Para Senhor Paulo Jorge Marques - Editor Executivo do Jornal Noticias do Dia-
Para Senhora Adriana Ferronatto - Editora-Chefe do Jornal Noticias do Dia-
Para Senhor Luis Meneghim - Diretor de Redação do Jornal Noticias do Dia
Nota de repúdio e protesto apresentada ao Sr Paulo Jorge Marques – Editor Executivo do Jornal Notícias do Dia
Muito Além da Covardia
Recentemente, após ter feito a assinatura desse Jornal, enviei-lhe mensagem de congratulações pela excelente atuação jornalística e pela cobertura ampla e abrangente das realidades locais.
Hoje, lamentavelmente, venho apresentar um protesto, veemente, movido pela obrigação ética e moral de não deixar passar uma afronta aos direitos humanos das mulheres e uma ameaça à banalização da violência que as mulheres sofrem em nossa sociedade.
Na página 20 da edição de hoje, 10.07.2010, sob o título “Tira”, uma charge brinca com o recente crime cometido contra uma mulher.
Se refere a “Tira” ao principal suspeito de ser o mandante e partícipe do bárbaro assassinato, como um goleiro que poderia substituir o da seleção brasileira no “Mata-Mata”.
Tudo isso apresentado em tom que se pretende cômico, ou irônico, mas que repugna pela vulgaridade, irresponsabilidade e desrespeito às leis e à vida.
Como pode um chargista, usando espaço oficial dessa publicação, fazer chistes com situação tão absurda, que tem impactado toda a sociedade brasileira, pela crueldade, violência desmedida, frieza e covardia empregados no ignóbil e desumano ataque de vários homens sobre uma mulher indefesa, e em situação de inferioridade e desvantagem absoluta de possibilidades de defesa, diante da canalhice desmedida de seus algozes, todos homens e muito mais fortes?
A cultura machista de nossa sociedade, e as atitudes de virilidade ostensiva ainda seguram a evolução conceitual no Brasil, fazendo com que as heranças medievais e primárias da força bruta continuem sendo aceitas e propaladas no seio das famílias, no meio profissional e social, como se a simples condição de homem pudesse atribuir qualquer nuance de superioridade a um ser completamente igual à mulher e, pelo contrário, inferior em alguns aspectos relativos à vida e à sensibilidade relacional, justamente pela pesada descendência de primarismo, herdada ainda da brutalidade com que as mulheres índias foram agredidas e violentadas pelo colonizador português, no distante processo histórico de colonialismo, infelizmente ainda tão presente em nossa atualidade.
Na mesma edição de hoje, na página 28, uma notícia relata a repetição da brutalidade contra a mulher, quando conta que três homens amarraram, espancaram e, ainda estando a mulher com vida, a afogaram em um pântano.
Esse mesmo Jornal, em recente edição, noticiou a bárbara agressão física, e sexual, de dois ou mais homens contra uma mulher, uma criança do sexo feminino de apenas 13 anos, tendo a violência chegado aos limites de qualquer tolerância que se possa vir a ter com eles, mesmo considerando serem “adolescentes”.
E tudo isso acontece com uma certa complacência, mesmo que sutil e subjetiva, dadas as condições do psicossocial desta nossa sociedade contemporânea, que muitas vezes ainda externa seus preconceitos e estereótipos contra a mulher, com comentários estúpidos e irracionais como o que se ouviu recentemente de outras mulheres: “..mas quem mandou ela se envolver com aquele goleiro”.
Comentários agravados pela parcialidade com que parte da imprensa nacional ainda se refere à mulher morta no Rio de Janeiro, como a “amante do goleiro”, “participante de orgias”, tudo parte da argumentação do criminoso, que visa desqualificar a pessoa assassinada, pois estando ela morta tudo pode lhe ser atribuído e ela jamais poderá se defender dessa condenação moralista, preconceituosa, de um julgamento social eivado de condicionamentos conservadores e canalhas, pois se dá após a sua morte, quando ela nada mais pode expressar, na sua condição de esquartejada e desaparecida.
Como Educador não poderia ser conivente com essa atitude, mesmo que impensada e inconseqüente, contida em seu Jornal, e peço que esse assunto seja tratado de forma que venha a ajudar na reformulação e evolução dos conceitos aos quais me referi, que por sua perpetuação podem manter nossa sociedade numa condição de falta de respeito com a condição da mulher, impedindo o desenvolvimento pleno das potencialidades humanistas das novas gerações, e comprometendo o futuro do Brasil como Nação evoluída e inteligente.
Muito Além da Covardia
Recentemente, após ter feito a assinatura desse Jornal, enviei-lhe mensagem de congratulações pela excelente atuação jornalística e pela cobertura ampla e abrangente das realidades locais.
Hoje, lamentavelmente, venho apresentar um protesto, veemente, movido pela obrigação ética e moral de não deixar passar uma afronta aos direitos humanos das mulheres e uma ameaça à banalização da violência que as mulheres sofrem em nossa sociedade.
Na página 20 da edição de hoje, 10.07.2010, sob o título “Tira”, uma charge brinca com o recente crime cometido contra uma mulher.
Se refere a “Tira” ao principal suspeito de ser o mandante e partícipe do bárbaro assassinato, como um goleiro que poderia substituir o da seleção brasileira no “Mata-Mata”.
Tudo isso apresentado em tom que se pretende cômico, ou irônico, mas que repugna pela vulgaridade, irresponsabilidade e desrespeito às leis e à vida.
Como pode um chargista, usando espaço oficial dessa publicação, fazer chistes com situação tão absurda, que tem impactado toda a sociedade brasileira, pela crueldade, violência desmedida, frieza e covardia empregados no ignóbil e desumano ataque de vários homens sobre uma mulher indefesa, e em situação de inferioridade e desvantagem absoluta de possibilidades de defesa, diante da canalhice desmedida de seus algozes, todos homens e muito mais fortes?
A cultura machista de nossa sociedade, e as atitudes de virilidade ostensiva ainda seguram a evolução conceitual no Brasil, fazendo com que as heranças medievais e primárias da força bruta continuem sendo aceitas e propaladas no seio das famílias, no meio profissional e social, como se a simples condição de homem pudesse atribuir qualquer nuance de superioridade a um ser completamente igual à mulher e, pelo contrário, inferior em alguns aspectos relativos à vida e à sensibilidade relacional, justamente pela pesada descendência de primarismo, herdada ainda da brutalidade com que as mulheres índias foram agredidas e violentadas pelo colonizador português, no distante processo histórico de colonialismo, infelizmente ainda tão presente em nossa atualidade.
Na mesma edição de hoje, na página 28, uma notícia relata a repetição da brutalidade contra a mulher, quando conta que três homens amarraram, espancaram e, ainda estando a mulher com vida, a afogaram em um pântano.
Esse mesmo Jornal, em recente edição, noticiou a bárbara agressão física, e sexual, de dois ou mais homens contra uma mulher, uma criança do sexo feminino de apenas 13 anos, tendo a violência chegado aos limites de qualquer tolerância que se possa vir a ter com eles, mesmo considerando serem “adolescentes”.
E tudo isso acontece com uma certa complacência, mesmo que sutil e subjetiva, dadas as condições do psicossocial desta nossa sociedade contemporânea, que muitas vezes ainda externa seus preconceitos e estereótipos contra a mulher, com comentários estúpidos e irracionais como o que se ouviu recentemente de outras mulheres: “..mas quem mandou ela se envolver com aquele goleiro”.
Comentários agravados pela parcialidade com que parte da imprensa nacional ainda se refere à mulher morta no Rio de Janeiro, como a “amante do goleiro”, “participante de orgias”, tudo parte da argumentação do criminoso, que visa desqualificar a pessoa assassinada, pois estando ela morta tudo pode lhe ser atribuído e ela jamais poderá se defender dessa condenação moralista, preconceituosa, de um julgamento social eivado de condicionamentos conservadores e canalhas, pois se dá após a sua morte, quando ela nada mais pode expressar, na sua condição de esquartejada e desaparecida.
Como Educador não poderia ser conivente com essa atitude, mesmo que impensada e inconseqüente, contida em seu Jornal, e peço que esse assunto seja tratado de forma que venha a ajudar na reformulação e evolução dos conceitos aos quais me referi, que por sua perpetuação podem manter nossa sociedade numa condição de falta de respeito com a condição da mulher, impedindo o desenvolvimento pleno das potencialidades humanistas das novas gerações, e comprometendo o futuro do Brasil como Nação evoluída e inteligente.
Danilo Cunha
Consultor e Educador
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