terça-feira, 7 de março de 2017

BERTHA LUTZ – A MULHER QUE LUTOU POR TODAS AS MULHERES DO BRASIL


Bertha Lutz nasceu em 1894, e foi pioneira nas lutas femininas no Brasil.
Filha de uma enfermeira inglesa, de nome Amy Fowler e do cientista e pioneiro da medicina tropical, Adolfo Lutz, Bertha Lutz estudou biologia em Paris.

Ainda adolescente foi estudar na França e licenciou-se em ciências na Universidade de Sorbonne.
Retornou ao Brasil aos 24 anos e ingressou como bióloga no Museu Nacional.
Na França se aproximou do movimento sufragista europeu, pelo qual as mulheres do velho mundo lutavam por conquistar seu direito ao voto.

No Brasil, desde a sua proclamação, a República rateava nas suas promessas de instituir o voto feminino.
Bertha Lutz mergulhou na causa sufragista brasileira, mesmo continuando com sua carreira científica, na área da biologia.

As posturas masculinas em relação à participação integral da mulher na vida política do Brasil continuavam aferradas a uma posição conservadora, que via na mulher um ser de segunda classe.
Bertha Lutz não se resignou a uma postura de simples protestos e aceitou um processo de transformação.

Para dominar as ferramentas legais, e legislativas, sem as quais as mulheres ficariam à margem das discussões sobre a cidadania plena, Bertha Lutz foi estudar direito e formou-se advogada, para qualificar sua luta pelos direitos plenos da mulher.

Após grandes litígios e muitos enfrentamentos, a campanha sufragista brasileira com Bertha Lutz como uma de suas maiores lideranças, conquistou significativa vitória no ano de 1932, quando o voto feminino foi aprovado, mas com ressalvas inaceitáveis.

O voto aprovado naquele ano era restrito e exigia da mulher uma “tutela” do marido.
Após mais 2 anos de muita luta, o voto pleno, digno, independente, foi implantado no Brasil, em 1934.

Bertha Lutz marcou a sociedade brasileira com a publicação, em 14 de dezembro de 1918, de um manifesto contundente, publicado na Revista da Semana, sob o título “Somos filhos de tais mulheres” e assinado com o pseudônimo de Iracema.

Em certo trecho desse manifesto pode-se constatar a bravura das posições e conceitos gerados e difundidos por aquela lutadora:
“A mulher, que não puder conseguir ser compreendida na Declaração dos Direitos do Homem proclamados pela Revolução Francesa, poderá ficar como a grande pária e dolorosa escrava, que usa braceletes de ouro em memória das algemas de ferro...”

Ao longo de significativa carreira científica, muito importante para o Brasil, e no campo da cidadania feminina, Bertha Lutz ocupou importantes postos e posições, nas quais sempre impôs sua luta pela participação plena da mulher nos destinos de nossa nação.

Bertha Lutz representou o Brasil no Conselho Feminino Internacional, órgão da OIT-Organização Internacional do Trabalho, onde foram aprovados os princípios de salário igual para ambos os sexos, e a inclusão da mulher no serviço de proteção aos trabalhadores.

Em 1919, junto com outras lideranças femininas, criou a Liga Para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino – FBPF.
Em 1922 foi delegada oficial do Brasil na I Conferência Pan-Americana de Mulheres.

No mesmo ano, durante os dias 19 e 23 de dezembro, realizou o I Congresso Internacional Feminista, que consolidou a FBPF.
Evento que foi apoiado pelo senador catarinense Lauro Muller.

Bertha Lutz teve participação essencial e expressiva na criação da União Universitária Feminina, e participou da redação do Código Eleitoral Brasileiro, que implantado em 1932 incluiu o voto feminino.

Nada fácil para uma mulher, na primeira metade do conservador século XX, envolver-se numa luta dessa dimensão e profundidade.

Como todas as mulheres, que enfrentaram mudanças e transformações em suas vidas, Bertha Lutz enfrentou enormes pressões, ofensas, tentativas de difamação, pois os que não desejavam a presença e participação, plenas, da mulher na sociedade brasileira, não davam o braço a torcer, usando de todos os expedientes para tentar desqualificar uma adversária, que não se limitou à uma posição de mulher limitada e dependente, e que foi às arenas quase exclusivas masculinas, para assegurar direitos plenos à mulheres brasileiras.

Como expressão de suas lutas intensas, Berth Lutz aceitou concorrer a alguns cargos eletivos, para comprovar que a mulher pode e deve participar de eleições, pois não bastava formular direitos, era necessário disputa-los e confrontar linhas de pensamento divergentes.

A participação de Bertha Lutz nas eleições de 1934 não a elegeu, mas nesse ano muitas mulheres foram eleitas no Brasil, sendo 9 deputadas estaduais, entre as quais a primeira mulher deputada na Assembleia do Estado de Santa Catarina, Antonieta de Barros.

Bertha Lutz, na condição de suplente eleita, chegou a assumir o mandato de deputada federal em 1936.
Como legisladora Bertha Lutz apresentou o projeto do Estatuto da Mulher e a criação do Departamento Nacional da Mulher.

Em 1945 Bertha Lutz foi delegada plenipotenciária do Brasil junto à Conferência de São Francisco-USA.
Em 1946 Bertha foi premiada com viagem aos EUA participando do Club Soroptimista, sendo considerada a Mulher do Ano.

Em 1951 foi premiada com o título de Mulher das Américas, e em 1952 foi representante do Brasil na Comissão de Estatutos da Mulher da ONU, organização das Nações Unidas.

Além de seus trabalhos científicos, na área da biologia, Bertha ocupou outros importantes espaços políticos e públicos, tendo participado de várias entidades internacionais, tais como:
-Aliança Internacional pelo Sufrágio Feminino e Igualdade Política dos Sexos (Londres), Sociedade Internacional de Mulheres (Washington), Bureau Internacional de Proteção à Natureza, Bureau Internacional do Trabalho (ONU), Museu Americano de História Natural (Nova York).

Em 1975 Bertha Lutz foi convidada para ser delegada no primeiro Congresso da Mulher, realizado pela ONU, no México, ano em que a mesma ONU estabeleceu como “Ano internacional da Mulher”.
Após mais essa vitória em sua caminhada e luta pelos direitos da mulher, Bertha Lutz, já adoentada e com a saúde frágil, veio a falecer em 16 de setembro de 1976.

Bertha Lutz trabalhou durante 46 anos como docente e pesquisadora do Museu Nacional. Foi reconhecida internacionalmente por suas pesquisas zoológicas de espécies anfíbias.

Escreveu vários tratados e Estudos científicos dentro de suas áreas de atuação, tendo deixado estudos na área jurídica, além da sua atuação na construção de um novo patamar, e paradigma, para a situação da mulher na sociedade brasileira.

De seus 82 anos de vida, a dedicação às causas femininas superou sua longa carreira científica.
82 anos de vida, 46 anos como cientista e pesquisadora, 58 anos como liderança feminina.
Uma vida de muitas lutas para abrir caminhos às lutas atuais para que as mulheres possam buscar igualdade e reconhecimento, neste terceiro milênio.


Bertha Luz foi, enfim, uma mulher que lutou por todas as mulheres do Brasil!


A GERAÇÃO DA INCERTEZA


Por diversos motivos estamos vivendo uma época de elevado nível de incerteza.
A faixa mais atingida é aquela que se situa entre os 25 e 40 anos.

É um contingente humano que foi duramente atingido pelas transformações econômicas, tecnológicas, políticas, e comportamentais, geradas nas décadas de 1970/80/90, que levaram as empresas e organizações a drásticas alterações e mudanças.

O uso intensivo de tecnologia, a mudança da bipolaridade política no mundo com a derrubada do muro de Berlim, o Consenso de Washington, a quebra dos sistemas de previdência, saúde, em âmbito mundial, as crises financeiras, ou seja tudo que se abateu sobre o setor produtivo e sobre a geração de empregos e trabalho. 

No Brasil ainda tivemos a crise fiscal e econômica, gerada pelos governos entre 2003 e 2014, que atingiu duramente empresas e governos, municipais, estaduais, e federal.

O saldo disso tudo é um grande contingente de jovens desempregados, que tiveram que continuar morando com seus pais, por não conseguirem trabalho, ou por ganharem tão pouco, que não conseguem suportar um orçamento pessoal mínimo, com o que recebem.

Essa geração sofre perda de autoestima, insegurança, pouca confiança em si para relacionamentos afetivos, e grande dificuldade para desenvolver um projeto de vida, pois não sentem a mínima firmeza em suas bases existenciais para dar passos maiores.

Percebe-se que são pessoas, em geral, com ótima formação acadêmica, com bom potencial produtivo, nível de conhecimentos gerais bastante satisfatório, mas que não encontram canais adequados para colocar suas competências.

Esse gap humano, representa alguns milhões de brasileiros, de todas as classes sociais, que sentem e sofrem na própria carne a incompletude diante de uma realidade, que não permite antever as necessárias mudanças.

Esse problema não é exclusivo de brasileiros, mas aqui se percebe que existe uma sólida vontade desse grupo de se integrar à faixa produtiva da sociedade, mas não percebe a oferta de vagas e salários por parte dos segmentos econômicos do Brasil.

Fala-se muito em empreender, em inovação, em romper com as formas tradicionais de trabalho e produção, mas ainda é uma área bem restrita, em nosso país, a obtenção de financiamentos, de apoios acadêmicos e empresariais, para criar e implantar novas empresas, e obter alguns ganhos.

Observa-se nos espaços destinados a coworking uma grande quantidade de jovens, que permanecem sem ganhos financeiros, 
mas que acalentam seus sonhos de uma vida autônoma, estável e que permita formar uma família e viver, minimamente, sem o vital apoio dos pais.

Precisamos fazer algo, e de forma rápida e eficaz, para evitar que esses jovens ingressem no terreno da desesperança, da tristeza, da perda da autoconfiança, pois essa geração terá que entrar no mercado de trabalho, para que o ciclo da continuidade, e solidariedade social, não se rompa ou se perca.

A vida é uma corrida de revezamento, na qual cada geração precisa passar o bastão para a próxima, um pouco mais à frente do que o recebeu, para que se possa construir o avanço social, político, econômico e cultural.

Abandonar essa geração à própria sorte pode jogar o Brasil numa situação de dúvida e angústia.
Estamos envelhecendo como nação e sociedade e não podemos nos dar o "luxo" de desprezar expressiva quantidade de mão de obra, que tem muita vontade de trabalhar!



quinta-feira, 2 de março de 2017

MULHERES DO BRASIL


Nossa sociedade ainda muito influenciada por uma masculinidade excessiva, fruto de muitos anos de uma grande distância e desigualdade entre homens e mulheres, ainda produz uma série de efeitos práticos, nas relações familiares, sociais, profissionais e políticas.

Leis estão sendo atualizadas e modernizadas, regulamentos formais estão sendo aperfeiçoados, relações de trabalho já são balizadas pela inovação comportamental.
Mas em vários campos ainda nos defrontamos com mais motivação para priorizar o que envolve homens.

A questão prisional e penitenciária, em todo o Brasil, é um desses espaços em que a mulher não recebe a devida atenção igualitária.
Há muitos anos atrás, depois de contatos com a realidade do Presídio Feminino de nossa capital, implantei uma organização não governamental, com o objetivo de carrear ações e recursos para ajudar no processo de ressocialização das detentas.

Batizei a organização de Flor-de-Lotus, pelo belo simbolismo que os orientais atribuem à essa planta.
Ela nasce no lodo, mas se desenvolve de forma a oferecer a beleza de uma das mais lindas flores e um suave aroma, que em nada retrata o meio físico de onde veio, o lodo.

Esse signo associado à flor motivou a compreensão das voluntárias que se agregaram ao trabalho, pois a possibilidade de uma retomada de vida normal, pelo trabalho e aceitação social, corresponde à beleza da visão oriental: não importa o que você fez ou de onde veio, o importante é que diante da sociedade já houve o ajuste de contas, dentro da lei, e a vida espera do lado de fora dos ambientes onde as penitências foram cumpridas.

Muitas foram as mulheres que integraram o grupo de esperançosas cidadãs, que juntaram suas energias e esperanças para levar dignidade e sonho a quem, além das penas formais, ainda era castigada por outras carências materiais e organizacionais.

Nas visitas que nosso grupo fez ao local de aprisionamento logo foram sentidas a falta de recursos de higiene pessoal e íntima, a pequena quantidade de banheiros e chuveiros, e o enorme vazio no tocante aos campos cognitivo e cultural.

Na época, uma cineasta gaúcha tinha produzido um filme muito bem elaborado, no qual contava a vida de uma ex-detenta, que apesar de passar por um pequeno processo de reencontro da “vida normal” no seio da sociedade, não tinha resistido ao impacto da idade, do preconceito e do transtorno da auto-exclusão social.

Organizamos uma programação para levar capacitação, palestras, peças culturais com cinema e teatro, e foi elaborado um amplo programa de estágios de trabalho, para que aquelas mulheres pudessem readquirir uma identidade social sem o peso, sem o carimbo, sem a pecha de um dia ter cometido crimes.

Várias organizações foram contatadas, e se propuseram a participar, para oferecer vagas de estágios, remunerados ou não, para que as mulheres pudessem conquistar um status com referenciais de pessoas produtivas.

Mas apesar de todo o esforço e de toda a energia aplicada ao longo de um bom tempo, as contradições burocráticas, estatais, legais, foram corroendo as possibilidades de se implantar um programa integrado de ressocialização de mulheres.

Ao lado do presídio masculino, no qual abundavam os programas remunerados de trabalho para detentos, no feminino a soma de recursos era extremamente rasa, a própria segurança física e prisional era ínfima, algumas vigilantes e uma escopeta de cano duplo na sala da diretora não eram suficientes, nem minimamente.

O voluntariado social é um patrimônio muito valioso, mas que precisa ser devidamente valorado e valorizado pelo estado, para retribuir toda a carga temporal aplicada, que muitas vezes é retirada das atividades familiares, laborais e profissionais.

O trabalho voluntário não visa ganhos nem pagamentos, de qualquer espécie, mas é uma doação ética, afetiva, emocional, física e até mesmo financeira, que precisa ser devidamente recebida e reconhecida, para que a sociedade apoie e se engaje no esforço de oferecer condições dignas de vida a seres humanos que já sofreram todo tipo de carências e violência.

Hoje, ao ler o Diário Catarinense, vejo na coluna da Jornalista Julia Pithan uma notícia que me encheu de alegria e esperança.
A empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza, está apoiando e patrocinando uma grande ação de mulheres, em todo o Brasil, chamado MULHERES DO BRASIL.

E constato, com júbilo e certeza do sucesso da iniciativa, que muitas valorosas e fortes mulheres catarinenses já alistaram suas competências e experiências para oferecer suas energias e força de trabalho para um programa voltado para presidiárias em Santa Catarina.

Mulheres do naipe de Annalisa Blando Dal Zotto, Amanda Lima Gomes, Fernanda Bornhausen Sá, Heloisa Luz, Mara Abreu, Salete Sommariva, Telma Lenzi, Sônia Hess de Souza, já se encontraram para começar a trabalhar.
Isso muda a sociedade, isso constrói novos rumos, isso é a convicção de que nem só homens, nem só grandes estruturas, nem só grandes verbas, é que movem a grande roda da mudança efetiva.

No Brasil, que já gerou grandes figuras femininas, as quais já ajudaram a construir inovação, mudança e avanços qualitativos, esse grupo de mulheres de nossa Santa Catarina resgata a imagem da grande brasileira Bertha Lutz.

Cientista, bióloga de formação inicial, conscientizou-se da importância do voto feminino como elemento garantidor da participação da mulher na construção dos destinos da nação brasileira.
Mesmo após uma consolidada carreira na área científica, com reconhecimento internacional, Bertha Luz foi estudar direito, para poder, como advogada, ajudar na redação de projetos de lei, bem como acompanhar e exercer pressão sobre o parlamento brasileiro.

A promessa do voto feminino era relatada desde a decretação da República, em 1889, mas só foi virar realidade em 1932, no Governo Getúlio Vargas, mas desde que autorizada pelo marido.
Somente dois anos depois, em 1934, é que a mulher alcançou o voto pleno, autônomo, independente, digno.

Essa grande mulher brasileira, Bertha Lutz, mereceria maior e mais perene reconhecimento de toda a nossa população, pois graças a seu envolvimento e capacidade de doação pessoal é que o Brasil hoje experimenta uma participação feminina expressiva e importante, que ainda deve ter seu potencial melhor aproveitado para o crescimento qualitativo de nosso país.


E usando o nome dessa mulher que é um símbolo da força feminina, capacidade intelectual, e determinação para trabalhos de elevado nível, é que cumprimento a todas as MULHERES DO BRASIL que se agrupam neste capítulo catarinense, para as quais desde já ofereço meu engajamento, convidando e convocando todos os homens de nossa terra, que sonham com dias melhores, a apoiarem com força e recursos, esse grupo de mulheres, que, com certeza, são símbolo das mudanças que o Brasil requer.





A CIVILIZAÇÃO DO ESPETÁCULO


O título acima é do belo livro de Mario Vargas Llosa, uma análise contundente deste nossos tempos de imagens e cores.
Dura radiografia da cultura e dos tempos atuais, pelo olhar inconformista do mais notório escritor peruano

“A arte, a literatura, e o cinema se trivializaram de tal maneira, que o espectador e o leitor vivem a ilusão de ser cultos e de estar na vanguarda de tudo com o mínimo esforço intelectual.
“Se aceitar entrar no jogo da civilização do espetáculo e se converter em um bufão, o intelectual tem a possibilidade de que sua mensagem prospere.” – Mario Vargas Llosa

A banalização das artes e da literatura, o triunfo do jornalismo sensacionalista e a frivolidade da política são características da sociedade contemporânea: a ideia temerária de converter em bem supremo a natural propensão humana para o divertimento.

Este é o tema central do novo ensaio de Mario Vargas Llosa, Prêmio Nobel de Literatura em 2010.
Em A civilização do espetáculo, o escritor diz que no passado a cultura era uma espécie de consciência que impedia que virássemos as costas para a realidade.

Hoje, lamenta Llosa, a cultura atua como mero mecanismo de distração e entretenimento. Para ele, “a ideia ingênua de que, através da educação, se pode transmitir cultura à totalidade da sociedade, está destruindo a ‘alta cultura’, pois a única maneira de conseguirmos essa democratização universal da cultura é empobrecendo-a, tornando-a cada dia mais superficial”.

Para o autor peruano, a figura do intelectual que estruturou todo o século XX teria desaparecido do debate público.
Ainda que alguns assinem manifestos e participem em polêmicas, sua repercussão na sociedade é mínima.
Conscientes desta situação, observa Llosa, “muitos optaram pelo silêncio”.


Seria uma antevisão de Mario Vargas Llosa à era Trump e suas verdades inverdadeiras, ou “realidade alternativa”, como tentou uma assessora do novo presidente americano?