Há alguns anos atrás, o nordeste era terra de freguesia de políticos corruptos, e corruptores, que usaram por muitos anos a "indústria da seca".
Volumes fabulosos de recursos públicos eram desviados para bolsos privados, por meio de estratagemas e negociatas.
Atualmente, tendo o poder público investido menos do que devia, nos últimos 20 anos, fica o nordeste refém dos governos federais, que se sucedem, e que continuam prometendo a redenção.
Grandes obras inacabadas, enormes promessas de salvação, de alcançar condições dignas de vida, de novos surtos de desenvolvimento, continuam usando a região nordeste do Brasil de forma pouco digna.
Quer se fazer uma imagem dos "pobres nordestinos", como se condenados a viver, sempre, dependentes do governo federal, ajudando, dessa forma, a construir um estigma pesadíssimo contra os nordestinos, como se incapazes de trabalhar e produzir, fossem.
Esse mito dominador, esse ícone só serve a um determinado tipo de poder, que deseja perpetuar o preconceito, e estimulá-lo, contra o nordestino, como se um inerte fosse.
A indústria de São Paulo, a construção civil, a gastronomia, e várias outras atividades econômicas e profissionais, desmentem essa tentativa.
Muitos nordestinos fugindo das péssimas condições ambientais e da ausência de investimentos governamentais, se deslocaram para SP, participando com a sua imensa capacidade de trabalho de muitos segmentos empresariais, sendo a indústria automobilística uma evidente prova desse engajamento.
O nordestino é um forte, já o disseram muitos escritores, músicos, artistas, poetas.
E lá está esse povo valente, pacífico, trabalhador, que continua resistindo ao abandono, recebendo migalhas públicas e esperando, os poderosos, que se contente com pouco, ou quase nada, e que, ainda, seja utilizado, politicamente, pelo poder, para que este passe ao resto da nação brasileira, a impressão de que realiza uma grande cruzada salvadora daquela região.
Pelas grandes distâncias, e pelo pré conceito construído pelo poder, ao longo de muito tempo, o nordeste é pouco conhecido, em sua realidade social, econômica, e ambiental, por grande parcela das populações das regiões abaixo do Rio de Janeiro, que para lá viajam, normalmente nas férias, mas que ficam mais na parte litorânea.
Querer explorar essa situação apresentando ao sul do Brasil os nordestinos como recebedores de grandes parcelas de recursos públicos, de muitas obras e de muitas ajudas governamentais, não passa da velha e espúria atitude dominadora de "dividir para governar".
O mesmo argumento, em forma reversa, é apresentado no nordeste, como se o sul fosse uma região privilegiada, rica, que tem todos os privilégios de soluções e investimentos públicos, riqueza acumulada, e que deseja que nada seja canalizado para o nordeste.
Essa atitude canalha, diversionista, que tenta dividir criminosamente uma nação, um território, idioma, e cultura, únicos, encontra sentido na busca desenfreada pelo poder, por cada vez mais poder, de grupos políticos que não querem que o Brasil se conheça, nem se reconheça, dentro de parâmetros de solidariedade, de generosidade, de respeito mútuo, de compreensão, e de colaboração.
Existe o risco de parcelas da sociedade, menos informadas ou conscientizadas do processo político, embarcarem nessa lenda espalhada por artífices desses podres poderes, que se deslumbraram com a corrupção, com dinheiro ilimitado, com benesses para parentes e amigos, tudo feito com os dinheiros públicos, advindos de impostos, produzidos de norte a sul, de leste a oeste, deste iludido e roubado Brasil.
Mas é grande, também, o risco, que esses corruptos, esses bandos de salteadores da riqueza gerada em nossa nação, de que a população brasileira, orientada por novas e honestas lideranças, se dê conta dessas artimanhas e manobras, e que venha a expulsar os assaltantes, os ladrões, os saqueadores da riqueza nacional, levando-os ao exílio das cadeias, ao degredo das penitenciárias, ao castigo das masmorras.
E de nada valerá, mais, tentar se fazer de vítimas de "ricos" e "poderosos", que "usurpam" a riqueza de nosso Brasil, pois desmascarados estarão por todo o povo brasileiro, que se cansará desse teatro de horrores, que foi montado, com as máscaras de trabalhadores, com falsas asas de anjos, com "personas" falsas, como falsas sempre foram as suas posturas populistas e ilusórias.
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