quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A "CRISE MIGRATÓRIA", O COLONIALISMO EUROPEU E O ESTADO ISLÂMICO



A Europa vive, repentinamente, uma verdadeira invasão de migrantes asiáticos, e do norte da África.
Em primeira mão nada a surpreender a quem lê esse processo nos jornais e noticiosos de televisão. A Europa colhe, e recolhe, o refluxo de um violento processo colonialista, que vários de seus países empreenderam há séculos, para prospectar e arrancar, literalmente, riquezas de toda a ordem, do continente africano.

Aí está a história do rei Leopoldo II, da Bélgica, que ficou bilionário assaltando o subsolo do Congo, roubando seus diamantes, a ponto daquele país, durante um longo tempo ter se chamado “Congo Belga”.
Além disso, esse reizinho ladrão também era um grande assassino, homicida. Por sua ordem e inspiração mais de 15.000 congoleses foram mortos cruelmente, numa única cidade, para que ele pudesse continuar seu saque e se apoderar do botim.

A África do Sul não foi diferente e por muitíssimos anos uma minoria europeia branca dominou aquele país, impondo-lhe uma sociedade racista e brindada pelo apartheid, uma excrecência conceitual, que apenas dava suporte à uma intensiva exploração de seu rico subsolo. Como sempre o colonialismo deixou saldo da ignomínia e da destruição social, produzindo um trágico legado de miséria e abandono, que até hoje gera nefastos resultados.

E assim foram dominados, ocupados, explorados, sugados, os países da África, processo que continua forte, só que travestido de “cooperação internacional”, mas que mantém a miséria e os desníveis de renda, de saúde,
de educação, ou seja, de tudo que poderia transformar esses países hoje dominados pelo dinheiro, pelo capital, em sociedades desenvolvidas, justas e igualitárias.

Nas Américas não foi diferente, e o colonialismo português e espanhol, quase simultâneo, nos legou atraso, dominação, baixa autoestima, concentração de riqueza, e uma cidadania pífia e frágil, pois treinada e preparada,
pela força para aderir e não para escolher.

Esse caldo colonial, que o mundo atual deveria envergonhar-se e promover correções e nivelamentos, continua mantendo um mundo desenvolvido à custa do mundo não desenvolvido. Entre os países da atualidade, sem glamour, se encontram os aqueles que hoje sofrem guerras e violências de origem religiosa, e que ficam espremidos entre a visão dominante ocidental, e as suas origens culturais e religiosas.

Nada mais do que uma continuação das famosas cruzadas, que não passaram de um enorme processo de imposição das religiões brancas e ocidentais, sobre nações e sociedades com outras crenças e com cores de pele
diferentes.
No processo colonialista europeu, para passar uma imagem de magnanimidade, as cidadania dos países brancos dominadores era oferecida aos dominados como uma demonstração de direitos iguais.
Na época, quase não havia meios e conexões para que os inferiorizados das sociedades colonizadas fossem querer exercer seus direitos na branca e rica Europa.

Mas no século XXI o mundo se transformou numa grande rede de informação, transporte e comunicação, permitindo que africanos e asiáticos possam chegar, aos milhares, diariamente ao paraíso onde se vive uma existência humana respeitada. E chegam por mar, por ar, por túneis, estradas, matos e fronteiras.
a Europa está sendo cobrada por uma nova faceta política, que surgiu das guerras recentes, e que foi criada e alimentada por dinheiros e equipamentos bélicos ocidentais.
O Estado Islâmico foi reunido a poiado por recursos americanos para servirem de forças auxiliares, não regulares, ou seja, mercenários, para desgastar os regimes iraquiano, líbio, sírio.
Como em 1953, no Irã, os americanos e ingleses derrubaram o primeiro ministro democraticamente eleito, Mossadegh, financiando o submundo e a bandidagem daquele país. Tudo pelos interesses petrolíferos ingleses, que não desejavam pagar dignamente o petróleo iraniano, na refinaria de Abadan.

A partir de 1953, com esse financiamento do banditismo iraniano para o golpe que foi perpetrado contra a democracia, então laica, no Irã, os EUA e a Inglaterra criaram o terrorismo oriental, com seu próprio dinheiro e suas armas, que depois se virou exatamente contra as duas matrizes mães.
Agora, em pleno terceiro milênio repete-se o fenômeno e nasce o ISIS, que amedronta o ocidente. Não surpreende que repentinamente o fluxo migratório tenha aumentado expressivamente para a Europa.

Além das guerras e batalhas cruentas, palcos em que foram transformadas sociedades inteiras em muitos países africanos e asiáticos, a condição insalubre de vida, os perigos, a ausência de estados organizados, foram sendo geradores de fugas em massa de pessoas, que buscam condição mínima se sobrevivência, pessoal e familiar, com dignidade.
Muito dos migrantes são fugitivos desse quadro de horrores em que os exércitos ocidentais transformaram Ásia e África, nos últimos 30 anos.

E não nos surpreendamos se no meio dessa migração em massa estiverem sendo infiltrados militantes do Estado Islâmico, para, mais a frente, se transformarem em agentes de retaguarda dentro das sociedades ocidentais, que os estão recebendo.
Recentemente, um casal francês, que vive no interior da França, foi objeto de reportagem televisiva, quando mostraram que eles produzem e vendem 350 bandeiras do Estado Islâmico, por ano, dentro da Europa.

E as enviam pelo correio de seu país.
Ou seja, o colonialismo está, tardiamente, cobrando um preço elevado das sociedades que o praticaram, com novos e atemorizantes elementos, pois as sociedades ricas e de direitos humanos, se acomodaram e deixaram passar o momento histórico de corrigir os absurdos praticados no passado.



Agora, as compensações serão buscadas na marra, na força, em grandes ondas migratórias, ou pelas armas, destruição e dominação, pelo novo Estado difuso e sem base territorial definida, que pode assombrar o mundo no século que começou há somente 15 anos.




quarta-feira, 19 de agosto de 2015

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA


O processo educacional é uma ação complementar entre família e escola.
Educação é amor, exemplos e limites.
De pais, mães, professoras, educadores, sociedade, e escolas.
O uso de tecnologias digitais da informação pelas crianças, tanto nas residências, como nos ambientes escolares, tende a se revestir de características preocupantes.

Atualmente, o estágio da tecnologia da informação é muito avançado e sofisticado e tem grande capacidade de aglutinação e síntese, com enorme volume de informação.
Ninguém permite que uma criança almoce, faça seus deveres de casa, ou frequente a escola, levando um rádio portátil, uma televisão e um jornal, com grande variedade de sons, imagens, mensagens, pois o aluno sofreria um desastroso processo de dispersão, por vários motivos.

É impossível para uma criança em fase de formação cerebral e mental, conseguir absorver muita informação sonora, visual, escrita, de forma simultânea.
Os dispositivos celulares, tablets, e outros, são exatamente isso, como se fosse possível dar a uma criança um pequeno dispositivo eletrônico, que reunisse todos os estágios e meios informacionais citados.

Os riscos de desenvolvimento de hábitos nocivos e deformadores de seu comportamento e atitudes se potencializam quando a onda eletrônica se projeta sobre cabecinhas imaturas, que deveriam estar brincando e interagindo entre si, para que pudessem acessar a realidade por meio do brincar.
Usar a tecnologia dentro de uma padrão didático e pedagógico, que esteja incluído num programa educacional bem planejado, é necessário e faz parte do modo de colocar a criança em sintonia com o mundo no qual ela se desenvolve.

Mas permitir o atropelamento de seu desenvolvimento, da consolidação da sua sensibilidade e consciência, com o uso indiscriminado de tecnologias que invadam seu aparato biológico, com sensores, microfones, telas, etc, pode colocar em risco toda uma geração que, pela primeira vez na história, será plenamente formatada por tecnologias intensivas.
Pais, mães e professores e educadoras, têm a nobre missão de formar novos seres humanos, com condições plenas de cidadania, direitos e deveres.

A sociedade democrática se sustenta, e aprimora, pelo grau de participação de seus cidadãos, que devem ser desenvolvidos por métodos científicos, pesquisados e comprovados, mas sem a intensividade nociva de um uso lucrativo e pernicioso das propagandas subliminares e subjetivas embutidas nos corpos dos estudantes em tenra idade.
A abrangência e profundidade com que agem os meios para estimular consumo intensivo, podem comprometer o discernimento desses seres formados com babás eletrônicas e cuidadoras eletro eletrônicas, virtuais e digitais.

O Projeto Friends For Life, desenvolvido pela Psicóloga Paula Barret, na Austrália, justamente está reunindo a comunidade escolar, alunos, pais e professores, para enfrentar um elevado nível de suicídio infanto-juvenil, naquele país, pois lá foi constatado que a perda da resiliência se dá devido à tristeza da não realização de sentido exacerbados para consumo de bens e comportamentos inoculados até os 14 anos, por uma estrutura unidirecional, que empurra e injeta ansiedade.

O programa citado foi reconhecido pela OMS e está em desenvolvimento há 20 anos.
Mas seu sucesso ocorre por famílias, educadores e professoras, escolas, terem retomado seu papel no desenvolvimento das pessoas.
Sem isso as perdas de vidas podem crescer exponencialmente, comprometendo o futuro das atuais gerações de pequenos, por omissão e deslumbramento, até comodismo, dos adultos.


BRASIL: AJUSTE FISCAL?



O Brasil passa por crise econômica derivada da ação governamental com repercussões políticas. Muito foi gasto nos governos dos últimos 13 anos, dirigindo dinheiros públicos para programas assistencialistas de fundo populista.

A máquina governamental foi ampliada pra 39 ministérios, com nomeação de 24.000 cargos comissionados. Desde janeiro de 2015 o Brasil passa por um arrocho em uma série de direitos dos trabalhadores com notórios resultados negativos sobre a renda familiar.

A Constituição Federal de 1988 foi elaborada sobre a reconquista dos direitos individuais, que haviam sido afetados pelos procedimentos dirigidos nos 21 anos de regime militar.
Muito do que se conquistou nesse avanço agora está sendo perdido por uma equivocada gestão política e econômica.

O primeiro governo Lula foi marcado por um legado deixado pelo governo anterior, que estabilizara a moeda, removendo o fator inflacionária da vida das pessoas no Brasil.
Além disso a situação desenvolvimentista da China, como grande compradora de matérias primárias de nosso país, e vitalidade das economias argentina e americana, deram ao Brasil excepcionais condições de caixa e superávit, mesmo tendo o novo governo aumentado em muito as despesas públicas.

A crise de 2008, a partir do sistema bancário americano, jogou suas franjas sobre o mundo todo, mas por aqui o movimento inercial garantiu uma certa tranquilidade aos 2 governos Lula, que não perdeu tempo e lançou pirotécnicos programas para formar uma imagem paternalista de suas gestões, mas já começando o processo de maquiagem das contas públicas federais.

A sucessora Dilma, com muito menos inteligência emocional, desprovida de capacidade mediadora, imprimiu um governo  que deu continuidade aos gastos anteriores mas já sem as mesmas condições de caixa, pois a crise americana e europeia restringiram a bonança financeira, com a qual Lula cumpriu seus 8 anos de governo, querendo projetar-se como um governante popular e bem aceito, apesar de todo o processo de desgaste de imagem, que o processo do mensalão lhe trouxe, pois muitas figuras de proa de sua gestão foram denunciados, processados e condenados.

Lula referiu-se à crise não com um tsunami econômico, mas sim como uma marolinha. A “marolinha” já tinha atingido o Brasil, mas Lula e seu partido PT desencadearam campanhas publicitárias enaltecendo a
figura dele, como um novo “pai dos pobres”.
A bomba inercial estourou no colo de sua sucessora, que não querendo admitir a perda da situação privilegiada herdada por Lula, quis, também, passar para a história como “a mãe do PAC”, uma grande campanha publicitária realizada para lançar seu nome à presidência, embalada pelo período altamente manipulado por Lula.

Dilma conseguiu a reeleição suprimindo a verdade sobre a grave situação em que o Brasil já se encontrava desde 2008, mas que tinha sido muito bem maquiada por Lula e seu ministro Mantega, que acatou toda a supressão da verdade sobre as contas governamentais, com uma operação de escamoteamento de dados reais.

Em janeiro de 2015, apenas 60 dias após os violentos e difamatórios debates que ela dirigiu a seus oponentes, principalmente contra Marina Silva e Aécio Neves, a máscara caiu e a realidade negativa se abateu sobre o Brasil, com inflação, aumento de juros, cortes de benefícios trabalhistas, restrição do crédito, encarecimento do custo de vida, e uma enxurrada de propostas legislativas, encaminhadas às duas Casas do Congresso Nacional.

Tudo o que Dilma 60 dias antes acusava seus dois opositores nas eleições de 2014, ela o fez em pouquíssimo tempo, aplicando uma política recessiva e inflacionária.
Mais uma vez os grandes bancos e grandes empreiteiras foram privilegiadas, com aumento da taxa de juros e outros mecanismos, que jogaram o país numa recessão com indicadores trágicos e riscos de perda do grau de investimento.

Não bastasse todo o estupor da sociedade brasileira diante das medidas, que Dilma alegava serem responsabilidade de outros candidatos, o governo reeleito continua usando dinheiro público, para financiar a indústria automobilística, com financiamentos baratos, abaixo dos valores cobrados de todos os cidadãos, alocando 5 bilhões, isso mesmo, 5 bilhões de reais, para que as montadoras não demitam trabalhadores.

Quem garantirá isso, e quem fiscalizará?

Além disso, colocar dinheiro de impostos, dos contribuintes, numa indústria que não baixou um real em seus preços de automóveis, é incentivar o mau capitalismo, pois industrias privadas passam a ser financiadas com o dinheiro dos cidadãos, quando deveriam como em todo o mundo, baixar preços para liquidar estoques de carros, e investir em produtividade e inovação.

Assim como Dilma nomeou um novo ministro da Fazenda, bem aceito pelo mercado, ela retira as condições desse ministro, por querer, de forma populista, continuar iludindo a sociedade brasileira.
Contudo, seus baixíssimos índices de aceitação, beirando os inéditos 8%, estão lhe sinalizando um aprofundamento da crise, agora com a retirada de suas condições mínimas de governabilidade.

Além da economia, Dilma passou às mãos de seu vice-presidente, do PMDB, a gestão política de seu segundo governo, tal a magnitude da situação política adversa.

Até quando o Brasil resistirá a tudo isso?




terça-feira, 18 de agosto de 2015

O BRASIL VIVE UM FINAL DE CICLO - I



Agosto de 2015.
O Brasil está encerrando um velho e ultrapassado ciclo político e governamental, com as dores de uma crise política, que desaguou numa grave situação econômica, por experiências desastradas nos últimos 12 anos.
Apesar do governo do PT, que aí está desde 2003 ter prometido em sua “Carta aos Brasileiros”, uma gestão afinada com a nova economia mundial, de mercado e finanças vigilantes, a prática caudilhesca de seu primeiro presidente, Lula, e a sequência desastrada de sua sucessora Dilma, com seus personalismos agudos e comportamentos populistas e demagógicos, jogaram o Brasil na situação atual.
Neste mês de agosto de 2015 o mundo olha o Brasil com apreensão, e ontem, dia 11, uma agência de classificação de risco rebaixou o Brasil, aproximando-o da zona de pânico, que pode chegar em alguns meses, caso o governo insista em não cortar despesas, mas apertar a sociedade com medidas restritivas, que já geraram retração no consumo, aumento de juros, perda de muitos postos de trabalho numa grande onda de desemprego, e um encarecimento geral de preços.
Tudo o que a candidata Dilma dissera em sua campanha, de alguns meses atrás, que o Brasil nunca passaria o que está passando, se ela fosse reeleita. Foi e aí está a situação econômica sem as máscaras e pedaladas enganosas e despistadoras, que os governos usaram nos últimos mandatos, na contabilidade pública e no mascaramento da grave situação real, que agora se abate sobre o Brasil.
Ou seja, tudo com a velha política brasileira, herdeira da embromadora corte portuguesa, que sempre procurava passar a visão de uma nação maravilhosa, um gigante adormecido, de ambiente rico e inesgotável.
Apesar de alguns relatórios oficiais, ufanos e sem credibilidade, a queima da Mata Amazônica nunca foi tão abrangente, o desmatamento avança sem qualquer limite colocado pelo governo federal, a água está ficando escassa, em muitas cidades brasileiras, racionamento do líquido já é realidade, a energia elétrica, que Dilma baixara o preço, de forma discricionária e demagógica, para preparar sua reeleição, agora sobe mensalmente, em níveis inéditos, apesar da desastrada intervenção presidencial sobre o sistema elétrico, para tentar esconder sua inépcia e despreparo.
Mas tudo fruto da postura velha e superada, de agentes políticos que se diziam “progressistas”, de “esquerda”, que visavam o bem comum, e outras lorotas mais, já tão desgastadas pelos velhos politiqueiros, que sempre se aproveitaram da ingenuidade política da sociedade, para assalta-la e vilipendia-la, sem qualquer consideração, ou compromisso ético.
Os casos mais conhecidos nestes governos desde 2003, de assalto aos cofres públicos, foram o mensalão, apelidado assim por seu delator o deputado Roberto Jeferson, que entregou o esquema montado no Palácio do Planalto, e com gestão na Casa Civil da presidência do governo Lula, e que foi financiado por dinheiros do povo brasileiro, por meio do atual fugitivo da justiça brasileira, Pizzollatto, que fraudou documento de seu irmão morto para se refugiar na Itália, condenado que foi por tribunais brasileiros.
Mas a reprodução dos velhos costumes e hábitos arraigados na superficial camada legislativa e executiva dos governos nacionais, não conseguiu estancar diante do processo no STF, que durou um cinematográfico ano de duração, com lances inéditos de um Joaquim Barbosa “chicoteando” seus acomodados colegas, com postura e palavras duras, para que se postassem à altura de fazer parte da suprema corte da nação.
E nem bem terminado o primeiro ato dessa ópera bufa da corrupção sistematizada pelos governos ditos esquerdistas e progressistas, e nova situação dantesca, gigantesca, de corrupção aguda e profunda abala nosso combalido Brasil.
A Petrobras, a joia da coroa brasileira, uma empresa sólida, segura, riquíssima, com bom conceito no mundo inteiro, construído desde o ano de 1953, no governo de Getúlio Vargas, foi assaltada de forma tão violenta, vil, organizada, que está frágil e sua dívida supera sua receita em 5 anos, ou seja, se a Petrobras não pagar nenhuma conta, salários, compras, aluguéis, investimentos, ela levará 5 anos aplicando toda a sua receita para pagar os quase 1 trilhão de dívidas deixadas pelos sangue-sugas do governo, e seus asseclas privados.
E esse é o Brasil entregue pelo novo/velho partido político PT, junto com seu “condomínio partidário congressual”. Esse partido foi criado numa manobra do Gal. Golbery do Couto e Silva, chefe da casa civil de Geisel, o penúltimo general presidente do regime militar, que durou de 1964 a 1985, para que o trabalhismo, uma doutrina ideológica, democrática e gerada em teses de vários países que a experimentaram, a Inglaterra ainda tem um partido trabalhista, não viesse a cair nas mãos de Leonel Brizola, grande liderança brasileira, que tinha tudo para dirigir o PTB, que foi extinto por ato institucional autoritário, e que a partir de 1979/80, tinha tudo para ser recriado no Brasil.
O gaúcho Pasqualini foi um de seus propugnadores e pensadores, que ajudou na concepção de conceitos e programas.
O regime militar manobrou, apoiando Lula e a filha de Getúlio, Alzira Vargas, aceitando o novo registro do PTB em seu nome, preterindo Brizola, e registrando o PT, como um partido de trabalhadores, para esvaziar a liderança natural do ex-governador gaúcho sobre as correntes efetivamente trabalhistas históricas.
Essa manobra dos militares tinha por objetivo dividir e enfraquecer as oposições, tendo conseguido relativo sucesso, pelo menos no segmento do trabalho.
A recriação do PTB com controle de Alzira, e a criação de um partido de trabalhadores, o PT de Lula, ajudou na dispersão de uma corrente histórica, no Brasil, pois ocorreu a divisão dos trabalhistas.
Conseguiu e o Brizola teve que criar o PDT, mas com grande perda de militantes e uma confusão de siglas, que, depois de 16 anos de regime militar, já tinha deixado de motivar memórias e sentimentos sobre o processo partidário, que foi erradicado pelos militares com a criação de um bi-partidarismo artificial e autoritário.
E assim, depois desse pequeno retrospecto, voltamos ao ano de 2015, primeiro de uma gestão prevista para mais 4 anos de Dilma Rousseff do PT na presidência do Brasil.
Este ano ficará marcado na história brasileira como o início de um novo ciclo na vida da sociedade.
Desde 1889 o Brasil tenta implantar a sua República, que já passou por experiências parciais e capengas em seus 126 anos.
A crise, que se arrasta desde 2005, com a descoberta, investigação, e condenação de vários atores da cena política patrocinada por um “condomínio partidário” pós-2003, desemboca, agora em 2015, em novas investigações, tendo a Petrobras como agente “financiador” do novo achaque às finanças públicas.
Uma década de crise política, mas estampada nas páginas policiais, fizeram a sociedade brasileira meditar sobre seu sistema político, sobre suas praticas de gestão governamental, e sobre a postura dos cidadãos, e eleitores, diante de toda essa massa de informação, ainda não bem digerida por todos.
Os conceitos de República, já muito antigos no mundo, oferecem a noção de igualdade de todos diante de tudo, com as garantias de proteção dos hipo-suficientes diante dos hiper-suficientes.
Essa noção de justiça social, que seria implantada e mantida por um Estado justo e igualitário, nunca foi transformada em realidade cabal em nosso Brasil, pois os vícios da corte portuguesa por mais de quatro séculos plantaram suas raízes culturais nesta sociedade sub-tropical e pouco afeita aos regulamentos coletivos, desde que atendidos favores pessoais e de interesses nem sempre nobres.
Basta ver o processo de projeção de vontades pessoais e individuais sobre as necessidades coletivas da sociedade brasileira.
Se somarmos o tempo que o Brasil viveu em regime democrático, constataremos que nos 126 anos republicanos, oficiais, tivemos algo em torno de 50 anos de respeito à lei e à Constituição Federal, e um conjunto de aventuras, e tentativas autoritárias, que somam muito mais.
Não é possível analisar a sociedade brasileira somente por suas manifestações do século XX em diante, sem que façamos um mergulho em nossa história, desde o descobrimento oficial, em 1.500.
Descobrimento “oficial” na manipulação portuguesa da corte daquela época, pois seis anos antes, em 1494, o acordo de Tordesilhas já havia sido assinado entre Portugal e Espanha dividindo o Brasil em duas partes entre aqueles dois impérios.
Que descobrimento foi esse, que 6 anos atrás já tinha ocorrido um acordo internacional sobre seus limites? Como portugueses e espanhóis dividiram um mapa do Brasil que só iriam descobrir anos depois?
E assim começou a manipulação, a gestão da história e do conhecimento sobre o Brasil, o que comprova que a história sempre foi contada pelos vendedores, nas contendas mundiais.
E assim nasceu “O Mito Brasil”, embalado nas versões portuguesas imperiais, que foram implantadas até 1989, ano em que a República foi proclamada nesta nação sub-tropical.
A SEGUIR: O MITO BRASIL E A CIDADANIA DO SÉCULO XXI

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