quinta-feira, 13 de março de 2014

PAULO GOULART E A ARTE

PAULO GOULART E A ARTE 

Hoje o Brasil perdeu o grande ator Paulo Goulart.
Tinha 81 anos e ainda muito a ensinar e a passar para as plateias, de teatro e cinema.
Ator versátil, alegre, simpático, fazia seus papéis com uma marca registrada, um toque pessoal, que o destacaram nos meios artísticos.
Os bons artistas não deveriam morrer, jamais!
Podiam ser eternos, para ficar encantando as pessoas, despertando os seres humanos para o lado imaterial, para a sensibilidade, para a observação, para a reflexão.
A arte tem esse papel na sociedade humana.
É uma parte importante das conexões espirituais, emocionais, afetivas.
A arte influencia a formação da cidadania, pois faz pensar, emociona, denuncia, revolta, inquieta, desperta, conscientiza.
Sua esposa, a também célebre atriz Nicete Bruno, lhe rendeu uma linda homenagem, junto aos filhos daquele casal de 60 anos casados, quando disse: "nosso amor é eterno, tivemos apenas uma separação...ele partiu em paz, estava junto com toda a sua família."
Há pouco tempo perdemos outro grande quadro do teatro e cinema brasileiros.
O gigante Valmor Chagas se suicidou em seu sítio.
Na última entrevista que deu à jornalista Bianca Ramoneda era visível, perceptível a sua solidão, a sua tristeza, seu desencanto com a vida, e com o contexto, que estava vivendo.
Ele perdeu sua esposa, a também grande atriz Cacilda Becker, em 1968, quando ela ensaiava a peça de Samuel Beckett, "Esperando Godot", e lhe deixou uma filha.
Mas apesar da perda da grande companheira, a vida artística se encarregou de ocupá-lo bastante, e ele embarcou em roteiros, em cenários, em ensaios, que o mantiveram ocupado até 2013.
Artistas como Paulo e Valmor deveriam ser contratados como conselheiros de artistas mais jovens para orientá-los em suas atuações.
Atores desse porte teriam que ficar à disposição da sociedade para estimular as expressões artísticas para que a vida ficasse mais suave, mais delicada, e para que as pessoas fossem influenciadas por algo mais que o simples, e simplório, consumo.
E para que todos se deixassem levar um pouco mais pelo humanismo, linha que precisa ser reimplantada em nossa sociedade, muito pressionada pelo individualismo, e pela falta de solidariedade.
Afinal, o máximo que poderia acontecer, era que todos ficássemos um pouco mais sonhadores.
Ficção? mas é disso, exatamente, que estamos falando!


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