quinta-feira, 22 de julho de 2010

BRASIL 2011: PRIORIDADE DEVE SER A REVOLUÇÃO EM EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO

(artigo também publicado no site www.economiasc.com.br)


O “gigante” continua adormecido em berço nem tão esplêndido.
O Brasil não está bem na área de educação formal pública.
Os recentes exames de avaliação promovidos pelo próprio Ministério da Educação comprovam o grande atraso da estrutura que deveria estar preparando o país para seu futuro.
O novo presidente da República, os eleitos governadores dos estados e os legisladores receberão uma herança pesada e irresponsável de seus antecessores.
São muitos os países que superaram, em curto prazo, situações de defasagem em relação a outros, devido a uma história de abandono da área educacional.
Mas o Brasil, que muito tem investido em assistencialismo e ações pontuais, começa a perceber, formalmente, o que já se sabia por meio de outras avaliações transversais de sua realidade.
A falta de uma cidadania mais ativa e controladora das ações governamentais e legislativas, a ausência de uma postura construtiva, desde primários relacionamentos de vizinhança até o resguardo dos recursos públicos, e de como são aplicados, reflete uma servidão que deságua na alienação as vezes muito desejada pelo poder.
No setor empresarial, não são poucas as oportunidades em que as carências da educação formal são denunciadas a ponto de faltar mão de obra preparada e especializada para vários segmentos que pretendem e necessitam ampliar seus quadros de pessoal.
Os diagnósticos não são novos, nem surpreendentes: professores muito mal pagos, pouco valorizados e desmotivados; falta de reciclagem, capacitações e treinamentos especializados e que os preparem para lidar com a inovação que invade as casas dos alunos e que compete com as salas de aula velhas, desaparelhadas e sem qualquer modernização de meios e recursos.
Todo o universo escolar precisa ser revisto, reavaliado e recolocado em termos de orçamento público, prioridades de aplicação de recursos e de reconhecimento pela sociedade.
Os brasileiros precisam ter orgulho de seus mestres e de seu sistema educacional.
A autoestima do país é um dado aparentemente subjetivo, mas é insumo de soberania e respeito.
O risco de uma avaliação burocrática e intramuros, como vem sendo objeto a educação no Brasil, pode nos condenar a um segmento global de segunda mão, justamente num momento histórico em que todo o mundo se ocupa em renovar conceitos de desenvolvimento associados ao saber e à inovação.
Desde as secretarias municipais, passando pelas estaduais e chegando ao mamútico Ministério, são inúmeros grupos de trabalho, grandes equipes “multidisciplinares” e elevado numero de convênios e repasses que se revelam inúteis mantenedores de atividades-meio improdutivas, e grandes gastos de dinheiro público, com resultados medíocres e sem compromisso com o produto final, que deveria ser a excelência em formação dos futuros cidadãos.
Quando um país está em fase de investimento em desenvolvimento, a importação de tecnologia e equipamentos até é compreendida como uma aplicação futura em novas indústrias e em inovadores produtos.
A preocupação é quando o país, sem estar investindo em seu futuro, começa a importar produtos com grande volume de tecnologia embarcada, somente para consumo deletério e fútil de seus habitantes.
Pior será o quadro Brasileiro se tivermos que chegar a ponto de importar mão de obra com elevados níveis de conhecimento e especialização “embarcados”.
Muitos são os pesquisadores e especialistas que recomendam mudanças radicais no que hoje se faz em educação.
Escolas mais modernas, tecnologias disponibilizadas para professores e alunos, meios e recursos presentes nas salas de aula, laboratórios de todos os segmentos incorporados ao cotidiano do processo.
Maior interação com os setores produtivos, desenvolvimento de novos produtos, associados a uma visão abrangente do mercado mundial e nacional.
A questão vocacional e os perfis ocupacionais deverão merecer foco, e atenção redobrada. Jornadas integrais, com cargas diárias de no mínimo seis horas de estudos e práticas.
Enfim, uma revolução em que só haverá vencedores, pois a Nação Brasileira será a herdeira dos resultados que nos colocarão no patamar que sempre sonhamos, mas que estamos constatando ser apenas letra de um hino.
Podemos aplicar recursos em infraestrutura, promover elevado numero de concursos públicos para aparelhar o Estado para atender a complexidade crescente de nossa sociedade, promover campanhas internacionais para captar copas do mundo e olimpíadas, mas se não tivermos a coragem e a noção de “timing” histórico, podemos condenar nossos futuros cidadãos a ficar sonhando, sempre, com um futuro melhor.
E a resposta que teremos desse mesmo mundo será impiedosa e fria, como pode ser o desprezo por quem não se valoriza ou aproveita mal as oportunidades que tem.
Já se gastou muito dinheiro público com mordomias, vantagens cumulativas para servidores, já muito bem pagos, com todas as maravilhas da decoração, prédios públicos transformados em verdadeiras pirâmides de mármores e vidros exóticos etc, que confortam gestores governamentai.
Aviões e helicópteros transportam autoridades, como se elas não devessem se conspurcar com os injustos e antigos quadros retratados no mosaico social da distante superfície sobrevoada.
Agora chegou a hora do basta.
Pode até haver dinheiro para esses deslumbrados brinquedinhos de estupefatos usuários, mas o momento e os próximos anos serão de compromisso sério e coerente com o futuro de nossa Nação Brasileira.
E esse futuro passa pela erradicação dos conceitos antigos, da corajosa ação dos novos governantes, que terão a obrigação de refazer a educação neste país, colocando-a, com letra maiúscula, nos orçamentos públicos e planos estratégicos e como objetivo permanente de desenvolvimento.
Ou continuarão a sobrevoar uma Nação que poderia ter sido e não foi.
Algo como a música, que tanto queremos negar e que fala “que o Haiti é aqui”.

sábado, 10 de julho de 2010

Muito Além da Covardia

Para Senhor Paulo Jorge Marques - Editor Executivo do Jornal Noticias do Dia-
Para Senhora Adriana Ferronatto - Editora-Chefe do Jornal Noticias do Dia-
Para Senhor Luis Meneghim - Diretor de Redação do Jornal Noticias do Dia
Nota de repúdio e protesto apresentada ao Sr Paulo Jorge Marques – Editor Executivo do Jornal Notícias do Dia

Muito Além da Covardia

Recentemente, após ter feito a assinatura desse Jornal, enviei-lhe mensagem de congratulações pela excelente atuação jornalística e pela cobertura ampla e abrangente das realidades locais.
Hoje, lamentavelmente, venho apresentar um protesto, veemente, movido pela obrigação ética e moral de não deixar passar uma afronta aos direitos humanos das mulheres e uma ameaça à banalização da violência que as mulheres sofrem em nossa sociedade.
Na página 20 da edição de hoje, 10.07.2010, sob o título “Tira”, uma charge brinca com o recente crime cometido contra uma mulher.
Se refere a “Tira” ao principal suspeito de ser o mandante e partícipe do bárbaro assassinato, como um goleiro que poderia substituir o da seleção brasileira no “Mata-Mata”.
Tudo isso apresentado em tom que se pretende cômico, ou irônico, mas que repugna pela vulgaridade, irresponsabilidade e desrespeito às leis e à vida.
Como pode um chargista, usando espaço oficial dessa publicação, fazer chistes com situação tão absurda, que tem impactado toda a sociedade brasileira, pela crueldade, violência desmedida, frieza e covardia empregados no ignóbil e desumano ataque de vários homens sobre uma mulher indefesa, e em situação de inferioridade e desvantagem absoluta de possibilidades de defesa, diante da canalhice desmedida de seus algozes, todos homens e muito mais fortes?
A cultura machista de nossa sociedade, e as atitudes de virilidade ostensiva ainda seguram a evolução conceitual no Brasil, fazendo com que as heranças medievais e primárias da força bruta continuem sendo aceitas e propaladas no seio das famílias, no meio profissional e social, como se a simples condição de homem pudesse atribuir qualquer nuance de superioridade a um ser completamente igual à mulher e, pelo contrário, inferior em alguns aspectos relativos à vida e à sensibilidade relacional, justamente pela pesada descendência de primarismo, herdada ainda da brutalidade com que as mulheres índias foram agredidas e violentadas pelo colonizador português, no distante processo histórico de colonialismo, infelizmente ainda tão presente em nossa atualidade.
Na mesma edição de hoje, na página 28, uma notícia relata a repetição da brutalidade contra a mulher, quando conta que três homens amarraram, espancaram e, ainda estando a mulher com vida, a afogaram em um pântano.
Esse mesmo Jornal, em recente edição, noticiou a bárbara agressão física, e sexual, de dois ou mais homens contra uma mulher, uma criança do sexo feminino de apenas 13 anos, tendo a violência chegado aos limites de qualquer tolerância que se possa vir a ter com eles, mesmo considerando serem “adolescentes”.
E tudo isso acontece com uma certa complacência, mesmo que sutil e subjetiva, dadas as condições do psicossocial desta nossa sociedade contemporânea, que muitas vezes ainda externa seus preconceitos e estereótipos contra a mulher, com comentários estúpidos e irracionais como o que se ouviu recentemente de outras mulheres: “..mas quem mandou ela se envolver com aquele goleiro”.
Comentários agravados pela parcialidade com que parte da imprensa nacional ainda se refere à mulher morta no Rio de Janeiro, como a “amante do goleiro”, “participante de orgias”, tudo parte da argumentação do criminoso, que visa desqualificar a pessoa assassinada, pois estando ela morta tudo pode lhe ser atribuído e ela jamais poderá se defender dessa condenação moralista, preconceituosa, de um julgamento social eivado de condicionamentos conservadores e canalhas, pois se dá após a sua morte, quando ela nada mais pode expressar, na sua condição de esquartejada e desaparecida.
Como Educador não poderia ser conivente com essa atitude, mesmo que impensada e inconseqüente, contida em seu Jornal, e peço que esse assunto seja tratado de forma que venha a ajudar na reformulação e evolução dos conceitos aos quais me referi, que por sua perpetuação podem manter nossa sociedade numa condição de falta de respeito com a condição da mulher, impedindo o desenvolvimento pleno das potencialidades humanistas das novas gerações, e comprometendo o futuro do Brasil como Nação evoluída e inteligente.
Danilo Cunha
Consultor e Educador

Mulheres Modernas - De Bertha Lut.............................................z. a. .G..i.se.le. Bü.nd.ch.en .- In.telig.ênc.ia, E.stéti.ca .e. E.ss.ên.c...i..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................


Mulher moderna é a mulher sintonizada com seu tempo, consciente de seu passado e construtora de seu futuro.
O passado da mulher no Brasil aponta para várias figuras de destaque na vida, e na evolução da sociedade brasileira.
As mulheres foram peça básica na educação, nas artes, na saúde e, até mesmo, na guerra, mesmo sendo uma atividade nunca desejada por elas.
Como diz a sensível escritora e poeta Marina Colasanti:
“As mulheres sempre perdem a guerra. Não a querem, mas a perdem. Perdem quando estão no caminho dos exércitos e se tornam botim. Perdem quando batalham em silêncio nas cidades esvaziadas de seus homens, para manter sólida a retaguarda e conservar a ordem do país. Perdem quando recebem seus homens num caixão ou quando eles voltam com o equilíbrio despedaçado. Perdem quando se apaixonam pelo inimigo e quando o inimigo se apaixona por elas.”
Na FEB - Força Expedicionária Brasileira, quando o Brasil declarou guerra ao eixo e enviou forças para a Europa, na segunda guerra mundial, mesmo contrárias à destruição representada pela guerra foram mulheres brasileiras as primeiras a desembarcar na Itália, e as últimas a retornar para solo brasileiro.
E o fizeram na condição de enfermeiras, ajudando a salvar vidas e a curar feridas, em meio aos horrores da destruição.
Mas conhecer mais seu passado só remete as mulheres brasileiras a bons motivos para se encherem de orgulho.
Muitas foram as mulheres que ajudaram na evolução e na melhoria da qualidade da sociedade brasileira.
Um nome emblemático, um ícone dessa participação, é o da líder feminista e bióloga Bertha Lutz.
Ela foi pioneira da luta feminista no Brasil.
E foi uma mulher moderna em seu tempo, num tempo em que as mulheres não tinham direitos assegurados e no qual ser mulher era uma condição limitada e subalterna, até mesmo nas leis da época.
Muito jovem, foi estudar na Europa e lá se conectou as lutas das sufragistas inglesas, que se organizavam e protestavam pelo direito ao voto das mulheres.
Em 1918 licenciou-se em ciências na Universidade de Sorbonne e em seu retorno ao Brasil, ingressou, através de concurso público, como bióloga no Museu Nacional.
Mesmo tendo uma atuação muito ativa como cientista e professora, ao longo de 46 anos, Bertha Lutz abraçou a causa feminina e foi decisiva na derrubada de limites, na construção dos direitos da mulher, e na inclusão, na cultura masculina, de uma atitude de constatação e da aceitação da mulher como uma igual.
Em 1918 redigiu e publicou manifesto na “Revista da Semana” intitulado “Somos Filhos de Tais Mulheres”, respondendo a um jornalista carioca, que havia menosprezado a ebulição feminista que ocorria na Europa e diminuído o efeito que aquelas movimentações poderiam ter sobre as mulheres brasileiras.
Em 1919 Bertha Lutz representou o Brasil no Conselho Feminino Internacional, onde foram aprovados os princípios de salário igual para ambos os sexos e a inclusão da mulher no serviço de proteção aos trabalhadores.
Na volta ao Brasil Bertha Lutz empenhou-se radicalmente na luta pelo voto feminino e junto com outras mulheres criou, ainda em 1919, a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que foi o embrião da importante Federação Brasileira pelo Progresso Feminino.
Na década de 1920 foram travadas muitas lutas no Congresso Nacional para fazer passar o direito das mulheres de poder votar e ser votadas.
Em 1929 Bertha Lutz participou da criação da União Universitária Feminina e ingressou em mais um curso universitário, agora o de direito, para capacitar-se na luta legislativa para a conquista do voto feminino.
Graduou-se em 1933 e participou de forma decisiva na elaboração e aprovação do projeto de lei que, em 1932, incluiu a mulher brasileira como um ser com direito a escolher pelo voto os destinos de seu país.
Em 1934 ocorreram eleições gerais no Brasil e, graças aos esforços e dedicação de Bertha e outras mulheres engajadas nessa luta, foram eleitas 9 deputadas estaduais, em vários estados brasileiros.
A representação legislativa feminina estava assegurada, a partir da luta pelo direito de votar.
Nessa eleição foi eleita a catarinense Antonieta de Barros professora e jornalista e primeira mulher negra a assumir um mandato popular no Brasil e a primeira mulher a participar do legislativo catarinense.
Além dessa importante e emocionada participação feminina, e feminista, Bertha Lutz foi reconhecida internacionalmente por sua contribuição como bióloga, na pesquisa zoológica, especificamente na descoberta de várias espécies anfíbias brasileiras.
Bertha Lutz faleceu no Rio de Janeiro, em 1976.
Nessa década de 1970 também faleceu Leila Diniz, em 1972.
Símbolo da liberdade feminina da geração dos anos 60, Leila nos deixou em um desastre aéreo, aos 27 anos, quando retornava da Índia para o Brasil.
Leila foi uma líder moderna em seu tempo.
Ajudou a associar a leveza da alegria de ser mulher à alegria das escolhas próprias e de assumir o destino em suas mãos.
Foi professora de pré-primário, atriz de teatro e cinema e representou, com força, elegância e pertinácia, a caminhada da mulher brasileira em direção à autonomia e independência.
Viveu a efervescência cultural, política e social dos anos 60, protestou contra posturas conservadoras, desafiou padrões pré-estabelecidos e ajudou a derrubar tabus quanto à sexualidade e posturas da mulher na sociedade.
Graças a uma entrevista que deu ao irreverente jornal carioca “O Pasquim” o ministro da Justiça do governo militar da época, Alfredo Buzaid, determinou a implantação da censura prévia no Brasil, apelidado de “Decreto Leila Diniz” graças à sua coragem e destemor. O governo acusava Leila de usar muitos palavrões e de não ser um bom exemplo moral.
Dona de uma loja de artigos de moda para gestantes exibia sua barriga, com um biquíni, com muita alegria nas praias do Rio de Janeiro, rompendo com o preconceito de que a gravidez poderia ser um sacrifício ou a renúncia para aparecer bonita, elegante e saudável.
Leila foi uma mulher das artes, moderna em seu tempo e, também, da moda.
A definição de moda é de algo moderno.
Moderno é o presente, o que está na moda, o que está em voga, aquilo que se transforma em uso e costume, principalmente ligado à beleza, à elegância e à estética.
Mas a moda vai ao campo da arte, do cinema, da tecnologia e do comportamento. A moda influencia e é influenciada pela sociedade.
Muitos são os padrões culturais que agem sobre a formação de moda e a moda, por ser moderna, age sobre aspectos culturais.
Graças a mulheres modernas em seus tempos, como Bertha Lutz, Antonieta de Barros e Leila Diniz, a mulher moderna brasileira, a mulher de nosso tempo presente, pode desfrutar de liberdade de escolha, do direito de votar e ser votada e de viver a sua vida como bem entender.
Mas a mulher contemporânea, valorizando a sua auto-estima, a sua beleza, pela estética e pela sensualidade pode hoje ter sua representação, e modelo de vida, literalmente, em alguém que leva a vida como modelo.
E tudo isso, acumulando as camadas do passado, camadas históricas, que servem como estrutura, como essência da atual mulher brasileira.
A mulher moderna traz consigo o substrato de suas antecessoras, que lhes deixaram como herança o gosto pela liberdade, o direito de viver como mulher e o direito de participar dos destinos e da construção do futuro de nosso país.
Nem por isso renuncia a mulher à sua condição feminina de ser mãe, de constituir família e de gerar novos seres, com novos valores para melhorar e fazer avançar a nova sociedade que surge a cada tempo.
E ai está a modelo Gisele Bündchen, bela, lançadora de moda e muito consciente de seus direitos e de seu papel.
Desfila, encanta, é requisitada em todo o mundo, e tudo que diz, usa e veste pode virar moda.
E ela nos mostra o que é ter a essência das corajosas mulheres brasileiras que dedicaram suas caminhadas para deixar uma melhor condição, mais feliz, não só para as mulheres, mas também, e principalmente, para os homens brasileiros, que muito se beneficiam da maior leveza nas relações, de uma mulher mais decidida e participativa e de um país em que o contingente feminino já está mais capacitado que o masculino, ajudando a construir um país menos violento, mais solidário e afetivo.
E Gisele, mostrando ser um símbolo da mulher moderna, é bela, desfila, usa roupas bonitas, investe em estética e carrega a essência feminina, de ser íntegra, inteira, e de reforçar a sua auto-estima com adereços e acessórios, que, como espelhos, ajudam os que nela se mirarem a perceber que podem também ser mais bonitos e alegres.
E Gisele é mãe, gosta de ser mãe e de ter sua vida em família, e diz isso com a mesma serenidade com que afirma que gosta de trabalhar como modelo e de desfilar as novidades que estão na moda, ou que farão a moda da próxima estação.
E assim a história da mulher brasileira nos oferece alguns fundamentais exemplos de feminilidade, inteligência, beleza e coerência. E nos deixa a bandeira transmitida por Bertha Lutz, Antonieta de Barros e Leila Diniz, que hoje é carregada por todas as mulheres que trabalham, produzem e cuidam de suas famílias, sonham, amam e têm consciência de que ser moderna é continuar a caminhada por uma sociedade mais bonita, interna e externamente, mais justa e solidária.
Para que um dia, quando tiverem passado muitos anos, outras mulheres, e homens, possam pensar, e agradecer-lhes, por terem sido mulheres modernas em seu tempo, e terem ajudado a deixar um mundo melhor.
Como deixaram um mundo melhor, deixaram um mundo mulher.

Um Projeto de Nação Para o Brasil - O Movimento Brasil Eficiente Entra em Campo

(texto publicado no site www.economiasc.com.br)


A área produtiva de nosso país está entrando em campo para um campeonato mais emocionante e permanente que a Copa do Mundo de Futebol, que acabou mais cedo para o Brasil.
Sempre com um olho na realidade mundial, e preocupados em obter uma boa colocação no certame internacional da economia, muitos empresários brasileiros estão escalando atividades, equipes e prioridades para participar mais ativamente do controle social das ações governamentais, exigindo melhor uso dos recursos públicos, mais produtividade e maior racionalidade na cobrança de impostos.
A Aemflo entidade associativa das empresas da grande Florianópolis já deslanchou seu programa de conscientização política, e está realizando debates com todos os candidatos ao governo do Estado, exigindo-lhes programas e compromissos de gestão.
De Joinville, o dirigente empresarial e Presidente da ACIJ, Carlos Rodolfo Schneider, lança uma frente de ação pela eficiência na gestão de recursos públicos.
A equipe escalada é de elevada competência e tem entre seus craques nomes com o economista Paulo Rabelo de Castro e o tributarista, e renomado jurista, Ives Gandra Martins.
Alguns dados iniciais já foram levantados e são mais que suficientes para indicar uma maior cobrança da sociedade brasileira sobre os dirigentes da nação.
Números de 2007 indicam que o consumo industrial de energia pagou a tarifa mais cara do mundo.
Isso devido a 51,6% do preço da energia elétrica serem relativos a impostos.
A carga tributária brasileira já atinge a cifra de 37,4% do PIB, enquanto na Argentina essa relação é de 26,8% e no Uruguai, de 25%.
Em tempos de Mercosul, atuamos no bloco regional com perda inicial graças à desvantagem representada pelos impostos no custo Brasil.
Do total arrecadado pela máquina federal, em 2008, 12,2% eram destinados aos pensionistas da União.
No ano de 1987, esse número era de 6,2%.
Esse aspecto exige uma ação imediata e uma reforma nessa área é urgente.
Os altos salários, que nem sempre respeitam os limites e tetos estabelecidos em lei, e que são pagos a funcionários públicos, continuam integrais na aposentadoria, sem que tenham recolhido qualquer contribuição para um plano previdenciário, como o fazem todos os trabalhadores privados no Brasil.
E são pagos pelo caixa único da nação, de onde deveriam sair mais recursos para investimentos prioritários.
Na área de infraestrutura alguns números são assustadores no tocante ao descuido e falta de gestão sobre área fundamental para o desenvolvimento nacional.
Aeroportos e estradas já são responsáveis por grande parcela das preocupações em um país de grande extensão como o nosso.
Das rodovias mantidas por recursos estatais, foram enquadradas como péssimas, ruins ou regulares, entre 2003 e 2007, um total de assustadores 80%.
Atualmente a economia cresce em termos positivos, e tende a apresentar dados muito bons no crescimento do PIB neste ano de 2010, mas a infraestrutura sucateada e mal gerida já é um obstáculo significativo para suportar esse crescimento previsto.
O Movimento Brasil Eficiente terá seu lançamento oficial em 15 de julho, na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
Serão apresentadas propostas para os candidatos à Presidência da República e aos governos estaduais, de forma a incitar os novos governantes do país a se engajarem nessa cruzada por mais eficácia.
Foi elaborado um amplo diagnóstico que será distribuído para os candidatos e população em geral, que contém 400 páginas sobre o que funciona bem e o que precisa ser reformulado, alterado ou erradicado.
Uma das fontes de maior preocupação é a questão dos gastos e despesas públicas.
Toda vez que o país avança o sinal e gasta mais do que pode, a conta acaba sendo paga pelos contribuintes com a elevação de impostos, de forma explicita ou disfarçada.
As despesas com assistencialismo, que não levam a um desenvolvimento e autonomia da cidadania, preocupam igualmente, pois representam um aumento na dependência de grandes camadas sociais do orçamento público, quando deveriam ser estimuladas na direção da autonomia e do empreendedorismo.
Os elevado índices de despesas públicas, se não forem devidamente freados e adaptados em outra direção podem, a curto prazo, prejudicar o nível de crescimento do PIB.
O investimento em desenvolvimento, com baixas taxas e menores riscos de inflação, associados a investimentos públicos e privados, deverão colocar o Brasil em novo patamar de crescimento econômico, com reflexos diretos na elevação da renda nacional e na abertura de novas perspectivas para o futuro.
E o processo político/eleitoral deste ano passa a ser fundamental na construção desse futuro, que, sem qualquer dúvida, passará pela melhoria da gestão dos recursos nacionais e por mais eficiência da máquina pública, como pede o Movimento coordenado por Carlos Schneider.
A transformação do Brasil em uma nação forte e desenvolvida, com justiça social, nascerá de uma nova mentalidade e de uma cultura de gestão pública que coloque a máquina estatal a serviço de um desenvolvimento pujante e instigante, que valorize a iniciativa e as novas relações de trabalho.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Sociedade Brasileira Precisa Renovar O Processo Politico Representativo

(texto publicado no site www.economiasc.com.br)

As eleições deste ano, mais uma vez, comprovam o empobrecimento da atividade política em nosso Brasil.
A indiferenciação entre partidos, a ausência de posturas ideológicas claras e assumidas, o oportunismo primário e barato, o distanciamento dos partidos e dos candidatos das demandas reais da sociedade são alguns dos fatores mais notados pelos que, ainda, cultivam uma participação, pelo menos midiática, e esperam que a política não seja apenas uma atividade de espertalhões e interesseiros. Antigas teses, programas partidários, pronunciamentos coerentes, posturas corajosas, cada vez mais, vão se tornando superadas por essa nova realidade imediatista e esquartejante das grandes questões.
Coloca-se muita tecnologia de produção, a maquiagem deixou de ser um acessório meramente físico para melhorar a imagem dos candidatos.
Ela foi estendida a programas de campanha e promessas de governo. Aliás, elementos que tendem à completa incoerência.
Tudo que é prometido durante as campanhas, em geral, nada tem a ver com o que é realizado durante os mandatos conseguidos com os iludidos eleitores.
Candidatos que tentam a reeleição se apresentam como novos ou, surpreendentemente, usam bordões e musiquinhas como se estivessem começando sua vida política naquele momento, naquela eleição.
A produção ajuda a esquecer que já tiveram um ou mais mandatos e que muito do anunciado deixou de ser feito.
Prometem, novamente, projetos grandiosos, realizações que trarão a felicidade definitiva para os cidadãos, uma vida alegre e colorida em suas cidades, a solução de todos os problemas, mesmo aqueles que já haviam prometido resolver em eleições ou gestões anteriores.
Enquanto isso, muitos desses gestores pirotécnicos da coisa pública, e muito eficientes em seus negócios privados, e carreiras, exibem riqueza material invejável, mesmo quando não possuem atividades econômicas que justifiquem a opulência em que vivem, ou aparentam viver.
O pragmatismo puro e simples, de poder e para o poder, é exercido com o uso de verbas públicas, com o financiamento de interesses privados e, quase sempre, com prestações de contas irreais ou enganosas.
Antes carreiristas, agora cadeiristas, pois adoram a cadeira cômoda e impune do poder, assumem olhares messiânicos, imitam posturas de estadistas reais, gostam de repetir frases históricas e prometem grandiosidade a sua volta, como se tudo que existisse de alternativo a eles, fosse apenas obra de mentes menores.
Como tudo isso lembra Charles Chaplin em seu histórico e irretocável “O Grande Ditador”!
Hitler e Mussolini devidamente caricatos e ridículos, como sabem serem esses governantes ou parlamentares, quando começam a se achar fazedores de história, quando não passam de incompletos seres humanos, que, muitas vezes, não têm a menor competência nem para dar a sua menor contribuição para a felicidade em seus âmbitos familiares.
Pobres reis Midas de imitação, inexpressivos messias de arrabalde, pequenos tiranetes de aldeia.
Tentam tapar buracos da alma com bens materiais, como se fossem construir arranha-céus sobre mangues e lama.
A comparação é simbólica, pois podemos enterrar estacas e sapatas em algumas áreas e o solo as absorverá, com o tempo.
Alguns desses políticos, por ganância e ignorância, ou por rematado desprezo pela natureza e meio ambiente, tentam materializar essa analogia permitindo obras ilegais em locais de preservação e berços de reprodução de vida animal. Seus grupos de seguidores, seus adoradores de plantão, sua claque de aluguel, seus eleitores de ocasião sempre estão lá para aplaudi-los, mesmo que, em outros governos ou partidos, já tenham vendido, ou alugado, suas almas para outros senhores.
Mas a relação é recíproca.
Assim como se adoram publicamente, ao primeiro sinal de enfraquecimento, de um ou de outro, se abandonam, se traem, se difamam, já preparando o embarque oportunista em algum outro organismo hospedeiro, que venha a oferecer sangue e energia vital para suas ambições, nem que sejam provenientes da mais absurda miséria ou das piores condições humanas de vida, que suas ações corruptas e incompetentes ajudaram a consolidar.
Esse quadro, felizmente, começa a apontar algumas esperanças e alternativas. O cansaço do povo brasileiro, a exaustão do modelo de mentira, a ânsia de novas opções, tudo incentivado pelo realismo das crises financeiras mundiais, jogam os eleitores na realidade, recolocam a vida mais próxima do dia-a-dia da simplicidade.
As tentativas de atribuir glamour aos direitos básicos de viver e manter a vida, usando instrumentos de marketing ilusório e de desrespeito começam a ter contrapartidas por situações e pessoas, que querem pensar sobre o real, a moeda e a realidade.
O Movimento Brasil Eficiente, capitaneado pelo catarinense Carlos Rodolfo Schneider, pode representar o resgate de atitudes verdadeiras e transparentes, e se constituir num pavio para que se chegue mais rápido a um novo patamar de democracia, que fortaleça a representação política, agregando a necessária participação da cidadania.
Talvez, a partir disso, os pragmáticos comecem a ser substituídos, dando lugar a novos agentes públicos e políticos, que respeitem programas, ideias e princípios, que reconheçam que são pura e exclusivamente representantes das demandas legítimas e pertinentes do povo que os elege.
E que partidos políticos, como o nome já diz, são partes da sociedade, para tentar representá-la no amplo certame da construção democrática.
O Movimento Brasil Eficiente será objeto de nosso próximo artigo