AUTORITÁRIOS UNIDOS DO BRASIL

A turma dos valentões de araque, dos tiranetes de aldeia, do cala-a-boca, está crescendo em nosso país.
Ou está se agrupando, por afinidade.
Autoritários, que não conseguem voltar ao poder pela força do voto democrático, ou por seus méritos morais e éticos, parcos, por sinal, usam trincheiras fáceis para lançar pedras e lama sobre vítimas escolhidas.
O ex-presidente-cassado, por nebulosos casos de corrupção e com direitos políticos supensos por muitos anos, se dá ao direito de mandar o Procurador Geral do Ministério Público Federal, calar-a-boca.
Que estranho e bizarro esse procedimento.
Em qual país somente 6 senadores poderiam referendar esse pedido do ex-presidente-cassado?
Pois no Brasil foi isso que aconteceu!
O ex-presidente-cassado fez um pronunciamento folcórico no senado, e teve seu pedido de investigação sobre o chefe do MPF "aprovado" pelo irrisório quorum de somente 6 senadores...
Como se tem memória curta neste Brasil!
E ainda ergue seu instrumento acusatório brandindo a figura do TCU para pedir uma investigação.
Investigação, quantos dos autoritários de plantão neste país suportariam investigações sérias, neutras e eficazes???
Até hoje o pretenso "caçador" de marajás, como o ex-presidente-cassado se intitulava na mídia para combater o governo de Sarney, a quem chamava, também, de marajá, não conseguiu oferecer explicações sobre o seu nebuloso e curto período de governo.
Mas já quer que o MPF se sinta encurralado por suas adesões de última hora a Sarney, Renan Calheiros, e agora à Presidenta Dilma Rousseff.
Se ele quer investigar algo mais denunciado, pode começar a lição de casa, por casa.
Na presidência do Senado da República repousa um recém-eleito presidente, sobre o qual pesam denúncias do MPF, e um abaixo-assinado de mais de um milhão de assinaturas, para a sua cassação.
Mas o olhar irado, odioso, ressentido, do ex-presidente-cassado, se volta para fora, para tentar criar um grande inimigo externo, para não olhar para os próprios pés.
Essa síndrome de pavão, que morre se olhar para a sua própria feiúra, move o ex-presidente-cassado, em busca de luzes, fotos, notícias de tv, e para tentar aplicar a "doutrina do choque" na opinião pública brasileira.
A "doutrina do choque", que já foi assunto neste blog, é um inteligente trabalho de pesquisa da jornalista Naomi Klein, que denunciou em livro e vídeo, a forma brutal de tentar apagar memórias de seres humanos, submetidos à brutalidade de choques elétricos, torturas, ameaças, gritos, e todo o tipo de agressões à alma e ao corpo.
Interessante a forma de sintonia existente em personagens tão díspares no tempo, mas que no presente se juntam, se apóiam, se solidarizam, se entrelaçam!
Recentemente, um outro ex-presidente, dirigiu a palavra a outro ex, dizendo-lhe que "calasse-a-boca".
Coincidência? Parece que não, deve ser uma afinada ordem de atacar adversários tentando constrangê-los ao silêncio, pois críticas, mesmo democráticas, apavoram e assustam o que têm medo de revelações.
Afinal Fernando Henrique apenas chamou a atual Presidenta de "ingrata".
Termo leve se compararmos com as grosseiras palavras e expressões vulgares empregadas por ressentidos autoritários.
E a presidenta Dilma, mulher inteligente, competente, independente, tem toda a condição de responder o que recai sobre ela.
Uma das possíveis causas dessas reações autoritárias, pode ser exatamente o medo, o receio de cair no esquecimento, no ostracismo, na vala comum da história.
Afinal, apegar-se ao sucesso do governo Dilma, que está consertando pesada herança de governos anteriores, e a questão do petróleo aí está, é uma desesperada tentativa de parasitar em sua imagem pública de êxito.
E pensar que algumas dessas figuras chegaram a se dizer "éticos", modelos de "moral", padrões de "honestidade", em fase de passado recente, quando buscavam o poder.
Depois de obtido o estágio tão desejado, tiraram a máscara e mostraram à nação o quanto incoerentes e manipuladores o são.
Imaginem se esses personagens autoritários tivessem alguma pequena parcela de poder que os militares tiveram por 21 anos!
Poderiam se transformar em "reis" absolutistas, tal o apetite por poder ilimitado, por colocar suas "turmas" agasalhadas nos escalões governamentais e estatais, e por se envolver em ainda investigadas operações de compras de votos, de favores, de apoios, sempre com dinheiros públicos, vindos dos explorados contribuintes, que um  dia eles alegavam defender em suas longas e ilusórias, mentirosas e manipulativas arengas.
Autoritários do Brasil, unam-se e fiquem em suas medíocres posições de raivosas e vingativas  atitudes de figuras decrépitas, que buscam, no desespero, implantar novas memórias na sociedade brasileira.
O que vocês fizeram todos sabem, todos acompanharam e acompanham. E não esquecem!
Se a memória de algumas parcelas da nossa população foi apagada, ou atingida por alguma nebulosa
amnésia, a grande maioria de nossa sociedade respeita a democrática Presidenta Dilma, que já exonerou vários ex-ministros, e que não se pronunciou contra o julgamento do mensalão, grande vergonha nacional.
E não, é à toa, que ela tem grandes chances de uma reeleição limpa e merecida, sem ter comprado qualquer apoio legislativo.
Escrevam livros, contem suas estripulias, relatem suas frustrações de não ter mais poder, revelem suas almas enegrecidas pela prepotência e pelos desvios de conduta, enfim, recolham-se ao que construiram, muito pouco para o Brasil, mas muito para suas diminutas figuras, que deveriam ser de
estadistas e portadores de atitudes éticas e discretas.

O progresso e a evolução agradecem por não serem mais obrigados a ouvir tudo aquilo que sai dessas bocas, que ladram contra o sucesso e a serenidade de nossa sociedade.
A caravana da história passa enquanto os cães...

HABEMUS PAPAM

 

 

Esse é o titulo de um filme recente do diretor de cinema italiano Nani Moretti. Ele aborda extamente uma situação como a do Papa Bento XVI.

A angústia de não aceitar o poder que emana do papado, numa crise de consciência, que é maior do que a pessoa.
O filme mostra muito bem a questão de um ser humano, que é pequeno demais diante da envergadura do cargo do principal representante de um Deus, em nossa Terra.
Vale a pena conferir, o filme é belíssimo e a interpretação dos artistas é fantástica.
Papas são seres humanos tendo que interpretar papel de um super ser, que pode dirigir uma organização religiosa mundial.

Aliás, única.
A Igreja Católica é a única no mundo que tem um Estado, o Vaticano, para coordenar suas atividades em todo o mundo.
Esse ponto é essencial que se reflita a respeito, para que se entenda a complexidade de uma organização material, que deve cuidar das aflições de milhões de almas.
Qual a diferença?
Religiões são crenças, fé, são subjetividades humanas, que permitem a aceitação de seres superiores, de procedimentos espirituais, de sentimentos imateriais.
Igrejas são organizações materiais, humanas, complexas, como o governo de qualquer país, de qualquer prefeitura, onde se trata de orçamento, de arrecadação, de desvios, de desonestidades, de políticos corruptos.
Esse embate entre religião, crença, fé, e igreja, organização, poder, dinheiro, muitas vezes, apresenta barreiras intransponíveis, para almas mais sensíveis, ou para pessoas com firmes formações conceituais e ideológicas, que não aceitam corrupção de princípios, manipulação de valores essenciais, ou práticas de poder.
E que se refletem nas crenças e nas subjetividades humanas.

O BRASIL VIRTUAL, ARTIFICIAL, E O BRASIL REAL: REFORMAS NECESSÁRIAS E AS QUE SÓ SERVEM PARA GASTAR

 

Enquanto o Congresso Nacional gasta quase 400 milhões na reforma(!!!) de 200 apartamentos funcionais, O EQUIVALENTE A 200 MILHÕES DE DÓLARES,  que são dados aos deputados federais enquanto estão em Brasília, a educação formal fica em segundo plano.

 

Banheiras de hidromassagem estão sendo colocadas nos apartamentos dos deputados.

As escolas públicas, muitas vezes, nem vasos sanitários funcionando teem para as necessidades das crianças, que serão o futuro do Brasil.

 

Que futuro queremos para nosso Brasil?

Pessoas inteligentes, pensantes, ou deputados que trabalham 3 dias por semana, recebem fortunas mensais, e ainda têm banheiras de hidromassagem...

 

Igual aos aposentados do Brasil, com seus 6% de reajuste em suas míseras aposentadorias, igual aos salários dos Professores do Brasil, enfim, diferente de tudo que deveria ser digno, justo, e honesto!!!!!!!

 

E enquanto se torra dinheiro público para pequenos, desnecessários, e supérfluos prazeres pessoais dos deputados, as reformas necessárias em nosso BRASIL, como a política, não ocorrem.

 

Ou seja, Brasilia continua sendo a sede da Corte brasileira.

A Corte portuguesa trouxe a família real para o Brasil em 1808, fugindo das guerras napoleonicas.

 

Atualmente, fugindo da realidade brasileira, deputados federais recriam a Corte, com condições objetivas completamente diferentes, e divergentes do restante da realidade do Brasil.

 

Como poderão esses deputados ter alguma sensibilidade para a vida real que se desenrola nas cidades deste país?

 

Escondem-se atrás de suas equipes de muitos assessores, todos eles pagos com nossos impostos, e ficam atendendo jogos de poder e interesses, nem sempre procedentes ou honestos, deixando de lado as demandas, legítimas e pertinentes de nossos cidadãos.

 

E o povo tendo que comer brioches, enquanto essa ópera bufa acontece no restrito clube brasiliense dos privilégios pagos com recuros dos contribuintes de nosso abandonado Brasil.

 

INOVAÇÃO, EMPREENDEDORISMO, BUROCRACIA E DESESTÍMULO

Muito se tem lido, e muitas fotos são veiculadas, sobre a badalação ao “novo”, à inovação e ao empreendedorismo.

Autoridades se derramam em teses vanguardistas, lideranças empresariais babam o nome de Steve Jobs, com se só por sua menção pudessem passar a ser reconhecidos como apoiadores de grandes avanços.
Mas o que se vê de real, o que se sabe que ocorre em nossos dias, e como comprovam pesquisas ocupacionais recentes, as vagas de empregos para jovens são reduzidas, muito mal pagas e as pessoas precisam continuar nas casas de suas famílias por não terem salários que lhes permitam a autonomia.
Filas de barracas coloridas de jovens, em eventos com pomposos nomes estrangeiros são fotografadas e filmadas todos os dias.

“Startup” é uma palavra repetida à exaustão como sinônimo de modernidade, quando não tem passado de empresas-ideias desenvolvidas por neurônios nacionais e compradas por capitais especulativos mundiais.
Enquanto isso, a verdadeira inovação, o adequado empreendedorismo, não têm sido premiados em nosso Brasil.
Prefeituras atormentam bons profissionais, que desejam empreender atividades laborais, com taxas, comprovantes, documentos, ameaças de aumentos de percentuais, ostentando uma burocratite aguda, que só prejudica a criação de novas ideias e o avanço conceitual de uma sociedade que ainda adora a demora e a procrastinação.
Registrar uma empresa, ter um home-office, desenvolver novas propostas de trabalho, a partir de soluções simples, mas que privilegiem a inteligência, não recebem o estímulo que é propalado na mídia.
O que se tem visto é o uso de verbas públicas, dinheiros que deveriam servir para que o Brasil renovasse seu perfil econômico e produtivo, acabam quase sempre nas mesmas mãos, nos mesmos beneficiados, que já possuem boas rendas de herança, ou de outras atividades já bem pagas por cofres públicos.
Inovação e empreendedorismo precisam ser aplicados nos órgãos governamentais, nas entidades associativas empresariais, para que o discurso teórico se transforme em realidade, privilegiando, uma vez pelo menos em nossa história, aquelas pessoas que, efetivamente, dedicam sua vida à pesquisa de novos métodos e processos.

EDUCAÇÃO, INSTRUMENTO DE AVANÇO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

 

Como ensinava o grande Educador Paulo Freire educa-se com as pessoas, e não somente para as pessoas.
A interação e a interatividade iniciam em sala de aula.
Essas duas atitudes constroem a participação.
E só é possível ensinar e aprender com a plena participação dos alunos.
Se desejamos transformação e avanço sociais temos que estimular posições críticas e irreverentes.
Para aprender inovações não podemos ficar reverenciando visões antigas e ultrapassadas.
Quem aprende é agente importante para formar conhecimento.
Conhecimento é informação pesquisada, e estruturada, que visa a felicidade humana.
Com mais conhecimento temos melhores condições de decidir as inovações e mudanças em nossas vidas.
Temos que desenvolver clareza de objetivos, economia de recursos, e senso de oportunidade.
Só podemos traçar objetivos claros se tivermos inputs confiáveis como elementos que subsidiem nossas decisões.
Esse é o papel da educação, é um grande processo de libertação humana, pela informação, pelo acesso ao conhecimento, pela construção do saber.
Por isso, a extrema prioridade com que os mestres, professores, e a educação em si, necessitam ser tratados, pela sociedade como um todo, e em especial pelos governos.
Da qualidade da educação dependerá, diretamente, o padrão de formação das pessoas das gerações futuras.
E o futuro começa a cada minuto, a cada momento.
Por isso não podemos perder tempo.
Educação é uma necessidade cada vez maior. É um direito humano essencial, transformador.
A educação é um processo emintemente político, pois as decisões sobre esse processo determinam o grau de maturidade de governos e do nível de decisões tomadas.
Com um mundo que tem muita informação disponível, por todos os meios tecnológicos que abundam, cada vez é mais urgente construir a capacidade da análise, da correlação, e do raciocínio, este sim a grande ferramenta que nos conduzirá para uma sociedade mais desenvolvida.
Uma população educada, informada, com competência relacional e lógica, com certeza será uma sociedade mais consciente, livre e, possivelmente, feliz.
Como dizia o dramaturgo alemão, Berthold Brecht:

“o pior tipo de analfabetismo, é o político”