Nosso país está entre os três mais preferidos pelas grandes organizações multinacionais para receber investimentos, em todo o mundo.
Os dois primeiros são China e Índia e, com exceção dos EUA, que ocupam a quarta posição, os
emergentes estão nas primeiras cinco posições, com a Rússia na quinta.
Não é à toa essa priorização.
Os donos do capital financeiro, uma fatia de mais de um trilhão de dólares, precisam de matérias primas, commodities, e mercados internos com boas condições de oferta de crédito e consumo, como é o caso brasileiro.
Essa procura se justifica em um mundo onde o buraco ambiental começa a assustar o modelo extrativista e as escalas de produção e consumo mostram sinais de exaustão e exigem mudanças de padrão.
Por outro lado além das expansões de operações pouco ortodoxas do Banco do Brasil e do BNDES, que a pedido da Presidência da Republica financiam operações para outros países em territórios não brasileiros, o Brasil alcança uma preocupante aceleração nas importações, batendo o recorde de déficit nessa conta, importando desde têxteis da China até lustres da Áustria, fazendo com que tenhamos importado até julho de 2010 45% a mais que em todo o ano
passado.
Nossas exportações subiram somente 27% nesse período.
Foram criadas 3.883 empresas importadoras até julho, o que faz prever a soma de mais de 40.000 até o final
deste ano.
Enquanto isso, teremos menos da metade de empresas exportadoras, algo em torno de 19.200.
Esses dados aliados a mais alguns podem nos fornecer uma matriz preocupante.
Nosso investimento está em 18% do PIB, enquanto a China chega a 44%.
O Brasil poupa 15% do PIB, enquanto a China vai a 54,5% e a India chega a 31,4%.
Entre 1994 o gasto público subiu mais de 500 bilhões de reais e a mordidaTributária abocanhou 46% do PIB.
A valorização do Real e os restos da crise financeira mundial podem jogar nosso país num caminho de deslumbramento fazendo com que comecemos aassumir compromissos de país rico, quando ainda temos muitas carências essencias, de país pobre e muito desigual, para começar a
atender.
O Banco do Brasil está financiando uma operação de uma empresa Israelense na Colômbia, onde será implantada uma usina de álcool, num valor de 230 milhões de dólares.
Tudo isso para que a empresa de Israel compre alguns equipamentos da industria nacional.
Não seria mais interessante para a Nação Brasileira alocar esses recursos para a divulgação, promoção e financiamento de industrias brasileiras para que elas atingissem o patamar necessário para concorrer com as estrangeiras?
Outra prioridade brasileira, muito preocupante para a expansão de nossas atividades econômicas é a questão das estradas, das ferrovias, dos portos e aeroportos.
Além do processo de desenvolvimento econômico, os compromissos recentemente assumidos pelo Brasil com a realização de uma Copa do Mundo e da Olimpiada de 2016, nos aumentam a lista de pendências e prioridades.
A construção de um projeto de Brasil Potência terá que passar, necessariamente, ´por uma agenda positiva que contemple as efetivas e coerentes prioridades da sociedade brasileira, para evitar que nos transformemos num pesado monumento assentado sobre pés de barro.
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