O site WikiLeaks.org já não é mais hóspede de duas empresas americanas. Ele foi devida e tecnologicamente desplugado de seus servidores na grande nação do norte. se transferiu para a Suíça e agora seu endereço é WikiLeaks.ch. tendo deixado as terras do Tio Sam para se instalar onde estão os bons chocolates, relógios famosos e bancos discretos, que também guardam muitas histórias que poderiam, se divulgadas, derrubar muitos governos, desnudar grande numero de “personalidades” e revelar polpudas e secretas fortunas sem procedência. Nos Estados Unidos o WikiLeaks atuava de forma a denunciar documentos “secretos” trocados dentro do governo americano, e com governos de outros paises. Muitas histórias que tiveram suas versões jornalísticas devidamente domesticadas e diminuídas pelos poderes oficiais de várias nações foram divulgadas em documentos tidos como partes de arquivos altamente sensíveis. Repentinamente, quando o WikiLeaks chega à documentação relativa as guerras do Iraque e Afeganistão, os hospedeiros passam a ser bombardeados por hackers, com milhões de ataques, que poderiam “por em risco” as outras empresas de informação lá hospedadas. E o domínio da Fundação WikiLeaks.org foi retirado do ar baseado nessas alegações. Assim, ele agora está em terras Helvéticas, mas continua divulgando mais documentos, prometendo e anunciando um bom volume de megatons em forma de papéis com o timbre oficial de governos americanos e muitos outros.
Interessantes essas ocorrências registradas. Numa fase da história, em que se proclama a liberdade da informação, numa sociedade globalizada e informatizada, justamente o país que seria o baluarte dos direitos humanos e civis se manifesta de maneira categórica contra informações, que muitas das vezes, não passam de algo bem próximo de fofocas típicas de rodas sociais daqueles parasitas estatais, muito bem retratados nos filmes de Woody Allen. Mas onde há fumaça, há fogo. E nesses documentos sobre as situações do Iraque e Afeganistão o que não falta é fogo e fumaça. Só que não são formas figurativas de linguagem, mas é o fogo real de destruição em massa e a fumaça que levou ao espaço fuligem e fragmentos de histórias nunca devidamente reveladas e de grandes negócios, e negociatas, daqueles que vivem da fumaça da pólvora, do comércio das armas e dos milhares de mortes ocultadas sob o hipócrita manto da palavra “segurança”. Esse é um dos aspectos que a WikiLeaks prometia divulgar, e ainda promete. Seria a ocultação dos números reais sobre mortes de soldados americanos naquelas duas guerras e da grande chacina perpetrada contra as populações civis do Iraque e Afeganistão. Também a “terceirização” da guerra pelo governo de George Bush, que utilizando empresas privadas de segurança poderia ter modificado o grande impacto sobre o real patamar de cidadãos daquele país mortos em combates e atentados. Isso sem chegar ainda à documentação sobre os relatórios das agências especializadas da ONU, nos quais era taxativamente negada a existência das vociferadas “armas de destruição em massa”, ou as aludidas ligações de Saddam Hussein com a Al Qaeda uma organização terrorista com conexões com Bin Laden, milionário membro de uma família de investidores, muitos dos quais retirados em avião especial, no dia 11 de setembro de 2001, por ordem expressa do presidente americano, o já citado Bush. O que se percebe em tudo isso é a permanente ação repressora das instâncias de poder, em qualquer país, de esconder da população muitas das reais condições em que certos fatos históricos se deram e manter uma fachada de sociedades livres e informadas. Os governos sejam quais forem, são agentes públicos eleitos e pagos pelos contribuintes para administrar as nações e prestar contas a quem os paga para isso. Atualmente, em nosso Brasil, travam-se escaramuças entre visões mais autoritárias, mesmo travestidas de inovadoras e revolucionárias, e órgãos que defendem os direitos democráticos, humanos e civis, como a OAB. Tentativas de filtrar informação, de comprimir a imprensa, e de abrandar as criticas contra desmandos e desvios são diárias e grandes “autoridades” da hierarquia, e não da ética e da moralidade, mostram suas garras e falam que a liberdade de imprensa não deve, ou não pode, ser tão livre assim. Ou seja, liberdade de informação é boa quando os denunciados são os outros, a oposição, ou inimigos políticos. Mas quando a maré sobe e a água ameaça atingir níveis sensíveis, ai então se usam as armas da censura, do constrangimento e da velhacaria.
O exemplo da WikiLeaks é emblemático para todo o mundo, pois esse manto de silêncio pode ser estendido a questões estratégicas de nosso tempo atual, como o aquecimento global, a produção de alimentos e medicamentos, e a questão de energias alternativas para salvar o mundo da poluição e calor, gerados pelas economias mais desenvolvidas, mas que nem sempre demonstram respeito pelos seres humanos ou pela liberdade de informação. Ainda não se sabe o quanto foi gasto, e talvez nunca venhamos a saber, pois não foram divulgados os imensos valores públicos usados para salvar organizações do “mercado”, que deveriam ter quebrado e arcado com os prejuízos. No mundo todo “sociedades democráticas” escoaram alguns trilhões de dólares, euros e reais para os bolsos de executivos, os quais continuaram se pagando elevados bonus e, surpreendentemente, em menos de 12 meses estavam dando lucro e atestando a sua “competência” como gestores. Valores que teriam resolvido o problema da fome no mundo e do aquecimento global, pois de acordo com a ONU bastariam 8 bilhões de dólares anuais para levar alimento aos seres humanos que roncam estômagos vazios ao redor deste mesmo mundo das finanças escusas.
Não nos interessa saber de assuntos vulgares e banais se um embaixador gosta ou não de certos paises ou governos. Não é necessário tomar conhecimento se um ministro brasileiro difamou seu colega para outras figuras de outros governos. Mas tudo que diz respeito ao que fazem com nosso dinheiro, ao que estabelecem como compromissos futuros com outras nações, e tudo aquilo que pode induzir as populações ao erro e a não compreensão do que se está fazendo em nosso território e em nosso nome, tudo isso deve ser criteriosamente avaliado e decidido pela população brasileira.
Não podemos abrir mão dessas prerrogativas, sob o risco de nos transformarmos numa sociedade de passivos e iludidos imbecis comandados por espertos especialistas em rapinagem. E nossa época não permite alienação da verdade ou protelação da sua divulgação. Nosso tempo é ditado pela natureza e pelo clima e tudo demonstra que esses elementos essenciais precisam de tratamento prioritário de nossa cidadania.
Como disse a futura Presidente Dilma Roussef:
“é melhor o barulho de uma imprensa livre, do que o silêncio das ditaduras”.
E o pior tipo de ditadura não á a forma explicita desse tipo de regime.
O risco é composto pelas ditaduras econômicas, financeiras e pelo jugo da desinformação.
O resto é falácia e ilusão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário