segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Sociedade Brasileira Precisa Renovar O Processo Politico Representativo

(texto publicado no site www.economiasc.com.br)

As eleições deste ano, mais uma vez, comprovam o empobrecimento da atividade política em nosso Brasil.
A indiferenciação entre partidos, a ausência de posturas ideológicas claras e assumidas, o oportunismo primário e barato, o distanciamento dos partidos e dos candidatos das demandas reais da sociedade são alguns dos fatores mais notados pelos que, ainda, cultivam uma participação, pelo menos midiática, e esperam que a política não seja apenas uma atividade de espertalhões e interesseiros. Antigas teses, programas partidários, pronunciamentos coerentes, posturas corajosas, cada vez mais, vão se tornando superadas por essa nova realidade imediatista e esquartejante das grandes questões.
Coloca-se muita tecnologia de produção, a maquiagem deixou de ser um acessório meramente físico para melhorar a imagem dos candidatos.
Ela foi estendida a programas de campanha e promessas de governo. Aliás, elementos que tendem à completa incoerência.
Tudo que é prometido durante as campanhas, em geral, nada tem a ver com o que é realizado durante os mandatos conseguidos com os iludidos eleitores.
Candidatos que tentam a reeleição se apresentam como novos ou, surpreendentemente, usam bordões e musiquinhas como se estivessem começando sua vida política naquele momento, naquela eleição.
A produção ajuda a esquecer que já tiveram um ou mais mandatos e que muito do anunciado deixou de ser feito.
Prometem, novamente, projetos grandiosos, realizações que trarão a felicidade definitiva para os cidadãos, uma vida alegre e colorida em suas cidades, a solução de todos os problemas, mesmo aqueles que já haviam prometido resolver em eleições ou gestões anteriores.
Enquanto isso, muitos desses gestores pirotécnicos da coisa pública, e muito eficientes em seus negócios privados, e carreiras, exibem riqueza material invejável, mesmo quando não possuem atividades econômicas que justifiquem a opulência em que vivem, ou aparentam viver.
O pragmatismo puro e simples, de poder e para o poder, é exercido com o uso de verbas públicas, com o financiamento de interesses privados e, quase sempre, com prestações de contas irreais ou enganosas.
Antes carreiristas, agora cadeiristas, pois adoram a cadeira cômoda e impune do poder, assumem olhares messiânicos, imitam posturas de estadistas reais, gostam de repetir frases históricas e prometem grandiosidade a sua volta, como se tudo que existisse de alternativo a eles, fosse apenas obra de mentes menores.
Como tudo isso lembra Charles Chaplin em seu histórico e irretocável “O Grande Ditador”!
Hitler e Mussolini devidamente caricatos e ridículos, como sabem serem esses governantes ou parlamentares, quando começam a se achar fazedores de história, quando não passam de incompletos seres humanos, que, muitas vezes, não têm a menor competência nem para dar a sua menor contribuição para a felicidade em seus âmbitos familiares.
Pobres reis Midas de imitação, inexpressivos messias de arrabalde, pequenos tiranetes de aldeia.
Tentam tapar buracos da alma com bens materiais, como se fossem construir arranha-céus sobre mangues e lama.
A comparação é simbólica, pois podemos enterrar estacas e sapatas em algumas áreas e o solo as absorverá, com o tempo.
Alguns desses políticos, por ganância e ignorância, ou por rematado desprezo pela natureza e meio ambiente, tentam materializar essa analogia permitindo obras ilegais em locais de preservação e berços de reprodução de vida animal. Seus grupos de seguidores, seus adoradores de plantão, sua claque de aluguel, seus eleitores de ocasião sempre estão lá para aplaudi-los, mesmo que, em outros governos ou partidos, já tenham vendido, ou alugado, suas almas para outros senhores.
Mas a relação é recíproca.
Assim como se adoram publicamente, ao primeiro sinal de enfraquecimento, de um ou de outro, se abandonam, se traem, se difamam, já preparando o embarque oportunista em algum outro organismo hospedeiro, que venha a oferecer sangue e energia vital para suas ambições, nem que sejam provenientes da mais absurda miséria ou das piores condições humanas de vida, que suas ações corruptas e incompetentes ajudaram a consolidar.
Esse quadro, felizmente, começa a apontar algumas esperanças e alternativas. O cansaço do povo brasileiro, a exaustão do modelo de mentira, a ânsia de novas opções, tudo incentivado pelo realismo das crises financeiras mundiais, jogam os eleitores na realidade, recolocam a vida mais próxima do dia-a-dia da simplicidade.
As tentativas de atribuir glamour aos direitos básicos de viver e manter a vida, usando instrumentos de marketing ilusório e de desrespeito começam a ter contrapartidas por situações e pessoas, que querem pensar sobre o real, a moeda e a realidade.
O Movimento Brasil Eficiente, capitaneado pelo catarinense Carlos Rodolfo Schneider, pode representar o resgate de atitudes verdadeiras e transparentes, e se constituir num pavio para que se chegue mais rápido a um novo patamar de democracia, que fortaleça a representação política, agregando a necessária participação da cidadania.
Talvez, a partir disso, os pragmáticos comecem a ser substituídos, dando lugar a novos agentes públicos e políticos, que respeitem programas, ideias e princípios, que reconheçam que são pura e exclusivamente representantes das demandas legítimas e pertinentes do povo que os elege.
E que partidos políticos, como o nome já diz, são partes da sociedade, para tentar representá-la no amplo certame da construção democrática.
O Movimento Brasil Eficiente será objeto de nosso próximo artigo

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