domingo, 18 de março de 2012

DILMA ROUSSEFF E A MODERNIZAÇÃO DO BRASIL

Aparentemente existe uma crise da Presidência da República com o Congresso Nacional.
Se formos analisar detidamente o que ocorre, veremos outro quadro.
Na verdade o que temos é um enfrentamento entre dois modelos, entre duas formas de governar, e entre o novo e o antigo.
Como o Brasil não teve qualquer renovação depois do regime ditatorial, os antigos congressistas, que acompanhavam e apoiavam a ditadura, passaram pela transição democrática sem necessitar se reciclar.
E continuaram praticando seus ditatoriais hábitos, espremendo os governos, e deles tirando todo o possível, em troca-troca de seus miúdos olhares, que não conseguem visualizar a complexidade da sociedade atual.
Quem lembra da frase do "Robertão", político do então "centrão", que dizia: "é dando que se recebe"?.
Essa excrecência comportamental/legislativa ainda monitora, e baliza, a atitude de grande número de legisladores.
A única mudança significativa que houve no Brasil, foi a Constituinte de 1988.
Algumas modificações importantes foram realizadas, mais devido à força e à determinação da grande liderança de Ulysses Guimarães.
Mas desde lá, e repetindo os velhos hábitos autoritários, um verdadeiro toma lá dá cá tomou conta do Congresso.
O Governo Sarney não conta, pois com a morte de Tancredo Neves, o Brasil viveu uma quase continuidade, com a posse de José Ribamar, antigo, bem antigo membro do regime militar.
O governo Collor foi lamentável, e Fernando Henrique inovou um pouco, mas manteve o troca-troca, para obter apoio às reformas que promoveu.
Lula exerceu um grande compadrio com o legislativo, oferecendo nomeações, emendas de parlamentares, e toda a sorte de ações para viabilizar sua tranquilidade no poder.
O que ocorre agora é que a Presidenta Dilma herdou um zoológico variado, e todo o tipo de fera quer abocanhar uma parte do governo, como se fosse algo a escolher em um cardápio.
Os velhos, e superados hábitos nada têm a ver com a postura efetivamente Republicana.
Na verdade, assistimos a grupos de velhas cabeças, que além de não aceitarem mudanças e renovação, ainda ostentam o velho machismo tentando emparedar, e intimidar, a primeira Mulher, que preside nosso país.
Se efetivamente representantes da sociedade fossem os membros do legislativo federal constatariam que o povo e a sociedade, apoiam a firmeza da Presidenta Dilma.
Ela sabe muito bem que o Brasil veio até agora na inércia de algumas medidas tomadas por FHC, pela continuidade que LULA deu a essas medidas, e à economia Chinesa, que necessita das mercadorias agrícolas, que o Brasil produz.
Nosso resultado econômico é pífio, dependente do agro-negócio, a industrialização está recuando em nosso país, e o investimento em renovação e geração de riqueza é ínfimo, perto do que necessitaríamos.
E a presidenta, como boa economista que é, sabe muito bem que se o governo não
implementar mudanças drásticas na gestão pública, poderemos ficar condenados a sermos perenes exportadores de commodities, enquanto a China for nossa compradora, ou contando com o atraso africano.
Essa postura do legislativo bem demonstra o fosso entre o velho e o novo, entre a antiguidade e a modernidade.
Não podemos continuar sendo um país, que para governar a Presidenta da República necessite leiloar, durante os quatro, ou oito, anos de seu mandato, milhares de cargos, bilhões de reais, e muito tempo, para agradar incompetentes deputados e senadores, que foram eleitos para representar os interesses da cidadania, mas o único que conseguem representar são seus próprios umbigos, seus interesses menores, e seus grupos de apaniguados.
País desenvolvido necessita de Estado competente, enxuto, organizado e lúcido.
E isso nunca será possível no Brasil com essa enorme quantidade de "vermes", que sugam o sangue do Brasil, condenado-o a uma "anemia" política e de gestão, empobrecendo a nação.
Esse é o combate que Dilma Rousseff enfrenta.
(Glauber Rocha, se vivo, até poderia realizar novo filme, embalado nesses embates: O Dragão da Mudança Contra o Monstro do Passado...)
Se o outro lado vencer, é bom começar a olhar o Haiti, pois não sobrará muito para sonhar com o que o Brasil poderia ter sido.

quinta-feira, 8 de março de 2012

A GUERRA CIVIL BRASILEIRA...

Nos últimos 30 anos, em nosso Brasil foram assassinadas mais de UM MILHÃO DE PESSOAS, DE SERES HUMANOS!!!
Mais de um milhão de homicídios!
Isso mesmo mais de um milhão, isso é uma verdadeira guerra civil.
O que precisamos mudar, como sociedade, como cultura, como comportamento, para que voltemos a valorizar a vida, como deve ser?
E sempre acreditávamos que o Brasil fosse uma sociedade pacífica, amante da paz, alegre, descontraída, mas não temos sido tão bonzinhos, assim.
Os desníveis sociais e econômicos, muito acentuados, a concentração de renda, e outros indicadores sociais nos apontam algumas das causas.
Num país de quase 200 milhões de habitantes, apenas menos de 25 milhões pagam, e declaram, imposto de renda.
Isso nos prova a aguda concentração da riqueza brasileira.
Enquanto isso profissionais da segurança, saúde, e educação, áreas essenciais para se levar a dignidade para todos, têm que protestar para terem seus ganhos (muito baixos) reajustados.
Enquanto nas áreas públicas são praticados salários elevadíssimos, nessas três citadas os pisos variam entre 1.000 e 2.000 reais por mês.
Já foram publicadas relações de salários, em vários órgãos, inclusive os de controle da administração pública, com valores que passam os 20.000 reais, os 100.000 reais, e outros absurdos, justificados como "vantagens adquiridas"...
Somas literalmente milionárias foram pagas a título de "atrasados".
Atrasado é um país que não controla seus impostos, e a forma como são usados esses recursos essenciais para promover o desenvolvimento, e a justiça social.
A guerra civil, o "apartheid" social, não transparece somente no elevado número de mais de um milhão de pessoas, ele se desnuda no locupletamento que alguns agentes públicos promovem com dinheiro público, de impostos, dos cidadãos, portanto.
Só no Senado e na Câmara Federal, todos os anos, todos os deputados federais, e senadores, recebem quinze, isso mesmo 15 salários anuais...
Enquanto isso, o trabalhador recebe, mal e mal os seu 13 salários.
E os aposentados pelo INSS, da área privadas, não recebem mais que 3.900 reais, como teto, isso mesmo, TETO de aposentadoria, mesmo tendo contribuído com valores bem maiores.
Alega-se que não se pode pagar mais devido ao "rombo" da previdência.
Mas e quem paga as pensões para os legisladores se aposentarem?
Quais os valores pagos por quatro, oito, 12, ou dezesseis anos de parlamento?
Seria muito ilustrativo que essas relações fossem publicadas.
Muitos mitos cairiam por terra, e muitas lendas seriam desmascaradas.
Transparência, Brasil!!!
Ou a "guerra civil" pode continuar.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia 08 De Março

As origens da data são vagas, e a sua história tem como fato gerador um triste episódio em que mulheres foram mortas por protestarem por salários.
Uma chacina!!!
Mas o mais importante é a realidade que vivemos.
Hoje foi votado na Câmara Federal um projeto de lei que cria multa pesada contra as empresas que pagarem salários inferiores para mulheres nas mesmas funções que homens.
As mulheres ocupam uma significativa parcela de responsabilidade e liderança, na sociedade contemporânea.
É claro, que numa sociedade como o Brasil, com grande ranço machista e autoritário, os avanços são recentes, mas têm sido muito significativos.
Vejam que em alguns países europeus, o direito ao voto feminino foi conquistado no recente ano de 1971.
Cada nação escreve a sua história, e a nossa tem, e sempre teve, mesmo que não ou pouco reconhecida, a fundamental participação feminina.
Não podemos refazer a história já vivida, mas temos a obrigação, ética e moral, de ter plena consciência sobre os erros cometidos, para não repeti-los, e para que se construa uma sociedade brasileira igualitária.
Penso que as mulheres desejam isso: IGUALDADE.
Não necessitam de uma tutoria, e de proteções especiais, apenas direitos iguais, e tratamento igualitário, desde que atendendo as suas especificidades e características.
As mulheres não necessitam ser diferenciadas, pois já demonstram a sua plena competência no mercado de trabalho, aliás, no qual são bem mais capacitadas que os homens.
Assim, entende-se este dia como um grande momento de reflexão, como uma longa meditação de 24 horas, para que nossos 365 dias de todos os anos de nossas vidas sejam mais felizes, com homens e mulheres caminhando lado a lado, e construindo a nova nação brasileira.
Reflexão na qual podemos navegar nos registros históricos e verificar a brutalidade e o preconceito com que as mulheres já foram tratadas.
E assumirmos o compromisso de respeitá-las, e fazer com que sejam respeitadas.
Apenas isso, pois o amor e a solidariedade farão com que essa caminhada conjunta seja mais leve, positiva, pois será, sempre, a quatro mãos.

Dia Internacional Da MULHER

Essa data é um marco histórico, na verdade é uma data para não ser esquecida: no dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada em Nova York, fizeram uma grande greve.
Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (elas cumpriam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência.
As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada.
Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato brutal.
Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857.
Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas)."