Muitos o adoram.
Os democratas, os verdadeiros, o enxergam como uma etapa para servir ao coletivo, e implantar as mudanças necessárias.
Outros, nem imaginam o quanto o poder lhes retira de direitos individuais.
São vítimas passivas dos esquemas de poder, mas vivem tão alienados, que pensam que a vida é assim mesmo, uns mandam, outros curtem e obedecem.
Muitos se imaginam com poder, mas nada sabem o que fazer com ele, e através dele.
Existe um tipo que adora o poder.
É aquele que quer se perpetuar no poder.
Haja o que houver, custe o que custar.
Como a visão partidária exige coerência, entre opiniões, princípios éticos e morais, e as ações realizadas, normalmente os que querem morar no poder não têm muito critério nas escolhas.
Serve tudo, desde que lhe garanta o "pódio".
Acabam aderindo, ou cooptando, àqueles outros que ajudam a viabilizar esquemas de poder.
Normalmente, são pessoas muito sós, carentes de afeto e carinho, têm dificuldade de viver em amor, e com amor, e são muito inseguros.
O poder, para esses, representa o orgasmo que não alcançam na vida afetiva, a descomprometida e espontânea gargalhada com familiares e amigos, o sono dos justos, aquele que repousa e repõe as energias, honestamente empregadas.
Os esquemas de poder servem para mais poder.
E o poder, sem ideologia clara, ou linha ética ou moral, corre o sério risco de produzir novos pequenos reis de araque, tiranetes de aldeia, personagens caricatos, que se imaginam num olimpo, admirados por muitos, e criticados por "aqueles que não lhes compreendem a grandeza".
Num momento histórico como vive a humanidade, as grandes transformações políticas no continente Africano, a nova configuração mundial sócio-econômica-política, os novos alinhamentos e mudanças profundas, tentar manter uma sociedade amordaçada a grupos, envelhecidos e superados, no mínimo, é anacrônico, senão ridículo.
Em nosso continente, os resultados produzidos pelos ditadores de arrabalde, pelos falsos democratas travestidos de bons oradores, e visionários, já produziu uma breguice esquisita, exótica, sem qualquer consequência, a não ser o atraso, a miséria, a poluição, a corrupção, e a desmotivação política e eleitoral das populações dessas nações subdesenvolvidas, agora sob a nova e demagógica nomenclatura de "emergentes".
Mas parece que esse conceito está mais ligado às emergências que essas sociedades vivem, do que serem nações que emergem, que aparecem à superfície de uma nova ordem mundial.
Nesse ponto é verdade.
Vivemos em emergências.
Nada se investe nos governos dos que adoram o poder.
Tudo se promete, mas nada se realiza.
Sempre contando com exageradas verbas públicas desviadas das reais prioridades, para a falaciosa "divulgação institucional", acabam fazendo cabeças e dando a sensação de que se vive num mundo melhor, mas que nunca evolui, pois os do poder apenas enganam.
E assim, eles se imaginam num poder perene, permanente, transcendental, meio divino, já que se vêm como "salvadores".
Desprezam os jovens, como se lê, e vê, na mídia, só apoiam aqueles que lhes são servis e obedientes, e a renovação é um artigo somente para constar de seus discursos, e das promessas vazias de campanha.
Isso me lembra de Ulysses Guimarães, quando se referiu a uma pergunta se ele não estaria muito velho para tentar mais uma eleição.
"Sou velho, mas não sou velhaco", respondeu o velho líder, que disse, também, que "tinha nojo de corrupção e de corruptos".
E lembramos que corrupção, em seu sentido lato, que dizer apodrecimento, deterioração, ou seja, tudo o que o quadro político atual nos coloca para reflexão.
E, assim, nesse quadro tão necessitado de novos políticos, de jovens idealistas, e democratas autênticos, e coerentes, é que entramos no ano das eleições municipais, que serão as bases para as eleições gerais de 2014.
Podemos errar votando em novos, podemos eleger pessoas inexperientes, que cometerão equívocos e enganos.
Mas sempre será melhor do que eleger, ou reeleger, aqueles que adoram o poder, que querem nele se eternizar, simplesmente para continuar mandando, num espaço de realização de fantasiais individuais, pessoais, mas que nada têm a ver com a nova sociedade, que inicia este 2012.
Sociedade essa que necessita tanto, tão urgentemente, de novas cabeças, coroadas apenas com o sonho de uma nação melhor, e com alguns planos, mesmo que imaturos, mas pelo menos desprovidos de malícia, limpos de cacoetes de corrupção, e de outros menos nobres sentimentos, daqueles que querem, desesperadamente, agarrar-se ao poder, por não terem mãos para outra coisa, a não ser o botim das verbas públicas, ou a incompetência de não saberem o que fazer com as suas vazias vidas privadas.
Um comentário:
parabéns e um trabalho lindo .... !
Postar um comentário