quinta-feira, 23 de abril de 2009

Gestão estratégica - o saber como insumo

A gestão de empresas e do estado terão que enfrentar, juntos, os desafios de lançar novas bases para a elaboração de políticas publicas e privadas.
Não se pode mais compreender um setor privado, completamente independente da área pública, depois da atuação salvadora do Estado, no socorro a bancos e organizações privadas. Ambos terão que conviver mais estreitamente e desenvolver competências conjuntas e capacidades analíticas mais abrangentes e detalhadas.
A capacidade do estado de intervir na economia se contrapõe à enorme demanda que a sociedade da vida mais longa e da massa de envelhecidos e aposentados exigirá dos cofres públicos.
Todos os sistemas de saúde e seguridade social falirão nos próximos 10 anos se não forem revistas as condições de sua criação e funcionamento.
Os investimentos de Estado nas questões ambientais e de preservação de reservas d’água e mananciais, deixarão de ser preocupações de governos para serem questões estratégicas de governança, tanto privada quanto pública.
Os municípios, onde vivem as pessoas e onde 84% da vida é resolvida, passam por um processo de envelhecimento de suas equipes e métodos. O empobrecimento de suas gestões, se nada for feito, garantirá que o problema de gestão municipal será um dos grandes óbices para o funcionamento de empresas e suas
áreas de logística e captação de insumos.
O século XXI está confirmando a tendência dos anos 80 e 90, do século XX.
Grandes mudanças (tais como o muro de Berlim) não anunciam os impactos com muita antecedência.
Elas ocorrem por um efeito cumulativo, muitas vezes pouco analisado e avaliado, portanto pouco compreendido.
A questão financeira, já estudada por economistas como Paul Kruger, reforçada pela quebra de empresas tradicionais e pelo quase escândalo da Enrom, e muitos casos menos noticiados, gerou a massa crítica para a crise atual. agravada pelo comportamento do consumidor, ávido de patrimônio e de satisfação de impulsos, associado à especulaçao e visão de curto prazo e ganhos imediatos.
A questão ambiental, geração de calor e pouca atenção à reservas de água, tem tudo para repetir a crise financeira, só que em escala bem maior e mais dramática para o meio produtivo e para os consumidores.
A questão da corrupção segue o mesmo rumo. A sociedade se dissocia das camadas políticas legislativas/executivas e o rumo da sociedade vai sendo guiado por ambições pessoais, de parâmetros antigos e atávicos do ser humano, sem a racionalidade desenvolvida no século XX e dominada por um primarismo comportamental.
A gestão estratégica terá que ser mais abrangente, dispor de mais estudos sobre a realidade da vida nas cidades, interferir e interagir mais com os planejamentos estatais e governamentais e, além das ferramentas
tradicionais de prospecção de opinião pública para marketing e vendas, deverá se equipar com análises de conjuntura, e estrutura, sócio/econômica/ política/ambiental, para participar ativamente do planejamento e construção de opções de desenvolvimento de mercado.
Ou seja, a construção de condições objetivas de produção e consumo dependerá de uma nova concepção intelectual, e cultural, da empresa e sua atuação na sociedade.
A construção do saber terá que ser apropriada pela gestão.
Insumos geram informação, que gera conhecimento que construirá um saber.
Ultrapassamos a sociedade da gestão do conhecimento.
Agora temos que entrar na gestão do saber. Articulado e dinâmico, para produzir um novo mundo. Competente e preservado.

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