos, via internet.
Aproveitando o fato de que a audiência formada pelos alunos abrange praticamente todas as regiões, o professor Itamar agradeceu ao país que se mostrou tão prontamente solidário no atendimento e socorro às vítimas das chuvas em todo o Vale do Itajaí.Leia a íntegra da palestra e veja o vídeo do seminário na página da UnisulVirtual (a partir do dia 5)
NA FOTO ACIMA: ITAMAR BEVILAQUA, DANILO CUNHA E MARCIEL CATANEO
Seminário virtual provoca para fazer refletir
Seminário realizado pela UnisulVirtual na quarta-feira, ao fazer uma análise de fatos recentes, lança questões instigantes
Crises, estado, governo, genocidios, responsabilidade ambiental, guerras, poder e outras palavras semelhantes permearam todo o seminário “A governabilidade em tempo de crise: sociedade, Estado, governança e mediação”, realizado na quarta-feira à noite (dia 3 de dezembro) pela UnisulVirtual e que teve como palestrante o consultor e educador social Danilo Cunha.
A palestra e as intervenções dos professores presentes foram bastante instigantes. Também a participação dos alunos, que enviaram um grande número de perguntas, foi nesse mesmo tom, contribuindo para que o seminário, ao fazer uma rápida análise do momento atual, tanto do ponto de vista político como econômico e ambiental, fornecesse subsídios para muitas reflexões.
Os participantes citaram fatos e números de um mundo em que a ONU, o grande parlamento criado para a união de todas as nações, não consegue impedir que um de seus membros, os Estados Unidos, ataque países como o Afeganistão e o Iraque, por exemplo. Ao mesmo tempo, provocou o palestrante, a FIFA (a federação internacional do futebol) consegue uma soberania sobre todas as nações e agrega mais países do que a ONU.
Danilo fez um rápido histórico sobre o papel do Estado em diversas épocas, desde sua criação, para estabelecer padrões e ordenações de condutas, até a situação atual, com os chamados estados transacionais - organismos multilaterais como a Comunidade Européia, a ONU e outros blocos de interesses comuns. Para ele, há o Estado formal, um segundo Estado paralelo constituído pelo mundo do crime e ainda um terceiro Estado – “na verdade, um conjunto de interesses apátridas, transacionais, sem rosto e sem CNPJ, que atua nos espaços de fragilidade dos Estados oficiais nacionais, ditando regras e absorvendo recursos”.
O que ele pergunta é como fica a governança democrática dessas nações, nas quais os seus cidadãos não são consultados sobre operações de salvamento de ações duvidosas – quando o Estado socorre bancos privados com grandes somas, socializando prejuízos e nunca dividindo os lucros.
O professor Itamar Bevilaqua lembrou que a crise econômica atual está sendo comparada à maior das crises já registradas no mundo, a de 1929 – mas com uma diferença. “Em 29, 80% da população vivia em áreas rurais, hoje esses números se inverteram, o que significa que estas pessoas que vivem nas cidades não precisam apenas de um trabalho, mas de um emprego”.
A uma pergunta de um aluno, que lembrou que a massa de desempregados da Alemanha na década de 30, que chegou a mais de 40% da população, fez surgir Hitler, Danilo foi incisivo: “E Bush, o presidente dos Estados Unidos, o que é? Porque ninguém ainda o comparou a Hitler? O que ele fez no Afeganistão e no Iraque não está longe do que o líder alemão fez”.
Danilo Cunha lembrou que a crise atual já vinha sendo anunciada há uns quatro ou cinco anos, quando começaram a ocorrer alguns grandes escândalos econômicos nos Estados Unidos. Agora, foi “mundializada”. Ele alertou para o fato de que o mundo todo não importe outra artimanha dos norte-americanos: para amenizar as estatísticas de mortos de seus soldados no Iraque e no Afeganistão, o governo dos Estados Unidos contrata soldados de uma empresa privada de segurança.
O coordenador do curso de Contabilidade, Nélio Herzmann, fez mais uma provocação: novamente está havendo um inchaço de arrecadação no Brasil, mas mesmo assim, como sempre, nunca sobra dinheiro para aplicar onde é necessário.
Para o palestrante, apesar de todas as novas tecnologias que permitem uma maior transparência dos governos, ainda há muitos segredos, o que gera a impunidade. E ele acrescentou: “Recentes reajustes salariais vão adicionar à folha de pagamento do governo a soma de R$ 9 bilhões para o pagamento do funcionalismo. E para Santa Catarina, que está passando por uma de suas maiores tragédias, há diversos impedimentos para que as pessoas atingidas retirem seu FGTS”.
O seminário foi uma promoção conjunta dos cursos de Filosofia, Administração Pública, Ciências Contábeis, Gestão da Segurança Pública e Gestão Financeira da UnisulVirtual e teve a participação de seus coordenadores – Marciel Cataneo, Onei Dutra, Nélio Herzmann, Itamar Bevilagua e Adriano Cunha. Palestrantes e professores estavam no estúdio da UnisulVirtual e puderam ser assistidos por todos os alunos, via internet.
Aproveitando o fato de que a audiência formada pelos alunos abrange praticamente todas as regiões, o professor Itamar agradeceu ao país que se mostrou tão prontamente solidário no atendimento e socorro às vítimas das chuvas em todo o Vale do Itajaí.Leia a íntegra da palestra e veja o vídeo do seminário na página da UnisulVirtual (a partir do dia 5)
NA FOTO ACIMA: ITAMAR BEVILAQUA, DANILO CUNHA E MARCIEL CATANEO
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