O Brasil elegeu uma nova
configuração de dirigentes, em seu processo eleitoral deste mês de outubro. A
presidência da República foi reeleita, muitos novos governadores, novas
bancadas estaduais e federais. Os discursos dos dois candidatos à presidência
da República focaram a necessidade de nosso país valorizar a união nacional, o
cumprimento legal, e a solução para a situação econômica, que a nação enfrenta.
Dilma Rousseff fez questão de
destacar seu compromisso com o combate à corrupção, chamou a atenção para a
necessidade de a sociedade superar logo a divisão gerada pela eleição, e para a
união em torno da nação.
É importante que se atente para
um aspecto fundamental, resultante desse processo de disputa: nosso país está
numericamente com duas partes quase iguais, os que votaram na candidatura de
oposição, e aqueles que reelegeram a candidata da situação.
Esses números demonstram uma
mudança muito interessante na postura da cidadania.
Daqui para a frente deverá ser
exercido um controle social bem mais expressivo do que aquele que vinha sendo
realizado, até agora. Houve um despertar durante o processo eleitoral, que
trará melhorias e benefícios para a sociedade brasileira. Em todo o mundo as
democracias maduras são caracterizadas por uma atividade permanente de
acompanhamento de tudo que os governos fazem. No Brasil essa atividade cidadã
estava bastante amortecida, distante, por uma prática cultural de se manifestar
somente nos momentos eleitorais. Desde as manifestações de 2013, ainda não bem
digeridas pela sociedade, nem por governos e instâncias legislativas, ficou
evidente que o Brasil estava mudando. Com a aglutinação ocorrida agora, se
completa um ciclo de retomada do controle sobre as atividades governamentais e
de nossas assembleias legislativas e congresso nacional.
Além dessa percepção clara de
mudança, a participação dos novos governadores, e a nova relação político-partidária
advinda dos agrupamentos locais e regionais decorrentes do novo mapa, que
existe desde ontem, vai alterar completamente a situação nacional, que havia
antes das eleições.
A Presidente eleita terá que
enfrentar duas situações eminentemente prioritárias, inclusive de acordo com
seu discurso da noite de ontem, que podem comprometer sua gestão: os casos de
corrupção investigados pela Polícia Federal, e a situação econômica do Brasil,
desde que ela sinalizou com a substituição do atual ministro da fazenda.
Além disso, a reforma política já
tão adiada e nunca tratada com a seriedade, que merece, ocupará importante prioridade
para a nação, pois ficou evidente nesta eleição a mais completa contradição, a
ausência de programas e posturas ideológicas, entre os partidos e políticos,
que se perfilaram com uma ou outra corrente eleitoral.
Pessoas que jamais professaram
princípios coletivistas concorreram por partidos com programas socializantes,
enquanto outras vindas de partidos com nomes e siglas popularmente entendidas
como “comunistas”(apesar da superação desse termo) ou “socialistas”,
concorreram, ou ajudaram, ou apoiaram, coligações com características do que
seria o poder econômico ou financeiro.
Esse mosaico do crioulo doido,
que foi facilmente detectado pelos eleitores, comprova a completa dissociação
entre o processo partidário e as tendências reais, que a sociedade brasileira
contempla em suas crenças.
Enquanto no campo da fé religiosa,
e dos times de futebol, são encontradas posturas bem mais coerentes, e
permanentes, nas eleições, e nas coligações partidárias nota-se, nitidamente, o
predomínio de interesses imediatos, sem qualquer compromisso com programas
partidários, ou com correntes ideológicas, históricas, ou mais recentes.
Pode-se concluir que essa postura
foi implantada ao longo de uma história de dominação e imposição de
comportamentos “aderentes”, que substituíram a opção de escolha, que deve ser a
marca das democracias conscientes.
Mas, sem qualquer dúvida, já está
na hora, no momento histórico, de o Brasil rever sua condição partidária e
eleitoral, assumindo a sociedade brasileira suas identificações e preferências
políticas, ideológicas, partidárias, para que se saiba em quem se está votando,
por quais motivos e razões, e por apoio a quais posturas e compromissos
programáticos.
Sem isso, o Brasil, dificilmente,
encontrará um espaço entre as nações mais desenvolvidas, pois aquelas que já
estão nessa posição não chegaram lá por acaso, por sorte, ou por terem
encontrado uma riqueza econômica aleatoriamente. Desenvolvimento só se obtém
por um processo de construção de uma nova realidade, desde que escolhas claras
sejam realizadas, em relação à prioridade dada à educação, à saúde das pessoas,
e a necessidade de trabalho digno e bem remunerado, além de cuidados ambientais,
de pesquisa e inovação.
Nada é por acaso, e uma nação do
porte do Brasil precisa abandonar as posturas casuísticas e quase lotéricas, de
se apostar em adesões pessoais, individuais, egocêntricas, quando se está
tratando do futuro de todos, e da tentativa de resgatar nosso país do limbo do
jeitinho e da corrupção amiga.
Jeitinho e corrupção só levarão
este país para condições cada vez mais distantes daquilo que se almeja como uma
sociedade desenvolvida, justa, decente, ética e equitativa.
O Brasil elegeu uma nova
configuração de dirigentes, em seu processo eleitoral deste mês de outubro. A
presidência da República foi reeleita, muitos novos governadores, novas
bancadas estaduais e federais. Os discursos dos dois candidatos à presidência
da República focaram a necessidade de nosso país valorizar a união nacional, o
cumprimento legal, e a solução para a situação econômica, que a nação enfrenta.
Dilma Rousseff fez questão de
destacar seu compromisso com o combate à corrupção, chamou a atenção para a
necessidade de a sociedade superar logo a divisão gerada pela eleição, e para a
união em torno da nação.
É importante que se atente para
um aspecto fundamental, resultante desse processo de disputa: nosso país está
numericamente com duas partes quase iguais, os que votaram na candidatura de
oposição, e aqueles que reelegeram a candidata da situação.
Esses números demonstram uma
mudança muito interessante na postura da cidadania.
Daqui para a frente deverá ser
exercido um controle social bem mais expressivo do que aquele que vinha sendo
realizado, até agora. Houve um despertar durante o processo eleitoral, que
trará melhorias e benefícios para a sociedade brasileira. Em todo o mundo as
democracias maduras são caracterizadas por uma atividade permanente de
acompanhamento de tudo que os governos fazem. No Brasil essa atividade cidadã
estava bastante amortecida, distante, por uma prática cultural de se manifestar
somente nos momentos eleitorais. Desde as manifestações de 2013, ainda não bem
digeridas pela sociedade, nem por governos e instâncias legislativas, ficou
evidente que o Brasil estava mudando. Com a aglutinação ocorrida agora, se
completa um ciclo de retomada do controle sobre as atividades governamentais e
de nossas assembleias legislativas e congresso nacional.
Além dessa percepção clara de
mudança, a participação dos novos governadores, e a nova relação político-partidária
advinda dos agrupamentos locais e regionais decorrentes do novo mapa, que
existe desde ontem, vai alterar completamente a situação nacional, que havia
antes das eleições.
A Presidente eleita terá que
enfrentar duas situações eminentemente prioritárias, inclusive de acordo com
seu discurso da noite de ontem, que podem comprometer sua gestão: os casos de
corrupção investigados pela Polícia Federal, e a situação econômica do Brasil,
desde que ela sinalizou com a substituição do atual ministro da fazenda.
Além disso, a reforma política já
tão adiada e nunca tratada com a seriedade, que merece, ocupará importante prioridade
para a nação, pois ficou evidente nesta eleição a mais completa contradição, a
ausência de programas e posturas ideológicas, entre os partidos e políticos,
que se perfilaram com uma ou outra corrente eleitoral.
Pessoas que jamais professaram
princípios coletivistas concorreram por partidos com programas socializantes,
enquanto outras vindas de partidos com nomes e siglas popularmente entendidas
como “comunistas”(apesar da superação desse termo) ou “socialistas”,
concorreram, ou ajudaram, ou apoiaram, coligações com características do que
seria o poder econômico ou financeiro.
Esse mosaico do crioulo doido,
que foi facilmente detectado pelos eleitores, comprova a completa dissociação
entre o processo partidário e as tendências reais, que a sociedade brasileira
contempla em suas crenças.
Enquanto no campo da fé religiosa,
e dos times de futebol, são encontradas posturas bem mais coerentes, e
permanentes, nas eleições, e nas coligações partidárias nota-se, nitidamente, o
predomínio de interesses imediatos, sem qualquer compromisso com programas
partidários, ou com correntes ideológicas, históricas, ou mais recentes.
Pode-se concluir que essa postura
foi implantada ao longo de uma história de dominação e imposição de
comportamentos “aderentes”, que substituíram a opção de escolha, que deve ser a
marca das democracias conscientes.
Mas, sem qualquer dúvida, já está
na hora, no momento histórico, de o Brasil rever sua condição partidária e
eleitoral, assumindo a sociedade brasileira suas identificações e preferências
políticas, ideológicas, partidárias, para que se saiba em quem se está votando,
por quais motivos e razões, e por apoio a quais posturas e compromissos
programáticos.
Sem isso, o Brasil, dificilmente,
encontrará um espaço entre as nações mais desenvolvidas, pois aquelas que já
estão nessa posição não chegaram lá por acaso, por sorte, ou por terem
encontrado uma riqueza econômica aleatoriamente. Desenvolvimento só se obtém
por um processo de construção de uma nova realidade, desde que escolhas claras
sejam realizadas, em relação à prioridade dada à educação, à saúde das pessoas,
e a necessidade de trabalho digno e bem remunerado, além de cuidados ambientais,
de pesquisa e inovação.
Nada é por acaso, e uma nação do
porte do Brasil precisa abandonar as posturas casuísticas e quase lotéricas, de
se apostar em adesões pessoais, individuais, egocêntricas, quando se está
tratando do futuro de todos, e da tentativa de resgatar nosso país do limbo do
jeitinho e da corrupção amiga.
Jeitinho e corrupção só levarão
este país para condições cada vez mais distantes daquilo que se almeja como uma
sociedade desenvolvida, justa, decente, ética e equitativa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário