sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pirâmide arrecadatória, reforma tributária e gestão municipal

(texto publicado no site www.economiasc.com.br)


O Brasil é um país de cabeça para baixo.
Enquanto os municípios, locais onde vivem os habitantes desta nação, se debatem em exercícios quase circenses de equilibrismo e acrobacias para poder enfrentar suas responsabilidades diante dos cidadãos, o governo federal exagera nos seus gastos, consolidando o grande poder concentrado na capital federal.
Há muito tempo se assistem algumas cenas que já fazem parte da tragicomédia composta pela atuação monárquica do governo federal e a penúria que obriga, todos os anos, a uma já desgastada marcha de prefeitos ao planalto central.
E todo o ano o governo nacional acena com migalhas de um dígito para abrandar a fúria dos que foram até Brasília.
Enquanto o governo central acumula mais de 60% de toda a massa arrecadada dos cinco meses trabalhados pelos cidadãos brasileiros para manter as estruturas estatais e governamentais, os municípios precisam se contentar com algo próximo aos 14%, para atender 84% de todos os problemas da vida das pessoas.
Essa situação permite as bondades promovidas pelo governo federal, nacionais e internacionais, que vão desde o oferecimento de mais de US$ 10 bilhões para recapitalizar o FMI no tombo da crise especulativa norte-americana, até os Refis, que perdoam sonegadores, isentam juros e correção monetária de débitos que deveriam ser considerados crimes contra a economia nacional, chegando ao rebaixamento de valores de impostos para estimular os fluxos de produção de indústrias que ameaçavam quebrar por falta de consumo.
Paralelo a esse festival de simpatias e sorrisos corporativos, as prefeituras se submetem a regimes rigorosos de emagrecimento em suas despesas, comprometendo o bom atendimento das demandas sociais legítimas e pertinentes de seus cidadãos.
Uma das heranças da cadeia da bondade promovida pelo governo federal, o crédito barato e abundante para a compra de veículos pessoais, mostra os seus resultados preocupantes para os alcaides do país.
As cidades brasileiras que já exibiam sinais de exaustão em seus sistemas viários e de transportes coletivos começam a ostentar grandes congestionamentos, ruas com sobrecarga de peso para o que foram projetadas, e a presença crônica de buracos, todos problemas que demandarão cada vez mais recursos para despesas que os empobrecidos municípios terão que suportar.
Isso sem contar as inúmeras situações de emergência ocorridas nas cidades brasileiras pelas chuvas dos últimos anos, das quais os saldos de vítimas e desabamentos acabam recaindo sobre os cansados e sobrecarregados ombros dos prefeitos, pois as ajudas pleiteadas ao governo em Brasília passam por longos ciclos burocráticos, demorados e insensíveis.
Em paralelo a esse quadro pouco auspicioso, há muitos anos adormece em terras brasilienses uma reforma tributária que promete a redenção na distribuição de impostos, mais justiça em sua cobrança e sistemas de informação que possam demonstrar aos contribuintes o quanto de seu suor está sendo dragado em cada produto ou serviço consumidos.
O meio político/legislativo não tem demonstrado grande interesse na agilização dessa reforma.
Se assim o quisesse, já se teria operado a mudança tão pretendida pelos meios efetivamente produtivos e pela população em geral, que assistem, atônitos, às chocantes demonstrações eventuais que a imprensa promove sobre a pirâmide de arrecadação, cada vez mais invertida com maior concentração de recursos em mãos federais e o prolongamento da penúria nos municípios.
Como 2010 será um ano de mudanças do quadro geral na política federal com as eleições de outubro aguarda-se, com renovadas esperanças, que as novas forças que comporão a estrutura bicameral em Brasília, além dos prometidos compromissos de todos os candidatos presidenciais, venham a promover a ansiada reforma tributária e a correção da proporcionalidade direta entre as pirâmides populacional e arrecadatória.
A modernização da economia brasileira depende dessa reformulação e de um maior vigor financeiro para que as cidades possam investir em mais qualidade de vida.
Destinar mais recursos para os municípios permitirá o atendimento digno das necessidades humanas e um maior controle social sobre impostos e suas aplicações.

Ética e responsabilidade social e ambiental

(texto palestra apresentada em web-aula na Unisul Virtual, em 28.05.2010)


A responsabilidade social e ambiental é a atitude recomendada a todos os cidadãos em relação à sociedade em que vivem e ao meio ambiente onde habitam.
A vida humana, maior estágio de desenvolvimento de nossa civilização, precisa ser mantida e para isso foram desenvolvidos os pactos éticos e legais.
Como o ser humano é um ser relacional, ele é essencialmente produto e função de uma relação humana, ele vive em sociedades que têm as relações humanas como base.
Sua relação se dá com as outras pessoas e com o ambiente em que está inserido.
Essas relações são reguladas pelos instrumentos legais e éticos, criados pelos ser humano ao longo da sua história, para que se estabeleçam limites e padrões culturais aceitáveis num convívio em sociedade.
Dentro dessa visão cultural, foi desenvolvido o conceito de Estado, que vem a ser o maior pacto ético criado pela humanidade para gerar convívio respeitoso e avanço civilizatório, mantendo equilibrio entre hipo e hiper-suficientes.
Responsabilidade social e ambiental, basicamente, vem a ser o conjunto de atitudes, práticas e ações que as pessoas e organizações precisam manter e cumprir, para que as sociedades humanas se preservem da destruição física, material e conceitual, e possam avançar conceitualmente, construindo condições objetivas e subjetivas para a melhoria da qualidade de vida.
Esse avanço visa manter a vida e a preservação da vida.
Por isso os direitos humanos são as prioridades de todas as iniciativas pessoais ou coletivas, na forma de entidades sociais, ambientais, governamentais ou comerciais.
O processo de educação é um dos elementos mais importantes na formação da responsabilidade social e ambiental.
Como educação é amor, exemplo e limites, o exercício educativo começa nas famílias, se complementa nas escolas e deve ser permanente no seio das relações sociais que se dão nas organizações mais diversas, publicas, coletivas e privadas.
O público é o nível estatal, governamental, patrimonial da sociedade e pertence a todos, independente de suas condições econômicas, sociais, étnicas, religiosas e culturais.
Para reger o público foram criados os conceitos de estado e governo, para organizar e preservar o que é de todos.
Todos os seres se submetem às regras e leis para que os direitos sejam iguais e respeitados.
Por isso foram criadas as instâncias de justiça e policia, pois o poder coercitivo do estado visa a manutenção do equilíbrio justo e ético entre todos.
As constituições das nações são os grandes pactos éticos nacionais, que atendem aos pré-requisitos de identidade das sociedades.
O coletivo é o capital social, espaço de convívio e criação, onde se dão as elaborações grupais como o convívio, a participação em diferentes partidos políticos, religiões, associações de moradores, agrupamentos por preferência e gosto pessoal, as criações culturais, onde se constrói a identidade cultural, onde se encontram a identidade e vocações históricas e onde a sociedade se manifesta.
As pessoas se constituem no capital humano das sociedades e as organizações coletivas, as elaborações em grupo, o exercício das regras sociais, o patrimônio cultural e ambiental, compõem o capital social.
A natureza, de forma ampla, onde as sociedades habitam e vivem, se constitui no capital ambiental.
É onde se dá a vida e a manutenção da vida.
Os seres humanos vivem e respiram, se alimentam e desenvolvem devido a um ambiente propício à vida, mas que necessita de determinadas reposições.
Assim, os ciclos naturais de luz e sombra, trabalho e descanso, consumo e manutenção de todos os itens de qualidade de vida precisam ser respeitados e mantidos.
O “sistema vida”, todo o conjunto de situações que a natureza fornece para a preservação da vida na face da terra, necessita de reposições e manutenção, estando várias etapas essenciais nas mãos dos humanos.
Os processos empresariais e industriais, que se apropriam de recursos naturais, e são todos,
para transformá-los e entrega-los na forma de serviços e produtos, geram desequilíbrios ambientais que precisam da ações corretivas e mantenedoras permanentes.
As leis já prevêem grande parte do que deve ser feito.
Mas além dos aspectos legais, as posturas culturais devem estimular a preservação do patrimônio natural e ambiental, para assegurar a preservação da vida.
A responsabilidade social e ambiental, das empresas, é o conjunto de programas, ações e projetos que visem manter o equilíbrio natural, tendente a ser afetado pelo extrativismo e pelas escalas de produção e consumo.
Exemplos atuais são a exclusão social e a questão do lixo pós-industrial e pós-consumo.
A quantidade de lixo gerada pelo elevado consumo humano tem deixado as cidades muito atingidas pelos acúmulos de detritos e restos, que poluem ambientes, matam recursos naturais e causam enormes prejuízos públicos e coletivos, obrigando governos a usar recursos de todos para sanar problemas originados nos ganhos e lucros privados.
A exclusão social faz parte do mesmo quadro.
Pessoas ficam “inservíveis” para modelos de produção que segregam e afastam do convívio geral outros seres que não receberam as condições mínimas de oportunidades de participar de uma sociedade que é de todos, mas que a poucos pertence.
Assim, o “lixo” humano, produto da injustiça e egoísmo, se acumula nas periferias das cidades, construindo os territórios dos sem terra, sem casa, sem teto, sem amor, sem solidariedade, sem dignidade e sem ética.
Recuperar pessoas para o convívio e vida sociais, torná-las produtivas e inseridas nos meios produtivos, culturais e ajudar a restabelecer o equilíbrio ambiental são os principais focos de programas de RSA-responsabilidade social e ambiental legítimos.
A implicação ética precede os programas de RSA.
A ética é o conjunto de normas de convívio humano, baseados nos direitos de todos, à vida e à preservação da vida, com respeito e dignidade.
Para se construir programas de RSA é necessário que primeiro se estabeleça o elenco ético da ação para sobre esse conceito se construir o programa específico.
RSA envolve, basicamente, a devolução à sociedade, de atitudes e resultados que gerem produtos e melhorias humanas, materiais e subjetivos, para a vida e o ambiente natural.
Resgate da auto-estima, acesso à saúde e à alimentação, ao trabalho digno e à educação, à habitação decente se constituem em bons exemplos de projetos a serem realizados nos programas de RSA.
O comportamento empresarial, por tudo que se viu acima, deve ser balizado por vários elementos de RSA.
As empresas ao utilizarem insumos da natureza e mão de obra humana, para a produção de serviços e produtos, geram desequilíbrios ambientais e sociais, mesmo de forma não intencional.
Essa utilização e o processo de transformação agregam ganhos e lucros que visam manter as organizações produzindo.
Sem qualquer dúvida, o, processo produtivo é necessário para atender a demanda de roupas alimentos, remédios e tantos outros itens que os seres humanos necessitam para a sua sobrevivência.
Contudo, as empresas precisam destinar parte de seus ganhos para devolver à sociedade humana e ao ambiente natural as condições necessárias à continuidade da vida na face da terra.
Esse enfoque conceitual ético e cíclico dos processos é que servirá de base para adequar iniciativas empresariais, dentro da ética e do respeito à vida, para priorizar as iniciativas de RSA.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

Crise na Grécia: O Primeiro Grande Desafio da Zona do Euro

(texto publicado no site www.economiasc.com.br)



Desde a implantação do euro e sua adoção por vários países, é a primeira vez que a Europa sente o impacto de uma crise, que pode abalar a credibilidade de sua moeda comum.
Mesmo a crise anterior, gerada pela bolha especulativa imobiliária, de bancos norte-americanos, não abalou tanto o velho continente como a questão grega.
Na verdade, os gregos pagarão muito caro por uma prática que muitas sociedades europeias já vêm sentindo. Ao trocar a sua moeda histórica, o dracma, dirigentes pouco cuidadosos colocaram o país em um caminho perigoso. Houve irresponsabilidade de alguns governos, que nos últimos oito anos gastaram muito, desenvolveram pouco seu PIB e se endividaram acima da conta estabelecida nos tratados que alicerçam a União Europeia.
A resistência cultural, que os estados de bem estar social vigentes na Europa tinham em relação às medidas de ajustes exigidas pela comunidade, forma o colchão conceitual, que mesmo não justificando a situação atual, ajuda a compreender um pouco os contornos que permitiram a ameaça de descalabro. Essa resistência foi notada, também, no tempo exagerado que a União Europeia levou para tomar medidas corretivas. Esse tempo permitiu a desvalorização do euro, a subida do dólar e a queda de várias bolsas pelo mundo.
O medo de uma contaminação sobre outros países já enfraquecidos pela crise anterior e por excessivos gastos fez pairar a ameaça de expor Espanha, Itália, Irlanda e Portugal ao mesmo diagnóstico grego. Levou o temor da transformação de uma crise pequena, inicialmente estimada em US$ 40 bilhões, a uma mega situação de um terço da Europa unida.
A Alemanha, grande e inequívoca liderança política e econômica da UE, sentindo o risco de que a crise se transformasse num fenômeno mundial, capitaneou as negociações, convocou o FMI e todos os parceiros europeus e modelou um pacotaço de mais de 250 bilhões de euros, além da criação de um fundo garantidor para todos os países da comunidade, que poderiam apresentar sintomas análogos aos da Grécia. Na parte econômica e financeira, a situação parece relativamente controlada. O anúncio das medidas tomadas, a aprovação pelo Parlamento grego do receituário imposto pela UE e FMI, tranquilizaram o “mercado” e as bolsas reagiram.
Mas dois pontos chamam a atenção de todo o mundo nessa questão. Primeiro, qual a condição que a sociedade humana grega terá de suportar esse conjunto de medidas fortes e limitadoras, uma vez que toda a população está reagindo à obrigação de pagar muito caro pelas irresponsabilidades de governos, desde 2002. Sem consulta os eleitores, governos comprometeram os orçamentos fiscais, entregando-lhes, agora, em 2010, um país falido e dependente de ajuda internacional? Haverá aceitação e condições políticas de manter a Grécia tranquila durante o período de recuperação, que não deverá ser menor do que cinco ou seis anos? Segundo, os ministros e dirigentes europeus reunidos em Bruxelas para chancelar e divulgar o pacote de medidas imediatas, além da cesta de dinheiros montada para pacificar o continente, criaram mecanismo, um fundo comum, para que os “lobos” do mercado não se aproveitassem da ameaça de desvalorização do euro e o fizessem sangrar a ponto de, depois, negociá-lo com enormes lucros.
A questão dos gastos excessivos pela máquina governamental, os sacrifícios exigidos das pessoas e o aspecto ganancioso, especulativo e cruel que os “leões” (na verdade, agentes manipuladores do “mercado”, operadores e aplicadores dos excedentes, que deveriam realimentar a economia real) podem impor a sociedades inteiras, coloca-nos a nós brasileiros, em ano de eleição, alguns alertas em nossos radares sensoriais e eleitorais.
Não é de agora que se tenta uma “flexibilização” para a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse pode ser o grande tiro no pé, se desfigurarem um mecanismo que tem funcionado como um dique às pretensões irresponsáveis de gestores públicos que sonham com a volta da impunidade na gastança eleitoreira de impostos.
A música de Chico Buarque fala em “mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Athenas...”. Os brasileiros precisam observar o exemplo das mulheres de Athenas, mas também o exemplo de todos os homens e mulheres de toda a Grécia, que hoje devem se perguntar o que houve com seu idílico país, um dos berços da filosofia e sabedoria mundiais, agora transformado em paciente da UTI financeira internacional.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A evolução da Arte Murah


(fonte: publicado no blog da jornalista Juliana Wosgraus)

Divulgação: O artista plástico André Murah acaba de contratar o consultor catarinense Danilo Cunha para organizar um projeto sobre o seu trabalho.
Um livro sobre a sua vida e obra, contando a transformação do Murah, de executivo da hotelaria em pintor.
Atualmente o artista tem contrato de exclusividade com a Artefacto de São Paulo, que vende suas telas para projetos de decoração e de móveis.
Mas produz tudo em seu ateliê aqui em Floripa, na Lagoa da Conceição
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quinta-feira, 24 de julho de 2008 (matéria publicada neste blog)
André Murah
Novo artista e mais arte em Florianópolis.
Nossa cidade está de parabéns.
O artista André Murah teve sua arte reconhecida por premiação referente a obra sobre o centenário da imigração japonesa.
André é um pintor que está lançando novos padrões de arte.
Depois de uma larga experiência como administrador e empresário, dedica-se à arte com o mesmo afinco que caracterizou sua carreira empresarial.
Ele nos surpreende com suas inovações, com a beleza de suas telas e painéis, com seu estilo leve e vanguardista e com suas cores alegres e contagiantes.
Agora, presenteia nossa Capital com um Projeto que visa levar, pela arte, integração e inclusão social, compartilhando suas cores com áreas plenas de gente, cheias de vida, mas vazias de atenção e solidariedade.André vai construir uma ponte, vai integrar o maciço com um viaduto/arco-iris, vai colorir uma estrada, vai lançar uma passarela, atravessar o aterro, cruzar a Mauro Ramos e colocar uma lupa no morro, para que todos vejam o colorido.
Como diz o Padre Vilson Groh, vai ajudar a lançar um novo olhar sobre os labirintos da cidade, sobre a cidade que esconde ( e se esconde) em labirintos, pessoas e belezas.
As cores tornarão a cidade mais visível, mais próxima e, quem sabe, mais consciente.Consciente de si mesma, de sua gente, de seu presente, de seu futuro.
Parabéns André Murah, as tuas cores, com tanto amor e sonho, com tanta leveza e esperança, com certeza, trarão o risco de contaminar mais pessoas com a inquietação, de espalhar solidariedade, com os pincéis, e de fazer com que todos vejam a todos, independente, e principalmente, por suas diferentes cores

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Empresas e Governos Devem Estimular o Time Como Uma Orquestra

(Artigo publicado no site www.economiasc.com.br)


Organizações privadas ou públicas são unidades sociais produtivas.
Elas têm claras missões previstas por suas direções ou por leis e regulamentos, e todas visam prover produtos ou serviços, que venham a tornar a vida melhor, mais feliz e mais esperançosa.
Nas empresas busca-se, além da venda e da lucratividade, a sua permanência no mercado, pois a sobrevivência e longevidade serão transformadas em símbolos de qualidade e adequação.
Nos governos, a natureza de funcionamento é distinta, mas também há um “mercado” por atender e satisfazer.
Mercado esse que pode não demonstrar de forma imediata as suas alegrias ou contrariedades com os serviços prestados, mas que, periodicamente, confirma sua satisfação ou renova as equipes de serviços, através do voto.
Em ambos os casos temos pessoas atendendo demandas de outras pessoas, tentando aquilatar seus desejos e necessidades e gerar produtos e serviços, o mais próximo daquilo que os tomadores e consumidores deverão receber como adequados.
Em ambos os casos as equipes humanas são os fatores essenciais e críticos de sucesso ou desastre.
E equipes humanas dependem de conscientização e motivação para que sua energia aplicada ao trabalho seja transformada em resultados positivos.
A missão de uma organização, depois de bem amadurecida e tornada coerente pelas definições e conceitos da alta direção, precisa ser passada a todas as equipes, em todos os níveis, não só as internas, mas as que componham a cadeia produtiva, fornecedores, investidores, e consumidores.
O foco tem que ser claro, os conceitos e valores éticos que balizam o trabalho devem estar presentes e visíveis para todos.
Clareza de objetivos, senso de oportunidade para agir e intervir e economia de recursos são a tríade conceitual que todas as equipes precisam conhecer.
Pessoas são seres que possuem consciência reflexiva, sabem que sabem e têm subjetividade e formações culturais diversas.
Por isso, a carga de conscientização sobre os objetivos pretendidos deve ser seguida de um permanente processo de capacitação e de programas de motivação para a superação.
O antigo conceito de que informação é suficiente como elemento de treinamento, e que gera poder, já criou muitos equívocos e resultados negativos. Informação, na verdade, é insumo para gerar conhecimento, e o conhecimento, devidamente articulado, correlacionado e analisado, permitirá chegar ao patamar do saber.
O estágio do saber é que permite avaliações abrangentes, comparações adequadas e a devida compreensão de novos conceitos, que virão com os novos objetivos e metas.
Os desafios são instigantes, desde que as equipes tenham os meios e os saberes para superá-los e ampliar os resultados.
Quando assistimos a um belo espetáculo musical, a uma orquestra afinada ou a uma equipe esportiva com excelência no desempenho não vemos somente o maestro ou o treinador no palco ou no campo.
Eles são mais importantes nos ensaios e treinos, quando explicam, repetem, exercitam e conscientizam as equipes, levando-as a saber tocar seus instrumentos ou a demonstrar as habilidades individuais.
Nas orquestras e times, empresas e governos, bons dirigentes formam equipes, as estimulam a apresentar harmonia no desempenho, beleza e vibração para as pessoas que as assistem