quinta-feira, 2 de março de 2017

A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO


O título acima é do belo livro de Mario Vargas Llosa, uma análise contundente deste nossos tempos de imagens e cores.
Dura radiografia da cultura e dos tempos atuais, pelo olhar inconformista do mais notório escritor peruano

“A arte, a literatura, e o cinema se trivializaram de tal maneira, que o espectador e o leitor vivem a ilusão de ser cultos e de estar na vanguarda de tudo com o mínimo esforço intelectual.
“Se aceitar entrar no jogo da civilização do espetáculo e se converter em um bufão, o intelectual tem a possibilidade de que sua mensagem prospere.” – Mario Vargas Llosa

A banalização das artes e da literatura, o triunfo do jornalismo sensacionalista e a frivolidade da política são características da sociedade contemporânea: a ideia temerária de converter em bem supremo a natural propensão humana para o divertimento.

Este é o tema central do novo ensaio de Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura em 2010.
Em A civilização do espetáculo, o escritor diz que no passado a cultura era uma espécie de consciência que impedia que virássemos as costas para a realidade.

Hoje, lamenta Llosa, a cultura atua como mero mecanismo de distração e entretenimento. Para ele, “a ideia ingênua de que, através da educação, se pode transmitir cultura à totalidade da sociedade, está destruindo a ‘alta cultura’, pois a única maneira de conseguirmos essa democratização universal da cultura é empobrecendo-a, tornando-a cada dia mais superficial”.

Para o autor peruano, a figura do intelectual que estruturou todo o século XX teria desaparecido do debate público.
Ainda que alguns assinem manifestos e participem em polêmicas, sua repercussão na sociedade é mínima.
Conscientes desta situação, observa Llosa, “muitos optaram pelo silêncio”.


Seria uma antevisão de Mario Vargas Llosa à era Trump e suas verdades inverdadeiras, ou “realidade alternativa”, como tentou uma assessora do novo presidente americano?


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