terça-feira, 7 de julho de 2009

Novos conceitos para um novo modelo civilizatório - a geração de energias alternativas e novos padrões de consumo-


Chegamos às vésperas do ano de 2010 com um perfil cada vez menor, e mais veloz, dos ciclos de consumo e de desenvolvimento tecnológico.
Nos últimos 30 anos a humanidade dobrou em população, saltamos de três para seis bilhões de seres humanos (predadores e insatisfeitos), os desenvolvimentos tecnológicos, e as inovações, superaram tudo que foi descoberto ou desenvolvido nos 300 anos de motores e maquinas.
Os novos utilitários com tecnologia de ponta apresentam um período de vida útil de, no máximo, de 24 meses, a abundância de crédito e as bolhas especulativas quebraram as economias mais ricas do mundo e os emergentes aparecem como as novas opções de desenvolvimento.
Todo esse panorama poderia ser auspicioso, não fossem as bases velhas e ultrapassadas e os conceitos superados do nosso modelo atual, daquilo que se considera sucesso nos ranking’s macro e micro-econômicos.
A compra de carro novo é estimulada, e financiada, pelos governos, enriquecendo a poluidora (e congestionadora, de ruas e cidades) opção individualista automobilística, com o dinheiro de impostos pagos pelos contribuintes.
Não se vê qualquer tentativa de que os transportes coletivos, usando combustíveis renováveis e não poluentes, recebam investimentos na mesma ordem com que as soluções individuais e egocêntricas têm sido contempladas.
Ou mesmo, que os legisladores e gestores municipais criem programas de apoio ao uso de energia solar, nos tetos das casas e prédios, com algum estímulo pecuniário baseado nos IPTU e ISS.
Com a aceleração da produção, para atender as demandas de consumo, cada vez mais vorazes e imediatistas, nossa Terra vem sendo esburacada graças a conceitos antigos que amparam ações devastadoras de reservas naturais, matas essenciais ao ar que respiramos e águas insubstituíveis para a vida humana, animal e vegetal.
É claro que o ser humano é um consumidor natural de insumos.
Em sua caminhada ele consome alimentos, oxigênio, informação, e uma série infindável de materiais e objetos para a sua sobrevivência.
A transformação da satisfação dessas necessidades em um ciclo veloz e frenético de consumismo impensado e desenfreado coloca a espécie humana em risco de extinção, pela primeira vez, na história da humanidade, graças às ameaças geradas pelo próprio, suposto, homo sapiens.
Esse consumismo, aliado à grande variedade de produção e oferta de artefatos eletro-eletrônicos, nem sempre necessários, apresenta uma salgada conta energética, e ambiental, para nossa sociedade.
Apesar do consumo menor e mais racionalizado de cada aparelho, no conjunto, nosso consumo de energia elétrica nos joga numa dependência cada vez maior desse insumo básico, considerando o enorme consumo de aparelhos ligados nas tomadas, ou por elas recarregados.
Além dos elevados custos das matrizes energéticas atuais, em todo o mundo, a geração e distribuição de energia elétrica têm envolvido a queima de petróleo e carvão, aumentado a agressão ambiental jogando mais milhares de toneladas de calor e gases perigosos na atmosfera.
Muitas hidroelétricas têm sido construídas com a remoção da cobertura vegetal e matas ciliares, aproveitando cursos d’água de forma discutível em termos de sustentabilidade e preservação ambientais.
A revisão da atual e a implantação de novas matrizes energéticas em todo o mundo passam a ser prioridades de novas políticas publicas, e de gestão, em toda a face da terra.
Uma reforma conceitual radical nos conduzirá a um novo modelo mundial de geração, armazenamento, e uso, da energia elétrica.
Mudanças estruturais nesse setor vital para a vida já começam a ser planejadas e conceituadas.
Alemanha e Estados Unidos estabeleceram metas para quadruplicar os investimentos em energias renováveis até 2020 tendo como foco as tecnologias capazes de capturar insumos fornecidos pela natureza, não poluentes e geradores de baixas emissões de calor e gases perigosos.
Na Alemanha já se inicia a construção de uma usina movida por energia eólica, biomassa e hidrogênio.
O presidente Barack Obama lançou um programa de prédios verdes para o governo americano.
É um planejamento de obras para agrupar, reformar e construir, as sedes governamentais daquele país, baixando em quarenta por cento os gastos de custeio, utilizando energias solar e eólica, diminuindo os gabaritos para evitar construções com elevadores desnecessários e diminuir, ou aumentar, a temperatura interna usando o condicionamento natural do ambiente, com os tetos ajardinados e circulação de ar.
As expressivas economias obtidas com essas medidas deverão ser alocadas nas políticas publicas de melhoria da qualidade de vida da sociedade.
Além disso, as novas construções deverão ser situadas em pontos que não gerem congestionamentos, queima desnecessária de combustíveis, ou poluição sonora, geradas por motores de veículos em repetitivas paradas e partidas.
Todas essas inovações têm sido oferecidas ao Brasil.
A Alemanha, através de seu vice-ministro de meio ambiente já ofereceu parcerias e quer ampliar o diálogo com nosso país para cooperação bilateral.
Ambos exemplos citados podem ser a base de um novo elenco conceitual para a construção do novo marco comportamental essencial a um modelo de avanços qualitativos.
O Brasil pode aceitar esses oferecimentos e se integrar, e implementar ações internas e transnacionais liderando uma cruzada na América Latina pela adoção de novos processos de produção de energias, e consumo, ajudando a livrar o mundo da voracidade irrefletida e da ausência histórica dos governos na busca de um novo modelo de desenvolvimento, alternativo e efetivo.

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