Essa frase, não fosse o momento em que foi dita e ao que se referia, até passaria por um banal pedido de escusas de alguém.
Mas ela foi proferida pelo ex-todo poderoso secretário americano da defesa, Robert McNamara, homem que comandou toda a estratégia da guerra americana no Vietnam.
Nessa guerra, mais de 60.000 soldados americanos perderam a vida, e alguns milhões de vietnamitas morreram no conflito que se arrastou pelas décadas de 60 e 70.
Muito napalm foi jogado para facilitar a ação das tropas americanas e desfolhantes químicos foram lançados, às toneladas, sobre o território daquele país, para expor os movimentos do vietcong e do exército regular norte-vietnamita.
Desde o governo Kennedy, quando grupos de “conselheiros militares” foram levados para ajudar o Vietnam do Sul, até o governo Johnson quando milhares de soldados e uma quantidade inusitada de armamentos foram despejados, sob o comando do General Westmoreland, se passaram mais de dez anos de guerra intensa, mantida sob a alegação de uma ação de defesa geo-estratégica do ocidente.
A guerra terminou com a capitulação e retirada americanas, com a dominação de todo o Vietnam pelas tropas do norte, e dois paises profundamente afetados.
O Vietnam, pela destruição absurda a que foi submetido, por um plano ensandecido de tecno-burocratas americanos, que permaneceram em território abrigado e protegido, ainda passa pelo processo de reconstrução, físico e ambiental.
Os Estados Unidos tiveram toda uma geração esfacelada pelo autoritarismo, até estudantes foram assassinados em manifestações contra a guerra, muitos jovens fugiram do país para o Canadá e Europa, e milhares de veteranos, e ex-combatentes, passaram a se constituir num contingente desesperançado e excluído, de homens bem treinados para matar.
Os nascidos a 4 de julho ainda rolam pelo território americano, envelhecidos e abandonados, esperando reconhecimento pelas batalhas que travaram no Vietnam e pela guerra permanente, que enfrentam para sobreviver numa sociedade que quer esquecer a vergonha militarista e a enorme perda em vidas humanas.
E, recentemente, Robert McNamara faleceu. Partiu deste mundo de forma tranqüila, em sua residência, aos mais de 90 anos, bem vividos, e cercado pela família.
Mas um pouco antes, em entrevista que virou documentário, o senhor da guerra, numa visita a dirigentes asiáticos, admitiu algo que, se não fosse dito por ele, poderia ser entendido como uma demência ou exagero de quem o relatava.
Robert McNamara disse algo assim:
“Reconheço que não haviam condições objetivas que justificassem a guerra do Vietnam.
Pelas informações, um tanto vagas, que tinha, na época, tomei decisões equivocadas e recomendei a agressão e intervenção armadas contra aquele país. Efetivamente, foi um equivoco.”
O reconhecimento de erros e equívocos, e a auto-critica, se constituem em atitudes louváveis de todas as pessoas que aceitam rever e revisar as suas atitudes.
Mas imputar milhões de mortes estúpidas, destruição de duas sociedades, geração de elevadas tensões mundiais a um simples equivoco, é um tanto quanto leniente com a própria canalhice, estupidez e com as ordens criminosas.
Então, agora, os descendentes do Sr. McNamara vão dizer às 60.000 famílias americanas que ele se enganou, se equivocou e que os descendentes dos mortos e destruídos perdoem esse erro.
Que todos esqueçam que um dia houve uma guerra autoritária e aberrante, que a nada serviu e que por nada se justificou.
Que o mundo constate que todas as matérias de jornal e tv, e demais meios de comunicação da época, foram mentirosas, ardilosas, deturpadas e planejadas, para enganar a opinião pública mundial, para enrolar os cidadãos americanos e para amordaçar aqueles que se insurgiram, em todo o mundo, contra a carnificina e a crueldade de mais uma guerra mentirosa e sem motivos.
Que os descendentes do Sr. McNamara expliquem que os orçamentos militares americanos, de mais de uma década, foram alterados, engordados, exagerados, para matar americanos e pseudo inimigos, quando todo esse recurso poderia ter sido canalizado para políticas publicas de melhoria da qualidade de vida.
Que os descendentes do Sr. McNamara apresentem suas desculpas aos milhões de descendentes de vietnamitas, que tiveram seus ancestrais despedaçados, descarnados, explodidos, esfacelados, pela barbárie das bombas de fragmentação e dos explosivos de fósforo e de napalm, jogados indiscriminadamente sobre o seu território.
Que eles procurem as famílias das crianças e mulheres das muitas aldeias tipo MyLai, que foram massacradas, estupradas, evisceradas e fuziladas pela insânia de soldados americanos perdidos numa terra estranha, drogados pelos seus comandantes e com carta branca para cometer tudo contra a vida, desde que fosse a vida dos “vermelhos”.
Que os descendentes do Sr. McNamara apresentem seu pedido de perdão e tentem explicar, no plenário da ONU, e reconheçam que precisam ser julgados por crimes de guerra, de uma guerra que foi um “equivoco” de seu pai, e que eles precisam ser submetidos ao Tribunal Internacional de Haia, por crimes contra a Humanidade.
Na linguagem do Sr. McNamara, um “equivoco” contra a humanidade.
E que todos que tomarem conhecimento de mais esses absurdos, que com facilidade são propugnados e perpetrado por “falcões”, em qualquer parte da Terra, pensem e repensem quando forem levados a apoiar agressões, violência, e destruição.
Todos podem estar, novamente, mentindo, ou cometendo “equívocos”.
Sempre contra a vida!
O Vietnam, pela destruição absurda a que foi submetido, por um plano ensandecido de tecno-burocratas americanos, que permaneceram em território abrigado e protegido, ainda passa pelo processo de reconstrução, físico e ambiental.
Os Estados Unidos tiveram toda uma geração esfacelada pelo autoritarismo, até estudantes foram assassinados em manifestações contra a guerra, muitos jovens fugiram do país para o Canadá e Europa, e milhares de veteranos, e ex-combatentes, passaram a se constituir num contingente desesperançado e excluído, de homens bem treinados para matar.
Os nascidos a 4 de julho ainda rolam pelo território americano, envelhecidos e abandonados, esperando reconhecimento pelas batalhas que travaram no Vietnam e pela guerra permanente, que enfrentam para sobreviver numa sociedade que quer esquecer a vergonha militarista e a enorme perda em vidas humanas.
E, recentemente, Robert McNamara faleceu. Partiu deste mundo de forma tranqüila, em sua residência, aos mais de 90 anos, bem vividos, e cercado pela família.
Mas um pouco antes, em entrevista que virou documentário, o senhor da guerra, numa visita a dirigentes asiáticos, admitiu algo que, se não fosse dito por ele, poderia ser entendido como uma demência ou exagero de quem o relatava.
Robert McNamara disse algo assim:
“Reconheço que não haviam condições objetivas que justificassem a guerra do Vietnam.
Pelas informações, um tanto vagas, que tinha, na época, tomei decisões equivocadas e recomendei a agressão e intervenção armadas contra aquele país. Efetivamente, foi um equivoco.”
O reconhecimento de erros e equívocos, e a auto-critica, se constituem em atitudes louváveis de todas as pessoas que aceitam rever e revisar as suas atitudes.
Mas imputar milhões de mortes estúpidas, destruição de duas sociedades, geração de elevadas tensões mundiais a um simples equivoco, é um tanto quanto leniente com a própria canalhice, estupidez e com as ordens criminosas.
Então, agora, os descendentes do Sr. McNamara vão dizer às 60.000 famílias americanas que ele se enganou, se equivocou e que os descendentes dos mortos e destruídos perdoem esse erro.
Que todos esqueçam que um dia houve uma guerra autoritária e aberrante, que a nada serviu e que por nada se justificou.
Que o mundo constate que todas as matérias de jornal e tv, e demais meios de comunicação da época, foram mentirosas, ardilosas, deturpadas e planejadas, para enganar a opinião pública mundial, para enrolar os cidadãos americanos e para amordaçar aqueles que se insurgiram, em todo o mundo, contra a carnificina e a crueldade de mais uma guerra mentirosa e sem motivos.
Que os descendentes do Sr. McNamara expliquem que os orçamentos militares americanos, de mais de uma década, foram alterados, engordados, exagerados, para matar americanos e pseudo inimigos, quando todo esse recurso poderia ter sido canalizado para políticas publicas de melhoria da qualidade de vida.
Que os descendentes do Sr. McNamara apresentem suas desculpas aos milhões de descendentes de vietnamitas, que tiveram seus ancestrais despedaçados, descarnados, explodidos, esfacelados, pela barbárie das bombas de fragmentação e dos explosivos de fósforo e de napalm, jogados indiscriminadamente sobre o seu território.
Que eles procurem as famílias das crianças e mulheres das muitas aldeias tipo MyLai, que foram massacradas, estupradas, evisceradas e fuziladas pela insânia de soldados americanos perdidos numa terra estranha, drogados pelos seus comandantes e com carta branca para cometer tudo contra a vida, desde que fosse a vida dos “vermelhos”.
Que os descendentes do Sr. McNamara apresentem seu pedido de perdão e tentem explicar, no plenário da ONU, e reconheçam que precisam ser julgados por crimes de guerra, de uma guerra que foi um “equivoco” de seu pai, e que eles precisam ser submetidos ao Tribunal Internacional de Haia, por crimes contra a Humanidade.
Na linguagem do Sr. McNamara, um “equivoco” contra a humanidade.
E que todos que tomarem conhecimento de mais esses absurdos, que com facilidade são propugnados e perpetrado por “falcões”, em qualquer parte da Terra, pensem e repensem quando forem levados a apoiar agressões, violência, e destruição.
Todos podem estar, novamente, mentindo, ou cometendo “equívocos”.
Sempre contra a vida!