domingo, 31 de janeiro de 2010

ANSELMO DOLL-um Eco-empreendedor na Presidência do PV


O Partido Verde, efetivamente, se renova para um desafio em ano eleitoral. Na cidade de Florianópolis, verde capital que sofre as ameaças da urbanização descontrolada e da especulação imobiliária, o PV acaba de eleger o empresário verde Anselmo Doll como seu Presidente Municipal.
É uma escolha emblemática, sem dúvida.
Doll não é um neófito na área.
Empresário de sucesso, há mais de 30 anos atua na cidade, ligado à área da gastronomia saudável e agora lidera o EcoChannel, entidade criada por ele para coordenar trabalhos de comunicação para conscientização ecológica, em nível mundial.
Anselmo Doll tem preparo e base intelectual para essa empreitada.
Estudou medicina alternativa, acupuntura e fez vários cursos sobre nutrição e saúde.
Sua atividade como comunicador também não é recente.
Já criou vários programas de tv, todos ligados à questão da saúde e da sustentabilidade.
É uma pessoa coerente. Não é dos que pregam um conceito de vida e atividade empresarial, vivendo de qualquer maneira, enganando seus consumidores ou logrando quem nele acreditou.
É casado com a atuante e inteligente Tristana advogada de sucesso em sua atividade profissional.
Pessoa honesta, de excelente formação familiar e ética, tem tudo para ajudar a deslanchar um partido que estava estagnado e sem uma perspectiva clara para este importante ano eleitoral de 2010.
Sua presença irá desencadear uma nova atuação política do PV.
Logo no início de suas atividades Doll propôs que todos que quisessem ser candidatos, a qualquer cargo pelo PV, apresentassem seus programas de trabalho e que participassem de um amplo, e aberto, debate para que todos os filiados ao partido pudessem conhecê-los e para que não ocorra o que vem acontecendo na maioria dos partidos no Brasil: a tomada das listas de registro eleitoral por figuras e grupos fechados, aos quais o eleitor partidário resta apoiar, sem o mínimo conhecimento de suas potencialidades, positivas ou negativas.
Novos referenciais que serão os grandes diferenciais em relação a partidos que se mantenham atrelados aos velhos processos personalistas.
Doll desencadeia em Santa Catarina o mesmo fenômeno que a Senadora Marina Silva gerou no PV Nacional.
Ele passa a ser um referencial político e ético, que influenciará todo o partido e qualificará, por consequência, todo o processo eleitoral.
Além disso, não podemos esquecer que após o ano corrente, no processo para os municípios, em 2012, as cidades estarão precisando de novos quadros para as suas prefeituras.
Com o que se tem visto em muitas cidades brasileiras, um processo de urbanização, descontrolado e muito mal gerido pelos prefeitos atuais, serão necessários muito mais que demagógicos prometedores de milagres e paraísos terrestres.
Novos prefeitos, que trabalhem a verdade, com a verdade, e com consciência da causa ambiental, é que poderão ajudar a colocar a questão urbana em outro patamar menos atrasado, menos picareta e mais atrelado à busca de soluções efetivas.
E Anselmo Doll é um personagem desse novo quadrante de pessoas que se dispõem a aplicar sua experiência de vida, e competência de gestão, para construir a nova urbis que a sociedade necessita e que a questão ambiental exige.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O PANETTONE - e os dinheiros inexplicados


O panettone é uma iguaria da cozinha italiana.
Panetone em português, panettone em seu idioma original.
Misto de pão e bolo é composto por massa pastosa e úmida, com a adição de frutas secas e é mais consumido por ocasião do Natal.
Há muito tempo essa preferência natalina se instalou no Brasil, principalmente nos estados sulinos, pela presença significativa de descendentes, que vieram para cá, pelo processo de imigração, nos idos do século XIX e início do século XX.
Tem uma história muito bonita que não sabemos se é lenda ou não, mas que tenta explicar como o pão de um certo padeiro Toni, se transformou no atual bolo especial de final de ano, ao passar do ponto de descanso e cozimento.
Nos últimos dias, ficamos sabendo, que, apesar de a capital brasileira ser formada em sua maioria por populações oriundas do nordeste de nosso país lá, também, o panettone passou a ser um artigo a ser consumido pelos mais pobres, ou ser utilizado como presente.
Num gesto inexplicável, e também não entendido por quem o viu ou ouviu, o governador do Distrito Federal, apanhado recebendo grosso volume de dinheiro vivo, informou que aquelas somas in natura se destinavam a comprar panettones para pessoas com baixa renda.
Alguns de seus principais assessores, e mesmo aliados políticos foram também filmados colocando volumes de notas em suas cuecas, bolsos, bolsas e meias.
Empreendedor, ele acaba de lançar uma nova marca do produto, talvez sugerindo um novo condimento em sua preparação.
O “Panettone Arruda”, seria um bolo de Natal também, só que adquirido com dinheiro público, de impostos, dos cidadãos e distribuído às camadas menos favorecidas do DF, e aditivado com folhas de arruda, planta que tradicionalmente era citada como fonte de proteção contra maus olhados.
Que nesse caso não deve ter funcionado, tendo em vista os olhares indiscretos das câmeras que o flagraram naquele momento tão feliz, para ele.
O governador em questão, sortudo raro, além de receber fartos dinheiros livres de impostos, notas fiscais ou prestação de contas, passa e ser incluído nos anais dos recordes mundiais, ao tentar explicar o aumento de sua riqueza pessoal com a entrega de doces aos pobres de Brasília.
Essa conexão entre a riqueza e a pobreza pode vir a ser uma nova teoria sócio-política considerando o grande volume de governantes e legisladores que já a utilizam.
A “Escola Arruda” deverá ser uma franquia nacional considerando a grande aceitação do método panettone, para relacionamento entre governantes e governados.
Em vários estados brasileiros, nos últimos anos, não foram poucos os governantes e legisladores, em vários níveis, apanhados com enormes volumes de dinheiro vivo, ou a eles ligados.
Outra coincidência que chama a atenção é que isso sempre ocorre em anos pré ou eleitorais.
Muito criativo em sua atuação, esse tipo de político talvez pretenda despertar um novo hábito alimentar na capital federal.
Como a pizza já está muito manjada, literalmente, e teve até sua imagem desgastada pelo excesso, agora o panettone, alem de se destinar a criar novo perfil de consumo, poderia substituir o outro prato italiano.
Também como sinônimo de representantes eleitos, que aproveitando a oportunidade de o Brasil ter uma herança da corte portuguesa, muito forte, estariam inovando culturalmente, abandonando os envelhecidos métodos Salazaristas, e o bacalhau, trocando-os pelo doce italiano, nos moldes dos padrões Berlusconescos e Camorrescos, da ponta sul da bota mediterrânea..
Os “políticos pizza” seriam os da geração anterior mais velhos, mais ligados ao coronelismo, à truculência e aos extremos.
Os novos, mais empreendedores, arrojados e descolados governantes, deputados, senadores e vereadores, mais refinados e sofisticados, seriam os renovadores, os criativos e empreendedores “políticos panettone”.
E ainda poderiam oferecer meias e cuecas como brindes eleitorais.
No Brasil da podridão, sonhar não seria vão.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Sonhos a realizar



Vocações são tendências existenciais, influenciadas e modeladas por convívios familiares, pelo meio em que se vive e por manifestações culturais como teatro, cinema, musica, pintura, esportes, e muitas outras.
Normalmente, as pessoas, em torno de seus dezessete ou dezoito anos, precisam fazer escolhas, que muitas vezes serão definitivas em suas vidas.
Quem pode saber do que gosta e o que quer ser, por mais sessenta ou setenta anos, numa idade tão tenra?
No passado, as gerações que hoje têm mais de quarenta anos, sabem como foi difícil encarar o desafio de fazer um vestibular e ter que arcar com todas as conseqüências dessa escolha.
Muitos se encontram naquilo que estudaram, se realizam e não sentem qualquer inquietação, nas etapas posteriores.
Contudo, é cada vez maior o numero de adultos, que estando na vida profissional, passam a se questionar sobre novos caminhos que sua alma lhes cobra para conhecer ou experimentar.
O ser humano é um grande consumidor de informação e um contumaz tomador de decisões.
Ele vive, permanentemente, pensando: quero, não quero, gosto, não gosto, faço, não faço, vou, não vou, como, não como, compro, não compro, falo, não falo.
Essa característica estrutural, ao mesmo tempo em que lhe dá as condições de escolher caminhos para a sua existência, fica colocando-o, sempre, à prova em suas escolhas e decisões, assumidas e tomadas.
Além desse aspecto, a evolução afetiva e emocional, associada à maturação, que o tempo traz, abre leques de opções, em todos os campos, a partir de certa etapa da vida.
Muitas pessoas, desde que se ouçam e atentem para seus aspectos imateriais, descobrem que não têm mais nada em comum com seus companheiros, que seus trabalhos já não mais lhe oferecem desafios, novidades e grande prazer, e que aquilo que lhes dava paz e tranqüilidade, não passa mais por seus testes de aceitação.
Muitos descobrem que tinham vocações artísticas, desde crianças, outros percebem que aspectos bem mais simples da vida lhes oferecem grandes alegrias, mesmo que singelas e sem grandes investimentos.
Não são poucas as pessoas, que passadas as alegrias e deslumbramentos materiais da compra, e montagem, de casas e apartamentos, bem decorados e sofisticados, sentem grande necessidade de viver de forma mais simples, mais em contato com a natureza e com a condição de ter mais espaço para as emoções genuínas e para os sentimentos mais intensos.
É aquele momento de pensar um pouco em si, não como pai, mãe ou profissional, mas em si como pessoa, como ser que percebe um vazio, uma angústia sem explicação.
Um dos pontos que tem se repetido muito, em razão da busca de realização humana, é a faceta artística.
Aquilo que a busca material abafou por muito tempo, aqueles aspectos que pareciam bobinhos e irresponsáveis, como música, pintura, costura, bordado, canto, e muitos outros, passam a adquirir um peso novo e inusitado.
Quando isso acontece o recomendado é que se busque um caminho para realizar essas aspirações.
À medida que nos tornamos mais maduros, que nos conhecemos melhor, que temos mais coragem de assumir, realmente, aquilo que nos alegra e satisfaz, passa a ser quase imperativo encarar uma nova busca e experimentar as alegrias das novas descobertas.
E é nessa fase que percebemos como temos sonhos, antigos e novos, a libertar e a encarar, para que nossa nova etapa de vida possa ser mais plena e bem mais satisfatória.
Sonhos são como bolhas na alma. Se não os deixamos aparecer e nada fazemos para realizá-los, podem ser como vulcões, que poderão se transformar em “tsunamis” emocionais.
Não realizados podem gerar tristeza e frustração.
No entanto, devidamente assumidos, podem nos levar a estágios nunca vivenciados de prazer e realização, que inundarão nossos ambientes e relacionamentos, propiciando felicidade plena e autêntica.


COMUNICAÇÃO HUMANA: vamos conversar?



O processo de desenvolvimento de nossa sociedade contemporânea trouxe grandes avanços em vários campos.
Se compararmos com os dados de 30 anos atrás, constataremos que todos os indicadores de qualidade de vida, de saúde, de moradia, de saneamento, e o acesso a bons serviços de educação e capacitação tiveram melhorias expressivas.
A distribuição de renda, apesar das grandes injustiças social e tributária, que ainda nos assolam, já permite uma participação maior das classes menos favorecidas nos benefícios da riqueza nacional.
O crédito mais abundante, e o maior número de empregos gerados, permite que a classe média se encorpe economicamente e que as categorias mais baixas possam progredir.
Contudo, o processo de urbanização dos últimos trinta anos, a grande disputa no mercado de trabalho, gerada pelos novos padrões de competição, e associada às modificações geradas nas famílias, trouxe alguns resultados que precisam ser analisados.
Tudo é mais abundante no campo material. Todos têm acesso a todo tipo de tecnologia, de aparatos de difusão de informações, chegando, em algumas casas, a se ter um monitor de tv e um computador para cada pessoa.
Tem-se uma visão excelente de mundo, sabemos on-line, e em real-time, o que ocorre em qualquer parte do globo.
Temos excesso de informação, mas grande carência de comunicação.
Sabemos quem são nossos vizinhos? sabemos como estão nossos filhos? quais os problemas que preocupam nossos melhores amigos?
A corrida por melhor padrão de vida, em termos de trabalho e salário, está nos cobrando um preço elevado.
Estamos nos transformando em zumbis solitários, grandes sucessos em gerar dinheiro, mas completamente incompetentes na arte de conviver, de amar, de entender o outro, de ouvir mais nossas crianças e de construir sonhos conjuntos, mesmo que imaginários, em diálogos soltos e alegres, desvinculados de aspectos meramente econômicos ou financeiros.
Sente-se isso no cotidiano de quase todas as pessoas. Poucos mostram disposição para destinar um pouquinho mais de tempo nos atendimentos que fazem em seus postos de trabalho, no trânsito ou nos intervalos para as refeições.
Muitas vezes notamos que alguém não está bem, que apresenta aspecto triste ou preocupado, mas reagimos com medo de nos aproximarmos e com a possibilidade de ouvir um queixume ou de ficarmos obrigados de ter que escutar um pouco de suas ansiedades ou medos.
Mesmo nas alegrias, ficamos muito controlados, pois o tempo urge e, afinal, que cada um cuide de seus sucessos ou mazelas.
Mas esse comportamento está gerando uma sociedade de grande solidão, de falta de apoios essenciais, enfim, de uma postura mais solidária, em que saiamos um pouco de nossas couraças e defesas, para reconstruir o espaço do convívio e da alteridade.
O processo de comunicação humana precisa de um emissor e de um receptor para que possa ocorrer. E, entre eles, uma linguagem comum, que permita o entendimento e a acolhida do que é dito ou escrito.
O ser humano é um ser “falado”. Ele se forma, desenvolve e compreende o meio em que está inserido, graças a ter sido “modelado” pela fala de seus pais e familiares. Essa “escultura” pela fala, além de lhe permitir a inserção na sociedade, lhe gera a necessidade de comunicação, como um elemento básico de ampliação saudável de suas potencialidades.
Ao minimizarmos o aspecto comunicação agredimos fortemente uma necessidade básica para a plenitude da vida: a empatia, o compartilhamento de sentimentos, o aprendizado que o diálogo e as experiências dos outros nos agregam.
Quanto mais a ciência evolui, quanto mais se avança em conhecimento, maior é a nossa percepção de que o ser humano possui aspectos não materiais, como o campo espiritual e a vontade, a identidade e a individualidade.
Esse conjunto de subjetividades, de diferenças, portanto, nos coloca frente ao potencial de solidão que temos.
E a solidão só pode ser diminuída ou mitigada, se destinarmos um pouco mais de nós para a busca de espaços, e momentos, de mais convivência, de maior compreensão e de solidariedade.
Vamos bater um papo, marcar um café, dar um pouquinho mais de tempo para quem atendemos em nossos balcões da vida?
Vamos conversar?