O novo presidente norteamericano, diante da crise por que passa seu país, e muitos outros, como conseqüência da ausência de regulação responsável pelo governo anterior do belicista Bush, se defrontou com a necessidade de uma intervenção governamental vigorosa sobre o setor bancário e banqueiro.
Teve que mandar limitar elevados e indecentes ganhos.
Vários dirigentes de instituições financeiras, após ludibriar e lesar a milhões de pequenos e médios investidores, e recebendo ajuda com recursos públicos dos contribuintes dos Eua, ainda continuavam a exercitar verdadeira folia nos pagamentos de valores absurdos, para seus executivos.
A titulo de “êxito” na gestão, de “sucesso” em aplicações, dirigentes de bancos americanos se concederam escandalosos “bônus” milionários, mesmo tendo quebrado o sistema, seu país e muitas economias do mundo, que se arrastam com resultados negativos, por terem acreditado em um sistema bancário “autônomo”, que usurpou ganhos indevidos e enganou cidadãos, com o beneplácito da dupla Bush & Cheney, grandes aplicadores de recursos em guerras e destruição ambiental.
Mas os Eua, para grande esperança do novo mundo que deverá, e terá que, surgir dessa crise global, nos oferece auspicioso exemplo de um, também, banqueiro, mas com formação ética adequada e com compromisso com o desenvolvimento real.
Leonard Abess, esse é seu nome, era dono de banco em Miami. Depois de muitos anos na presidência da instituição, recebeu oferta irrecusável de banco espanhol. Fez a venda, continuou como dirigente e pequeno acionista do novo banco e fez uma reflexão muito interessante sobre sua experiência e o resultado colhido.
Como iniciou sua carreira funcional, no banco, em atividades mais operacionais, foi-lhe possível acompanhar e conhecer o desempenho de muitas pessoas, em vários níveis, dos mais simples aos mais elevados, na escala hierárquica.
Em homenagem a esse reconhecimento, da importância de todas as pessoas, na construção de empresas, sociedades e nações, decidiu dividir com toda a equipe de seu ex-banco, o resultado que todos eles haviam construído.
E, assim, Leonard Abess, de forma humilde e quase anônima, mandou colocar um total de mais de 60 milhões de dólares nas contas salariais de todos seus ex-subordinados. Não teve contatos pessoais com eles, nem visitou os escritórios para colher os legítimos louros de sua atitude.
Além disso, mandou incluir nos recebimentos todos os empregados que já tinham se aposentado, ou desligado do banco, por reconhecer neles parcela da construção daquele caso de sucesso.
Enquanto alguns larápios americanos, banqueiros e/ou ex-presidentes, roubaram a nação e desviaram, possivelmente, para “paraísos fiscais”, grandes boladas das economias e poupanças de milhares de famílias, Leonard Abess injeta, de sua cota pessoal, significativa soma na economia americana, premiando seus colaboradores e reconhecendo a importância que as pessoas têm nos processos sociais, sejam eles a construção de empresas, bancos ou redes éticas de cidadãos, que respeitam o trabalho alheio e valorizam as horas que as pessoas gastam, longe de suas famílias e amigos, trabalhando e cumprindo horários.
E, no Brasil, terá ocorrido alguma distribuição, dos bilhões obtidos em lucros, no ano de 2008?
PS
(Banco de Leonard Abess: City National Bancshares
Banco espanhol comprador: Caja de Madrid
Valor da transação: Us$ 927 milhões)
Danilo Cunha
http://www.danilocunha.blogspot.com/
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